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62.OBR.COMPL.SIG.FREUD.REL.MATTANÓ-VOL.XIV(2025).
62.OBR.COMPL.SIG.FREUD.REL.MATTANÓ-VOL.XIV(2025).

62. OBRAS COMPLETAS DE SIGMUND FREUD-VOL. 14 NUMA RELEITURA DE OSNY MATTANÓ JÚNIOR (2025) MATTANÓ.

 

Obras Completas de Sigmund Freud numa releitura de Osny Mattanó Júnior

 

 

 

 

 

A história do movimento psicanalítico, artigos sobre metapsicologia e outros trabalhos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

VOLUME XIV

(1914-1916)

 

 

 

 

 

 

 

 

Dr. Sigmund Freud

 

 

(01/04/2025)

 

 

 

 

 

 

A HISTÓRIA DO MOVIMENTO PSICANALÍTICO (1914)

 

NOTA DO EDITOR INGLÊS

ZUR GESCHICHTE DER  PSYCHOANALYTUSCHEN BEWEGUNG

 

(a)EDIÇÕES ALEMÃS:

1914 Jb. Psychoan., 6, 207-260.

1918 S.K.S.N., 4, 1-77. (1922, 2ª ed.)

1924 G.S., 4, 411-480.

1924 Leipzig, Viena e Zurique: Internationaler Psychoanalytischer Verlag. Pág. 72.

1946 G.W., 10, 44-113.

 

(b) TRADUÇÕES INGLESAS:

“The History of the Psychoanalytic Movement”

1916 Psychoan. Rev., 3, 406-454. (Trad. A. A. Brill.)

1917 Nova Iorque: Nervous & Mental Disease Publishing Co. (Série de               Monografias Nº 25). Pág. 58. (Mesmo tradutor.)

1938 Em The Basic Writings of Sigmund Freud. Nova Iorque: Modern     Librar. Págs. 933-977. (Mesmo tradutor.)

“On the History of the Psycho-Analytic Movement”

1924 C.P., 1, 287-359. (Trad. Joan Riviere.)

 

A presente tradução é uma versão modificada da publicada em 1924.

Nas edições alemãs anteriores a 1924 a data ‘fevereiro de 1914’ aparece no final da obra. Parece de fato ter sido escrita em janeiro e fevereiro daquele ano. Algumas alterações de menor importância foram feitas na edição de 1924, tendo-se acrescentado a longa nota de rodapé nas págs. 33-4. Esta somente agora está sendo publicada em inglês.

Um relato completo da situação que levou Freud a escrever esta obra é apresentado no Capítulo V do segundo volume de sua biografia escrita por Ernest Jones (1955, 142 e seg.) Aqui basta fazer um pequeno resumo da situação. As discordâncias de Adler quanto aos pontos de vista de Freud culminaram em 1910, e as de Jung uns três anos depois. Apesar das divergências que os afastaram de Freud, ambos persistiam, entretanto, em descrever suas teorias como “psicanálise”. A finalidade do presente artigo foi estabelecer claramente os postulados e hipóteses fundamentais da psicanálise, demonstrar que as teorias de Adler e Jung eram totalmente incompatíveis com eles, e inferir que só levaria à confusão conjuntos de pontos de vista contraditórios receberem todos a mesma designação. E embora por muitos anos a opinião popular continuasse a insistir em que havia “três escolas de psicanálise”, o argumento de Freud finalmente prevaleceu. Adler já escolhera a designação de “Psicologia Individual” para as suas teorias e logo depois Jung adotou a de “Psicologia Analítica” para as suas.

A fim de tornar os princípios essenciais da psicanálise perfeitamente simples, Freud traçou a história do seu desenvolvimento desde os primórdios pré-analíticos. A primeira seção do artigo abrange o período em que ele próprio foi a única pessoa interessada - isto é, até cerca de 1902. A segunda seção continua a história até mais ou menos 1910 -, época em que os pontos de vista psicanalíticos começaram a se estender a círculos mais amplos. Só na terceira seção é que Freud chega ao exame dos pontos de vista dissidentes, primeiro de Adler e a seguir Jung, e assinala os pontos fundamentais em que eles se afastam das descobertas da psicanálise. Nessa última seção e também de uma certa maneira no restante do artigo, encontramos Freud adotando um tom muito mais beligerante do que em qualquer outro dos seus trabalhos. E, tendo em vista suas experiências nos três ou quatro anos anteriores, esse estado de humor diferente não pode ser considerado surpreendente.

Debates sobre os pontos de vista de Adler e Jung encontram-se em duas outras obras de Freud contemporâneas à presente. No artigo sobre “Narcisismo” (1914c), que vinha sendo elaborado quase na mesma época que a “História”, alguns parágrafos de discordância de Jung aparecem no final da Seção I (S.E., 14, págs. 79 e segs.) e um trecho semelhante sobre Adler no início da Seção III (pág. 92). A anamnese do “Homem Lobo” (1918b), escrita sobretudo no fim de 1914, embora somente publicada (com trechos adicionais) em 1918, destinou-se em grande parte a uma refutação empírica de Adler e Jung, e encerra muitos ataques contra as suas teorias. Nas obras ulteriores de Freud existem muitas referências esparsas a essas controvérsias (principalmente em trabalhos expositivos ou semi-autobiográficos), mas estes são sempre em tom mais seco e nunca muito extensos. Menção especial, entretanto, deve ser feita a uma discussão rigorosamente argumentada dos pontos de vista de Adler sobre as forças motoras conducentes à repressão na seção final do artigo de Freud sobre as fantasias de espancamento (1919e), S. E., 17, págs. 201 segs.

Quanto aos aspectos puramente históricos e autobiográficos da obra, deve-se observar que Freud repetiu mais ou menos o que se encontra em seu Estudo Autobiográfico (1925d), embora o Estudo suplemente este trabalho em alguns pontos. Para uma abordagem bem mais ampla do assunto, o leitor deve procurar a biografia de Freud, em três volumes, escrita por Ernest Jones. Nas notas de rodapé à presente tradução não se tentou seguir o mesmo caminho trilhado por aquela obra.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica aqui sua teoria Psicanalítica e a difere da teoria de Adler que recebe o nome de Psicologia Individual e da teoria de Jung que é nomeada de Psicologia Analítica, pois são irreconciliáveis com o ponto de vista de Sigmund Freud na época.

Mattanó aponta que Freud explica aqui sua teoria Psicanalítica e a difere da teoria de Adler que recebe o nome de Psicologia Individual e da teoria de Jung que é nomeada de Psicologia Analítica, pois são irreconciliáveis com o ponto de vista de Sigmund Freud na época. Contudo hoje para Mattanó essas teorias convivem e se entrelaçam histórica, estruturalmente e funcionalmente com seus princípios que parecem bastante pertinentes umas as outras, pois falam da mesma coisa em linguagem diferente e ritualizam eventos e fenômenos de forma diferente, porém os eventos e fenômenos são os mesmos como a família, a vida infantil, a vida doméstica, os traumas, os complexos, os arquétipos, o inconsciente, a inferioridade, a evolução, a seleção e a competição, a linguagem, as relações sociais, os ciclos circadianos, a homeostase, a consciência, a cultura, o conhecimento e a realidade, o tempo e o espaço, a eternidade e a ufologia, a lavagem cerebral e a despersonalização, o estupro virtual, o voyeurismo e a linguagem sexista, a extorsão e a vingança, a paranormalidade e o mundo sobrenatural, etc..

 

MATTANÓ

(01/04/2025)

 

 

 

O MÉTODO PSICANALÍTICO (2025):

A Psicanálise trata-se justamente de um método de limpeza das ¨sujeirinhas¨ que ficam depositadas e acumuladas no momento em que nos comportamentos, ou seja, ¨uma limpeza de chaminé¨ onde a chaminé é o comportamento e a vida pessoal e coletiva de todos nós, estas ¨sujeirinhas¨ são inconscientes e distorcem a realidade pela força dos seus componentes, por exemplo, os atos falhos, os esquecimentos ou os lapsos de linguagem, as parapraxias, os chistes, os delírios e as alucinações são componentes que contêm estas ¨sujeirinhas¨ que devem ser limpadas pela análise e interpretação, para que o indivíduo se adapte ao meio ambiente sem predomínio destas ¨sujeirinhas¨ em seu comportamento e obtenha insight para se adaptar comportamental, fisiológica e morfologicamente, resolvendo problemas com cálculos matemáticos evolutivos para sua evolução, seleção e competição entre espécies e indivíduos, para que se reproduza e possa sobreviver.

 

MATTANÓ

(02/04/2025)

 

 

 

HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DA PSICOLOGIA E DA PSICANÁLISE (2025):

Acredito que hoje o nosso país enfrenta uma crise moral, sexual e trabalhista muito intensa que se estende por mais de 20 anos, em função da corrupção do serviço público administrativo, político, educacional e de saúde do Brasil que vem aceitando participar de uma ¨guerra invisível¨ promovida por uma ¨delegacia invisível¨ e por uma ¨promotoria invisível¨, ou seja, por uma delegacia virtual, por uma promotoria virtual que nem sede e funcionários especializados ou contratados para esta finalidade possuem, trata-se de pura corrupção e de desvio de dinheiro público, de abuso do poder e de abuso de autoridade querer ter mando sobre a consciência do outro num mundo e num corpo em que a consciência é livre e autônoma, isto é, depende de sua interconectividade cerebral e corporal, ninguém controla isto! A consciência é justamente uma simulação da realidade para tomada de decisões através da cultura, do conhecimento e da realidade! Contudo temos exemplos de investigação virtual na cidade de Londrina e que essa investigação ultrapassa os limites toleráveis ou limiares de todos em relação a violência, ao abuso sexual, ao estupro virtual, a perseguição, a extorsão, a vingança, a lavagem cerebral, a despersonalização, a loucura, a trapaça, a tentativa de homicídio, a tentativa de roubo, a formação de organização criminosa, a corrupção, a discriminação, ao racismo, ao ódio e a intolerância, a discriminação, ao feminicídio, ao parricídio, ao infanticídio, ao terror e ao horror, a dor e a tortura, ao tratamento desumano e degradante, a invasão de domicílio, de intimidade e de privacidade, de violação de sigilos e de segredos, de abuso de poder e de autoridade, de tráfico de informação e de drogas como meio de vingança e de organização criminosa para outras atividades como roubo de obras de arte ou de literatura e até como forma de tentar incriminar inocentes que testemunharam crimes sexuais e de pedofilia que envolvem ex-embaixador, pessoas importantes e atletas de Londrina, e que praticamente ¨toda a cidade de Londrina¨ conhece e todo mundo aceita porque todo mundo tem medo, se vende e se prostitui sexualmente e moralmente para a família desse ex-embaixador, hoje falecido, de modo que o comércio e outras empresas atuam com o tráfico de drogas tentando eliminar essa vítima e testemunha de crimes sexuais e de pedofilia no Colégio São Paulo que era posse desse ex-embaixador efetuando pagamentos ou ¨pedágios¨ pelo trabalho do tráfico de drogas, pois participa de uma longa e velha história, a história da cidade de Londrina, de sua colonização que foi marcada pela violência sexual, física, patrimonial e moral, onde os mais fortes e mais ricos estupravam as adolescentes e até meninas e por vezes mulheres e prostitutas vindas de São Paulo para satisfazer a ¨Santidade¨ que hoje os londrinenses reclamam ter e um puritanismo tão intenso que me constrange e chega a dar medo, mas sei que também a colonização e formação da cidade de Londrina foi marcada pela violência e por uma forma de ¨cangaço¨ ou trabalho ¨silenciador¨ que calou os historiadores de seus horrores como os pedófilos e estupradores, os capangas e capatazes, os assassinos e comerciantes que resolviam tudo na bala ou na faca, ou seja, na violência, até porque para se adquirir riquezas é necessário ¨silenciar¨ a violência e transformá-la em educação e trabalho, até mesmo é necessário silenciar a pedofilia e o abuso sexual, porém hoje, através da Justiça, pois as crianças não podem ficar desamparadas nesta cidade e neste país para favorecer tantos ignorantes e onde já existem cidades e civilizações, só assim o silêncio terá significado e sentido de paz individual e coletivo, inclusive para a História. Pois bem, não é justo ter que trabalhar numa cidade onde o abuso e a violência sexual imperam e destroem as relações sociais, institucionais e familiares, domésticas e infantis, ou seja, recalcadas e inconscientes, prejudicando todo o futuro destas pessoas, inclusive sua vida trabalhista, profissional e econômica, gerando desafios e problemas trabalhistas que se mal geridos podem terminar como o meu problema na UEL e com o resto da cidade de Londrina, uma luta moral e sexual doentia, inclusive espiritual que torna tudo motivo de denúncia, só a Justiça pode trazer paz e reestabelecer a ordem e a dignidade de todos e julgar aqueles que estão abusando e explorando seus funcionários e trabalhadores para terem benefícios e privilégios indevidos que a Justiça deve investigar, caçar, julgar e punir, pois isto é cidadania!

 

MATTANÓ

(14/04/2025)

 

 

 

 

 

FLUCTUAT NEC MERGITUR (NO BRASÃO DA CIDADE DE PARIS)

 

                                              I

Não é de se estranhar o caráter subjetivo desta contribuição que me proponho trazer à história do movimento psicanalítico, nem deve causar surpresa o papel que nela desempenho, pois a psicanálise é criação minha; durante dez anos fui a única pessoa que se interessou por ela, e todo o desagrado que o novo fenômeno despertou em meus contemporâneos desabafou sobre a minha cabeça em forma de críticas. Embora de muito tempo para cá eu tenha deixado de ser o único psicanalista existente, acho justo continuar afirmando que ainda hoje ninguém pode saber melhor do que eu o que é a psicanálise, em que ela difere de outras formas de investigação da vida mental, o que deve precisamente ser denominado de psicanálise e o que seria melhor chamar de outro nome qualquer. Ao repudiar assim o que me parece nada menos que uma usurpação, estou indiretamente levando ao conhecimento dos leitores deste Jahrbuch os fatos que provocaram modificações em sua editoria e formato.

Em 1909, no salão de conferências de uma universidade norte-americana, tive a primeira oportunidade de falar em público sobre a psicanálise. A ocasião foi de grande importância para a minha obra, e movido por este pensamento declarei então que não havia sido eu quem criara a psicanálise: o mérito cabia a Joseph Breuer, cuja obra tinha sido realizada numa época em que eu era apenas um aluno preocupado em passar nos exames (1880-2). Depois que fiz aquelas conferências, entretanto, alguns amigos bem intencionados suscitaram em mim uma dúvida: não teria eu, naquela oportunidade, manifestado minha gratidão de uma maneira exagerada? Na opinião deles, devia ter feito o que já estava acostumado a fazer: encarado o “método catártico” de Breuer como um estágio preliminar da psicanálise, e a psicanálise em si como tendo tido início quando deixei de usar a técnica hipnótica e introduzi as associações livres. Seja como for, não tem grande importância que a história da psicanálise seja considerada como tendo início com o método catártico ou com a modificação que nele introduzi; menciono esse detalhe pouco interessante simplesmente porque certos adversários de psicanálise têm o hábito de lembrar vez por outra que, afinal de contas, a arte da psicanálise não foi invenção minha e sim de Breuer. Isto só acontece, naturalmente, quando seus pontos de vista permitem que eles vejam na psicanálise algo merecedor de atenção, pois, quando há uma rejeição absoluta, nem se discute que a psicanálise é obra somente minha. Que eu saiba, a grande participação que teve Breuer na criação da psicanálise jamais fez cair sobre ele o equivalente em críticas e injúrias. Como há muito já reconheci que provocar oposição e despertar rancor é o destino inevitável da psicanálise, cheguei à conclusão de que devo ser eu o verdadeiro criador do que lhe é mais característico. Alegra-me poder acrescentar que nenhuma dessas tentativas de minimizar meu papel na criação desta tão difamada psicanálise jamais partiu de Breuer, nem contou sequer com seu apoio.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud lembra que as origens da psicanálise devem-se a Breuer e a hipnose, foi justamente Breuer quem criou a psicanálise, Freud apenas modificou-a com a introdução e substituição da hipnose pela técnica da associação livre, e Freud não se cansa de nos lembrar que somente ele foi criticado brutalmente por causa da sua teoria e do seu trabalho com a psicanálise, ou seja, Breuer jamais foi criticado, para Freud essas críticas recaiam como injúrias.

Mattanó aponta que as origens da psicanálise devem-se a Breuer e a hipnose, foi justamente Breuer quem criou a psicanálise, Freud apenas modificou-a com a introdução e substituição da hipnose pela técnica da associação livre, e Freud não se cansa de nos lembrar que somente ele foi criticado brutalmente por causa da sua teoria e do seu trabalho com a psicanálise, ou seja, Breuer jamais foi criticado, para Freud essas críticas recaiam como injúrias. Vemos que os caminhos tomados por Breuer e Freud despertaram diferentes opiniões, variando e sugerindo críticas e injúrias, para Freud o responsável pelas críticas e injúrias que recebeu parece ser Breuer em seu inconsciente, sua imago paterna, sua identificação inconsciente edipiana para alicerçar suas atividades sublimadas, escolares, trabalhistas e profissionais, sua teoria e técnica psicanalítica, inclusive sua capacidade de aceitar e elaborar, interpretar as críticas e injúrias que recebia formulando hipóteses e deduções, num trabalho cognitivo, inconsciente e comportamental que substituíam as adversidades por meio de soluções funcionais do tipo S – R – C, estímulo – resposta – consequência, e adaptação comportamental, fisiológica e morfológica do indivíduo ao meio ambiente que é exigente e adverso, que evolui, é seletivo e é competitivo assim como o próprio indivíduo e seu corpo e cérebro.

 

MATTANÓ

(15/04/2025)

 

 

 

METÁFORA PARA SOLUCIONAR O DRAMA DA PULSÃO AUDITIVA, DO VOYEURISMO, DO ESTUPRO VIRTUAL E DA LINGUAGEM SEXISTA CAUSADA PELA OBRA MUSICAL E O DESEJO INCONSCIENTE (2025);

Pense assim: ¨você acredita em assaltante de banco de memória que vai te deixar com esquizofrenia?¨

Esta metáfora o ajudará a solucionar suas dúvidas acerca da utilidade e das consequências dessas regras quando utilizadas na música e com o desejo inconsciente, ou seja, de que se trata de um ladrão de memórias que vai te deixar com esquizofrenia.

 

MATTANÓ

(16/04/2025)

 

 

SOBRE A ERRADICAÇÃO E EXTINÇÃO DAS DROGAS E DO TRÁFICO DE DROGAS (2025):

Mattanó aponta que ninguém sabe administrar drogas ilícitas para si mesmo ou para outras pessoas de maneira segura e eficaz ou saudável, que promova o seu bem-estar e desenvolvimento bio-psico-social, caso contrário os profissionais da saúde já estariam administrando há muito tempo e também os professores recomendariam o uso delas em sala de aula e para o trabalho, como pilotar aviões, eis que as drogas são mais perigosas do que as armas, pois não existem testes psicológicos que avaliem quem pode e quem não pode utilizar esse tipo de droga ilícita como a maconha, a cocaína, o haxixe, o craque, e acrescento, o fumo e o álcool, etc..

 

MATTANÓ

(16/04/2025)

 

 

 

 

DENÚNCIA E HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DA ARTE, DA MÚSICA, DA PSICOLOGIA E DA PSICANÁLISE (2025):

Testemunho, Osny Mattanó Júnior, que os veículos de comunicação de massa do Brasil e do mundo negligenciam e se omitem quanto às notícias e informações referentes às criações e obras de arte e de ciência que eu criei ao longo de minha história de vida e que estão sendo roubadas por artistas brasileiros e internacionais, para promoção de ódio e intolerância, de vingança e de discriminação, de trabalho escravo, de falsidade ideológica quando mentem sobre a criação de suas obras que têm origem nas minhas, de tortura psicológica, de violência patrimonial, sexual e moral através do conteúdo de suas letras e intenções por meio da argumentação e da linguagem tornando tudo um grande roubo onde os veículos de comunicação de massa podem estar participando, pois promovem esses artistas em seus programas, inclusive clubes de futebol podem estar participando deste esquema de roubo cedendo estádios e arenas de futebol para shows e eventos com esses artistas, para faturarem alto e tentarem me prejudicar, discriminar, humilhar e até assassinar ou sequestrar e a minha família, evento que já aconteceu, e vemos que as autoridades e as polícias do Brasil e do mundo se calam diante deste contexto de violência, guerra e roubo, de sequestro de minha consciência por meio de uma ¨linha restrita¨ de ondas de rádio que o tráfico de drogas tem acesso liberado pelo Presidente da República ou pelo Ministro da Defesa ou pelo Ministro da Justiça, ou todos eles, não sei, e que estão utilizando para me sequestrar, torturar, ameaçar e roubar. Peço providências, investigação e Justiça, pois estão roubando toda a minha vida!

 

MATTANÓ

(16/04/2025)

 

 

 

MÚSICAS SATÃNICAS, GNÓSTICAS E APÓCRIFAS QUE ¨FALAM¨ DO AMOR DE DEUS, DE JESUS E DE MARIA (2025):

As músicas satânicas, gnósticas e apócrifas que ¨falam¨ do Amor de Deus, de Jesus e de Maria são aquelas músicas roubadas e feitas sem autorização direta e consensual, documental do criador, Osny Mattanó Júnior, o Amor de Deus, de Jesus e de Maria, pois aquelas músicas feitas sem autorização tornam-se satânicas, gnósticas e apócrifas quando distorcem e alteram a Voz e a mensagem do Amor de Deus, de Jesus e de Maria, colocando intenções de pecadores e de pessoas que não amam a Deus sobre todas as coisas e ao seu próximo como a si mesmo, por isso cantam e tocam músicas e canções satânicas, gnósticas e apócrifas que nada tem a ver com o Evangelho do Amor de Deus, de Jesus e de Maria.

 

MATTANÓ

(16/04/2025)

 

 

 

A PSICANÁLISE É UMA METÁFORA (2025):

Mattanó aponta que a Psicanálise, a Psicanálise Mitológica e a Psicanálise do Amor são metáforas para solução comportamental ou de adaptação comportamental, de substituição de uma realidade ambiental por outra realidade virtual e metafórica, assim como as metáforas Behavioristas de Hayes que utiliza o distanciamento compreensivo em sua técnica de psicoterapia através de metáforas que substituem o comportamento do paciente lhe oferecendo a oportunidade de se auto-observar e intervir através de conscientização da sua realidade que é constituída de três contextos, de literalidade, de dar razões e de controle, passando a discriminar o contexto, porém Mattanó vai além, além do contexto Mattanó possibilita a liberdade para se viver e para se ensinar a viver, onde o paciente não é mais controlado por contextos, mas pela consciência e depois pela sua reorganização inconsciente, consciente, comportamental e subconsciente através da aceitação dessa nova realidade, e compreendendo que a Psicanálise, a Psicanálise Mitológica e a Psicanálise do Amor são uma metáfora e que não precisam controlar você, ou seja, que você tem o controle sobre elas.

 

MATTANÓ

(17/04/2025)

 

 

 

ANATOMIA DA CRIAÇÃO (2025):

Para se descobrir se uma pessoa é heterossexual ou homossexual basta lhe perguntar isso para ela e confiar na sua resposta. Pois a identidade, a orientação e o papel sexual são como um órgão independente que se liga ao resto do organismo, ou seja, é como o fígado ou o coração que tem suas funções específicas e se ligam ao resto do corpo e continuam sendo eles mesmos, independentes de aumentamentos ou acréscimos teóricos que apenas distorcem, por um lado, a imagem e as ações dessa pessoa, e por outro lado, as disposições ou simulações no âmbito sexual sócio-histórico, familiar, doméstico, infantil, inconsciente, comportamental, subconsciente e consciente, cultural, de conhecimento e organizador da sua realidade para enfrentar as exigências e adversidades do meio ambiente que é evolutivo, seletivo e competitivo, ou seja, operante e condicionado.

 

MATTANÓ

(19/04/2025)

 

 

 

 

 

 

As descobertas de Breuer já foram descritas tantas vezes que posso dispensar um exame detalhado das mesmas aqui. O fundamental delas era o fato de que os sintomas de pacientes histéricos baseiam-se em cenas do seu passado que lhes causaram grande impressão mas foram esquecidas (traumas); a terapêutica, nisto apoiada, que consistia em fazê-los lembrar e reproduzir essas experiências num estado de hipnose (catarse); e o fragmento de teoria disto inferido, segundo o qual esses sintomas representavam um emprego anormal de doses de excitação que não haviam sido descarregadas (conversão). Sempre que Breuer, em sua contribuição teórica aos Estudos Sobre a Histeria (1895), referia-se a esse processo de conversão, acrescentava meu nome entre parênteses, como se coubesse a mim a prioridade desta primeira tentativa de avaliação teórica. Creio que, na realidade, esta distinção só se aplica ao termo, e que a concepção nos ocorreu simultaneamente e em conjunto.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que os sintomas de pacientes histéricos baseiam-se em cenas do seu passado que lhes causaram grande impressão mas foram esquecidas (traumas); a terapêutica, nisto apoiada, que consistia em fazê-los lembrar e reproduzir essas experiências num estado de hipnose (catarse); e o fragmento de teoria disto inferido, segundo o qual esses sintomas representavam um emprego anormal de doses de excitação que não haviam sido descarregadas (conversão). Sempre que Breuer, em sua contribuição teórica aos Estudos Sobre a Histeria (1895), referia-se a esse processo de conversão, acrescentava meu nome entre parênteses, como se coubesse a mim a prioridade desta primeira tentativa de avaliação teórica.

Mattanó aponta que os sintomas de pacientes histéricos baseiam-se em cenas do seu passado que lhes causaram grande impressão mas foram esquecidas (traumas); a terapêutica, nisto apoiada, que consistia em fazê-los lembrar e reproduzir essas experiências num estado de hipnose (catarse); e o fragmento de teoria disto inferido, segundo o qual esses sintomas representavam um emprego anormal de doses de excitação que não haviam sido descarregadas (conversão). Sempre que Breuer, em sua contribuição teórica aos Estudos Sobre a Histeria (1895), referia-se a esse processo de conversão, acrescentava meu nome entre parênteses, como se coubesse a mim a prioridade desta primeira tentativa de avaliação teórica. Vemos que Freud cita momentos de sua experiência com Breuer onde vivenciou e ajudou a conduzir os estudos com pacientes histéricos que Breuer tratava.

 

MATTANÓ

(19/04/2025)

 

 

 

É sabido também que depois de Breuer ter feito sua primeira descoberta do método catártico deixou-o de lado durante anos e só veio a retomá-lo por instigação minha, quando de volta dos meus estudos com Charcot. Breuer tinha uma grande clientela que exigia muito dele; quanto a mim, apenas assumira a contragosto a profissão médica, mas tinha naquela época um forte motivo para ajudar as pessoas que sofriam de afecções nervosas ou pelo menos para desejar compreender algo sobre o estado delas. Adotei a fisioterapia, e me senti completamente desanimado com os resultados desapontadores do meu estudo da Elektrotherapie de Erb [1882], que apresentava tantas indicações e recomendações. Se na época não cheguei por conta própria à conclusão que Moebius estabeleceu depois - de que os êxitos do tratamento elétrico em doentes nervosos são efeito de sugestão -, foi, sem dúvida alguma, apenas por causa da total ausência desses prometidos êxitos. O tratamento pela sugestão durante a hipnose profunda, que aprendi através das impressionantes demonstrações de Liébeault e Bernheim, pareciam então oferecer um substituto satisfatório para o malogrado tratamento elétrico. Mas a prática de investigar pacientes em estado hipnótico, com a qual me familiarizou Breuer - prática que combinava um modo de agir automático com a satisfação da curiosidade científica - era, sem dúvida, incomparavelmente mais atraente do que as proibições monótonas e forçadas usadas no tratamento pela sugestão, proibições que criavam um obstáculo a qualquer pesquisa.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que depois de Breuer ter feito sua primeira descoberta do método catártico deixou-o de lado durante anos e só veio a retomá-lo por instigação minha, quando de volta dos meus estudos com Charcot. Adotei a fisioterapia, e me senti completamente desanimado com os resultados desapontadores do meu estudo da Elektrotherapie de Erb [1882], que apresentava tantas indicações e recomendações. O tratamento pela sugestão durante a hipnose profunda, que aprendi através das impressionantes demonstrações de Liébeault e Bernheim, pareciam então oferecer um substituto satisfatório para o malogrado tratamento elétrico. Mas a prática de investigar pacientes em estado hipnótico, com a qual me familiarizou Breuer - prática que combinava um modo de agir automático com a satisfação da curiosidade científica - era, sem dúvida, incomparavelmente mais atraente do que as proibições monótonas e forçadas usadas no tratamento pela sugestão, proibições que criavam um obstáculo a qualquer pesquisa.

Mattanó aponta que depois de Breuer ter feito sua primeira descoberta do método catártico deixou-o de lado durante anos e só veio a retomá-lo por instigação minha, quando de volta dos meus estudos com Charcot. Adotei a fisioterapia, e me senti completamente desanimado com os resultados desapontadores do meu estudo da Elektrotherapie de Erb [1882], que apresentava tantas indicações e recomendações. O tratamento pela sugestão durante a hipnose profunda, que aprendi através das impressionantes demonstrações de Liébeault e Bernheim, pareciam então oferecer um substituto satisfatório para o malogrado tratamento elétrico. Mas a prática de investigar pacientes em estado hipnótico, com a qual me familiarizou Breuer - prática que combinava um modo de agir automático com a satisfação da curiosidade científica - era, sem dúvida, incomparavelmente mais atraente do que as proibições monótonas e forçadas usadas no tratamento pela sugestão, proibições que criavam um obstáculo a qualquer pesquisa. Vemos que Freud discorre sobre sua experiência pessoal com o método catártico de Breuer através de Charcot, mas também nos fala de seus estudos com a fisioterapia que o desanimou e lhe revelou que a sugestão parecia ser o caminho para a ¨cura¨ ou melhora dos seus pacientes, através da hipnose que para Freud foi bastante limitador como método científico, pois era monótono e forçado pela sugestão, um obstáculo a qualquer pesquisa.

 

MATTANÓ

(19/04/2025)

 

 

 

Há pouco tempo nos foi dada uma sugestão - que se propunha representar um dos mais recentes desenvolvimentos da psicanálise -, no sentido de que o conflito do momento e o fator desencadeante da doença devem ser trazidos para o primeiro plano na análise. Ora, isto era exatamente o que Breuer e eu fazíamos quando começamos a trabalhar com o método catártico. Conduzíamos a atenção do paciente diretamente para a cena traumática na qual o sintoma surgira e nos esforçávamos por descobrir o conflito mental envolvido naquela cena, e por liberar a emoção nela reprimida. Ao longo deste trabalho, descobrimos o processo mental, característico das neuroses, que chamei depois de “regressão”. As associações do paciente retrocediam, a partir da cena que tentávamos elucidar, até as experiências mais antigas, e compeliam a análise, que tencionava corrigir o presente, a ocupar-se do passado. Esta regressão nos foi conduzindo cada vez mais para trás; a princípio parecia nos levar regularmente até a puberdade; em seguida, fracassos e pontos que continuavam inexplicáveis levaram o trabalho analítico ainda mais para trás, até os anos da infância que até então permaneciam inacessíveis a qualquer espécie de exploração. Essa direção regressiva tornou-se uma característica importante da análise. Era como se a psicanálise não pudesse explicar nenhum aspecto do presente sem se referir a algo do passado; mais ainda, que toda experiência patogênica implicava uma experiência prévia que, embora não patogênica em si, havia, não obstante, dotado esta última de sua qualidade patogênica. Entretanto, a tentação de limitar a atenção ao fator desencadeante conhecido, do momento, era tão forte que, mesmo em análises posteriores, cedi a ela. Na análise da paciente a quem dei o nome de “Dora” [1905e], realizada em 1899, tive conhecimento da cena que ocasionou a irrupção da doença daquele momento. Tentei inúmeras vezes submeter essa experiência à análise, mas nem mesmo exigências diretas conseguiram da paciente mais que a mesma descrição pobre e incompleta. Só depois de ter sido feito um longo desvio, que a levou de volta à mais tenra infância, surgiu um sonho que, ao ser analisado, lhe trouxe à mente detalhes daquela cena, até então esquecidos, e assim uma compreensão e solução do conflito do momento tornaram-se possíveis.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que conduzíamos a atenção do paciente diretamente para a cena traumática na qual o sintoma surgira e nos esforçávamos por descobrir o conflito mental envolvido naquela cena, e por liberar a emoção nela reprimida. Ao longo deste trabalho, descobrimos o processo mental, característico das neuroses, que chamei depois de “regressão”. As associações do paciente retrocediam, a partir da cena que tentávamos elucidar, até as experiências mais antigas, e compeliam a análise, que tencionava corrigir o presente, a ocupar-se do passado. Esta regressão nos foi conduzindo cada vez mais para trás; a princípio parecia nos levar regularmente até a puberdade; em seguida, fracassos e pontos que continuavam inexplicáveis levaram o trabalho analítico ainda mais para trás, até os anos da infância que até então permaneciam inacessíveis a qualquer espécie de exploração. Essa direção regressiva tornou-se uma característica importante da análise. Era como se a psicanálise não pudesse explicar nenhum aspecto do presente sem se referir a algo do passado; mais ainda, que toda experiência patogênica implicava uma experiência prévia que, embora não patogênica em si, havia, não obstante, dotado esta última de sua qualidade patogênica.

Mattanó aponta que conduzíamos a atenção do paciente diretamente para a cena traumática na qual o sintoma surgira e nos esforçávamos por descobrir o conflito mental envolvido naquela cena, e por liberar a emoção nela reprimida. Ao longo deste trabalho, descobrimos o processo mental, característico das neuroses, que chamei depois de “regressão”. As associações do paciente retrocediam, a partir da cena que tentávamos elucidar, até as experiências mais antigas, e compeliam a análise, que tencionava corrigir o presente, a ocupar-se do passado. Esta regressão nos foi conduzindo cada vez mais para trás; a princípio parecia nos levar regularmente até a puberdade; em seguida, fracassos e pontos que continuavam inexplicáveis levaram o trabalho analítico ainda mais para trás, até os anos da infância que até então permaneciam inacessíveis a qualquer espécie de exploração. Essa direção regressiva tornou-se uma característica importante da análise. Era como se a psicanálise não pudesse explicar nenhum aspecto do presente sem se referir a algo do passado; mais ainda, que toda experiência patogênica implicava uma experiência prévia que, embora não patogênica em si, havia, não obstante, dotado esta última de sua qualidade patogênica. Vemos que Freud continuou suas pesquisas e que assim modificou seu método de tratamento indo para a regressão através das associações do paciente que retrocediam cada vez mais, para mais longe, para instâncias mais primitivas de sua infância.

 

MATTANÓ

(19/04/2025)

 

 

 

 

O PODER DO UNIVERSO (2025):

Talvez as autoridades jamais anunciem que fomos visitados por extraterrestres, mas por seres evoluídos da nossa própria espécie, a Homo Sapiens, mas do futuro, que podem realizar viagens no tempo e no espaço com tecnologias superiores e até com um cérebro muito mais evoluído, pois eu mesmo já perguntei para esses seres em Cambé, no Brasil, de que planeta eles são ou vieram, e eles desenharam no céu o número ¨3¨, indicando que são e vieram do planeta número ¨3¨, ou seja, o planeta Terra; outras indicações de que podem ser do futuro é que esses seres do futuro realizam profecias e segredos ou mensagens e avisos em forma verbal, telepática ou de sinais, por exemplo, em desenhos em nuvens, indicando como será o futuro e não se importam tanto se estão ou não controlando as pessoas deste mundo, o que me parece indicar que são de outro tempo e de outro espaço, pois o atual pouco lhes importa, ficam apenas realizando experiências científicas conosco e com outros seres vivos, mas os frutos dessas experiências científicas nunca temos acesso, ou seja, não nos beneficiam, talvez porque são de outro tempo e de outro espaço, caso contrário acabaríamos descobrindo o que eles estão fazendo, pesquisando, destruindo, criando, alterando e/ou contribuindo para este mundo, pois temos como fazer isto. Por isso, alienígenas ou seres extraterrestres não existem, mas sim seres mais evoluídos da nossa própria espécie que teve que evoluir, ser seletiva e competir para sobreviver e se reproduzir diante das mudanças, adversidades e exigências do meio ambiente.

 

MATTANÓ

(20/04/2025)

 

 

 

O PODER DO UNIVERSO (2025):

Podemos especular que os homossexuais de hoje ou a comunidade de LGBTQIAPN+ significam o que significavam os antigos Vodum que eram uma prática religiosa de nossos antigos ancestrais que envolvia ritos de feitiçaria e magia como bonecos que representavam o alvo de suas práticas religiosas, então os homossexuais ou a comunidade de LGBTQIAPN+ substituiu e se transformou numa revisão secundária desses antigos Vodum adquirindo forma ou Gestalt e insight além de organização perceptiva que fundamentasse essa prática através da semelhança, proximidade dos pontos e elementos, continuidade e figura/fundo que nos lembra por associação os bonecos da prática de Vodum, além da sua utilidade que é servir para descarga de agressividade, hostilidade, abandono, negligência, crueldade e violência, além de escravidão e tráfico, seja de humanos, de escravos, de drogas ou de sexo, assim como na maioria dos casos de relações com homossexuais e LGBTQIAPN+. Eis que o Vodum reforçava estas práticas em suas tribos, comunidades e sociedades, excluindo aqueles que os ritos e os mitos desclassificavam ou ditavam os seus destinos, do mesmo jeito que o conteúdo recalcado é capaz de operar hoje em dia em nossas relações.

 

MATTANÓ

(21/04/2025)

 

 

O PODER DO UNIVERSO (2025):

Qual a relevância das políticas contra o clima extremo? Diremos que é de educar e formar através da educação e do trabalho em escolas, empresas, organizações, instituições, universidades, igrejas, comércios, atividades recreativas, através da saúde, etc., indivíduos com uma cultura, consciência, conhecimento e uma preparação para formar e lidar com a realidade que é construída a partir da sua experiência de vida, da sua história de vida infantil, doméstica e familiar, recalcada e inconsciente que por sua vez mantêm padrões comportamentais, subconscientes e conscientes que se transformam no movimento do tempo e do espaço ou do clima que merece a nossa atenção, tanto quanto o nosso inconsciente, o nosso comportamento, subconsciente e a nossa consciência, pois é uma resposta as mudanças causadas pela ação do homem sobre o meio ambiente, significando que nossa autopreservação está perdendo para nossa autodestruição e para a pulsão de morte que vem sendo superior a pulsão de vida, que não estamos tendo noção de limites comportamentais, talvez em função do desenvolvimento de nosso imaginário e do nosso simbólico que fazem da mente inconsciente um trampolim para grandes viagens, muitas delas sem segurança, como esta que provoca o clima extremo. É a consciência através da cultura, do conhecimento e da realidade e nunca através do prazer que nos libertará de nós mesmos e de nossa autodestruição e das suas consequências, como o clima extremo!

 

MATTANÓ

(21/04/2025)

 

 

 

 

Este único exemplo mostra quanto desacerto havia na sugestão acima referida e que grau de regressão científica representaria o abandono, por ela proposto, da regressão na técnica analítica.

Minha primeira divergência com Breuer surgiu de uma questão relativa ao mecanismo psíquico mais apurado da histeria. Ele dava preferência a uma teoria que, se poderia dizer, ainda era até certo ponto fisiológica; tentava explicar a divisão mental nos pacientes histéricos pela ausência de comunicação entre vários estados mentais (“estados de consciência”, como os chamávamos naquela época), e construiu então a teoria dos “estados hipnóides” cujos produtos se supunham penetrar na “consciência desperta” como corpos estranhos não assimilados. Eu via a questão de forma menos científica; parecia discernir por toda parte tendências e motivos análogos aos da vida cotidiana, e encarava a própria divisão psíquica como o efeito de um processo de repulsão que naquela época denominei de “defesa”, e depois de “repressão”. Fiz uma tentativa efêmera de permitir que os dois mecanismos existissem lado a lado separados um do outro, mas como a observação me mostrava sempre uma única e mesma coisa, dentro de pouco tempo minha teoria da “defesa” passou a se opor à teoria “hipnóide” de Breuer.

Estou bem certo, contudo, de que esta oposição entre os nossos pontos de vista nada teve que ver com o rompimento de nossas relações que se seguiu pouco depois. Este teve causas mais profundas, mas ocorreu de forma tal que de início não o compreendi; só depois é que, através de claras indicações, pude interpretá-lo. Como se sabe, Breuer disse de sua primeira e famosa paciente que o elemento de sexualidade estava surpreendentemente não desenvolvido nela e que em nada contribuíra para o riquíssimo quadro clínico do caso. Sempre fiquei a imaginar por que os críticos não citam com mais freqüência esta afirmação de Breuer como argumento contra minha alegação referente à etiologia sexual das neuroses, e até hoje não sei se devo considerar a omissão como prova de tato ou de descuido da parte deles. Quem quer que leia agora a história do caso de Breuer à luz dos conhecimentos adquiridos nos últimos vinte anos, perceberá, de imediato, o simbolismo nele existente - as cobras, o enrijecimento, a paralisia do braço - e, levando em conta a situação da jovem à cabeceira do pai enfermo, facilmente chegará à verdadeira interpretação dos sintomas; a opinião do leitor sobre o papel desempenhado pela sexualidade na vida mental da paciente será, portanto, bem diferente daquela do seu médico. No tratamento desse caso, Breuer usou, para com a paciente, de um rapport sugestivo muito intenso, que nos poderá servir como um perfeito protótipo do que chamamos hoje de “transferência”. Tenho agora fortes razões para suspeitar que, depois de ter aliviado todos os sintomas de sua cliente, Breuer deve ter descoberto por outros indícios a motivação sexual dessa transferência, mas que a natureza universal deste fenômeno inesperado lhe escapou, resultando daí que, como se tivesse sido surpreendido por um “fato inconveniente”, ele tenha interrompido qualquer investigação subseqüente. Breuer nunca me falou isso assim, mas me disse o bastante em diferentes ocasiões para justificar esta minha reconstituição do acontecido. Quando depois comecei, cada vez com mais persistência, a chamar a atenção para a significação da sexualidade na etiologia das neuroses, ele foi o primeiro a manifestar a reação de desagrado e repúdio que posteriormente iria tornar-se tão familiar a mim, mas que naquela ocasião eu não tinha ainda aprendido a reconhecer como meu destino inexorável.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que seus estudos com Breuer levaram-no a adquirir conhecimento sobre a etiologia das neuroses que Breuer descartou e desconsiderou em seus estudos e trabalhos, reservando-se a hipnose criando uma teoria hipnóide, enquanto que Freud chamou-a de teoria da ¨defesa¨ e depois de repressão essa atenção para a significação da sexualidade na etiologia das neuroses, causando desagrado e repúdio em Breuer, contudo marcando o destino de Freud.

Mattanó aponta que seus estudos com Breuer levaram-no a adquirir conhecimento sobre a etiologia das neuroses que Breuer descartou e desconsiderou em seus estudos e trabalhos, reservando-se a hipnose criando uma teoria hipnóide, aqui Freud adquire conhecimento, cultura, consciência e realidade para caminhar com suas próprias ideias e opiniões que se transformaram em teorias, uma teoria da ¨defesa¨ que depois passou a ser chamada de repressão, contudo o método de Breuer limitava a investigação científica através da hipnose, enquanto que Freud chamou a atenção para a significação da sexualidade na etiologia das neuroses, pois foi percebendo um simbolismo, como as cobras, o enrijecimento, a paralisia do braço, que levava a interpretação desses sintomas para a significação da sexualidade causando desagrado e repúdio em Breuer, contudo marcando o destino de Freud.

 

MATTANÓ

(24/04/2025)

 

 

 

 

 

O surgimento da transferência sob forma francamente sexual - seja de afeição ou de hostilidade -, no tratamento das neuroses, apesar de não ser desejado ou induzido pelo médico nem pelo paciente, sempre me pareceu a prova mais irrefutável de que a origem das forças impulsionadoras da neurose está na vida sexual. A este argumento nunca foi dado o grau de atenção que ele merece, pois se isso tivesse acontecido, as pesquisas neste campo não deixariam nenhuma outra conclusão em aberto. No que me diz respeito, este argumento continua a ser decisivo, mas decisivo mesmo do que qualquer das descobertas mais específicas do trabalho analítico.

O consolo que tive em face da reação negativa provocada, mesmo no meu círculo de amigos mais íntimos, pelo meu ponto de vista de uma etiologia sexual nas neuroses - pois formou-se rapidamente um vácuo em torno de mim -, foi o pensamento de que estava assumindo a luta por uma idéia nova e original. Mas, um belo dia, vieram-me à mente certas lembranças que perturbaram esta idéia agradável, mas que, por outro lado, me proporcionaram uma percepção (insight) valiosa dos processos da atividade criativa humana e da natureza dos conhecimentos humanos. A idéia pela qual eu estava me tornando responsável de modo algum se originou em mim. Fora-me comunicada por três pessoas cujos pontos de vista tinham merecido meu mais profundo respeito - o próprio Breuer, Charcot e Chrobak, o ginecologista da universidade, talvez o mais eminente de todos os nossos médicos de Viena. Esses três homens me tinham transmitido um conhecimento que, rigorosamente falando, eles próprios não possuíam. Dois deles, mais tarde, negaram tê-lo feito quando lhes lembrei o fato; o terceiro (o grande Charcot) provavelmente teria feito o mesmo se me tivesse sido dado vê-lo novamente. Mas essas três opiniões idênticas, que ouvira sem compreender, tinham ficado adormecidas em minha mente durante anos, até que um dia despertaram sob a forma de uma descoberta aparentemente original.

Um dia, quando eu era ainda um jovem médico residente, passeava com Breuer pela cidade, quando se aproximou de nós um homem que evidentemente desejava falar-lhe com urgência. Deixei-me ficar para trás. Logo que Breuer ficou livre, contou-me com seu jeito amistoso e instrutivo que aquele homem era marido de uma paciente sua e que lhe trouxera algumas notícias a respeito dela. A esposa, acrescentou, comportava-se de maneira tão peculiar em sociedade que lhe fora levada para tratamento como um caso de doença nervosa. Concluiu ele: “Estas coisas são sempre “secrets d’alcôve!” Perguntei-lhe assombrado o que queria dizer e respondeu explicando-me o termo alcôve (“leito conjugal”), pois não se deu conta de quão extraordinário o assunto de sua declaração me parecia.

Alguns anos depois, numa recepção em casa de Charcot, aconteceu-me estar de pé perto do grande mestre no momento em que ele parecia estar contando a Brouardel uma história muito interessante sobre algo que me ocorrera durante o trabalho do dia. Mal ouvi o início, mas pouco a pouco minha atenção foi-se prendendo ao que ele dizia: um jovem casal de um país distante do Oriente - a mulher, um caso de doença grave, o homem impotente ou excessivamente desajeitado. “Tâchez donc”, ouvi Charcot repetindo, “jê vous assure, vous y arriverez”. Brouardel, que falava mais baixo, deve ter externado o seu espanto de que sintomas como os da esposa pudessem ter sido produzidos por tais circunstâncias, pois Charcot de súbito irrompeu com grande animação: “Mais, dans des cas pareils, c’est toujours la chose génitale, toujours… toujours… toujours”; e cruzou os braços sobre o estômago, abraçando-se a si mesmo e pulando para cima e para baixo na ponta dos pés várias vezes com a animação que lhe era característica. Sei que por um momento fiquei quase paralisado de assombro e disse para mim mesmo: “Mas se ele sabe disso, por que não diz nunca?”. Mas a impressão logo foi esquecida; a anatomia do cérebro e a indução experimental de paralisias histéricas absorviam todo o meu interesse.

Um ano depois, iniciara a minha carreira médica em Viena como professor-adjunto de doenças nervosas, e em relação a tudo o que dizia respeito à etiologia das neuroses ainda era tão ignorante e inocente quanto se poderia esperar de um aluno promissor recém-saído de uma universidade. Certo dia, recebi um recado simpático de Chrobak, pedindo-me que visse uma cliente sua a quem não podia dedicar o tempo necessário, por causa de sua recente nomeação para o cargo de professor universitário. Cheguei à casa da cliente antes dele e verifiquei que ela sofria de acessos de ansiedade sem sentido, e só conseguia se acalmar com informações precisas de onde se encontrava o seu médico a cada momento do dia. Quando Chrobak chegou, levou-me a um canto e me disse que a ansiedade da paciente era devida ao fato de que, embora estivesse casada há dezoito anos, ainda era virgo intacta. O marido era absolutamente impotente. Nesses casos, disse ele, o médico nada podia fazer a não ser resguardar esta infelicidade doméstica com sua própria reputação, e resignar-se quando as pessoas dessem de ombros e dissessem dele: “Não vale nada se não pode curá-la depois de tantos anos”. A única receita para essa doença acrescentou, nos é bastante familiar, mas não podemos prescrevê-la. É a seguinte:

                                   “R. Penis normalis dosim repetatur!”

Jamais ouvira tal receita, e tive vontade de fazer ver ao meu protetor que eu reprovava o seu cinismo.

Não revelei a paternidade ilustre desta idéia escandalosa com o intuito de atribuir a outros a responsabilidade dela. Dou-me conta muito bem de que uma coisa é externar uma idéia uma ou duas vezes sob a forma de um aperçu passageiro, e outra bem diferente é levá-la a sério, tomá-la ao pé da letra e persistir nela, apesar dos detalhes contraditórios, até conquistar-lhe um lugar entre as verdades aceitas.

É a diferença entre um flerte fortuito e um casamento legal com todos os seus deveres e dificuldades. “Épouser les idées de…” não é uma figura de linguagem pouco comum, pelo menos em francês.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que suas ideias originaram-se da educação que ganhou de três grandes formadores, eles, Breuer, Charcot e Chrobak, os três assinalaram que os males do comportamento provêm do relacionamento conjugal, então Freud concluiu que existem diferenças entre um flerte fortuito e um casamento legal com todos os seus deveres e dificuldades, indicando que estes problemas se transformam através da conversão em sintomas e reproduzem o conteúdo recalcado do inconsciente da paciente.

Mattanó aponta que as ideias de Freud originaram-se da educação que ele ganhou de três grandes formadores, eles, Breuer, Charcot e Chrobak, os três assinalaram que os males do comportamento provêm do relacionamento conjugal, então Freud concluiu que existem diferenças entre um flerte fortuito e um casamento legal com todos os seus deveres e dificuldades, indicando que estes problemas se transformam através da conversão em sintomas e reproduzem o conteúdo recalcado do inconsciente da paciente, e que esses sintomas possuem significados e sentidos, uma história doméstica, familiar e infantil marcada em seu inconsciente.

 

MATTANÓ

(29/04/2025)

 

 

 

 

HISTÓRIA DA SEXUALIDADE CRISTÃ (2025):

É através da História da Sexualidade Cristã que poderemos desenvolver especulações, teorias e práticas melhores sobre a Biologia Cristã, pois ambas estão entrelaçadas, já que a sexualidade depende de um corpo biológico com órgão, estruturas e hormônios que façam a sexualidade se tornar realidade e operante comportamentalmente, além de inconscientemente, cognitivamente, moralmente e socialmente. A História da Sexualidade Cristã visa mapear o caminho da sexualidade, desde sua criação ou gênese com Adão e Eva que substituem inconscientemente o primeiro homem e a primeira mulher Homo Sapiens no processo evolutivo, seletivo e competitivo deste mundo. Mapeando sua ingenuidade e sua malícia através dos vestígios e indícios arqueológicos, como a Sagrada Escritura e os textos apócrifos, por exemplo, e também os textos mais antigos de outras religiões Cristãs, construindo assim um mapa da História da Sexualidade Cristã que nos influencia até os dias de hoje, permitindo-nos ter consciência dos eventos mantenedores e formadores da nossa realidade atual através da nossa consciência, cultura e conhecimento.

 

MATTANÓ

(05/05/2025)

 

 

HISTÓRIA DA INTIMIDADE CRISTÃ (2025):

É através do estudo da História da Intimidade Cristã que podemos investigar, analisar e ter conhecimento especulativo, teórico e prático sobre a História da Intimidade Cristã, desde sua concepção ou Criação com Adão e Eva ou o primeiro homem e a primeira mulher durante a evolução das espécies e a concepção do Homo Sapiens que teve que ser seletivo e competitivo para poder reproduzir e sobreviver num meio ambiente exigente e adverso. A intimidade torna-se assim ferramenta para a evolução, seleção e competição entre espécies diferentes e indivíduos da mesma espécie. O estudo da História da Intimidade Cristã conta com o auxílio da arqueologia que nos auxilia com a investigação dos restos, indícios e vestígios deixados e encontrados nos sítios arqueológicos do mundo inteiro que se referem aos padrões comportamentais, morais, sexuais e sociais de intimidade do Homo Sapiens, que incluem textos Bíblicos e a própria Sagrada Escritura. Poderemos assim construir e elaborar um mapa da História da Intimidade Cristã para nos revelar que a intimidade tem sua própria história, surgimento, desenvolvimento e como qualquer outro evento comportamental, pode ter o seu fim, extinção ou apocalipse, se renovando, se transformando como comportamento, influência inconsciente, moral, sexual, social, cognitiva, trabalhista, escolar, esportiva, religiosa, espiritual, lúdica, de vida vivida, de vida representada e subconsciente, e que a intimidade depende diretamente do estímulo ambiental e do seu significado e do seu sentido para que adquira forma, simulação cerebral ou virtual e depois, comportamento e consequências, que manterão este comportamento. Quando a intimidade é violada por paranormalidade e telepatia, o estímulo ambiental e o seu significado e sentido adquirem forma, simulação cerebral ou virtual e depois se transformam em comportamento, se este for o desejo do indivíduo ¨telepath¨, porém outro evento ocorre, acontece a exibição inconsciente, pois o ¨telepath¨ não tem controle consciente sobre seu comportamento paranormal e telepático, por isso é inconsciente e involuntário, autônomo e cerebral, e essa exibição passa ser reforçada quando entra como comunicação inconsciente, se transformando em comportamento autônomo e simulador, que passa a ser consequência que mantêm esse comportamento. O problema está naquele que controla e comanda a exibição paranormal e telepática do comportamento e não na cadeia comportamental.

 

MATTANÓ

(05/05/2025)

 

 

 

 

DENÚNCIA DE NEGLIGÊNCIA E IMPERÍCIA (2025):

Sempre que realizamos atos falhos, esquecimentos e lapsos de linguagem, chistes, piadas, humor, charges, caricaturas, delírios, alucinações, alterações do pensamento, ficamos hostis, agressivos, nos isolamos socialmente, ficamos pobres em nossa linguagem, temos problemas ou transtornos sexuais e afetivos, ganhamos massa e passamos a ficar obesos, ficamos deprimidos e em pânico, ficamos estressados ou com medo, inveja, ciúme, raiva, ódio ou amor por alguém sentimos a necessidade de nos comportar para elaborar o que sentimos e pensamos, tanto conscientemente, quanto inconscientemente e subconscientemente, pois há uma funcionalidade em todos estes eventos que nos ensina que cada R resposta é função de um S estímulo e essa R resposta causa C consequência(s), ou seja, existe um padrão de S – R – C, estímulo – resposta – consequência que se reproduz autonomamente, ou seja, que é cerebral. Em função disto, leis que punem pensamentos e estados de consciência ou o mundo virtual e a realidade virtual, mesmo que a topográfica coclear ou auditiva e a topográfica visual, se tornam leis abusivas e incoerentes com o funcionamento do nosso corpo e do nosso cérebro que é autônomo e funciona segundo uma funcionalidade que determina que tudo tem uma sequência de S – R – C, estímulo – resposta – consequência em sua organização, funcionamento e elaboração, tanto consciente, quanto inconsciente, comportamental e subconsciente. Se você seleciona o S estímulo ou a R reposta ou a C consequência sem relacioná-los em sua cadeia de eventos funcionais você não consegue compreende-los e eles ficam ininteligíveis, até quando estudamos e analisamos o mundo virtual e a realidade virtual, sem a cadeia de eventos funcionais nada concluímos satisfatoriamente, ou seja, necessitamos descarregar nossas energias ou catexias que se formam e se acumulam através de nossas cadeias de eventos funcionais e não no impossível, que apenas num estímulo, numa resposta ou numa consequência, para que tenhamos poder e consciência para formar e compreender cognitivamente seus significados e sentidos, pois o que nos preocupa e incomoda causando desconforto são sempre os significados e os sentidos dos objetos e das relações, dos estímulos e da sua funcionalidade, estado de eventos que acumulamos em nosso cérebro, em nosso mapa cognitivo como aprendizagem, cultura, consciência, conhecimento e realidade. É impossível o cérebro se silenciar como propõem esses Psicólogos do Judiciário que investem nessa abordagem criminal do mundo virtual e da realidade virtual, do mapa cognitivo e dos caminhos cognitivos, pois o cérebro só se silencia na morte como vemos nos Hospitais quando os instrumentos clínicos indicam morte cerebral, fora disto o cérebro continua trabalhando, nem que seja nas e.q.m. (experiências quase morte), por exemplo, ou em coma, nos casos mais complexos e graves. O cérebro enquanto permanece vivo não se silencia!

 

MATTANÓ

(11/05/2025)

 

 

 

SOBRE A LAVAGEM CEREBRAL (2025):

Na lavagem cerebral o inconsciente pode ser trabalhado através da consciência e do comportamento, ressignificando-o de modo atualizado e realizador, mesmo que intermitente em sua continuidade, ou seja, apoiando-se em reconstruções por meio da atenção e da intenção, do tempo e da eternidade, da liberdade para viver e para se aprender a viver por meio da consciência, da cultura, do conhecimento e da realidade.

 

MATTANÓ

(13/05/2025)

 

 

A VIDA ANÍMICA PODE SUBSTITUIR A PSICOTERAPIA SE FOR INTELIGENTE E CONSCIENTE (2025):

Podemos lidar com a educação da vida anímica aprendendo a deixar viver e a deixar ensinar a viver para que o indivíduo com seu cérebro e sua consciência adquira uma realidade, cultura e conhecimento capazes de guia-lo pelo mundo afora e diante de suas necessidades, interesses, motivações e habilidades inconscientes, comportamentais, conscientes, subconscientes, vividas e representadas, dotando o indivíduo de repertório comportamental para agir, pensar, sentir e se comportar, não segundo um desvio padrão que indique o que é normal, mas segundo o seu potencial e o seu repertório comportamental, sem preconceitos e sem estigmas, sem formas de discriminação, mas ampliando o mapa do que chamamos de indivíduos normais, e descobrindo que a normalidade é apenas um conceito ou uma forma de pensar e de se comportar, de interpretar a realidade e o mundo ao seu redor, seu passado, presente e futuro. Não falo apenas de psicoterapia ou psicanálise, mas também de comportamento institucional, de como devemos nos comportar com nossas famílias, colegas de escola e de trabalho, de religião, de esporte, de cultura, de afetividade, de internamento hospitalar, de tratamento médico ou de saúde, de liberdade, de transporte e de locomoção, de patrimônio, de justiça, de política, de segurança, de alimentação, de necessidades fisiológicas ou básicas, de amor e de garantia, de estabilidade, de promoção, de intimidade e de privacidade, de crise final, de demência, degeneração ou generosidade e de cidadania, de bem-estar bio-psico-social, filosófico, matemático, físico, econômico, espiritual, paranormal, sobrenatural e cósmico. Eis então que podemos utilizar a vida anímica como forma de educação para substituir a psicoterapia e a psicanálise como forma de tratamento se o indivíduo for inteligente e consciente, e se for lúcido, capaz de compreender a realidade, o conhecimento, a cultura e a consciência teórica e prática, pois o cérebro só se silencia com a morte cerebral, ou seja, só para de funcionar e de produzir respostas corretas e erradas no mundo encoberto, incluindo lapsos de linguagem, atos falhos, esquecimentos, niilismos, chistes, piadas, humor, caricaturas e charges, equivalências de estímulos, aprendizagem, quadros relacionais, recuperação espontânea de comportamentos, comportamento verbal autoclítico, entropia e neguentropia, gestalts, organização perceptiva da consciência, insights, e também através da paranormalidade e do mundo sobrenatural que produzem respostas certas e erradas, pois o indivíduo não possui controle dos eventos e nem da sua funcionalidade que pode parecer bastante motivada por superstições, que compõem os totens e tabus, a mágica, a bruxaria e a feitiçaria. Representando a impotência do homem diante destes eventos e do seu conhecimento que é cerebral, assim como esses eventos que são hiperestésicos, dotando o homem de sensibilidade capaz de operar tais eventos, agora comportamentais e parte da sua realidade, devido as conquistas da ciência que se propõe a estuda-los e explica-los.

 

MATTANÓ

(13/05/2025)

 

 

 

 

 

Entre os outros novos fatores que foram acrescentados ao processo catártico como resultado de meu trabalho e que o transformou em psicanálise, posso mencionar em particular a teoria da repressão e da resistência, o reconhecimento da sexuaidade infantil e a interpretação e exploração de sonhos como fonte de conhecimento do inconsciente.

A teoria da repressão sem dúvida alguma ocorreu-me independentemente de qualquer outra fonte; não sei de nenhuma impressão externa que me pudesse tê-la sugerido, e por muito tempo imaginei que fosse inteiramente original, até que Otto Rank (1911a) nos mostrou um trecho da obra de Schopenhauer World as Will and Idea na qual o filósofo procura dar uma explicação da loucura. O que ele diz sobre a luta contra a aceitação da parte dolorosa da realidade coincide tão exatamente com o meu conceito de repressão que, mais uma vez, devo a chance de fazer uma descoberta ao fato de não ser uma pessoa muito lida. Entretanto, outros leram o trecho e passaram por ele sem fazer essa descoberta e talvez o mesmo tivesse acontecido a mim se na juventude tivesse tido mais gosto pela leitura de obras filosóficas. Em anos posteriores, neguei a mim mesmo o enorme prazer da leitura das obras de Nietzsche, com o propósito deliberado de não prejudicar, com qualquer espécie de idéias antecipatórias, a elaboração das impressões recebidas na psicanálise. Tive, portanto, de me preparar - e com satisfação - para renunciar a qualquer pretensão de prioridade nos muitos casos em que a investigação psicanalítica laboriosa pode apenas confirmar as verdades que o filósofo reconheceu por intuição.

A teoria da repressão é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanálise. É a parte mais essencial dela e todavia nada mais é senão a formulação teórica de um fenômeno que pode ser observado quantas vezes se desejar se se empreende a análise de um neurótico sem recorrer a hipnose. Em tais casos encontra-se uma resistência que se opõe ao trabalho da análise e, a fim de frustrá-lo, alega falha de memória. O uso da hipnose ocultava essa resistência; por conseguinte, a história da psicanálise propriamente dita só começa com a nova técnica que dispensa a hipnose. A consideração teórica, decorrente da coincidência dessa resistência com uma amnésia, conduz inevitavelmente ao princípio da atividade mental inconsciente, peculiar à psicanálise, e que também a distingue muito nitidamente das especulações filosóficas em torno do inconsciente. Assim talvez se possa dizer que a teoria da psicanálise é uma tentativa de explicar dois fatos surpreendentes e inesperados que se observam sempre que se tenta remontar os sintomas de um neurótico a suas fontes no passado: a transferência e a resistência. Qualquer linha de investigação que reconheça esses dois fatos e os tome como ponto de partida de seu trabalho tem o direito de chamar-se psicanálise, mesmo que chegue a resultados diferentes dos meus. Mas quem quer que aborde outros aspectos do problema, evitando essas duas hipóteses, dificilmente poderá escapar à acusação de apropriação indébita por tentativa de imitação, se insistir em chamar-se a si próprio de psicanalista. Eu me oporia com maior ênfase a quem procurasse colocar a teoria da repressão e da resistência entre as premissas da psicanálise em vez de colocá-las entre as suas descobertas. Essas premissas, de natureza psicológica e biológica geral, na verdade existem e seria útil considerá-las em outra ocasião; mas a teoria da repressão é um produto do trabalho psicanalítico, uma inferência teórica legitimamente extraída de inúmeras observações.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que a teoria da repressão é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanálise. É a parte mais essencial dela e todavia nada mais é senão a formulação teórica de um fenômeno que pode ser observado quantas vezes se desejar se se empreende a análise de um neurótico sem recorrer a hipnose. Em tais casos encontra-se uma resistência que se opõe ao trabalho da análise e, a fim de frustrá-lo, alega falha de memória. O uso da hipnose ocultava essa resistência; por conseguinte, a história da psicanálise propriamente dita só começa com a nova técnica que dispensa a hipnose. A consideração teórica, decorrente da coincidência dessa resistência com uma amnésia, conduz inevitavelmente ao princípio da atividade mental inconsciente, peculiar à psicanálise, e que também a distingue muito nitidamente das especulações filosóficas em torno do inconsciente. Assim talvez se possa dizer que a teoria da psicanálise é uma tentativa de explicar dois fatos surpreendentes e inesperados que se observam sempre que se tenta remontar os sintomas de um neurótico a suas fontes no passado: a transferência e a resistência.

Mattanó aponta que a teoria da repressão é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanálise. É a parte mais essencial dela e todavia nada mais é senão a formulação teórica de um fenômeno que pode ser observado quantas vezes se desejar se se empreende a análise de um neurótico sem recorrer a hipnose. Em tais casos encontra-se uma resistência que se opõe ao trabalho da análise e, a fim de frustrá-lo, alega falha de memória. O uso da hipnose ocultava essa resistência; por conseguinte, a história da psicanálise propriamente dita só começa com a nova técnica que dispensa a hipnose. A consideração teórica, decorrente da coincidência dessa resistência com uma amnésia, conduz inevitavelmente ao princípio da atividade mental inconsciente, peculiar à psicanálise, e que também a distingue muito nitidamente das especulações filosóficas em torno do inconsciente. Assim talvez se possa dizer que a teoria da psicanálise é uma tentativa de explicar dois fatos surpreendentes e inesperados que se observam sempre que se tenta remontar os sintomas de um neurótico a suas fontes no passado: a transferência e a resistência. Vemos que a teoria da repressão constrói significados e sentidos característicos quando ela ocorre, quando ocorre a resistência, quando ocorre a amnésia e a atividade mental inconsciente, e a transferência desse conteúdo inconsciente para o psicanalista.

 

MATTANÓ

(14/05/2025)

 

 

 

 

 

Outro produto dessa espécie foi a hipótese da sexualidade infantil. Isto, porém, foi feito numa data muito ulterior. Nos primeiros dias da investigação experimental pela análise, não se pensou em tal coisa. De início, observou-se apenas que os efeitos das experiências presentes tinham de ser remontados a algo no passado. Mas os investigadores geralmente encontram mais do que procuram. Fomos puxados cada vez mais para o passado; esperávamos poder parar na puberdade, período ao qual se atribui tradicionalmente o despertar dos impulsos sexuais. Mas em vão; as pistas conduziam ainda mais para trás, à infância e aos seus primeiros anos. No caminho, tivemos de superar uma idéia errada que poderia ter sido quase fatal para a nova ciência. Influenciados pelo ponto de vista de Charcot quanto à origem traumática da histeria, estávamos de pronto inclinados a aceitar como verdadeiras e etiologicamente importantes as declarações dos pacientes em que atribuíam seus sintomas a experiências sexuais passivas nos primeiros anos da infância - em outras palavras, à sedução. Quando essa etiologia se desmoronou sob o peso de sua própria improbabilidade e contradição em circunstâncias definitivamente verificáveis, ficamos, de início, desnorteados. A análise nos tinha levado até esses traumas sexuais infantis pelo caminho certo e, no entanto, eles não eram verdadeiros. Deixamos de pisar em terra firme. Nessa época, estive a ponto de desistir por completo do trabalho, exatamente como meu estimado antecessor, Joseph Breuer, quando fez sua descoberta indesejável. Talvez tenha perseverado apenas porque já não tinha outra escolha e não podia então começar uma outra coisa. Por fim, veio a reflexão de que, afinal de contas, não se tem o direito de desesperar por não ver confirmadas as próprias expectativas; deve-se fazer uma revisão dessas expectativas. Se os pacientes histéricos remontam seus sintomas e traumas que são fictícios, então o fato novo que surge é precisamente que eles criam tais cenas na fantasia, e essa realidade psíquica precisa ser levada em conta ao lado da realidade prática. Essa reflexão foi logo seguida pela descoberta de que essas fantasias destinavam-se a encobrir a atividade auto-erótica dos primeiros anos de infância, embelezá-la e elevá-la a um plano mais alto. E agora, de detrás das fantasias, toda a gama da vida sexual da criança vinha à luz.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica a hipótese da sexualidade infantil.  Por fim, veio a reflexão de que, afinal de contas, não se tem o direito de desesperar por não ver confirmadas as próprias expectativas; deve-se fazer uma revisão dessas expectativas. Se os pacientes histéricos remontam seus sintomas e traumas que são fictícios, então o fato novo que surge é precisamente que eles criam tais cenas na fantasia, e essa realidade psíquica precisa ser levada em conta ao lado da realidade prática. Essa reflexão foi logo seguida pela descoberta de que essas fantasias destinavam-se a encobrir a atividade auto-erótica dos primeiros anos de infância, embelezá-la e elevá-la a um plano mais alto. E agora, de detrás das fantasias, toda a gama da vida sexual da criança vinha à luz.

Mattanó aponta a hipótese da sexualidade infantil.  Contudo, por fim, veio a reflexão de que, afinal de contas, não se tem o direito de desesperar por não ver confirmadas as próprias expectativas, diante de tantas narrativas e comentários acerca de sua história de vida infantil; deve-se fazer uma revisão dessas expectativas. Se os pacientes histéricos remontam seus sintomas e traumas que são fictícios, então o fato novo que surge é precisamente que eles criam tais cenas na fantasia, e essa realidade psíquica precisa ser levada em conta ao lado da realidade prática. Essa reflexão foi logo seguida pela descoberta de que essas fantasias destinavam-se a encobrir a atividade auto-erótica dos primeiros anos de infância, embelezá-la e elevá-la a um plano mais alto. E agora, de detrás das fantasias, toda a gama da vida sexual da criança vinha à luz. Vemos que a história de vida das crianças menores de 14 anos de idade ainda não possuem malícia e assim suas narrativas e comentários são ingênuos e puros, sem maldade e sem malícia sexual, contradizendo Freud, contudo afirmando que existem crianças menores de 14 anos de idade que narram e comentam experiências sexuais, pois foram vítimas de abuso sexual, de exploração sexual, de estupro de vulnerável, de pedofilia, de violência sexual e assim marcaram seu mapa cerebral e o seu inconsciente com essas experiências, de modo que as reproduzem por meio dos seus caminhos cognitivos que são plásticos e flexíveis, atendendo a uma interconectividade cerebral e corporal que podem levar a doenças psicossomáticas. Mas existem caminhos cerebrais que constroem essas fantasias que se destinavam a encobrir a atividade auto-erótica dos primeiros anos de infância, embelezá-la e elevá-la a um plano mais alto. E agora, de detrás das fantasias, toda a gama da vida sexual da criança vinha à luz, por meio da técnica psicanalítica.

 

MATTANÓ

(14/05/2025)

 

 

 

 

 

Com a atividade sexual dos primeiros anos de infância também foi reconhecida a constituição herdada do indivíduo. A disposição e a experiência estão aqui ligadas numa unidade etiológica indissolúvel, pois a disposição exagera impressões - que de outra forma teriam sido inteiramente comuns e não teriam nenhum efeito -, de modo a transformá-las em traumas que dão margem a estímulos e fixações; por outro lado, as experiências despertam fatores na disposição que, sem elas, poderiam ter ficado adormecidos por muito tempo e talvez nunca se desenvolvessem. Abraham (1907) deu a última palavra sobre a questão da etiologia traumática quando ressaltou que a constituição sexual peculiar às crianças é calculada precisamente para provocar experiências sexuais de uma natureza particular, ou seja, traumas.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que a atividade sexual dos primeiros anos de infância foi reconhecida a constituição herdada do indivíduo, ela disposição e experiência que estão aqui ligadas numa unidade etiológica indissolúvel. Eis que Abraham (1907) deu a última palavra sobre a questão da etiologia traumática quando ressaltou que a constituição sexual peculiar às crianças é calculada precisamente para provocar experiências sexuais de uma natureza particular, ou seja, traumas.

Mattanó aponta que a atividade sexual dos primeiros anos de infância foi reconhecida a constituição herdada do indivíduo, ela disposição e experiência que estão aqui ligadas numa unidade etiológica indissolúvel. Podemos ressignificar o conceito disposição por genótipo e fenótipo ou hereditariedade e o conceito experiência por aprendizagem e condicionamento. Eis que Abraham (1907) deu a última palavra sobre a questão da etiologia traumática quando ressaltou que a constituição sexual peculiar às crianças é calculada precisamente para provocar experiências sexuais de uma natureza particular, ou seja, traumas. Mattanó acredita que a etiologia traumática das crianças não deriva da constituição sexual, mas sim, da ingenuidade e da pureza diante da malícia dos adultos, ou seja, da ingenuidade diante da constituição sexual dos adultos. Assim a Psicanálise freudiana torna-se uma metáfora de pedófilos, enquanto que a Psicanálise mattanoniana torna-se uma releitura metafórica da Trajetória da Vida e dos Heróis, Monstros e Escravos, do próprio Amor e do Ciclo Cosmogônico ou de formação, destruição e reconstrução do universo, ¨espelho¨ da própria consciência, cultura, conhecimento e realidade do Homo Sapiens em sua jornada evolutiva, seletiva e competitiva. Pois ¨toda¨ a informação está no Universo! No Universo nada se perde, nada se cria, ¨tudo¨ se transforma! Até mesmo a consciência, o inconsciente, o subconsciente, o comportamento e o niilismo dos seres vivos, ou seja, suas metamorfoses ou camuflagens que atendem as necessidades do indivíduo diante o meio ambiente adverso, perigoso e exigente, evolutivo, seletivo e competitivo, necessário para a adaptação comportamental, fisiológica e morfológica desse mesmo indivíduo ao mesmo meio ambiente selecionado para funções e eventos paralelos, interconectados, que interconectam corpo e cérebro, formando uma funcionalidade do tipo S – R – C, estímulo – resposta – consequência, que explica como acontecem estes eventos comportamentais que podem ser até mesmo compartilhados funcionalmente, quando são evocadas duas ou mais respostas paralelas a partir de um único estímulo, gerando consequências que pode ser perturbadoras ou confusas mentalmente.

 

MATTANÓ

(16/05/2025)

 

 

 

O PODER DO UNIVERSO (2025):

A Visão do Inferno e do Paraíso...

A Igreja ainda não entendeu que o mundo é uma parte do Paraíso, pois são os Jardins do Éden acrescidos do pecado de Adão e Eva, enquanto que o Paraíso não possui o pecado, por isso os Santos podem viver neste mundo que contempla o pecado, mas na verdade é uma parte do Paraíso que Cristo veio redimir com sua Cruz e com Seu Amor, fazendo uma ¨ponte¨ entre o mundo e o inferno e o Paraíso, por último.

Quem peca deixa de experimentar a beleza e a grandeza dos Jardins do Éden, o pecado pode vir de uma tentação e do desejo de roubar da Árvore da Vida que é Jesus Cristo ou da Árvore do Conhecimento que é o Seu Amor e o Amor do Pai e de Maria, pode vir do desejo de incendiar a Árvore da Vida ou a Árvore do Conhecimento e assim destruir os Jardins do Éden por completo, não restando opção senão o pecado e a condenação, pois escolheram o pecado e não a Salvação Eterna que está nos Jardins do Éden.

 

Osny Mattanó Júnior

Londrina, 18 de maio de 2025.

 

MATTANÓ

(18/05/2025)

 

 

 

 

ANATOMIA DA CRIAÇÃO (2025):

A consciência central não requer linguagem e deve tê-la precedido, obviamente em espécies não humanas mas também no homem. Aliás, provavelmente a linguagem não teria evoluído em indivíduos desprovidos de consciência central. Por que precisariam dela? Ao contrário, nos degraus superiores da escala, a consciência autobiográfica apoia-se acentuadamente na linguagem. Vemos que a consciência central não depende da linguagem para sua existência, e toda linguagem deve ter sido precedido por ela, ou seja, por imagens, até mesmo em casos de lavagem cerebral, tortura, extorsão, vingança, despersonalização, voyeurismo, linguagem sexista e estupro virtual com teorias ou ideias a respeito da pulsão auditiva como a de Mattanó de 1995, pois trata-se de uma nova linguagem que se espalhou pelo mundo, tomando por empréstimo a consciência autobiográfica que  requer de linguagem. Pois, foi, a linguagem quem efetuou o empréstimo de informações da consciência central para a consciência autobiográfica. A consciência central possui a imagem recalcada e inconsciente de prazer, mesmo que distorcida, por exemplo, de ir de encontro ao seio de sua mãe e a linguagem acrescenta as informações por meio dos significados e sentidos outrora aprendidos, e a consciência autobiográfica renomeia as informações a partir da sua experiência de vida com a malícia, o trabalho, a família, a segurança, a religião e a economia.

 

MATTANÓ

(23/05/2025)

 

 

 

 

No começo, minhas declarações sobre a sexualidade infantil basearam-se quase exclusivamente nos achados, da análise de adultos, que remontavam ao passado. Não tive nenhuma oportunidade de fazer observações diretas em crianças. Foi, portanto, uma grande vitória quando, anos depois, tornou-se possível confirmar quase todas as minhas deduções através da observação direta e da análise de crianças muito pequenas - vitória que foi perdendo a sua magnitude à medida que pouco a pouco compreendíamos que a natureza da descoberta era tal que na realidade deveríamos envergonhar-nos de ter tido de fazê-la. Quanto mais se levassem adiante as observações em crianças, mais evidentes os fatos se tornavam; porém o mais surpreendente de tudo era constatar que tivesse havido tanta preocupação em menosprezá-los.

Essa convicção da existência e da importância da sexualidade infantil, entretanto, só pode ser obtida, pelo método da análise, partindo-se dos sintomas e peculiaridades dos neuróticos e acompanhando-os até suas fontes últimas, cuja descoberta então explica o que há nelas de explicável e permite que se modifique o que há de modificável.

Compreendo que se possa chegar a resultados diferentes se, como fez recentemente C. G. Jung, se forma primeiro uma concepção teórica da natureza do instinto sexual e procura-se então explicar a vida das crianças a partir dessa base. Uma concepção dessa natureza será forçosamente uma escolha arbitrária ou dependente de considerações irrelevantes, e corre o risco de evidenciar-se inadequada ao campo a que se está procurando aplicá-la. É verdade que também o método analítico leva a certas dificuldades e obscuridades finais no tocante à sexualidade e à sua relação com a vida total do indivíduo. Mas esses problemas não podem ser eliminados pela especulação; devem aguardar solução através de outras observações ou mediante observações em outros campos.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que através da análise de adultos chegou a teoria da sexualidade infantil que foi reforçada quando teve oportunidade de analisar crianças, porém constatou que isso era constrangedor o bastante para parecer um abuso, mas continuou com seu trabalho de análise dos sintomas e peculiaridades dos neuróticos, descobrindo o que há nelas de explicável e permite que se modifique o que é modificável.

Também considera o método analítico de Carl G. Jung dotado de dificuldades e obscuridades finais no tocante à sexualidade e à sua relação com a vida total do indivíduo, e que estes problemas não podem ser eliminados através da especulação, mas somente através da observação.

Mattanó aponta que através da análise de adultos Freud chegou a teoria da sexualidade infantil que foi reforçada quando teve oportunidade de analisar crianças, porém constatou que isso era constrangedor o bastante para parecer um abuso, mas continuou com seu trabalho de análise dos sintomas e peculiaridades dos neuróticos, descobrindo o que há nelas de explicável e permite que se modifique o que é modificável. Contudo para Mattanó a teoria da sexualidade infantil de Freud é apenas espelho da sua época, de uma época onde a pedofilia ainda não existia e nem era crime, por não existir conceitualmente, por não haver conhecimento sobre os hormônios sexuais masculinos e femininos e a malícia adquirida com a puberdade, com a maturação dos órgãos sexuais dos adolescentes, com a noção de estupro de vulnerável e de menores de 14 anos de idade, de abuso sexual, de violência sexual e de um complexo de Édipo que era fruto dessas influências em sua identificação com o genitor escolhido pela criança na fase fálica.

Também considera o método analítico de Carl G. Jung dotado de dificuldades e obscuridades finais no tocante à sexualidade e à sua relação com a vida total do indivíduo, e que estes problemas não podem ser eliminados através da especulação, mas somente através da observação. Vemos que para Mattanó, o método de Carl G. Jung, torna-se mais analítico e menos sexual, também menos histórico ou dependente da história de vida do paciente, mas influenciado e determinado por símbolos e arquétipos que constroem significados e sentidos, por um inconsciente pessoal e outro inconsciente coletivo que atuam modificando a mente e o comportamento, por meio de símbolos e arquétipos, sinais, significados e sentidos o entendimento do paciente a respeito dos seus problemas, como se estivesse fazendo uma alquimia metafórica com seu método analítico sobre a vida e o inconsciente dos seus pacientes.

 

MATTANÓ

(23/05/2025)

 

 

 

O PODER DO UNIVERSO (2025):

Contudo ao contemplar o tempo e o sofrimento nos deslumbramos com o incrível e surpreendente poder dos seres que viajam no tempo e no espaço, talvez alienígenas, que nos insinuam não haver mais fim para a vida e o tempo, ou seja, somos imortais e vivemos em diversas dimensões de tempo e espaço que vão do início, ao intermediário até o fim, mas a vida e o tempo no universo e na Criação podem ser imortais e infinitos, sendo, talvez, a Cruz, um símbolo desse conhecimento, revelação e saber, pois foi com a Cruz de Jesus Cristo que o homem se redescobriu imortal. Da mesma forma o homem pode reproduzir o som do assobio metálico alienígena através das suas tecnologias de reprodução de sons e timbres e passar a contemplar o tempo, a vida e o sofrimento que esse som alienígena transmite para nós diante dos mistérios da vida e do universo, e do poder da música no Universo, capaz de agir sobre a consciência central a autobiográfica, revelando que a consciência não depende exclusivamente de palavras, mas de imagens e sons sem significado e sem sentido que compõem a consciência central, enquanto que a consciência autobiográfica depende de palavras e de uma linguagem com significados e sentidos, de cultura, conhecimento e de  realidade. A Redenção de Cristo nunca foi testemunhada com palavras e uma linguagem, mas apenas com imagens do nosso imaginário humano, ou seja, com a consciência central, com o self central e nunca com o self autobiográfico ou a consciência autobiográfica, a Redenção ainda não possui significados e sentidos, a não ser o ¨Silêncio de Vida e de Morte¨ de um ¨Cristo incompreendido¨ por não ter Palavras e por suas Palavras serem consideradas Absurdas, através de um Homem numa Cruz e de um Bebê numa Cama de Amor. A Redenção é  justamente a Morte e o Nascimento!

 

MATTANÓ

(23/05/2025)

 

 

 

 

A TEORIA DA RELATIVIDADE DE MATTANÓ (2025):

Teoria da Relatividade é a denominação dada ao conjunto de duas teorias científicas: a Relatividade Restrita (ou Especial) e a Relatividade Geral, propostas e publicadas em 1905 e 1915, respectivamente por Albert Einstein, concluindo estudos precedentes do físico neerlandês Hendrik Lorentz, entre outros. Ela substitui os conceitos independentes de espaço e tempo da Teoria de Newton pela ideia de espaço-tempo como uma entidade geométrica unificada. O espaço-tempo na relatividade especial consiste de uma variedade diferenciável de 4 dimensões, três espaciais e uma temporal (a quarta dimensão), munida de uma métrica pseudo-riemanniana, o que permite que noções de geometria possam ser utilizadas. É nessa teoria, também, que surge a ideia de velocidade da luz invariante.

O termo especial é usado porque ela é um caso particular do princípio da relatividade em que efeitos da gravidade são ignorados. Dez anos após a publicação da teoria especial, Einstein publicou a Teoria Geral da Relatividade, que é a versão mais ampla da teoria, em que os efeitos da gravitação são integrados, surgindo a noção de espaço-tempo curvo.

O princípio da relatividade foi surgindo ao longo da história da filosofia e da ciência como consequência da compreensão progressiva de que dois referenciais diferentes oferecem visões perfeitamente plausíveis, ainda que diferentes, de um mesmo efeito.

O princípio da relatividade foi inserido na ciência moderna por Galileu Galilei e afirma que o movimento, ou pelo menos o movimento retilíneo uniforme, só tem algum significado quando comparado com algum outro ponto de referência. Segundo o princípio da relatividade de Galileu, não existe sistema de referência absoluto pelo qual todos os outros movimentos possam ser medidos. Galileu referia-se à posição relativa do Sol (ou sistema solar) com as estrelas de fundo. Com isso, elaborou um conjunto de transformações chamadas 'transformações de Galileu', compostas de cinco leis, para sintetizar as leis do movimento quanto a mudanças de referenciais. Mas naquele tempo acreditava-se que a propagação eletromagnética, ou seja, a luz, fosse instantânea; e, portanto, Galileu e mesmo Newton não consideravam em seus cálculos que os acontecimentos observados fossem dissociados dos fatos. Esse fenômeno que separava a luz do som, aqui na Terra, seria mais acentuado quando observado a grandes distâncias, e já mostrava, em fins do século XIX, a importância de estabelecer normas aplicáveis a uma teoria do tempo.

Muitos historiadores e físicos atribuem a criação da famosa fórmula que explica a relação entre massa e energia ao físico italiano Olinto De Pretto, que, segundo especulações, desenvolveu a fórmula dois anos antes que Albert Einstein, e que teria previsto o seu uso para fins bélicos e catastróficos, como o desenvolvimento de bombas atômicas. Apesar disso, foi Einstein o primeiro a dar corpo à teoria, juntando os diversos fatos até então desconexos e os interpretando corretamente.

Postulados da relatividade:

  1. Primeiro postulado (princípio da relatividade)

As leis que governam as mudanças de estado em quaisquer sistemas físicos tomam a mesma forma em quaisquer sistemas de coordenadas inerciais.

Nas palavras de Einstein:

"...existem sistemas cartesianos de coordenadas - os chamados sistemas de inércia - relativamente aos quais as leis da mecânica (mais geralmente as leis da física) se apresentam com a forma mais simples. Podemos assim admitir a validade da seguinte proposição: se K é um sistema de inércia, qualquer outro sistema K' em movimento de translação uniforme relativamente a K, é também um sistema de inércia."

  1. Segundo postulado (invariância da velocidade da luz) A luz tem velocidade invariante igual a c em relação a qualquer sistema de coordenadas inercial.

A velocidade da luz no vácuo é a mesma para todos os observadores em referenciais inerciais e não depende da velocidade da fonte que está emitindo a luz, tampouco do observador que a está medindo. A luz não requer qualquer meio (como o éter) para se propagar. De fato, a existência do éter é mesmo contraditória com o conjunto dos fatos e com as leis da mecânica.

Apesar do primeiro postulado ser quase senso comum, o segundo não é tão óbvio. Mas ele é de certa forma uma consequência de se utilizar o primeiro postulado ao se analisarem as equações do eletromagnetismo. Através das transformações de Lorentz pode-se demonstrar o segundo postulado.

Porém, é necessário dizer que Einstein, segundo alguns, não quis basear a relatividade nas equações de Maxwell, talvez porque entendesse que a validade destas não era ilimitada. Isto decorre da existência do fóton, o que tacitamente indica que as equações de campo previstas por Maxwell não podem ser rigorosamente lineares.

Consequências da relatividade restrita:

A relatividade restrita (ou especial) tem consequências consideradas bizarras por muitas pessoas. Esta opinião é perfeitamente compreensível, pois estas consequências estão relacionadas a comparações entre observadores movimentando-se a velocidades próximas à da luz, e o ser humano não tem nenhuma experiência com viagens a velocidades comparáveis à velocidade da luz. Eis algumas das consequências:

Ao observar qualquer relógio que se mova em relação ao referencial adotado, observadores estáticos com relógios sincronizados entre si ao longo de sua rota no citado referencial verão o relógio móvel atrasar-se em relação à seus próprios relógios, quando aquele passar por sua posição. O intervalo de tempo próprio corresponde ao menor dos intervalos de tempo separando dois eventos passíveis de serem mensurados mediante observação de relógios no referencial em questão. Ou de forma equivalente, o intervalo de tempo próprio de um dado referencial é usualmente menor que os correspondentes intervalos de tempo próprios de outros referenciais que encontrem-se animados em relação ao primeiro e que estejam a observar os mesmos eventos em consideração.

Eventos que ocorrem simultaneamente em um referencial inercial não são necessariamente simultâneos em outro referencial em movimento relativo (falta de simultaneidade).

Medidas acerca das dimensões de objetos que se movem em relação a um dado referencial serão inferidas com valores menores do que as determinadas para os mesmos objetos quando inferidas em referenciais nos quais estes encontrem-se inanimados. Se um corpo está em movimento ao longo de um eixo em um dado referencial, a dimensão do corpo ao longo deste eixo parecerá menor do que aquela determinada quando o mesmo corpo encontrava-se parado em relação ao referencial do observador (contração dos comprimentos).

Aplicações modernas:

Longe de ser simplesmente de interesse teórico, os efeitos relativísticos são importantes preocupações práticas da engenharia. A medição baseada em satélite precisa levar em consideração os efeitos relativísticos, pois cada satélite está em movimento em relação a um usuário ligado à Terra e, portanto, em um quadro de referência diferente sob a teoria da relatividade. Os sistemas de posicionamento global, como GPS, GLONASS e Galileo, devem levar em conta todos os efeitos relativísticos, como as consequências do campo gravitacional da Terra, para trabalhar com precisão. Este também é o caso da medição de tempo de alta precisão. Instrumentos que variam de microscópios eletrônicos a aceleradores de partículas não funcionariam se as considerações relativísticas fossem omitidas.

Mattanó especula em sua própria Teoria da Relatividade que a velocidade do tempo pode ser dividida segundo a ordem dos compassos que o definem, ou seja, o tempo não é uniforme e nem é estático, mas é também sonoro ou produtor de som, musical. E que ele se comporta segundo as características psicológicas e comportamentais do codificador e do decodificador dele mesmo, ou seja, o tempo passa a ser diferente para diferentes observadores, seja qual for a sua condição, pelo simples fato de você possuir uma consciência, cultura, conhecimento e realidade, um cérebro que realize estas operações mediante uma interconectividade corporal e cerebral que constrói o significado e o sentido que possuímos de tempo, sobretudo o musical, sonoro ou produtor de som e que divide o tempo em  diferentes compassos.

Contudo o tempo organizado por compassos quando abordado pela teoria da relatividade restrita revela-nos que os compassos permanecem inalterados, enquanto que a percepção de movimento, crescimento, maturação e desenvolvimento sofrem alterações no tempo, demonstrando que o efeito da teoria da relatividade restrita é psicológico, inconsciente e comportamental, ou psicofísico. Da mesma forma o corpo e o cérebro sofrem alterações segundo a teoria da relatividade restrita, porém a mente e o ego, o sentimento de eu, a percepção de eu, a noção de eu, permanece a mesma, revelando que a música e o som têm propriedades egóicas, que os compassos são parte dos ciclos desse corpo e desse cérebro que vive relações entrópicas e neguentrópicas constantemente, pois é parte do tempo, da velocidade, da aceleração, da massa, da energia, da luz e da matéria que compõem o tempo e o espaço.

 

MATTANÓ

(26/05/2025)

 

 

 

HISTÓRIA DO BRASIL (2025):

O Presidente da República do Brasil bem que poderia criar uma nova Lei Áurea para os ¨escravos¨ do trabalho institucional Presidencial e Governamental deste país, pois não há liberdade de decisão, de comunicação, de escolhas, de investimentos, de promoção, de trabalho, de denúncias, de investigação, de relacionamento institucional, empresarial, organizacional, social, afetivo e familiar, configurando uma ¨nova escravidão no Brasil¨ onde o Imperador é o Presidente da República e os seus ¨escravos¨ são os profissionais da saúde, da segurança, da justiça, do empresariado, do comércio, da política, da educação, dos transportes, da alimentação, dos esportes, das ciências, da construção civil, da aviação e da comunicação social. Assim essas pessoas poderiam desfrutar novamente de liberdade para viver e trabalhar, para estudar e para administrar suas vidas e patrimônios, sem serem manipulados para se transformarem num exército de ¨escravos¨ alienados que atacam as vítimas e testemunhas de crimes contra a humanidade e tentam roubar a lesar ou corromper as provas produzidas por essas vítimas e testemunhas e que existem em suas casas e cérebros através de violência, tentativas de homicídio, lavagem cerebral, despersonalização, estupro e estupro coletivo virtual ou não, extorsão, vingança, loucura, envenenamento, queimaduras, espancamento, falsidades ideológicas, provas plantadas através de falsidade ideológica com as que a ex-Presidenta Dilma insinuou dizendo que eu ¨fiz a fita da Carolina¨ e ¨que os militares ou marinha, exército iria me libertar em 2005 ou 2006¨, a única coisa que me ¨prende¨ ou me mantêm sem liberdade, neste crime, segundo uma ex-embaixadora dos EUA na ONU é a Rede Globo de Televisão que diante do meu testemunho acusou a Rede Globo de Televisão e solicitou autorização para ataca-la, mas não a concederam. Outra falsidade ideológica foi a do Dr. Milton Bocato que disse para mim e para minha mãe que ¨eu fiz troca-troca¨ e eu disse que não, então ele disse que quem mandou ele dizer isso foi o Presidente Lula, então passei por uma bateria de exames que verificaram se eu fiz ou não o ¨troca-troca¨, isto é, se eu sou virgem, completamente virgem e o resultado foi que não fiz ¨troca-troca¨ pois nunca tive experiência sexual e assim sou virgem. Tem também a filha do governador ou prefeito do Rio de Janeiro que queria que ¨eu passasse a mão na sua boceta¨ para eu virar um estuprador ou bandido, mas eu não fiz nada, como sempre, indicando que isso pode ser armação de muitas mulheres de Londrina, do Paraná e dos veículos de comunicação de massa que eu assisto, só sei que tem muita violência por causa dessa ¨escravidão!¨ E as pessoas precisam de leis que lhes assegurem direitos e deveres através da liberdade e da sua incolumidade patrimonial, como o trabalho e a vida, em Londrina mais de Hospital já fechou as portas em função dessa ¨escravidão¨ que tem como outro objetivo tirar a vida dos doentes envolvidos nesta trama com o Governo Federal e os seus crimes políticos. Precisamos de liberdade e de Justiça, de Cidadania, de direitos e de deveres, obrigações e privilégios e não de ¨escravidão¨ ou de sermos tratados como ¨armas mortais!¨

 

MATTANÓ

(27/05/2025)

 

 

 

O PODER DO UNIVERSO (2025):

O Direito é uma metáfora, uma metáfora moral! Pois é concebido a partir de palavras e atitudes, comportamentos com significados moral, com inteligência moral e com autonomia e liberdade moral que demandem criatividade, poder, motivação, interesse, habilidades, afetividade e castração, exibindo sua identidade ou identificação moral com seu genitor selecionado através do complexo de Édipo que assim constrói e dá os primeiros passos do recalque e do recalcado, obra que pode definir o futuro moral desse indivíduo através dos seus significados e sentidos a respeito da moralidade, permitindo que ele alcance estágios mais avançados da moral, por isso o Direito é uma metáfora, uma metáfora moral!

 

MATTANÓ

(28/05/2025)

 

 

 

 

 

 

Pouco preciso dizer sobre a interpretação de sonhos. Surgiu como os prenúncios da inovação técnica que eu adotara quando, após um vago pressentimento, resolvi substituir a hipnose pela livre associação. Minha busca de conhecimentos não se dirigira, de início, para a compreensão dos sonhos. Não sei de nenhuma influência externa que tivesse atraído meu interesse para esse assunto ou que me tivesse inspirado qualquer expectativa valiosa. Antes de Breuer e eu nos separarmos, apenas tinha tido tempo de comunicar-lhe, e numa única frase, que eu, àquela altura, estava sabendo como traduzir os sonhos. Visto ter sido assim a descoberta, conclui-se que o simbolismo na linguagem dos sonhos foi quase a última coisa a tornar-se acessível a mim, pois as associações da pessoa que sonha nos ajudam muito pouco a compreender símbolos. Como tenho o hábito de estudar sempre as próprias coisas antes de procurar informações sobre elas em livros, pude chegar eu mesmo ao simbolismo dos sonhos antes de ser a ele levado pela obra de Scherner sobre o assunto [1861]. Só depois é que vim a apreciar em sua plena extensão essa modalidade de expressão dos sonhos. Isso ocorreu em parte por influência das obras de Stekel, cujos primeiros trabalhos têm muito mérito, mas que depois se desencaminhou totalmente. A estreita ligação entre a interpretação psicanalítica dos sonhos e a arte de interpretá-los segundo a prática tida em tão alta conta na antigüidade, só tornou-se clara para mim muito depois. Mais tarde, descobri a característica essencial e a parte mais importante da minha teoria dos sonhos, ou seja, que a distorção dos sonhos é conseqüência de um conflito interno, uma espécie de desonestidade interna - num autor que embora ignorando a medicina, não ignorava a filosofia, o famoso engenheiro J. Popper, que publicou sua Phantasien einer Realisten [1899] sob o nome de Lynkeys.

A interpretação de sonhos foi para mim um alívio e um apoio naqueles árduos primeiros anos da análise, quando tive de dominar a técnica, os fenômenos clínicos e a terapêutica das neuroses, tudo ao mesmo tempo. Naquele período fiquei completamente isolado e, no emaranhado de problemas e acúmulo de dificuldades, muitas vezes tive medo de me desorientar e de perder a confiança em mim mesmo. A comprovação de minha hipótese de que uma neurose tinha de tornar-se inteligível através da análise se arrastava, em muitos pacientes, por um período de tempo desesperador; mas os sonhos desses pacientes, que poderiam ser considerados análogos aos seus sintomas, quase sempre confirmavam a hipótese.

Foi o meu êxito nessa direção que me permitiu perseverar. Vem dessa época o hábito que adquiri de aferir a medida da compreensão de um psicólogo pela sua atitude em face da interpretação de sonhos; e tenho observado com satisfação que a maior parte dos adversários da psicanálise evitam esse campo por completo, ou então, revelam uma flagrante inabilidade quando tentam lidar com ele. Além do mais; logo me dei conta da necessidade de levar a efeito uma auto-análise, e o fiz com a ajuda de uma série de meus próprios sonhos que me conduziram de volta a todos os fatos da minha infância, sendo ainda hoje de opinião que essa espécie de análise talvez seja o suficiente para uma pessoa que sonhe com freqüência e não seja muito anormal.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que sobre a interpretação de sonhos, houve um momento em que ele teve que substituir a hipnose pela livre associação, o simbolismo na linguagem dos sonhos foi quase a última coisa a tornar-se acessível a mim, pois as associações da pessoa que sonha nos ajudam muito pouco a compreender símbolos. Mais tarde, descobri a característica essencial e a parte mais importante da minha teoria dos sonhos, ou seja, que a distorção dos sonhos é conseqüência de um conflito interno, uma espécie de desonestidade interna.

A interpretação de sonhos foi para mim um alívio e um apoio naqueles árduos primeiros anos da análise, quando tive de dominar a técnica, os fenômenos clínicos e a terapêutica das neuroses, tudo ao mesmo tempo. Naquele período fiquei completamente isolado e, no emaranhado de problemas e acúmulo de dificuldades, muitas vezes tive medo de me desorientar e de perder a confiança em mim mesmo. A comprovação de minha hipótese de que uma neurose tinha de tornar-se inteligível através da análise se arrastava, em muitos pacientes, por um período de tempo desesperador; mas os sonhos desses pacientes, que poderiam ser considerados análogos aos seus sintomas, quase sempre confirmavam a hipótese.

Além do mais; logo me dei conta da necessidade de levar a efeito uma auto-análise, e o fiz com a ajuda de uma série de meus próprios sonhos que me conduziram de volta a todos os fatos da minha infância, sendo ainda hoje de opinião que essa espécie de análise talvez seja o suficiente para uma pessoa que sonhe com freqüência e não seja muito anormal.

Mattanó aponta que sobre a interpretação de sonhos, houve um momento em que Freud teve que substituir a hipnose pela livre associação, o simbolismo na linguagem dos sonhos foi quase a última coisa a tornar-se acessível a ele, pois as associações da pessoa que sonha nos ajudam muito pouco a compreender símbolos. Mais tarde, descobri a característica essencial e a parte mais importante da minha teoria dos sonhos, ou seja, que a distorção dos sonhos é conseqüência de um conflito interno, uma espécie de desonestidade interna. Vemos que os sonhos têm seu próprio simbolismo e que a distorção deles é gerada em função de um conflito interno, uma espécie de desonestidade interna, contudo o simbolismo não pode ser descoberto através das associações da pessoa, nem por meio da hipnose. A hipnose fora substituída pela livre associação para se descobrir o inconsciente e o seu simbolismo, mas apenas o inconsciente tornou-se acessível, pois o simbolismo na linguagem dos sonhos não depende das associações da pessoa para ser desvendado.

A interpretação de sonhos foi para Freud um alívio e um apoio naqueles árduos primeiros anos da análise, quando teve de dominar a técnica, os fenômenos clínicos e a terapêutica das neuroses, tudo ao mesmo tempo. Naquele período fiquei completamente isolado e, no emaranhado de problemas e acúmulo de dificuldades, muitas vezes tive medo de me desorientar e de perder a confiança em mim mesmo. A comprovação de minha hipótese de que uma neurose tinha de tornar-se inteligível através da análise se arrastava, em muitos pacientes, por um período de tempo desesperador; mas os sonhos desses pacientes, que poderiam ser considerados análogos aos seus sintomas, quase sempre confirmavam a hipótese. Vemos que a interpretação dos sonhos foi um alívio para Freud, pois reforçou sua obra e sua técnica psicanalítica, ajudou-o em suas dificuldades e problemas, em seus medos e desorientações, em suas desconfianças, no que estava inteligível, em suas análises e na comprovação de sintomas de seus pacientes, confirmando suas hipóteses, gerando mais significados e sentidos para sua obra.

Além do mais; logo me dei conta da necessidade de levar a efeito uma auto-análise, e o fiz com a ajuda de uma série de meus próprios sonhos que me conduziram de volta a todos os fatos da minha infância, sendo ainda hoje de opinião que essa espécie de análise talvez seja o suficiente para uma pessoa que sonhe com freqüência e não seja muito anormal. Vemos que Freud indica uma auto-análise a partir dos seus próprios sonhos, pois eles podem te levar de volta a infância. Mattanó aponta que a auto-análise paranormal dos seus próprios sonhos onde eles são ¨contaminados¨ pelo conteúdo encoberto, verbal e paranormal dos seus ¨vizinhos¨ pode parecer totalmente perdida, distorcida ou alienada, delirante ou alucinada, mas os sonhos se adaptam comportamentalmente, fisiologicamente e morfologicamente às essas ¨invasões¨ da mesma forma que se adapta ao som de um relógio, a voz de uma pessoa ou de um eletrodoméstico como a televisão, ou seja, a vida onírica ¨limpa a chaminé¨, seja na vida anímica normal ou paranormal, com ou sem violência e lavagem cerebral, tentativas de despersonalização, extorsão, vingança e estupro virtual, a vida onírica é pois, uma defesa cerebral e mental, inconsciente do indivíduo frente as adversidades ambientais e exigências da evolução, seleção natural e competição.

 

MATTANÓ

(28/05/2025)

 

 

 

ANATOMIA DA CRIAÇÃO (2025):

Muitos de nós sentimos por algum momento e encobrimos a resposta que é um pensamento de matar, violentar, roubar, agredir ou castigar sem motivo algum aquele que se apresenta diante de nós naquele exato momento e desperta essa resposta delirante, pois nem mesmo estabelecemos um diálogo ou uma discussão que levasse a essas consequências, trata-se, pois, de delírios de vingança, de ódio, raiva, ciúme, inveja, missão messiânica, justiça, amor, guerra, roubo, morte e de salvação, de algum tipo de poder especial que você tem e os outros não tem, como um trabalho ou um curso superior, de advogado, de padre, de psicólogo, de psiquiatra, de médico, de filósofo, de cientista, de professor, de lutador, de soldado, de juiz, de militar, de político, de administrador, de empresário, de comerciante, de industrial, de agricultor, de fazendeiro, de artista, de escritor, de pacifista, de biólogo, de historiador, de cientista social, de comunicador, de arquiteto, de desenhista, de artista plástico, fotógrafo, escultor, ator, cantor, compositor, instrumentista, ufólogo, cineasta ou aposentado.

 

MATTANÓ

(28/05/2025)

 

 

 

 

 

 

Com este relato da história do desenvolvimento da psicanálise creio ter mostrado, melhor do que com uma descrição sistemática, o que ela é. De início não percebi a natureza peculiar do que descobrira. Sem hesitar, sacrifiquei minha crescente popularidade como médico, e restringi o número de clientes nas minhas horas de consulta, para poder proceder a uma investigação sistemática dos fatores sexuais em jogo na causação das neuroses de meus pacientes; e isso me trouxe um grande número de fatos novos que finalmente confirmavam minha convicção quanto à importância prática do fator sexual. Ingenuamente dirigi-me a uma reunião da Sociedade de Psiquiatria e Neurologia de Viena, presidida então por Krafft-Ebing (cf. Freud, 1896c), na esperança de que as perdas materiais que voluntariamente sofri fossem compensadas pelo interesse e reconhecimento dos meus colegas. Considerava minhas descobertas contribuições normais à ciência e esperava que fossem recebidas com esse mesmo espírito. Mas o silêncio provocado pelas minhas comunicações, o vazio que se formou em torno de mim, as insinuações que me foram dirigidas, pouco a pouco me fizeram compreender que as afirmações sobre o papel da sexualidade na etiologia das neuroses não podem contar com o mesmo tipo de tratamento dado ao comum das comunicações. Compreendi que daquele momento em diante eu passara a fazer parte do grupo daqueles que “perturbaram o sono do mundo”, como diz Hebbel e que não poderia contar com objetividade e tolerância. Entretanto, desde que minha convicção quanto à exatidão geral de minhas observações e conclusões era cada vez maior, e que a confiança no meu próprio julgamento e minha coragem moral não era exatamente o que se pode chamar de pequena, o resultado da situação não poderia ser posto em dúvida. Dispus-me a acreditar que tinha tido a sorte de descobrir fatos e ligações particularmente importantes, e resolvi aceitar o destino que às vezes acompanha essas descobertas.

Imaginei o futuro da seguinte forma: - o êxito terapêutico do novo método provavelmente garantiria a minha subsistência, mas a ciência me ignoraria por completo enquanto eu vivesse; décadas depois, alguém infalivelmente chegaria aos mesmos resultados - para os quais não era ainda chegada a hora -, conseguiria que eles fossem reconhecidos e me honraria como um precursor cujo fracasso fora inevitável. Enquanto isso, como Robinson Crusoé, eu me instalava com o maior conforto possível em minha ilha deserta. Quando lanço um olhar retrospectivo àqueles anos solitários, longe das pressões e confusões de hoje, parece-me uma gloriosa época de heroísmo. Meu “splendid isolation” não deixou de ter suas vantagens e encantos. Não tinha obrigação de ler publicações nem de ouvir adversários mal informados; não estava sujeito à influência de qualquer setor; não havia nada a me apressar. Aprendi a controlar as tendências especulativas e a seguir o conselho não esquecido de meu mestre, Charcot: olhar as mesmas coisas repetidas vezes até que elas comecem a falar por si mesmas. Minhas publicações, para as quais encontrei editor, não sem um pouco de dificuldade, sempre podiam não somente atrasar-me muito em relação aos meus conhecimentos mas também serem adiadas quando eu quisesse, desde que não havia nenhuma “prioridade” duvidosa a ser defendida. A Interpretação de Sonhos, por exemplo, foi concluída, no essencial, no início de 1896 mas só foi escrita em definitivo no verão de 1899. A análise de “Dora” terminou no fim de 1899 [1900]; a história clínica foi escrita nas duas semanas seguintes, mas só foi publicada em 1905. Enquanto isso, minhas obras não constavam das resenhas críticas das revistas médicas, ou, quando excepcionalmente constavam, era para serem rechaçadas com expressões desdenhosas ou de superioridade compassiva. Ocasionalmente, um colega fazia referência a mim em uma de suas publicações - sempre muito curta e nunca lisonjeira - em que eram usadas palavras como “excêntrico”, “extremista”, ou “muito estranho”. Uma vez, um assistente da clínica de Viena, em cuja Universidade eu dava ciclos de conferências pediu-me permissão para freqüentar o curso. Prestava muita atenção, mas não dizia nada; depois da última conferência, ofereceu-se para acompanhar-me. Enquanto caminhávamos, disse-me que, com o conhecimento de seu chefe, escrevera um livro combatendo os meus pontos de vista; lamentava muito, contudo, não haver antes se informado melhor acerca dos mesmos através de minhas conferências, pois nesse caso teria escrito o livro de maneira bem diferente. Chegara a perguntar na clínica se não seria melhor ler antes A Interpretação de Sonhos, mas aconselharam-no a não fazê-lo - não valia o esforço. Então ele próprio comparou a estrutura da minha teoria, até onde a compreendia, com a da Igreja Católica no tocante à consistência interna. No interesse da salvação de sua alma, acredito que essa observação implicava certa dose de simpatia. Mas ele concluiu dizendo que era tarde demais para alterar qualquer coisa no livro, visto que já se achava no prelo. Não julgou necessário fazer posteriormente nenhuma confissão pública da mudança de seus pontos de vista em relação à psicanálise; preferiu, na qualidade de crítico regular de uma revista médica, acompanhar o desenvolvimento desse assunto com comentários irreverentes.

Minha suscetibilidade pessoal tornou-se embotada, durante esses anos, para vantagem minha. Só não me tornei uma pessoa amargurada por uma circunstância que nem sempre está presente para ajudar os descobridores solitários. Eles são, em geral, atormentados pela necessidade de explicar a falta de simpatia ou a aversão de seus contemporâneos e sentem essa atitude como uma contradição angustiante à segurança de suas próprias convicções. Eu não precisava me sentir assim, pois a teoria psicanalítica me capacitava a compreender a atitude de meus contemporâneos e vê-la como uma conseqüência natural das premissas analíticas fundamentais. Se era verdade que o conjunto de fatos que eu descobri foram mantidos fora do conhecimento dos próprios pacientes por resistências internas de natureza emocional, então essas resistências forçosamente apareceriam também em pessoas sadias logo que alguma fonte externa as levasse a um confronto com o que fora reprimido. Não era de surpreender que fossem capazes de justificar essa rejeição de minhas idéias com razões intelectuais, embora a razão fosse, de fato, de origem emocional. A mesma coisa aconteceu seguidamente com pacientes; os argumentos que apresentavam eram os mesmos e não muito brilhantes. Nas palavras de Falstaff, os argumentos são “tão abundantes quanto as amoras silvestres.” A única diferença era que com pacientes estávamos em condições de pressioná-los a fim de induzi-los a perceber (insight) suas resistências e superá-las, ao passo que lidando com pessoas pretensamente sadias não contávamos com essa vantagem. Como compelir essas pessoas sadias a examinarem o assunto com espírito frio e cientificamente objetivo constituía um problema insolúvel que era melhor deixar que o tempo elucidasse. Na história da ciência, podemos ver claramente que, com freqüência, proposições que de início só provocam contradição, posteriormente vêm a ser aceitas, embora não tenham sido apresentadas novas provas das mesmas.

Entretanto, ninguém poderia esperar que, durante os anos em que eu sozinho representava a psicanálise, pudesse ter desenvolvido um respeito especial pela opinião do mundo ou qualquer tendência à acomodação intelectual.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que em sua história de vida e da psicanálise, logo de início, não percebeu o que havia descoberto, e para isto teve que sacrificar seu tempo e o número de clientes para poder realizar uma investigação sistemática que lhe trouxe várias descobertas, como a sexualidade infantil, que lhe rendeu grande antipatia ou descrédito, a ponto de lança-lo ao isolamento em seu trabalho, contudo estes anos tornaram-se muito produtivos, pois comprovaram suas ideias e teorias, ajudando-o a lidar com a frustração diante de fracassos em uma reunião da Sociedade de Psiquiatria e Neurologia de Viena, presidida então por Krafft-Ebing (cf. Freud, 1896c), na esperança de que as perdas materiais que voluntariamente sofreu fossem compensadas pelo interesse e reconhecimento dos seus colegas, porém não foi isto o que aconteceu, o negligenciaram. Contudo Charcot apareceu para abrir uma nova porta para Freud, ele lhe deu apoio e leu suas obras várias vezes e decidiu publicá-las planejadamente, de modo que sua opinião começasse a ter respeito e a mudar o mundo, a ter seguidores e a enfrentar à acomodação intelectual da sua época.

Mattanó aponta que na história de vida de Freud e da psicanálise, logo de início, ele não percebeu o que havia descoberto, e para isto teve que sacrificar seu tempo e o número de clientes para poder realizar uma investigação sistemática que lhe trouxe várias descobertas, como a sexualidade infantil, que isto lhe rendeu grande antipatia ou descrédito, a ponto de lança-lo ao isolamento em seu trabalho, contudo estes anos tornaram-se muito produtivos, pois comprovaram suas ideias e teorias, ampliando seus trabalhos, ajudando-o a lidar com a frustração diante de fracassos em uma reunião da Sociedade de Psiquiatria e Neurologia de Viena, presidida então por Krafft-Ebing (cf. Freud, 1896c), na esperança de que as perdas materiais que voluntariamente sofreu fossem compensadas pelo interesse e reconhecimento dos seus colegas, porém não foi isto o que aconteceu, o negligenciaram e o desacreditaram totalmente. Contudo Charcot apareceu para abrir uma nova porta para Freud, ele lhe deu apoio e leu suas obras várias vezes e decidiu publicá-las planejadamente, de modo que sua opinião começasse a ter respeito e a mudar o mundo, a ter seguidores e a enfrentar à acomodação intelectual da sua época, ou seja, a produzir significados e sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, funcionalidades, linguagens, relações sociais, Gestalt e insights, topografias virtuais, argumentação e linguagem, pressupostos e subentendidos, atos ilocucionários e atos perlocucionários, a ter um mostrar, dizer e fazer e o posto, uma semântica, hermenêutica, semiótica, a participar da alfabetização, da musicalidade, das artes, da literatura, dos veículos de comunicação, a produzir atos falhos, esquecimentos e lapsos de linguagem, niilismos, substituições, parapraxias, fantasias, contos de fadas, tesouros, deuses e heróis, alquimia e magia, totens e tabus, delírios e alucinações, alterações do pensamento, afetividade, consciência, cultura, conhecimento e realidade, evolução, seleção natural e competição entre espécies e indivíduos da mesma espécie, trabalho e educação, existência e essências, epistemologias, ritos e mitos, hábitos e tradições, modos de relação social, instituições e burocracia, organizações, grupos e espiritualidade, vida, formas de lidar com o universo, a filogênese, a ontogênese, a cultura e o mundo virtual, cognição e inteligências ciclos circadianos, alimentação e nutrição, cuidados fisiológicos e com o corpo e o cérebro, exames médicos e laboratoriais adicionais, cuidados com a fertilidade e a concepção, com a gestação e o parto, bem como com o recém-nascido e a criança em desenvolvimento, crescimento e maturação.

 

MATTANÓ

(02/06/20025)

 

 

ANATOMIA DA CRIAÇÃO (2025):

Os sentimentos primordiais precedem todos os outros sentimentos. Eles se referem especificamente e com exclusividade ao corpo vivo que é interligado a seu tronco cerebral específico. Todos os sentimentos emocionais representam variações dos sentimentos primordiais correntes. Todos os sentimentos causados pela interação de objetos com o organismo são variações dos sentimentos primordiais correntes. Os sentimentos primordiais e suas variações emocionais geram um coro observador que acompanha todas as outras imagens em curso na mente. Vemos que os sentimentos primordiais precedem todos os outros sentimentos e se referem especificamente e com exclusividade ao corpo vivo que é interligado a seu tronco cerebral específico. Todos os outros sentimentos são variações dos sentimentos primordiais. Eles geram um coro observador que acompanha todas as outras imagens em curso na mente. Trata-se justamente do evento que dá início a mente, ao inconsciente através do prazer ou da punição, ou seja, do amor ou do ódio, da vida ou da morte, não como significados e como sentidos, pois a criança ou bebê ainda é incapaz de formar e adquirir significados e sentidos, mesmo de amor e de ódio, de vida e de morte, de prazer e de punição, já que a criança ainda não possui estruturas cognitivas que lhe deem amparo para estas operações, mas como sentimentos primordiais que são também a base dos comportamentos encobertos, do subconsciente e da consciência, da cultura, do conhecimento e da realidade. Eis que temos os primórdios da pulsão de vida e a pulsão de morte com os sentimentos primordiais, já o amor e o ódio dependem e desencadeiam mais operações, como a renúncia e a permanência de objeto no caso do amor, e a transferência de hostilidades no caso do ódio, um bebê ou criança que ainda não sabe significar e dar sentido a sua agressividade e hostilidade, que não sabe nomear o objeto de ódio, é incapaz de odiar ou de transferir ódio para outro objeto, tratam-se de operações cognitivas do período sensório-motor onde a criança imita, discrimina, controla e tem atenção mediante os estímulos do meio ambiente que estimulam o corpo da criança e constituem os sentimentos primordiais, logo no nascimento do bebê, e nunca significados e sentidos, pois esse bebê ainda é incapaz de realizar estas operações cognitivas, mas não é incapaz de ter os sentimentos primordiais.

 

MATTANÓ

(03/06/2025)

 

 

 

SOBRE O COMPLEXO DE ÉDIPO (2025):

Talvez o complexo de Édipo seja um mecanismo filogenético de impressão ou estampagem e de identificação com a figura de poder e autoridade da sua vida doméstica, infantil e familiar, através do recalque.

 

MATTANÓ 

(04/06/2025)

 

 

SOBRE A REALIDADE (2025):

A malícia tem a propriedade de distorcer a realidade, pois crianças menores de 14 anos de idade e que ainda não possuem hormônios sexuais e caracteres sexuais definidos compreendem a realidade de outra forma, considerada ingenuamente, difícil decidir qual realidade torna-se mais adequada e satisfatória, contudo sabemos que ela depende do nosso comportamento, da nossa fisiologia e da nossa morfologia. Assim a realidade dos outros seres vivos também depende da sua constituição comportamental, fisiológica e morfológica, inclusive dos seres alienígenas.

 

MATTANÓ

(05/06/2025)

 

 

SOBRE A REGRESSÃO (2025):

Mattanó aponta que a sua técnica de regressão começa pela técnica de regressão psicanalítica freudiana que é realizada na clínica psicanalítica com o psicanalista e o paciente através da transferência inconsciente de seus conteúdos recalcados infantis, domésticos e familiares, e continua com a técnica de regressão psicanalítica mitológica ou mattanoniana que é a realizada de maneira consciente e por meio da lavagem cerebral induzida por estímulos ambientais controladores e discriminadores que podem levar o paciente a reorganização de sua vida mental e comportamental, diante do choque vivido ao encarar sua realidade atual com a sua realidade clínica, agora sob efeito da lavagem cerebral, que produz contingências e consequências que se ajustarão a realidade histórica do paciente, ou seja, a sua história de vida que assimila e acomoda a nova realidade clínica através da resignificação e do novo sentido oferecido ao problema ou queixa do paciente à sua realidade atual e a sua história de vida, numa regressão consciente e coesa, coerente, argumentativa e lingüística, estruturadora do inconsciente e meio propício para grandes realizações com o subconsciente, e a consciência, a cultura, o conhecimento e a realidade.

 

MATTANÓ

(11/06/2025)

 

 

A TEORIA DA PULSÃO AUDITIVA É AMOR À SABEDORIA (2025):

Mattanó aponta que a sua ideia e posterior teoria da pulsão auditiva, iniciada em 1995 com uma pergunta em sala de aula sobre o que representaria ouvir ¨hare rama¨ da música My Sweet Lord do George Harrison e interpretar como ¨dare mama¨ ou ¨me dá mamá¨, trata-se hoje de amor a sabedoria, pois se refere desde 1995 a sabedoria ou uma forma de se adquirir algum bem ou objeto, neste caso a ¨mama¨ ou o ¨mamá¨, e nunca expressão da libido, pois crianças de 0 a 2 anos de idade e menores de 14 anos de idade ainda não possuem a malícia comportamental e nem a libido que dependem dos hormônios sexuais e do desenvolvimento dos caracteres sexuais masculino e feminino, por isso a Teoria da Pulsão Auditiva de Mattanó refere-se ao Amor a Sabedoria, e não a Libido como me acusavam de pedófilo, abusador, violentador e de estuprador, eis que o crime é de quem me acusou injustamente e indevidamente!

 

MATTANÓ

(12/06/2025) 

 

 

 

 

                                             II

A partir do ano de 1902, certo número de jovens médicos reuniu-se em torno de mim com a intenção expressa de aprender, praticar e difundir o conhecimento da psicanálise. O estímulo proveio de um colega que experimentara, ele próprio, os efeitos benéficos da terapêutica analítica. Reuniões regulares realizavam-se à noite em minha casa, travavam-se debates de acordo com certas normas, e os participantes se esforçavam por encontrar sua orientação nesse novo e estranho campo de pesquisa, e de despertar em outros o interesse por ele. Um belo dia um jovem que fora aprovado numa escola de ensino técnico apresentou-se com um manuscrito que indicava compreensão fora do comum. Persuadimo-lo a cursar o Gymnasium [escola secundária] e a Universidade e a dedicar-se ao aspecto não-médico da psicanálise. A pequena sociedade adquiriu nele um secretário zeloso e digno de confiança e eu ganhei em Otto Rank um auxiliar e colaborador dos mais fiéis.

O pequeno círculo logo se ampliou e no transcorrer dos cinco anos seguintes muitas vezes mudou de composição. De um modo geral, podia dizer a mim mesmo que quase não era inferior, em riqueza e variedade de talento, à equipe de qualquer professor de clínica. Incluía, desde o início, os que mais tarde viriam a desempenhar papel considerável, embora nem sempre aceitável, na história do movimento psicanalítico. Naquela época, entretanto, não se poderia ainda prever esses desenvolvimentos. Eu tinha todos os motivos para estar satisfeito, e penso que fiz o possível para transmitir meu conhecimento e experiência aos outros. Houve apenas duas circunstâncias inauspiciosas que terminaram por me afastar internamente do grupo. Não consegui estabelecer entre os seus membros as relações amistosas que devem prevalecer entre homens que se acham empenhados no mesmo trabalho difícil, nem consegui evitar a competição pela prioridade a que dá margem, com tanta freqüência, esse tipo de trabalho em equipe. As dificuldades particularmente grandes ligadas ao ensino da prática da psicanálise - responsáveis por grande parte das dissenções havidas - eram patentes nessa Sociedade Psicanalítica de Viena, de caráter particular. Eu mesmo não me aventurei a expor uma técnica e teoria ainda inacabadas e em formação, com a autoridade que provavelmente teria capacitado os outros a evitar certos desvios e suas conseqüências desastrosas. A autoconfiança de trabalhadores intelectuais, sua independência prematura do mestre, é sempre gratificante de um ponto de vista psicológico, mas só traz vantagens para a ciência se esses trabalhadores preencherem certas condições pessoais que não são, de maneira nenhuma, comuns. Para a psicanálise, em particular, uma longa e severa disciplina, além de treinamento na autodisciplina, teria sido necessária. Em vista da coragem revelada pela devoção a um assunto olhado com tanta reserva, e tão pobre de perspectivas, estava disposto a tolerar dos membros do grupo muita coisa que não devia tolerar numa situação diferente. Além de médicos, o círculo incluía outras pessoas - homens instruídos que haviam reconhecido algo importante na psicanálise; escritores, pintores etc. Minha Interpretação de Sonhos e meu livro sobre chistes, entre outros, mostraram desde o início que as teorias da psicanálise não podem ficar restritas ao campo médico, mas são passíveis de aplicação a várias outras ciências mentais.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que a partir do ano de 1902, certo número de jovens médicos reuniu-se em torno dele com a intenção expressa de aprender, praticar e difundir o conhecimento da psicanálise. A pequena sociedade adquiriu nele um secretário zeloso e digno de confiança e eu ganhei em Otto Rank um auxiliar e colaborador dos mais fiéis.

O pequeno círculo logo se ampliou e no transcorrer dos cinco anos seguintes muitas vezes mudou de composição. Além de médicos, o círculo incluía outras pessoas - homens instruídos que haviam reconhecido algo importante na psicanálise; escritores, pintores etc. Minha Interpretação de Sonhos e meu livro sobre chistes, entre outros, mostraram desde o início que as teorias da psicanálise não podem ficar restritas ao campo médico, mas são passíveis de aplicação a várias outras ciências mentais.

Mattanó aponta que a partir do ano de 1902, certo número de jovens médicos reuniu-se em torno de Freud com a intenção expressa de aprender, praticar e difundir o conhecimento da psicanálise. A pequena sociedade adquiriu nele um secretário zeloso e digno de confiança e ele ganhou em Otto Rank um auxiliar e colaborador dos mais fiéis. Vemos aqui como a psicanálise foi sendo construída, debatida e escrita, pensada pelos seus intelectuais originais.

O pequeno círculo logo se ampliou e no transcorrer dos cinco anos seguintes muitas vezes mudou de composição. Além de médicos, o círculo incluía outras pessoas - homens instruídos que haviam reconhecido algo importante na psicanálise; escritores, pintores etc. Sua Interpretação de Sonhos e seu livro sobre chistes, entre outros, mostraram desde o início que as teorias da psicanálise não podem ficar restritas ao campo médico, mas são passíveis de aplicação a várias outras ciências mentais. Vemos que Freud continuou seu trabalho mesmo com as ampliações e mudanças de composição no pequeno círculo de médicos que passou a incluir outros homens instruídos como escritores, pintores, etc., e assim sua obra foi sendo escrita e posta ao trabalho ou aplicação de várias ciências que não se limitavam ao campo médico, foi trabalhando assim, com debates e discussões, com textos e pensamentos, com muita pesquisa e empenho que através de obras como a Interpretação dos Sonhos e o seu livro sobre os chistes que ele ampliou a aplicação da sua teoria psicanalítica.

 

MATTANÓ

(16/06/2025)

 

 

 

HISTÓRIA DO BRASIL E HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DA PSICOLOGIA E DA PSICANÁLISE (2025):

Mattanó testemunha e denuncia que ele é perseguido desde criança por policiais e autoridades por ser de família refugiada da Segunda Grande Guerra Mundial e do campo de concentração de Auschwitz na Alemanha onde seu avô Manoel Mattanó teve que trabalhar como escravo e de coveiro do forno de Auschwitz e se tornou odiado e perseguido, pois também conseguiu escapar de Auschwitz, talvez matando Adolf Hitler e fugindo para o Brasil, onde reiniciou sua vida, porém traumatizada e sequelada de forma permanente, pois adquiriu repertório comportamental depressivo, de alcoólatra e de angustiado com sua vida que lhe causava medo e ansiedade, por exemplo, de ser descoberto e acabar sendo assassinado por ter matado Adolf Hitler, no dia em que Mattanó conheceu sua trisavó, que também era refugiada européia, ela lhe disse ¨você é a nossa esperança¨, eu nada entendi, mas agora compreendo, sou Santo e sou o Amor de Deus, de Jesus e de Maria, vim trazer paz para as vítimas do holocausto e das outras formas de guerras e violência, inclusive a crucificação, para aqueles que são queimados na fogueira da ignorância humana ou das lamentações, da incapacidade de amar e de ser amado ou amada, que são queimados por não fazerem parte de uma elite, por exemplo, de jogadores de futebol ou de policiais e autoridades que investem tudo contra a vida, o patrimônio e a liberdade, inclusive a saúde e a virgindade de muitos indivíduos de uma mesma família que segue o mesmo Deus, Jesus Cristo, e que acredita em Suas Palavras Santas, facilitando para estupradores que atacam jovens, crianças, adolescentes, senhores e senhoras e até idosos e idosas despindo-os de suas vestes através de uma invasão de suas intimidades e privacidades, de suas incolumidades corporais, exibindo tudo sobre suas sexualidade, de modo a excitar sexualmente os veículos de comunicação de massa que passam a abusar e explorar essa sexualidade violentada através de seus programas lançando-os a bandidagem, a criminalidade e a violência sexual, a prática de extorsão sexual e de estupro com vingança, ódio e intolerância, além de lavagem cerebral, tortura e despersonalização, sequestro, tentativas de sequestro, de espancamento e de provocar queimaduras, roubo e loucura, doenças contagiosas como a AIDS, a pobreza e a gravidez indesejada e mal planejada, fruto da violência e do estupro, sequelando as crianças e as famílias até que possam ressignificar sua existência, origem e função na família, o quanto se tornaram necessários devido o amor familiar, porém o estupro e a violência nunca serão necessários.Testemunho que doentes como eu, talvez por ser perseguido por causa da minha família refugiada da Segunda Grande Guerra Mundial, acabam sendo discriminados, odiados e intolerados, mesmo sendo brasileiros e não tendo ficha criminal na polícia, mesmo tendo direitos e deveres garantidos, obrigações e privilégios, mas o poder quando corrompido faz essas coisas, privilegia grupos dominantes, até quando são estupradores e pedófilos, assassinos, ladrões, traficantes, loucos e sequestradores, falsos ideológicamente, pois os mesmos médicos psiquiatras que me medicaram e já me internaram também tem o dever de denunciar e mandar internar e medicar os atletas e profissionais da saúde desses clubes de futebol que deliram ouvir vozes em suas partidas de futebol, em suas Arenas e Estádios, e que assim ficam agressivos, hostis, briguentos e faltosos, com pobreza de linguagem, apelando para xingamentos, trapaçeiros, manipulando resultados, através ou não de bets, para fins de angariar recursos para manter o esquema de vigilância, extorsão e roubo, para sequestro, estupro, tortura e assassinato de testemunhas, como já fizerem com a Lucrécia, minha prima, pois bem doentes e psicóticos não podem trabalhar e não devem ficar sem tomar medicação se estiverem criando problemas como estes, temos aqui um cenário de guerra onde atletas e profissionais da saúde, inclusive políticos e autoridades como o ex-Presidente Jair Bolsonaro participam como agentes e manipuladores, controladores, financiadores, já testemunhei que o governador do Paraná Ratinho Jr. também faz parte deste esquema e que a polícia tem conhecimento de tudo, mas tem que cumprir ordens. Atletas loucos e falsos ideológicamente, ou seja, criminosos, não podem jogar futebol, se estiverem ameaçando a vida, o patrimônio e a liberdade de outras pessoas e famílias, pois eu estou e sou considerado louco desde 1999 e em função disto não posso trabalhar normalmente - escutar vozes durante o trabalho e a partir daí desejar prejudicar, roubar, sequestrar, estuprar e assassinar indivíduos de uma família por causa do que os veículos de comunicação de massa argumentam e nunca comprova, muito pelo contrário espalham fake news abundantemente e isto é crime, pois eu já procurei esses veículos de comunicação de massa para denunciar tudo e eles me disseram para eu tomar remédio, pois estava louco ao dizer que ouvia vozes e conversava através da televisão com as emissoras ou estúdios de comunicação e seus jornalistas e apresentadores de televisão, ou seja, que eu ¨conversava com a televisão¨. Um bom jornalista investigaria o significado e o sentido disto! Eu só quero que o brasileiro e a brasileira tenha mais saúde-mental e menos prejuízos financeiros, por exemplo, com as bets e o tráfico de drogas, ou seja, que o futebol jogue ¨limpo¨, isto é, sem loucura e sem demência!

 

MATTANÓ

(19/06/2025)

 

 

 

 

HISTÓRIA DO BRASIL E HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DA PSICOLOGIA E DA PSICANÁLISE (2025):

Mattanó testemunha que ele e sua família são vítimas de políticos que prometem segurança, trabalho, educação, justiça, saúde, liberdade, direito ao patrimônio público e privado, transporte, economia, renda, vida e alimentação antes das eleições e depois que são eleitos se esquecem das suas promessas e deveres de políticos, colocando testemunhas de crimes hediondos em mãos de traficantes e terroristas, de abusadores sexuais e de incapazes, de estupradores e de violentadores, de pessoas que fazem espionagem e lavagem cerebral, despersonalização, extorsão, vingança e estupro virtual, roubo de informações e de segredos, de falsificadores de documentos, de sequestradores e de assassinos que podem atear fogo em você e na sua casa, em sua família e no seu carro, de pedófilos que atuam no esporte nacional e na política quando se omitem e permitem que atletas com menos de 14 anos de idade sejam estupradas e estuprados para aumentarem o seu desempenho nas competições, sejam elas escolares, municipais, estaduais ou nacionais, talvez até internacionais, pedofilia é crime em qualquer contexto amparado pela lei e não há coisa alguma para se discutir, a criança menor de 14 anos de idade e a família sempre saem traumatizados e ficam com problemas pelo resto da vida, inclusive a cidade, o estado e a nação que acabam reproduzindo esse drama de forma inconsciente e/ou comportamental, criando ritos e mitos, totens e tabus que só servem para impor diferenças no entendimento e nas formas de se relacionar com os objetos dessa construção doentia e violenta, de modo que os políticos sintam-se ameaçados ou constrangidos por essa construção e passem a seguir as regras de cada ¨jogo de interesses¨. Transformando suas promessas de campanha em apenas promessas não cumpridas por motivos não muito óbvios ou esclarecidos como a corrupção, o ¨jogo de interesses¨ e a falta de verbas e de recursos para os seus trabalhos. Contudo a verdade pode ser outra, pode ser um prazer sexual de cunho inconsciente do tipo pedófilo por parte desses políticos que se satisfazem no outro, passivamente, para depois se satisfazem neles mesmos através da ideia da pulsão auditiva de Mattanó que foi roubada em 1995 e traficada para a execução, também desse prazer inconsciente e agora ativo em políticos que negligenciavam a pedofilia nos esportes deste país.

 

MATTANÓ

(19/06/2025)

 

 

 

Em 1907, contra todas as expectativas, a situação mudou de repente. Parecia que a psicanálise havia discretamente despertado interesse e angariado adeptos e que havia até mesmo alguns cientistas que estavam prontos a reconhecê-la. Uma comunicação de Bleuler me informara antes disso que minhas obras tinham sido estudadas e aplicadas no Burghölzli. Em janeiro de 1907, pela primeira vez veio a Viena um membro da clínica de Zurique - o Dr. Eitingon. Outras visitas se seguiram, que levaram a uma animada troca de idéias. Finalmente, a convite de C.G.Jung, naquela época ainda médico assistente de Burghölzli, realizou-se uma primeira reunião em Salzburg na primavera de 1908, que congregou adeptos da psicanálise de Viena, Zurique e outros lugares. Um dos primeiros resultados desse primeiro Congresso Psicanalítico foi a fundação de um periódico intitulado Jahrbuch für psychoanalytische und psycho-pathologische Forschungen sob a direção de Bleuler e Freud e editado por Jung, que apareceu pela primeira vez em 1909. Essa publicação expressava a estreita cooperação entre Viena e Zurique.

Repetidas vezes reconheci com gratidão os grandes serviços prestados pela Escola de Psiquiatria de Zurique na difusão da psicanálise, em particular por Bleuler e Jung, e não hesito em fazê-lo ainda hoje, quando as circunstâncias mudaram tanto. Na verdade, não foi o apoio da Escola de Zurique que fez despertar a atenção do mundo científico para a psicanálise naquela época. O que acontecera foi que o período de latência tinha terminado e por toda parte a psicanálise se tornava objeto de interesse cada vez maior. Mas em todos os outros lugares, esse aumento de interesse de início não produziu senão um vivo repúdio, quase sempre apaixonado, ao passo que em Zurique, pelo contrário, um acordo em linhas gerais foi a nota dominante. Além disso, em nenhum outro lugar havia um grupo tão coeso de partidários, nem uma clínica pública posta a serviço das pesquisas psicanalíticas, nem um professor de clínica que incluísse as teorias psicanalíticas como parte integrante de seu curso de psiquiatria. O grupo de Zurique tornou-se assim o núcleo de pequena associação que lutava pelo reconhecimento da análise. A única oportunidade de aprender a nova arte e de nela trabalhar estava ali. A maior parte dos meus seguidores e colaboradores de hoje chegou a mim via Zurique, mesmo aqueles que se encontravam geograficamente muito mais perto de Viena do que da Suíça. Em relação à Europa ocidental, onde estão os grandes centros de nossa cultura, Viena ocupa uma posição marginal; e seu prestígio tem sido afetado, há muitos anos, por fortes preconceitos. Os representantes das nações mais importantes se reúnem na Suíça, onde a atividade intelectual é tão vívida; um foco de infecção ali estava destinado a ser de grande importância para a difusão da “epidemia psíquica”, como Hoche de Freiburg a denominou.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que em 1907 parecia que a psicanálise mudaria de rumo e seria aceita, pois cientistas começaram a se interessar por ela e em 1908 num Congresso Psicanálitico foi fundado  um periódico intitulado Jahrbuch für psychoanalytische und psycho-pathologische Forschungen sob a direção de Bleuler e Freud e editado por Jung, que apareceu pela primeira vez em 1909. Essa publicação expressava a estreita cooperação entre Viena e Zurique.

Repetidas vezes reconheci com gratidão os grandes serviços prestados pela Escola de Psiquiatria de Zurique na difusão da psicanálise, em particular por Bleuler e Jung, e não hesito em fazê-lo ainda hoje, quando as circunstâncias mudaram tanto. Na verdade, não foi o apoio da Escola de Zurique que fez despertar a atenção do mundo científico para a psicanálise naquela época. O que acontecera foi que o período de latência tinha terminado e por toda parte a psicanálise se tornava objeto de interesse cada vez maior. O grupo de Zurique tornou-se assim o núcleo de pequena associação que lutava pelo reconhecimento da análise. A única oportunidade de aprender a nova arte e de nela trabalhar estava ali. A maior parte dos meus seguidores e colaboradores de hoje chegou a mim via Zurique, mesmo aqueles que se encontravam geograficamente muito mais perto de Viena do que da Suíça. Em relação à Europa ocidental, onde estão os grandes centros de nossa cultura, Viena ocupa uma posição marginal; e seu prestígio tem sido afetado, há muitos anos, por fortes preconceitos. Os representantes das nações mais importantes se reúnem na Suíça, onde a atividade intelectual é tão vívida; um foco de infecção ali estava destinado a ser de grande importância para a difusão da “epidemia psíquica”, como Hoche de Freiburg a denominou.

Mattanó aponta que em 1907 parecia que a psicanálise mudaria de rumo e seria aceita, pois cientistas começaram a se interessar por ela e em 1908 num Congresso Psicanálitico foi fundado  um periódico intitulado Jahrbuch für psychoanalytische und psycho-pathologische Forschungen sob a direção de Bleuler e Freud e editado por Jung, que apareceu pela primeira vez em 1909. Essa publicação expressava a estreita cooperação entre Viena e Zurique.  Vemos como a psicanálise foi se organizando e se estruturando, se difundindo como teoria e técnica através dos congressos e das publicações que aumentavam a sua influência e o seu poder ou valor entre os interessados, através dos argumentos e da linguagem, dos atos ilocucionários e dos atos perlocucionários que produzem a conexão entre codificador, enunciado, argumento, linguagem e decodificador, através da força e dos efeitos produzidos pela sua argumentação, que visa atingir a vontade e convencer o outro por meio de pressupostos e subentendidos.

Repetidas vezes reconheci com gratidão os grandes serviços prestados pela Escola de Psiquiatria de Zurique na difusão da psicanálise, em particular por Bleuler e Jung, e não hesito em fazê-lo ainda hoje, quando as circunstâncias mudaram tanto. Na verdade, não foi o apoio da Escola de Zurique que fez despertar a atenção do mundo científico para a psicanálise naquela época. O que acontecera foi que o período de latência tinha terminado e por toda parte a psicanálise se tornava objeto de interesse cada vez maior. O grupo de Zurique tornou-se assim o núcleo de pequena associação que lutava pelo reconhecimento da análise. A única oportunidade de aprender a nova arte e de nela trabalhar estava ali. A maior parte dos meus seguidores e colaboradores de hoje chegou a mim via Zurique, mesmo aqueles que se encontravam geograficamente muito mais perto de Viena do que da Suíça. Em relação à Europa ocidental, onde estão os grandes centros de nossa cultura, Viena ocupa uma posição marginal; e seu prestígio tem sido afetado, há muitos anos, por fortes preconceitos. Os representantes das nações mais importantes se reúnem na Suíça, onde a atividade intelectual é tão vívida; um foco de infecção ali estava destinado a ser de grande importância para a difusão da “epidemia psíquica”, como Hoche de Freiburg a denominou. Vemos que a psicanálise emprestou os serviços da Escola de Zurique, com maior gratidão, através de Bleuler e Jung, que participaram dando apoio e investimento aos trabalhos da maior parte dos seus seguidores e colaboradores que selecionaram Zurique para trabalhar e estudar a psicanálise, mesmo com a cidade de Viena estando mais próxima, pois Viena era considerada uma cidade doentia e capaz de difundir ¨epidemias psíquicas¨, já Zurique era considerada uma cidade onde a atividade intelectual era vívida e coerente, abundante.

 

MATTANÓ

(20/06/2025)

 

 

 

ANATOMIA DA CRIAÇÃO (2025):

As palavras tem o poder de modificar a consciência, assim como o som possui o mesmo poder, pois as palavras e o som modificam os sentimentos primordiais e as disposições que formam imagens, respondendo aos estímulos do meio ambiente, de modo que regiões do cérebro como o tálamo sequenciem imagens a ponto de gerar uma consciência viva e ativa, responsorial e superior as áreas de convergência-divergência que são compostas de regiões e zonas de convergência-divergência, com trabalhos especializados e uma funcionalidade específica para cada uma delas, sendo uma responsável pela geração de imagens e a outra pela sequenciação dessas imagens, ou seja, pelo movimento da consciência, evoluindo de imagens fotográficas para verdadeiros filmes de cinema, mas em casos de paranormalidade, até em em holografias e cenas em terceira dimensão ou 3D que possuem movimento e realidade virtuais, inclusive coclear, de modo a servir como ferramenta de dominação, de caça e de luta, de sobrevivência ou de reprodução sexual e cultural e de educação e trabalho para suas comunidades e indivíduos. Eis que a música e o som do assobio metálico alienígena possuem estas propriedades modificadores da consciência e posteriormente, do comportamento e da vida social, familiar, institucional, organizacional, empresarial, esportiva, militar, educacional, criminal, legislativa, executiva, cognitiva, moral, sexual, lúdica, profissional, trabalhista, econômica, comunicacional, política, administrativa, científica, docente, jurídica, policial, alimentar, sanitária, arquitetônica, de engenharia e produção, médica e da saúde, de transportes e de locomoção, de segurança, habitação, liberdade, direitos e deveres, obrigações e privilégios, de cidadania e de modos de se viver socialmente como a Democracia.

 

MATTANÓ

(25/06/2025)

 

 

 

SOBRE A LOUCURA (2025):

Mattanó aponta que na loucura aqueles comportamentos de nomear culpados ou convidados, personagens para as suas tragédias, dramas e e traumas reflete apenas, a priori, os sentimentos primordiais e assim partes do seu próprio corpo que estava fragmentado e dissociado, ou seja, eventos que ele não conseguia reconhecer como partes do seu próprio corpo psicológico e inconsciente.

Assim descobrimos porque quê a loucura jamais terá cura!?

Porque ela é criada e desenvolvida num período em que a criança ainda não possui habilidades cognitivas para dar significado e sentido para suas relações e objetos, justamente o período sensório-motor ou na fase oral, onde a criança apenas possui repertórios comportamentais básicos como imitar, discriminar, ficar atento e controlar. Vemos que neste período a criança é criada e educada antes de formar significados e sentidos, mas ela pode ter esse conteúdo ressignificado ou revisado secundariamente através da reconstrução da personalidade por meio da Teoria da Abundância de Mattanó.

 

MATTANÓ

(26/06/2025)

 

 

 

 

 

Segundo o testemunho de um colega que presenciou acontecimentos no Burghölzli, parece que a psicanálise despertou interesse ali muito cedo. Na obra de Jung sobre fenômenos ocultos, publicada em 1902, já havia alusão ao meu livro sobre a interpretação de sonhos. A partir de 1903 ou 1904, a psicanálise ocupava o primeiro plano de interesse. Depois de estabelecidas relações pessoais entre Viena e Zurique, uma sociedade informal foi também iniciada, em meados de 1907, no Burghölzli, onde os problemas da psicanálise eram debatidos em reuniões regulares. Na aliança entre as escolas de Viena e Zurique, os suíços não eram de modo algum meros recipientes. Já haviam produzido trabalhos científicos de grande mérito, cujos resultados foram úteis à psicanálise. As experiências de associação iniciadas pela Escola de Wundt tinham sido interpretadas por eles num sentido psicanalítico e revelaram possibilidades de aplicação inesperadas. Através delas, tornara-se possível chegar a uma rápida confirmação experimental das observações psicanalíticas e a demonstrar diretamente a estudantes conexões a respeito das quais um analista poderia apenas falhar-lhes. A primeira ponte ligando a psicologia experimental à psicanálise fora levantada.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que a psicanálise através das escolas de Viena e de Zurique iniciou a interpretação das experiências de associação iniciadas pela Escola de Wundt obtendo aplicação inesperadas, de modo que a primeira ponte entre a psicologia experimental e à psicanálise fora levantada.

Mattanó aponta que a psicanálise através das escolas de Viena e de Zurique iniciou a interpretação das experiências de associação iniciadas pela Escola de Wundt obtendo aplicação inesperadas, de modo que a primeira ponte entre a psicologia experimental e à psicanálise fora levantada. Vemos aqui como a psicanálise se esforçou para criar um maior alcance teórico e prático, até mesmo experimental, pois os valores da psicologia experimental prevaleceram e não foram deturpados, foram apenas ressignificados e ganharam um novo sentido.

 

MATTANÓ

(26/06/2025)

 

 

 

 

 

 

No tratamento psicanalítico, os experimentos de associação permitem uma análise provisória qualitativa do caso, mas não proporcionam nenhuma contribuição essencial à técnica, podendo-se prescindir deles na prática analítica. Mais importante, contudo, foi outra realização da Escola de Zurique, ou de seus líderes, Bleuler e Jung. O primeiro mostrou que se poderia esclarecer grande número de casos, puramente psiquiátricos, reconhecendo neles os mesmos processos reconhecidos pela psicanálise como presentes nos sonhos e nas neuroses (mecanismos freudianos); e Jung [1907] aplicou com êxito o método analítico de interpretação às manifestações mais estranhas e obscuras da demência precoce (esquizofrenia), de modo a trazer à luz suas fontes presentes na história da vida e nos interesses do paciente. Depois disso, foi impossível aos psiquiatras ignorar por mais tempo a psicanálise. A grande obra de Bleuler sobre a esquizofrenia (1911), na qual o ponto de vista psicanalítico foi colocado em pé de igualdade com o clínico-sistemático, completou esse sucesso.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que no tratamento psicanalítico houve realização com a Escola de Zurique através de Bleuer e Jung, seus líderes. Bleurer o mostrou que se poderia esclarecer grande número de casos, puramente psiquiátricos, reconhecendo neles os mesmos processos reconhecidos pela psicanálise como presentes nos sonhos e nas neuroses (mecanismos freudianos); e Jung [1907] aplicou com êxito o método analítico de interpretação às manifestações mais estranhas e obscuras da demência precoce (esquizofrenia), de modo a trazer à luz suas fontes presentes na história da vida e nos interesses do paciente.  A grande obra de Bleuler sobre a esquizofrenia (1911), na qual o ponto de vista psicanalítico foi colocado em pé de igualdade com o clínico-sistemático, completou esse sucesso.

Mattanó aponta que no tratamento psicanalítico houve realização com a Escola de Zurique através de Bleuer e Jung, seus líderes. Bleurer o mostrou que se poderia esclarecer grande número de casos, puramente psiquiátricos, reconhecendo neles os mesmos processos reconhecidos pela psicanálise como presentes nos sonhos e nas neuroses (mecanismos freudianos); e Jung [1907] aplicou com êxito o método analítico de interpretação às manifestações mais estranhas e obscuras da demência precoce (esquizofrenia), de modo a trazer à luz suas fontes presentes na história da vida e nos interesses do paciente.  A grande obra de Bleuler sobre a esquizofrenia (1911), na qual o ponto de vista psicanalítico foi colocado em pé de igualdade com o clínico-sistemático, completou esse sucesso. Vemos como a psicanálise foi conquistando seu espaço no cenário médico de sua época com seus representantes que investiram anos de estudos e de trabalhos clínicos para difundí-la e torná-la cada vez mais acessível e pública, ou seja, reconhecida.

 

MATTANÓ

(26/06/2025)

 

 

 

 

 

 

Não deixarei de ressaltar uma divergência que já se podia observar naquela época entre os rumos seguidos pelo trabalho das duas escolas. Já em 1897 eu publicara a análise de um caso de esquizofrenia, o qual, contudo, era de natureza paranóide, de modo que a solução do mesmo não podia ser influenciada pela impressão causada pelas análises de Jung. Mas para mim o ponto importante fora não tanto a possibilidade de interpretar os sintomas, mas o mecanismo psíquico da doença e, acima de tudo, a concordância desse mecanismo com o da histeria, que já fora descoberto. Naquela época, nenhuma luz fora lançada sobre as diferenças entre os dois mecanismos, pois eu ainda visava a uma teoria da libido nas neuroses, que iria explicar todos os fenômenos neuróticos e psicóticos como procedentes de vicissitudes anormais da libido, isto é, como desvios do seu emprego normal. Este ponto de vista escapou aos pesquisadores suíços. Que eu saiba, até hoje Bleuler defende o ponto de vista de que as várias formas de demência precoce têm uma causação orgânica; e no Congresso de Salzburg, em 1908, Jung, cujo livro sobre essa doença surgira em 1907, apoiou a teoria tóxica de sua causação, que não leva em conta a teoria da libido, embora, é verdade, não a exclua. Posteriormente (1912), foi desastrado nesse mesmo ponto, dando demasiada importância ao material que antes se recusara a utilizar.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que houveram divergências pelo trabalho das duas escolas. Para Freud o ponto importante fora não tanto a possibilidade de interpretar os sintomas, mas o mecanismo psíquico da doença e, acima de tudo, a concordância desse mecanismo com o da histeria, que já fora descoberto. Naquela época, nenhuma luz fora lançada sobre as diferenças entre os dois mecanismos, pois Freud ainda visava a uma teoria da libido nas neuroses, que iria explicar todos os fenômenos neuróticos e psicóticos como procedentes de vicissitudes anormais da libido, isto é, como desvios do seu emprego normal. Este ponto de vista escapou aos pesquisadores suíços. Que ele saiba, até hoje Bleuler defende o ponto de vista de que as várias formas de demência precoce têm uma causação orgânica; e no Congresso de Salzburg, em 1908, Jung, cujo livro sobre essa doença surgira em 1907, apoiou a teoria tóxica de sua causação, que não leva em conta a teoria da libido, embora, é verdade, não a exclua. Posteriormente (1912), foi desastrado nesse mesmo ponto, dando demasiada importância ao material que antes se recusara a utilizar.

Mattanó aponta que houveram divergências pelo trabalho das duas escolas. Para Freud o ponto importante fora não tanto a possibilidade de interpretar os sintomas, mas o mecanismo psíquico da doença e, acima de tudo, a concordância desse mecanismo com o da histeria, que já fora descoberto. Naquela época, nenhuma luz fora lançada sobre as diferenças entre os dois mecanismos, pois Freud ainda visava a uma teoria da libido nas neuroses, que iria explicar todos os fenômenos neuróticos e psicóticos como procedentes de vicissitudes anormais da libido, isto é, como desvios do seu emprego normal. Este ponto de vista escapou aos pesquisadores suíços. Que ele saiba, até hoje Bleuler defende o ponto de vista de que as várias formas de demência precoce têm uma causação orgânica; e no Congresso de Salzburg, em 1908, Jung, cujo livro sobre essa doença surgira em 1907, apoiou a teoria tóxica de sua causação, que não leva em conta a teoria da libido, embora, é verdade, não a exclua. Posteriormente (1912), foi desastrado nesse mesmo ponto, dando demasiada importância ao material que antes se recusara a utilizar. Vemos como foi o progresso e o desenvolvimento das teorias psicanalíticas, divergentes ou não divergentes, resultado de muito trabalho e estudo, de muito empenho, insight e fascínio pela mente do Homo Sapiens.

 

MATTANÓ

(26/06/2025)

 

 

 

 

 

 

Há uma terceira contribuição feita pela Escola Suíça, a ser talvez atribuída totalmente a Jung, à qual eu não dou tanto valor quanto outros, menos ligados a esses assuntos do que eu. Refiro-me à teoria dos “complexos” que decorreu dos Diagnostische Assoziationsstudien [Estudos sobre Associação de Palavras] (1906). Nem ela em si mesma produziu uma teoria psicológica, nem mostrou-se capaz de fácil incorporação ao contexto da teoria psicanalítica. O termo “complexo”, por outro lado, foi naturalizado, por assim dizer, pela linguagem psicanalítica; é um termo conveniente e muitas vezes indispensável para resumir um estado psicológico de maneira descritiva. Nenhuma das outras palavras inventadas pela psicanálise para atender às suas próprias necessidades alcançou uma popularidade tão generalizada ou foi tão mal aplicada em prejuízo da formação de conceitos mais claros. Os analistas começaram a falar entre si de “retorno de um complexo” quando queriam dizer um “retorno do reprimido”, ou adquiriram o hábito de dizer “tenho um complexo contra ele”, quando a expressão correta seria “uma resistência contra ele”.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que Jung introduziu o termo¨complexo¨ na linguagem psicanalítica para dizer que tinham um ¨retorno de um complexo¨ ao invés de dizerem que tinham um ¨retorno do reprimido¨ e adquiriram o hábito de dizer ¨tenho um complexo contra ele¨ e não ¨uma resistência contra ele¨.

Mattanó aponta que Jung introduziu o termo¨complexo¨ na linguagem psicanalítica para dizer que tinham um ¨retorno de um complexo¨ ao invés de dizerem que tinham um ¨retorno do reprimido¨ (segundo Freud) e adquiriram o hábito de dizer ¨tenho um complexo contra ele¨ e não ¨uma resistência contra ele¨ (opção de Freud). Vemos aqui como surgiram e se difundiram os termos das diferentes escolas e divergências psicanalíticas dos tempos de Sigmund Freud. Vemos aqui a História da Psicanálise, seus argumentos e sua linguagem, seus atos ilocucionários e seus atos perlocucionários, seus pressupostos e subentendidos, seu mostrar, fazer e dizer, seu posto, sua semântica e sua hermenêutica, seus significados e sentidos, seus enunciados, seu mundo narrado e seu mundo comentado, seu mundo objetivo e seu mundo subjetivo, e seu mundo concreto e seu mundo abstrato, seu mundo vivido e seu mundo representado ou seu mundo real e seu mundo ideal.

 

MATTANÓ

(26/06/2025)

 

 

 

HISTÓRIA DO BRASIL (2025):

Segundo a Nationalgeographics:

¨A Segunda Guerra Mundial foi um dos eventos mais importantes do século 20 e ocorreu entre 1939 e 1945. Durante a guerra, os sistemas político, social e econômico de muitos países foram afetados. Mas quais foram seus impactos a longo prazo?

O artigo Os efeitos da Segunda Guerra Mundial nos resultados econômicos e de saúde em toda a Europa, publicado em The Review of Economics and Statistics, aborda as consequências a longo prazo no campo socioeconômico e na saúde dos europeus. Os autores (Iris Kesternich, Bettina M. Siflinger, James P. Smith, Joachim Winter) encontraram fortes efeitos para quatro categorias analisadas: fome, perda de propriedade, perseguição e ausência da figura paterna.

Consequências sociais da Segunda Guerra Mundial

Segundo o artigo, não só os soldados foram afetados pela guerra, mas os civis também sofreram as consequências do combate. Entre eles, aproximadamente metade de todas as vítimas europeias, entre 9,8 e 10,4 milhões de pessoas, foram mortas por razões políticas ou raciais pelo regime nazista.

Além disso, o documento afirma que esta guerra causou graves crises de fome. Como consequência, também aumentou a probabilidade de doenças cardíacas, diabetes e depressão. "As pessoas que passaram pela guerra ou combate têm uma saúde significativamente pior do que as que não a experienciaram".

Outro apontamento é que muitas mulheres não se casaram e muitos filhos cresceram sem o pai, já que foram principalmente os homens que morreram durante a guerra. Este viés masculino nas mortes se concentrou entre os soldados, já que as mortes de civis e do Holocausto foram, em grande parte, neutras em termos de gênero.

Durante a Segunda Guerra Mundial, "milhões de judeus, mas também opositores do regime nazista, foram expropriados e frequentemente enviados para campos de concentração, onde morreram". Ao mesmo tempo, as mudanças nas fronteiras, muitas vezes, induziram milhões a deixar seus locais de residência e fugir.

Além disso, a publicação observa que a experiência da guerra também está associada a menos anos de educação e menor satisfação com a vida.

O artigo também mostra o impacto na força de trabalho feminina. Aproximadamente "metade das mulheres que incorporaram a força de trabalho durante a guerra permaneceu no final dela, proporcionando um possível aumento exógeno na oferta de mão-de-obra feminina".

Consequências econômicas e políticas da Segunda Guerra Mundial

"O impacto imediato da Segunda Guerra Mundial foi aparentemente bastante destrutivo para os países envolvidos, especialmente para os perdedores (Alemanha, Japão e Itália)". No entanto, esta situação foi invertida nos anos seguintes.

"Ao contrário da Primeira Guerra Mundial, que pouco se resolveu, a Segunda Guerra Mundial contribuiu para a construção de nações na Europa", e a parte ocidental do continente estabeleceu regimes democráticos permanentes.¨

Já aqui no Brasil por toda a nossa História caminhamos por longos períodos de fome, pobreza e miséria e até de guerras e conflitos entre populações que aumentam a degradação social, econômica, política e institucional no nosso país, e nunca encontramos um motivo para saltarmos para o futuro como fizeram os países europeus após a Segunda Guerra Mundial que os devastou economicamente, populacionalmente, socialmente, e urbanamente, além de psicológicamente e fisicamente, aumentando os casos de doenças relacionadas aos traumas da guerra, mas aqui no Brasil os traumas sociais somente aumentam a corrupção, a preguiça e a violência, o desejo de aparecer na televisão como um ¨espertinho¨ capaz de fazer coisas impossíveis pelos seus ídolos, mas que nada faz pelo seu país e nem mesmo por Deus, pois devido a sua condição de louco e insano tenta roubar, estuprar e matar pessoas que nunca cometeram crimes contra ela e que são Santas, segundo a Igreja, e que trabalham mais de 10 horas de por dia pelo seu país e pela sua gente, pelo seu futuro, pelo seu desenvolvimento econômico, social, educacional, religioso, populacional, trabalhista, profissional, esportivo, moral, sexual, comunicacional, da cidadania, da justiça, da política e dos direitos, deveres, obrigações e privilégios, do direito a vida e a liberdade, ao patrimônio e a incolumidade, a segurança e a saúde, ao bem-estar e a verdade, a economia e ao acúmulo consciente de riquezas através do trabalho apoiado na educação e na formação profissional, nunca na criminalidade e no roubo ou na violência e na falsidade ideológica. Por isso eu acredito que essas regiões do Brasil que hoje estão pobres, miseráveis e com fome, com desemprego e falta de educação e de oportunidades e de serviços de qualidade deveriam se espelhar nas vivências dos países europeus que passaram coisa muito pior, pois perderam tudo e hoje são grandes e fortes, alguns podem ter problemas e até fome e pobreza, outros guerras, mas estão lutando para sobreviverem com recursos que salvam suas vidas em caso de guerras, mas nós brasileiros somos todos apáticos e quando surgem grandes nomes, grandes professore, grandes cientistas ou grandes artistas e grandes Santos vem aquela loucura típica de Judas Iscariotes, de quem quer ser maior que o seu Mestre, de quem quer controlar o seu Deus ou Santo, de quem quer sacrificar alguém para salvar a vida daqueles que se julga perdidos, mas isso não é um sinal Profético, apenas traumático e alienado, vindo da fome e da pobreza econômica e não da fome e da pobreza espiritual, ou seja, ¨queimar o pão¨ é produto da pobreza e da fome econômica e social e não da fome e pobreza espiritual, não se trata de uma eucaristia, pois a eucaristia não pode ser fruto da pobreza econômica e social, mas somente da pobreza espiritual.

 

MATTANÓ

(29/06/2025)

 

 

 

 

A partir de 1907, quando as Escolas de Viena e Zurique se uniram, a psicanálise tomou o extraordinário impulso cujo ímpeto ainda hoje se sente; isto é indicado tanto pela difusão da literatura psicanalítica e pelo constante aumento do número de médicos que a praticam ou estudam, como pela freqüência com que é atacada em congressos e associações eruditas. Penetrou nas terras mais distantes e por toda a parte não somente deixou perplexos os psiquiatras, como dominou a atenção do público culto e de investigadores de outros campos da ciência. Havelock Ellis, que tem acompanhado seu desenvolvimento com simpatia, embora sem jamais se intitular um adepto, escreveu em 1911 num relatório para o Congresso Médico de Australásia: “A psicanálise de Freud é agora defendida e praticada não somente na Áustria e na Suíça, como também nos Estados Unidos, Inglaterra, Índia, Canadá, e, não duvido, na Australásia. Um médico do Chile (provavelmente alemão) falou no Congresso Internacional de Buenos Aires, em 1910, em favor da existência da sexualidade infantil e exaltou os efeitos da terapêutica psicanalítica sobre os sintomas obsessivos. Um neurologista inglês da Índia Central (Berkeley-Hill) informou-me, através de um ilustre colega que visitava a Europa, que as análises de indianos muçulmanos por ele feitas demonstraram que a etiologia de suas neuroses não era diferente das que encontramos em nossos pacientes europeus.

A introdução da psicanálise na América do Norte foi acompanhada de homenagens muito especiais. No outono de 1909, Stanley Hall, Presidente da Clark University, de Worcester, Massachusetts, convidou a Jung e a mim para participarmos das comemorações do vigésimo aniversário da fundação da Universidade, pronunciando uma série de conferências em alemão. Para nossa grande surpresa, verificamos que os membros daquela Universidade, especializada em educação e filosofia, pequena mas muito prestigiada, eram tão desprovidos de preconceitos, que estavam familiarizados com toda a literatura psicanalítica e a haviam incluído em suas aulas. Na América tão puritana foi possível, pelo menos nos círculos acadêmicos, debater livre e cientificamente tudo o que na vida comum é considerado censurável. As cinco conferências que improvisei em Worcester apareceram numa tradução inglesa no Americam Journal of Psychology [1910a], e foram pouco depois publicadas em alemão sob o título Uber Psychoanalyse. Jung leu um trabalho sobre experiências de associação no diagnóstico e outro sobre os conflitos da mente da criança. Fomos agraciados com o título honorário de Doutor em Leis. Durante aquela semana de comemorações em Worcester, a psicanálise foi representada por cinco pessoas: além de Jung e de mim, lá estava Ferenczi, que me acompanhou na viagem, Ernest Jones, então na Universidade de Toronto (Canadá) e agora em Londres, e A.A. Brill, que já exercia a psicanálise em Nova Iorque.

A relação pessoal mais importante que resultou da reunião em Worcester foi com James J. Putnam, Professor de Neuropatologia na Universidade de Harvard. Anos antes, revelara um ponto de vista desfavorável à psicanálise, mas tendo naquela ocasião se reconciliado rapidamente com ela passou a recomendá-la aos seus compatriotas e colegas numa série de conferências que eram tão ricas de conteúdo quanto brilhantes na forma. O prestígio que tinha em toda a América graças ao seu elevado caráter moral e inflexível amor à verdade, foi de grande valia para a psicanálise e a protegeu das denúncias, que muito provavelmente a teriam de outra forma aniquilado. Mais tarde, entregando-se demais à acentuada inclinação ética e filosófica de sua natureza, Putnam fez o que se me afigura uma exigência impossível - esperava que a psicanálise se colocasse a serviço de uma concepção filosófico-moral particular do Universo - mas continua a ser a coluna mestra da psicanálise em sua terra natal.

A difusão posterior do movimento deve muito a Brill e a Jones: em suas publicações chamaram a atenção de seus compatriotas, com incansável persistência, para os fatos fundamentais facilmente observáveis da vida cotidiana, dos sonhos e da neurose. Brill reforçou essa contribuição com sua atividade médica e com as traduções de minhas obras, e Jones com suas conferências instrutivas e seu talento para o debate nos congressos dos Estados Unidos. A ausência de uma tradição científica profundamente enraizada e a menor rigidez da autoridade oficial nos Estados Unidos foram uma vantagem decisiva para o impulso dado por Stanley Hall. Aquele país caracterizou-se, desde o início, pelo fato de diretores e superintendentes de hospitais de doentes mentais demonstrarem tanto interesse pela análise quanto os clínicos independentes. Mas, por isso mesmo, é evidente que teria de ser nos velhos centros de cultura, onde maior resistência foi revelada, que se iria travar a luta decisiva em favor da psicanálise.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que a psicanálise nos Estados Unidos, Inglaterra, Índia, Canadá, Australásia e Chile teve sua difusão através da sua técnica inovadora e valor psicoterapêutico que se consolidava cada vez mais através do seu trabalho analítico e interpretativo.

Já na América do Norte a psicanálise foi acompanhada de homenagens muito especiais. No outono de 1909, Stanley Hall, Presidente da Clark University, de Worcester, Massachusetts, convidou a Jung e a mim para participarmos das comemorações do vigésimo aniversário da fundação da Universidade, pronunciando uma série de conferências em alemão. Para nossa grande surpresa, verificamos que os membros daquela Universidade, especializada em educação e filosofia, pequena mas muito prestigiada, eram tão desprovidos de preconceitos, que estavam familiarizados com toda a literatura psicanalítica e a haviam incluído em suas aulas. Fomos agraciados com o título honorário de Doutor em Leis. Durante aquela semana de comemorações em Worcester, a psicanálise foi representada por cinco pessoas: além de Jung e de mim, lá estava Ferenczi, que me acompanhou na viagem, Ernest Jones, então na Universidade de Toronto (Canadá) e agora em Londres, e A.A. Brill, que já exercia a psicanálise em Nova Iorque.

A relação pessoal mais importante que resultou da reunião em Worcester foi com James J. Putnam, Professor de Neuropatologia na Universidade de Harvard. Anos antes, revelara um ponto de vista desfavorável à psicanálise, mas tendo naquela ocasião se reconciliado rapidamente com ela passou a recomendá-la aos seus compatriotas e colegas numa série de conferências que eram tão ricas de conteúdo quanto brilhantes na forma. Putnam fez o que se me afigura uma exigência impossível - esperava que a psicanálise se colocasse a serviço de uma concepção filosófico-moral particular do Universo - mas continua a ser a coluna mestra da psicanálise em sua terra natal.

A difusão posterior do movimento deve muito a Brill e a Jones: em suas publicações chamaram a atenção de seus compatriotas, com incansável persistência, para os fatos fundamentais facilmente observáveis da vida cotidiana, dos sonhos e da neurose. Brill reforçou essa contribuição com sua atividade médica e com as traduções de minhas obras, e Jones com suas conferências instrutivas e seu talento para o debate nos congressos dos Estados Unidos. Aquele país caracterizou-se, desde o início, pelo fato de diretores e superintendentes de hospitais de doentes mentais demonstrarem tanto interesse pela análise quanto os clínicos independentes. Mas, por isso mesmo, é evidente que teria de ser nos velhos centros de cultura, onde maior resistência foi revelada, que se iria travar a luta decisiva em favor da psicanálise.

Mattanó aponta que a psicanálise nos Estados Unidos, Inglaterra, Índia, Canadá, Australásia e Chile teve sua difusão através da sua técnica inovadora e valor psicoterapêutico que se consolidava cada vez mais através do seu trabalho analítico e interpretativo. Vemos que a psicanálise foi se difundindo pelo mundo conforme ganhava adeptos e interesse, cada vez mais valor e estrutura teórica e prática, e adeptos, seguidores, estudiosos, pesquisadores, médicos e novos psicanalistas.

Já na América do Norte a psicanálise foi acompanhada de homenagens muito especiais. No outono de 1909, Stanley Hall, Presidente da Clark University, de Worcester, Massachusetts, convidou a Jung e a mim (Freud) para participarmos das comemorações do vigésimo aniversário da fundação da Universidade, pronunciando uma série de conferências em alemão. Para nossa grande surpresa, verificamos que os membros daquela Universidade, especializada em educação e filosofia, pequena mas muito prestigiada, eram tão desprovidos de preconceitos, que estavam familiarizados com toda a literatura psicanalítica e a haviam incluído em suas aulas. Fomos agraciados com o título honorário de Doutor em Leis. Durante aquela semana de comemorações em Worcester, a psicanálise foi representada por cinco pessoas: além de Jung e de mim, lá estava Ferenczi, que me acompanhou na viagem, Ernest Jones, então na Universidade de Toronto (Canadá) e agora em Londres, e A.A. Brill, que já exercia a psicanálise em Nova Iorque. Vemos que a psicanálise teve seus colaboradores como ingredientes fundamentais de sua receita de sucesso para que atraísse cada vez mais interessados e um público motivado pelos mesmos interesses científicos que os seus colaboradores, certamente para que fosse consumida de forma fácil e agradável, por meio de uma sedução ou argumentação e linguagem que visava atingir a vontade, criar certezas e buscar a adesão de mais participantes as suas propostas.

A relação pessoal mais importante que resultou da reunião em Worcester foi com James J. Putnam, Professor de Neuropatologia na Universidade de Harvard. Anos antes, revelara um ponto de vista desfavorável à psicanálise, mas tendo naquela ocasião se reconciliado rapidamente com ela passou a recomendá-la aos seus compatriotas e colegas numa série de conferências que eram tão ricas de conteúdo quanto brilhantes na forma. Putnam fez o que se me afigura uma exigência impossível - esperava que a psicanálise se colocasse a serviço de uma concepção filosófico-moral particular do Universo - mas continua a ser a coluna mestra da psicanálise em sua terra natal. Vemos que a psicanálise suscita novas teorias e epistemologias, novas formas de conhecimento como sugeriu James, J. Putnam colocando a psicanálise a serviço de uma concepção filosófico-moral particular do Universo.

A difusão posterior do movimento deve muito a Brill e a Jones: em suas publicações chamaram a atenção de seus compatriotas, com incansável persistência, para os fatos fundamentais facilmente observáveis da vida cotidiana, dos sonhos e da neurose. Brill reforçou essa contribuição com sua atividade médica e com as traduções de minhas obras, e Jones com suas conferências instrutivas e seu talento para o debate nos congressos dos Estados Unidos. Aquele país caracterizou-se, desde o início, pelo fato de diretores e superintendentes de hospitais de doentes mentais demonstrarem tanto interesse pela análise quanto os clínicos independentes. Mas, por isso mesmo, é evidente que teria de ser nos velhos centros de cultura, onde maior resistência foi revelada, que se iria travar a luta decisiva em favor da psicanálise. Vemos que grandes colaboradores de Freud o ajudaram com publicação sobre a vida cotidiana, os sonhos e a neurose, sendo que Brill reforçou sua contribuição com sua atividade médica e Jones o fez com conferências instrutivas e debates nos congressos dos Estados Unidos. Foi aqui que houve desde o início interesse de diretores e superintendentes de hospitais de doentes mentais pela análise psicanalítica, contudo foi nos velhos centros de cultura que a psicanálise travou sua maior batalha através do poder da resistência. Vemos que a psicanálise se descortinou assim como se descortina o próprio inconsciente pessoal e a partir daí inicia-se o seu trabalho ou desenvolvimento, com seus mecanismos que incluem o desejo, a fixação e a resistência, e o recalque que o estrutura como a uma linguagem com significados e sentidos, capaz de definir como se desenrola o complexo de Édipo, que ao meu ver apenas leva a identificação da criança com seu genitor do sexo oposto, excluindo o desejo sexual por ele, pois a criança não possui libido e nem caracteres sexuais desenvolvidos de um adolescente para poder manter relações sexuais, além de não possuir a malícia comportamental que se desenrola com o desejo inconsciente do indivíduo maior de 14 anos de idade. A criança menor de 14 anos de idade não faz equivalências de estímulos maliciosas e nem significa e dá sentido sexual para as suas representações, de modo que relações sexuais com menores de 14 anos de idade constituem crime de estupro de vulnerável, de abuso de incapazes, de violência sexual e de pedofilia.

 

MATTANÓ

(05/07/2025)

 

 

 

INTERVENÇÃO SOBRE A HIPEREROSIA OU IDEIA DA PULSÃO AUDITIVA E A LOUCURA (2025):

Para começarmos somente adoecemos quando nos deixamos controlar literalmente, por razões ou por controle, a respeito do S (estímulo) que passa a dominar a relação do organismo com o meio ambiente através do seu cérebro e da sua consciência e assim respondemos conforme as propriedades do estímulo construindo significados e sentidos a partir do estímulo que podem gerar uma despersonalização ou lavagem cerebral, pois o controle normal da funcionalidade se dá por meio das consequências, pois estas operam transformações na adaptação comportamental, fisiológica e morfológica do indivíduo, enquanto que por meio do estímulo a relação é respondente, mesmo quando tem de ser operante, isto confunde o comportamento, a consciência, a cultura, o conhecimento e a realidade desse indivíduo que passa a se comportar como um louco, insano, delirante, alucinado ou alienado e incapaz, enquanto que ele necessita apenas de treino comportamental para voltar a responder as suas cadeias comportamentais operantes e passar novamente a aprender como todo mundo.

 

MATTANÓ

(06/07/2025)

 

 

O PODER DO UNIVERSO (2025):

Quando falamos de sonhos falamos do inconsciente e se podemos investigá-los podemos ter acesso ao inconsciente e ter conhecimento se esse inconsciente está saudável ou doente; da mesma forma, quando falamos da consciência falamos da cultura, do conhecimento e da realidade e se podemos investigar tudo isso teremos acesso ao cérebro e as regiões que formam a consciência como o tronco cerebral o córtex cerebral e o tálamo, e poderemos deduzir conforme as características dessa consciência o que está saudável ou doente.

 

MATTANÓ

(06/07/2025)

 

 

HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DA PSICOLOGIA E DA PSICANÁLISE (2025):

Testemunho que meus sonhos são sempre muito inteligentes ou geniais, com conteúdos surpreendentes e por vezes invejáveis como Jesus Cristo e Nossa Senhora ou com soluções inteligentes em situações de perigo para a minha liberdade no mundo real como sonhar com uma mulher sedutora loira de cabelos cacheados toda nua me convidando para ela e eu lhe perguntando se ela não tinha dinheiro para comprar roupa, atualmente sou vítima de estupro virtual e já me convidaram para eu trabalhar de ¨estuprador¨ em 1999 de mulheres lindas da televisão como aquela que eu via em minha frente naquele sonho específico, então eu não aceitei e começou uma violência sem fim contra todo mundo depois que eu tentei me matar em 1999, meus sonhos também são traumáticos com cenas e significado e sentido de abuso sexual quando eu era menor de 14 anos de idade, ou seja, vítima de pedofilia e de estupro. E a minha consciência preserva essa inteligência e genialidade, pureza e ausência de malícia, em função dos eventos traumáticos que sobram em minha consciência, cultura, conhecimento e realidade que também são acompanhados de inteligência e genialidade e preservação do desenvolvimento cognitivo. Noutras palavras: se você quer investigar o inconsciente, você pode investigar os sonhos ou a vida onírica e se você quer investigar a consciência, você pode investigar a cultura, o conhecimento e a realidade ou a vida anímica, e a vida anímica contém conteúdos respondentes e operantes que devem ser bem cuidados e administrados, assim como a fala, a visão, a audição, a locomoção, o olfato, a gustação, pois interferem nos pensamentos e na consciência do indivíduo, reorganizando sua cultura, conhecimento e realidade, ou seja, conteúdos respondentes e conteúdos operantes não devem perder suas funções ou funcionalidade, pois quando o estímulo mantêm o comportamento a relação é respondente e quando a consequência mantêm o comportamento a relação é operante e de aprendizagem e isto o que mantêm o comportamento.

 

MATTANÓ

(06/07/2025)

 

 

 

 

Entre os países europeus, a França se tem mostrado até agora o menos receptivo à psicanálise, embora um trabalho de mérito em francês, de autoria de A. Maeder de Zurique, tenha facilitado o acesso às teorias psicanalíticas. Os primeiros sinais de simpatia partiram das províncias: Morichau-Beauchant (Pointers) foi o primeiro francês a aderir publicamente à psicanálise. Régis e Hesnard (Bordéus) recentemente [1914] tentaram diluir os preconceitos dos seus compatriotas contra as novas idéias com uma minuciosa exposição, a qual, entretanto, nem sempre denota compreensão, sobretudo no tocante ao simbolismo. Na própria Paris, ainda parece reinar a convicção (à qual o próprio Janet deu eloqüente expressão no Congresso de Londres em 1913) de que tudo de bom na psicanálise é repetição dos pontos de vista de Janet com insignificantes modificações, e o mais não presta. Nesse Congresso, na verdade, Janet teve de submeter-se a uma série de retificações feitas por Ernest Jones, que pôde assim fazê-lo ver seu conhecimento insuficiente do assunto . Mesmo discordando de suas pretensões, não podemos, entretanto, esquecer o valor de sua contribuição na psicologia das neuroses.

Na Itália, depois de inícios promissores, não surgiu nenhum interesse real. Quanto à Holanda, a análise logo teve ali o acesso facilitado pelas ligações pessoais com: Van Emden, Van Ophuijsen, Van Renterghem (Freud en zijn School) [1913] e os dois Stärckes que lá trabalham ativamente, ocupados tanto com a prática como com a teoria. Nos círculos científicos da Inglaterra o interesse pela psicanálise vem-se desenvolvendo muito lentamente, mas tudo leva a crer que o sentido prático dos ingleses e seu grande amor à justiça lhe assegurarão (à psicanálise) um brilhante futuro.

Na Suécia, P. Bjerre, sucessor da clínica de Wetterstrand, abandonou a sugestão hipnótica, pelo menos por algum tempo, em favor do tratamento analítico. R. Vogt (Cristânia) já havia demonstrado simpatia pela psicanálise em seu Psykiatriens grundtraek, publicado em 1907, de modo que o primeiro livro didático de psiquiatria a fazer referência à psicanálise foi escrito na Noruega. Na Rússia, a psicanálise tornou-se bastante conhecida e amplamente difundida; quase todas as minhas obras, assim como as de outros adeptos da análise, foram traduzidas para o russo. Mas uma compreensão verdadeiramente profunda das teorias analíticas ainda não se revelou na Rússia, de modo que as contribuicões de médicos russos até o momento não são muito importantes. O único médico com formação analítica naquele país é   M. Wulff, que exerce a clínica em Odessa. A introdução da psicanálise nos  círculos científicos e literários poloneses deve-se, sobretudo, a L. Jekels. Da Hungria, geograficamente tão perto da Áustria, e cientificamente tão distante, surgiu um único colaborador, S. Ferenczi, mas que, em compensação, vale por uma sociedade inteira.

Da posição da psicanálise na Alemanha, o que se pode dizer é que ela ocupa o ponto central dos debates científicos e provoca as mais enfáticas expressões de discordância tanto entre médicos como entre leigos; essas discussões ainda não terminaram, ao contrário, estão constantemente irrompendo de novo, por vezes, com intensidade ainda maior. Lá nenhuma instituição educacional reconheceu até agora a psicanálise. Clínicos bem-sucedidos que a empregam são poucos; só algumas instituições, como as de Binswanger em Kreuzlingen (solo suíço) e a de Marcinowski, no Holstein, lhe abriram as portas. Um dos mais ilustres representantes da análise, Karl Abraham, ex-assistente de Bleuler, afirma-se na atmosfera crítica de Berlim. Pode parecer estranho que esse estado de coisas continue inalterado por tantos anos se não se levar em conta que o relato aqui apresentado só representa os aspectos exteriores. Não se deve atribuir demasiada importância à rejeição dos representantes oficiais da ciência, e dos chefes de instituições e suas equipes de colaboradores. É natural que os adversários da psicanálise manifestem com veemência seus pontos de vista, enquanto seus adeptos intimidados mantêm silêncio. Alguns desses últimos, cujas primeiras contribuições à análise criaram expectativas favoráveis, ultimamente se retiraram do movimento sob a pressão das circunstâncias. O próprio movimento avança com segurança, embora em silêncio; vem constantemente ganhando novos adeptos entre psiquiatras e leigos, atrai um número cada vez maior de novos leitores para a literatura psicanalítica e, exatamente por esse motivo, obriga os adversários a esforços defensivos cada vez mais violentos. Pelo menos uma dúzia de vezes durante os últimos anos li em relatórios de congressos e de órgãos científicos, ou em resenhas críticas de certas publicações, que agora a psicanálise está morta, derrotada e eliminada de uma vez por todas. A melhor resposta a isso seria nos termos do telegrama de Mark Twain ao jornalista que publicou a notícia falsa de sua morte: “Informação sobre minha morte muito exagerada”. Depois de cada um desses obituários a psicanálise ganhava novos adeptos e colaboradores ou adquiria novos canais de publicidade. Afinal de contas, ser declarado morto é melhor do que ser enterrado em silêncio.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que entre os países europeus, a França se tem mostrado até agora o menos receptivo à psicanálise, embora um trabalho de mérito em francês, de autoria de A. Maeder de Zurique, tenha facilitado o acesso às teorias psicanalíticas. Os primeiros sinais de simpatia partiram das províncias: Morichau-Beauchant (Pointers) foi o primeiro francês a aderir publicamente à psicanálise. Régis e Hesnard (Bordéus) recentemente [1914] tentaram diluir os preconceitos dos seus compatriotas contra as novas idéias com uma minuciosa exposição, a qual, entretanto, nem sempre denota compreensão, sobretudo no tocante ao simbolismo.

Na Itália, depois de inícios promissores, não surgiu nenhum interesse real. Quanto à Holanda, a análise logo teve ali o acesso facilitado pelas ligações pessoais com: Van Emden, Van Ophuijsen, Van Renterghem (Freud en zijn School) [1913] e os dois Stärckes que lá trabalham ativamente, ocupados tanto com a prática como com a teoria. Nos círculos científicos da Inglaterra o interesse pela psicanálise vem-se desenvolvendo muito lentamente, mas tudo leva a crer que o sentido prático dos ingleses e seu grande amor à justiça lhe assegurarão (à psicanálise) um brilhante futuro.

Na Suécia, P. Bjerre, sucessor da clínica de Wetterstrand, abandonou a sugestão hipnótica, pelo menos por algum tempo, em favor do tratamento analítico. R. Vogt (Cristânia) já havia demonstrado simpatia pela psicanálise em seu Psykiatriens grundtraek, publicado em 1907, de modo que o primeiro livro didático de psiquiatria a fazer referência à psicanálise foi escrito na Noruega. Na Rússia, a psicanálise tornou-se bastante conhecida e amplamente difundida; quase todas as minhas obras, assim como as de outros adeptos da análise, foram traduzidas para o russo. Um dos mais ilustres representantes da análise, Karl Abraham, ex-assistente de Bleuler, afirma-se na atmosfera crítica de Berlim. O próprio movimento avança com segurança, embora em silêncio; vem constantemente ganhando novos adeptos entre psiquiatras e leigos, atrai um número cada vez maior de novos leitores para a literatura psicanalítica e, exatamente por esse motivo, obriga os adversários a esforços defensivos cada vez mais violentos. Pelo menos uma dúzia de vezes durante os últimos anos li em relatórios de congressos e de órgãos científicos, ou em resenhas críticas de certas publicações, que agora a psicanálise está morta, derrotada e eliminada de uma vez por todas. A melhor resposta a isso seria nos termos do telegrama de Mark Twain ao jornalista que publicou a notícia falsa de sua morte: “Informação sobre minha morte muito exagerada”. Depois de cada um desses obituários a psicanálise ganhava novos adeptos e colaboradores ou adquiria novos canais de publicidade. Afinal de contas, ser declarado morto é melhor do que ser enterrado em silêncio.

Mattanó aponta que entre os países europeus, a França se tem mostrado até agora o menos receptivo à psicanálise, embora um trabalho de mérito em francês, de autoria de A. Maeder de Zurique, tenha facilitado o acesso às teorias psicanalíticas. Os primeiros sinais de simpatia partiram das províncias: Morichau-Beauchant (Pointers) foi o primeiro francês a aderir publicamente à psicanálise. Régis e Hesnard (Bordéus) recentemente [1914] tentaram diluir os preconceitos dos seus compatriotas contra as novas idéias com uma minuciosa exposição, a qual, entretanto, nem sempre denota compreensão, sobretudo no tocante ao simbolismo. Vemos como a psicanálise gerou debates e discussões por onde se mostrou e se tornou receptiva as intenções de trabalho dos europeus que realizaram grandes feitos para a História da Psicanálise.

Na Itália, depois de inícios promissores, não surgiu nenhum interesse real. Quanto à Holanda, a análise logo teve ali o acesso facilitado pelas ligações pessoais com: Van Emden, Van Ophuijsen, Van Renterghem (Freud en zijn School) [1913] e os dois Stärckes que lá trabalham ativamente, ocupados tanto com a prática como com a teoria. Nos círculos científicos da Inglaterra o interesse pela psicanálise vem-se desenvolvendo muito lentamente, mas tudo leva a crer que o sentido prático dos ingleses e seu grande amor à justiça lhe assegurarão (à psicanálise) um brilhante futuro. Vemos que o desenvolvimento da psicanálise na Europa seguia os passos de cada país com sua própria vida institucional, educacional e trabalhista, neste caso voltada para a saúde e para as contribuições da psicanálise de Sigmund Freud que ¨vendia e emprestava¨ os seus significados e sentidos para seus pacientes e colaboradores.

Na Suécia, P. Bjerre, sucessor da clínica de Wetterstrand, abandonou a sugestão hipnótica, pelo menos por algum tempo, em favor do tratamento analítico. R. Vogt (Cristânia) já havia demonstrado simpatia pela psicanálise em seu Psykiatriens grundtraek, publicado em 1907, de modo que o primeiro livro didático de psiquiatria a fazer referência à psicanálise foi escrito na Noruega. Na Rússia, a psicanálise tornou-se bastante conhecida e amplamente difundida; quase todas as minhas obras, assim como as de outros adeptos da análise, foram traduzidas para o russo. Um dos mais ilustres representantes da análise, Karl Abraham, ex-assistente de Bleuler, afirma-se na atmosfera crítica de Berlim. O próprio movimento avança com segurança, embora em silêncio; vem constantemente ganhando novos adeptos entre psiquiatras e leigos, atrai um número cada vez maior de novos leitores para a literatura psicanalítica e, exatamente por esse motivo, obriga os adversários a esforços defensivos cada vez mais violentos. Pelo menos uma dúzia de vezes durante os últimos anos li em relatórios de congressos e de órgãos científicos, ou em resenhas críticas de certas publicações, que agora a psicanálise está morta, derrotada e eliminada de uma vez por todas. A melhor resposta a isso seria nos termos do telegrama de Mark Twain ao jornalista que publicou a notícia falsa de sua morte: “Informação sobre minha morte muito exagerada”. Depois de cada um desses obituários a psicanálise ganhava novos adeptos e colaboradores ou adquiria novos canais de publicidade. Afinal de contas, ser declarado morto é melhor do que ser enterrado em silêncio. Vemos como a psicanálise e a vida de Sigmund Freud desenvolveram atitudes, atividades, conhecimento, cultura, consciência e realidade, intelectualidade e afetividade entre os europeus que chegavam a declarar e a acreditar que Sigmund Freud e a sua psicanálise estavam mortas, mas esse tipo de evento verbal apenas aumentava a especulação acerca do valor e do interesse sobre Sigmund Freud e a sua psicanálise, tornando-os cada vez mais influentes e conhecidos devido a sua história bastante dramática e extraordinária, com grandes feitos e muita ousadia para a sua época, de modo a estabelecer jogos de significantes ou de significados e de sentidos para sua comunidade verbal que aprendia através da imitação, controle, atenção e discriminação os seus ensinamentos e valores e os reproduziam socialmente através do comportamento verbal, além das fronteiras de Sigmund Freud.

 

MATTANÓ

(07/07/2025)

 

 

 

 

 

Passo a passo com a expansão da psicanálise no espaço processou-se uma expansão no seu conteúdo; estendeu-se do campo das neuroses e da psiquiatria a outros campos do conhecimento. Não vou entrar em detalhes sobre esse aspecto de seu desenvolvimento visto que isso já foi muito bem feito por Rank e Sachs [1913] num volume (um dos Grenzfragen de Löwenfeld) que aborda, em minúcias, precisamente esse aspecto da pesquisa analítica. Além do mais, esse desenvolvimento está ainda na infância; pouco trabalho foi feito e ele consiste, em sua maior parte, em experiências apenas iniciadas e, de resto, em nada mais que planos. Nenhuma pessoa sensata verá nisso motivo de censura. Uma enorme massa de trabalho se apresenta a um pequeno número de trabalhadores, a maioria dos quais tem como ocupação principal outro tipo de atividade e só pode apresentar as qualificações de um amador em relação aos problemas técnicos dessas áreas da ciência, que desconhecem. Esses trabalhadores, procedentes da psicanálise, não fazem nenhum segredo de ser amadorismo. Sua finalidade é apenas servir de sinaleiros e de substitutos provisórios dos especialistas e pôr à disposição deles a técnica e os princípios analíticos até a época em que possam, os próprios especialistas, tomar a si o trabalho. Que os resultados alcançados não tenham deixado, apesar de tudo, de ser consideráveis, deve-se em parte à fertilidade do método analítico e, em parte, à circunstância de que já existem alguns pesquisadores não-médicos que fizeram da aplicação da psicanálise às ciências mentais sua profissão na vida.

A maior parte dessas aplicações da análise remonta, sem dúvida, a uma sugestão feita em minhas primeiras obras analíticas. O exame analítico de pessoas neuróticas e os sintomas neuróticos de pessoas normais me levaram a supor a existência de condições psicológicas que haveriam de ultrapassar a área do conhecimento na qual tinham sido descobertos. Sendo assim, a análise nos proporcionou não somente a explicação de manifestações patológicas, como revelou sua conexão com a vida mental normal e desvendou relações insuspeitadas entre a psiquiatria e as demais ciências que lidam com as atividades da mente. Certos sonhos típicos, por exemplo, ofereceram a explicação de alguns mitos e contos de fada. Riklin [1908] e Abraham [1909] seguiram essa pista e iniciaram as pesquisas dos mitos, que foram completadas de forma a atender às exigências, mesmo de padrões técnicos, nas obras de Rank sobre mitologia [p. ex. 1909, 1911b]. Investigações posteriores sobre o simbolismo dos sonhos levaram ao âmago dos problemas da mitologia, do folclore (Jones [p. ex. 1910 e 1912] e Storfer [1914]) e às abstrações da religião. Causou profunda impressão à audiência de um dos Congressos psicanalíticos a demonstração feita por um discípulo de Jung, da correspondência entre as fantasias esquizofrênicas e as cosmogonias dos tempos e raças primitivos. O material mitológico recebeu depois ulterior elaboração (que, embora discutível, não deixou de ser muito interessante) por parte de Jung, em obras que tentavam correlacionar as neuroses com fantasias religiosas e mitológicas.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):
Freud explica que com a expansão da psicanálise no espaço processou-se uma expansão no seu conteúdo; estendeu-se do campo das neuroses e da psiquiatria a outros campos do conhecimento. Não vou entrar em detalhes sobre esse aspecto de seu desenvolvimento visto que isso já foi muito bem feito por Rank e Sachs [1913] num volume (um dos Grenzfragen de Löwenfeld) que aborda, em minúcias, precisamente esse aspecto da pesquisa analítica. Além do mais, esse desenvolvimento está ainda na infância; pouco trabalho foi feito e ele consiste, em sua maior parte, em experiências apenas iniciadas e, de resto, em nada mais que planos. Esses trabalhadores, procedentes da psicanálise, não fazem nenhum segredo de ser amadorismo. Sua finalidade é apenas servir de sinaleiros e de substitutos provisórios dos especialistas e pôr à disposição deles a técnica e os princípios analíticos até a época em que possam, os próprios especialistas, tomar a si o trabalho. Que os resultados alcançados não tenham deixado, apesar de tudo, de ser consideráveis, deve-se em parte à fertilidade do método analítico e, em parte, à circunstância de que já existem alguns pesquisadores não-médicos que fizeram da aplicação da psicanálise às ciências mentais sua profissão na vida.

A maior parte dessas aplicações da análise remonta, sem dúvida, a uma sugestão feita em minhas primeiras obras analíticas. O exame analítico de pessoas neuróticas e os sintomas neuróticos de pessoas normais me levaram a supor a existência de condições psicológicas que haveriam de ultrapassar a área do conhecimento na qual tinham sido descobertos. A vida mental normal acabou desvendando relações insuspeitadas entre a psiquiatria e as demais ciências que lidam com as atividades da mente. Certos sonhos típicos, por exemplo, ofereceram a explicação de alguns mitos e contos de fada. Riklin [1908] e Abraham [1909] seguiram essa pista e iniciaram as pesquisas dos mitos, que foram completadas de forma a atender às exigências, mesmo de padrões técnicos, nas obras de Rank sobre mitologia [p. ex. 1909, 1911b]. Investigações posteriores sobre o simbolismo dos sonhos levaram ao âmago dos problemas da mitologia, do folclore (Jones [p. ex. 1910 e 1912] e Storfer [1914]) e às abstrações da religião. Causou profunda impressão à audiência de um dos Congressos psicanalíticos a demonstração feita por um discípulo de Jung, da correspondência entre as fantasias esquizofrênicas e as cosmogonias dos tempos e raças primitivos. O material mitológico recebeu depois ulterior elaboração (que, embora discutível, não deixou de ser muito interessante) por parte de Jung, em obras que tentavam correlacionar as neuroses com fantasias religiosas e mitológicas.

Mattanó aponta que com a expansão da psicanálise no espaço processou-se uma expansão no seu conteúdo; estendeu-se do campo das neuroses e da psiquiatria a outros campos do conhecimento. Não vou entrar em detalhes sobre esse aspecto de seu desenvolvimento visto que isso já foi muito bem feito por Rank e Sachs [1913] num volume (um dos Grenzfragen de Löwenfeld) que aborda, em minúcias, precisamente esse aspecto da pesquisa analítica. Além do mais, esse desenvolvimento está ainda na infância; pouco trabalho foi feito e ele consiste, em sua maior parte, em experiências apenas iniciadas e, de resto, em nada mais que planos. Esses trabalhadores, procedentes da psicanálise, não fazem nenhum segredo de ser amadorismo. Sua finalidade é apenas servir de sinaleiros e de substitutos provisórios dos especialistas e pôr à disposição deles a técnica e os princípios analíticos até a época em que possam, os próprios especialistas, tomar a si o trabalho. Que os resultados alcançados não tenham deixado, apesar de tudo, de ser consideráveis, deve-se em parte à fertilidade do método analítico e, em parte, à circunstância de que já existem alguns pesquisadores não-médicos que fizeram da aplicação da psicanálise às ciências mentais sua profissão na vida. Vemos como a psicanálise se expandiu e se desenvolveu com o ingresso da pesquisa analítica realizada por pesquisadores não-médicos, amadores, que aplicaram a psicanálise às ciências mentais e à sua profissão de vida, de modo a ampliar e expandir a rede de relações que sustentavam o significado e o sentido da psicanálise naquela época e naquele período de sua História.

A maior parte dessas aplicações da análise remonta, sem dúvida, a uma sugestão feita em minhas primeiras obras analíticas. O exame analítico de pessoas neuróticas e os sintomas neuróticos de pessoas normais me levaram a supor a existência de condições psicológicas que haveriam de ultrapassar a área do conhecimento na qual tinham sido descobertos. A vida mental normal acabou desvendando relações insuspeitadas entre a psiquiatria e as demais ciências que lidam com as atividades da mente. Certos sonhos típicos, por exemplo, ofereceram a explicação de alguns mitos e contos de fada. Riklin [1908] e Abraham [1909] seguiram essa pista e iniciaram as pesquisas dos mitos, que foram completadas de forma a atender às exigências, mesmo de padrões técnicos, nas obras de Rank sobre mitologia [p. ex. 1909, 1911b]. Investigações posteriores sobre o simbolismo dos sonhos levaram ao âmago dos problemas da mitologia, do folclore (Jones [p. ex. 1910 e 1912] e Storfer [1914]) e às abstrações da religião. Causou profunda impressão à audiência de um dos Congressos psicanalíticos a demonstração feita por um discípulo de Jung, da correspondência entre as fantasias esquizofrênicas e as cosmogonias dos tempos e raças primitivos. O material mitológico recebeu depois ulterior elaboração (que, embora discutível, não deixou de ser muito interessante) por parte de Jung, em obras que tentavam correlacionar as neuroses com fantasias religiosas e mitológicas. Vemos como a psicanálise desencadeou o estudo e o desenvolvimento de teorias acerca das ciências que lidam com a atividade da mente, dentre elas, os sonhos que ofereciam repertório analítico acerca dos mitos e dos contos de fada, contribuindo para o estudo da mitologia, do folclore e das abstrações da religião. Fornamaram-se e organizaram-se Congressos psicanalíticos onde um dos discípulos de Jung demonstrou a correspondência entre as fantasias esquizofrênicas e as cosmogonias dos tempos e raças primitivas. Jung tentou relacionar posteriormente as neuroses com as fantasias religiosas e mitológicas.

Mattanó em suas Novas Teorias e Epistemologias aborda o tema da psicanálise e da psicologia analítica, constantemente em seus livros, oferecendo um repertório analítico sobre as fantasias esquizofrênicas e as cosmogonias dos tempos e das raças primitivas através da sua análise mitológica, religiosa, arqueológica e ufológica.

 

MATTANÓ

(09/07/2025)

 

 

 

A partir da investigação dos sonhos, uma outra pista nos levou à análise de obras de imaginação e por fim à análise de seus criadores - os escritores e artistas. Ainda numa fase inicial, descobriu-se que os sonhos inventados por escritores muitas vezes prestam-se à análise da mesma forma que os sonhos verdadeiros (cf. Gradiva [1907a]). A concepção da atividade mental inconsciente possibilitou fazer-se uma idéia preliminar da natureza da atividade criadora na literatura de imaginação, e a compreensão, adquirida no estudo dos neuróticos, do papel desempenhado pelos impulsos instintivos nos permitiu descobrir as fontes da produção artística e nos colocou face a dois problemas: como o artista reage a essa instigação e quais os meios que ele emprega para disfarçar suas reações. A maioria dos analistas que têm interesses gerais já contribuíram com algo para a solução desses problemas, que são os mais fascinantes das aplicações possíveis da psicanálise. Naturalmente, aqui também não faltou a hostilidade da parte de pessoas que nada sabiam da psicanálise, apresentando as mesmas manifestações que ocorreram no campo original da pesquisa psicanalítica - as mesmas concepções errôneas e rejeições veementes. Era de esperar-se desde o início que, quaisquer que fossem as regiões em que a psicanálise penetrasse, ela teria inevitavelmente de enfrentar as mesmas lutas com os donos do campo. Alguns setores, entretanto, ainda não tiveram sua atenção despertada para essas tentativas de invasão que os aguardam no futuro. Entre as aplicações rigorosamente científicas da análise à literatura, o exaustivo trabalho de Rank sobre o tema do incesto [1912] é certamente o mais importante. O assunto está fadado a despertar a maior impopularidade. Até agora tem sido pouco o trabalho de aplicação da psicanálise às ciências da linguagem e da história. Eu próprio me aventurei a abordar pela primeira vez os problemas colocados pela psicologia da religião traçando um paralelo entre o ritual religioso e os cerimoniais dos neuróticos (1907b). O Dr. Pfister, pastor em Zurique, remontou a origem do fanatismo religioso às perversões eróticas, em seu livro sobre a devoção do Conde von Zinzendorf [1910], bem como em outras contribuições. Nas últimas obras da escola de Zurique, entretanto, constatamos a presença de idéias religiosas na análise em lugar do resultado oposto que estivera em vista.

Nos quatro ensaios intitulados Totem e Tabu [1912-13] tentei examinar os problemas de antropologia social à luz da psicanálise; esta linha de investigação leva diretamente às origens das instituições mais importantes de nossa civilização - da estrutura do Estado, da moralidade e da religião - e, além disso, da proibição contra o incesto e da consciência. Sem dúvida, ainda é muito cedo para saber até que ponto essas conclusões poderão resistir à crítica.

O primeiro exemplo de uma aplicação da modalidade analítica de pensamento aos problemas da estética estava contido em meu livro sobre chistes [1905c]. Afora isso, tudo está ainda aguardando trabalhadores, que podem esperar uma colheita particularmente rica neste campo. Ressentimo-nos da ausência absoluta de colaboradores especializados em todos esses ramos do conhecimento, e com o fim de atraí-los, Hanns Sachs fundou, em 1912, o periódico Imago editado por ele e Rank. Hitschmann e von Winterstein deram um primeiro passo, examinando sob o ângulo psicanalítico sistemas filosóficos e a personalidade de seus autores: nesse campo há grande necessidade de uma investigação mais ampla e profunda.

As descobertas revolucionárias da psicanálise no tocante à vida mental das crianças - o papel nela desempenhado pelos impulsos sexuais (von Hug-Hellmuth [1913]) e o destino daqueles componentes da sexualidade inúteis para a reprodução - necessariamente cedo fariam a atenção voltar-se para a educação e promoveriam tentativas de colocar os pontos de vista analíticos na vanguarda desse campo de trabalho. Deve-se ao Dr. Pfister ter iniciado, com verdadeiro entusiasmo, a aplicação da psicanálise nessa direção e ter chamado para ela as atenções de clérigos e de interessados em educação. (Cf. The Psycho-Analytic Method, 1913). Conseguiu granjear a simpatia e a participação de grande número de professores suíços. Diz-se que outros colegas de profissão compartilham de seus pontos de vista mas preferem manter-se cautelosamente em segundo plano. Uma parte dos psicanalistas de Viena que se afastaram da psicanálise parece ter chegado a uma espécie de combinação de medicina com educação.

Com este esboço incompleto tentei dar uma idéia da riqueza ainda incalculável de conexões que surgiram entre a psicanálise médica e outros campos da ciência. Existe aí material de trabalho para uma geração de pesquisadores, e não duvido de que ele será realizado tão logo as resistências contra a psicanálise sejam superadas em seu campo de origem.

Escrever a história dessas resistências seria, creio eu, infrutífero e inoportuno, no momento. A história não é muito lisonjeira para os homens de ciência dos nossos dias. Mas devo logo acrescentar que jamais me ocorreu menosprezar os adversários da psicanálise simplesmente por serem adversários - exceção feita aos poucos indivíduos indignos, aos aventureiros e aproveitadores, que sempre aparecem em ambos os lados nos tempos de guerra. Sabia muito bem como explicar o comportamento desses antagonistas e, além disso, aprendera que a psicanálise traz à tona o que há de pior nas pessoas. Mas resolvera não dar resposta aos meus adversários e, na medida de minha influência, evitar que outros se envolvessem em polêmicas. Tendo em vista a peculiaridade da controvérsia sobre a psicanálise, pareceu-me bem pouco provável que o debate público ou por escrito levasse a alguma coisa; já sabia o caminho a ser seguido pela maioria em congressos e reuniões e nunca fiz muita fé na razoabilidade e educação dos cavalheiros que a mim se opunham. A experiência demonstra que apenas pouquíssimas pessoas conseguem manter a linha - para não falar na objetividade - numa discussão científica, e a impressão que me causam essas brigas científicas sempre foi odiosa. Essa minha atitude talvez tenha sido mal interpretada; talvez me tenham julgado de tão boa natureza ou tão facilmente intimidável que não havia necessidade de se ter consideração por mim. Isso era um engano; posso insultar e me enfurecer tanto quanto qualquer um; mas não tenho a arte de expressar essas emoções subjacentes de forma publicável e, por isso, prefiro abster-me por completo.

Sob certos aspectos talvez tivesse sido melhor que eu houvesse dado livre curso a minhas próprias paixões e às dos que me cercavam. Todos já ouvimos falar da interessante tentativa de explicar a psicanálise como um produto do ambiente de Viena. Janet não se acanhou de utilizar esse argumento, já agora em 1913, embora ele próprio com certeza se orgulhe de ser parisiense, e Paris não possa ser considerada uma cidade de moral mais rigorosa que Viena. Segundo essa teoria, a psicanálise, e em particular a idéia de que as neuroses decorrem de perturbações da vida sexual, só poderia ter surgido numa cidade como Viena - de uma atmosfera de sensualidade e imoralidades estranhas a outras cidades - não passando de um reflexo, uma projeção teórica por assim dizer, dessas condições peculiares a Viena. Ora, não sou nenhum bairrista; mas essa teoria, me parece de um absurdo fora do comum - tão absurda mesmo, que às vezes me sinto inclinado a supor que me acusarem de ser vienense é apenas um substitutivo eufemístico de outra acusação que ninguém ousa fazer abertamente. Se as premissas nas quais se baseia o argumento fossem o oposto do que são, então talvez valesse a pena dar-lhes ouvido. Se houvesse uma cidade na qual os habitantes se impusessem restrições excepcionais no tocante à satisfação sexual, e ao mesmo tempo revelassem acentuada tendência a graves perturbações neuróticas, essa cidade poderia por certo dar margem, na mente de um observador, à idéia de que as duas circunstâncias tinham alguma relação entre si, e que uma dependia da outra. Mas nenhuma dessas duas circunstâncias se aplica a Viena. Os vienenses não são mais abstinentes nem mais neuróticos do que os habitantes de qualquer outra capital. Existe um pouco menos de constrangimento - menos pudicícia - em relação a sexo do que nas cidades do oeste e do norte que tanto se orgulham de sua castidade. Essas características peculiares de Viena serviriam mais provavelmente para desorientar o observador do que para esclarecê-lo quanto à acusação das neuroses.

No entanto, Viena tem feito o possível para negar sua participação na gênese da psicanálise. Em nenhum outro lugar, a indiferença hostil da parte erudita e educada da população para com o analista é tão evidente como em Viena.

Pode ser que minha política de evitar ampla publicidade seja, em parte, responsável por isso. Se eu tivesse incentivado ou permitido tempestuosos debates com as sociedades médicas de Viena sobre a psicanálise, talvez eles tivessem servido para descarregar todas as paixões e para dar livre curso a todas as injúrias e ofensas que estavam na língua ou no coração dos nossos adversários - daí, talvez, o anátema contra a psicanálise tivesse sido superado e ela agora não fosse mais uma estranha em sua cidade natal. Aliás, o poeta deve estar com a razão quando faz Wallestein dizer:

                      Doch das vergeben mir die Wiener nicht,

                        dass ich um ein Spektakel sie betrog.

A tarefa que estava acima da minha capacidade de fazer ver os adversários da psicanálise suaviter in modo sua injustiça e arbitrariedade - foi realizada com grande habilidade por Bleuler num artigo escrito em 1910, “A Psicanálise de Freud: Uma Defesa e Algumas Observações Críticas”. Seria mais do que natural meu elogio a esse trabalho (que faz críticas a ambos os lados); por isso apresso-me em apontar nele as coisas das quais discordo. Acho que ainda é parcial, ou seja, complacente demais com os defeitos dos inimigos da psicanálise e muito rigoroso com as falhas de seus partidários. Essa característica do artigo talvez explique por que o parecer público de um psiquiatra de tamanha reputação, de capacidade e independência tão indiscutíveis, não teve uma influência maior sobre seus colegas. Não deveria surpreender ao autor de Affectivit (Afetividade) (1906) que a influência de uma obra seja determinada não pelo peso dos argumentos, mas pelo tom emocional da obra. Outra parte de sua influência - esta sobre os seguidores da psicanálise - foi destruída posteriormente pelo próprio Bleuler, quando em 1913 mostrou o lado oposto de sua atitude para com a psicanálise no seu “Criticism of the Freudian Theory” (“Crítica da Teoria Freudiana”). Nesse artigo, ele abala tanto a estrutura da teoria psicanalítica que nossos adversários devem ter ficado satisfeitos com a ajuda que lhes foi dada por esse defensor da psicanálise. Esses julgamentos contrários de Bleuler, entretanto, não se baseiam em novos argumentos ou melhores observações e sim na insuficiência de seus próprios conhecimentos, a qual ele não mais admite, como o fez em suas primeiras obras. Parecia, portanto, que uma perda quase irreparável ameaçava a psicanálise. Mas em sua última publicação, “Criticisms of my Schizophrenia” (“Críticas ao meu livro Esquizofrenia”) (1914), Bleuler reúne suas forças em face dos ataques feitos contra ele por haver introduzido a psicanálise em seu livro sobre esquizofrenia, e faz o que ele próprio denomina de uma “afirmação pretensiosa”. “Mas agora farei uma afirmação pretensiosa: considero que até o momento as várias escolas de psicologia contribuíram muito pouco para a explicação da natureza das doenças e sintomas psicogênicos, mas que a psicologia profunda tem algo a oferecer a uma psicologia ainda por nascer, da qual precisam os médicos para poderem compreender seus pacientes e curá-los racionalmente; e creio mesmo que em minha Schizophrenia dei um passo, ainda que muito pequeno, no sentido dessa compreensão. As duas primeiras afirmações por certo são corretas; a última talvez esteja errada.”

Visto que por “psicologia profunda” ele não quer dizer outra coisa senão psicanálise, podemos por enquanto contentar-nos com esse reconhecimento.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que a partir da investigação dos sonhos, uma outra pista nos levou à análise de obras de imaginação e por fim à análise de seus criadores - os escritores e artistas. Ainda numa fase inicial, descobriu-se que os sonhos inventados por escritores muitas vezes prestam-se à análise da mesma forma que os sonhos verdadeiros (cf. Gradiva [1907a]). A concepção da atividade mental inconsciente possibilitou fazer-se uma idéia preliminar da natureza da atividade criadora na literatura de imaginação, e a compreensão, adquirida no estudo dos neuróticos, do papel desempenhado pelos impulsos instintivos nos permitiu descobrir as fontes da produção artística e nos colocou face a dois problemas: como o artista reage a essa instigação e quais os meios que ele emprega para disfarçar suas reações.  Entre as aplicações rigorosamente científicas da análise à literatura, o exaustivo trabalho de Rank sobre o tema do incesto [1912] é certamente o mais importante. O assunto está fadado a despertar a maior impopularidade. Até agora tem sido pouco o trabalho de aplicação da psicanálise às ciências da linguagem e da história. Eu próprio me aventurei a abordar pela primeira vez os problemas colocados pela psicologia da religião traçando um paralelo entre o ritual religioso e os cerimoniais dos neuróticos (1907b). O Dr. Pfister, pastor em Zurique, remontou a origem do fanatismo religioso às perversões eróticas, em seu livro sobre a devoção do Conde von Zinzendorf [1910], bem como em outras contribuições. Nas últimas obras da escola de Zurique, entretanto, constatamos a presença de idéias religiosas na análise em lugar do resultado oposto que estivera em vista.

Nos quatro ensaios intitulados Totem e Tabu [1912-13] tentei examinar os problemas de antropologia social à luz da psicanálise; esta linha de investigação leva diretamente às origens das instituições mais importantes de nossa civilização - da estrutura do Estado, da moralidade e da religião - e, além disso, da proibição contra o incesto e da consciência.

O primeiro exemplo de uma aplicação da modalidade analítica de pensamento aos problemas da estética estava contido em meu livro sobre chistes [1905c]

.As descobertas revolucionárias da psicanálise no tocante à vida mental das crianças - o papel nela desempenhado pelos impulsos sexuais (von Hug-Hellmuth [1913]) e o destino daqueles componentes da sexualidade inúteis para a reprodução - necessariamente cedo fariam a atenção voltar-se para a educação e promoveriam tentativas de colocar os pontos de vista analíticos na vanguarda desse campo de trabalho. Deve-se ao Dr. Pfister ter iniciado, com verdadeiro entusiasmo, a aplicação da psicanálise nessa direção e ter chamado para ela as atenções de clérigos e de interessados em educação. (Cf. The Psycho-Analytic Method, 1913). Conseguiu granjear a simpatia e a participação de grande número de professores suíços.

Com este esboço incompleto tentei dar uma idéia da riqueza ainda incalculável de conexões que surgiram entre a psicanálise médica e outros campos da ciência. Existe aí material de trabalho para uma geração de pesquisadores, e não duvido de que ele será realizado tão logo as resistências contra a psicanálise sejam superadas em seu campo de origem.

 Outra parte de sua influência - esta sobre os seguidores da psicanálise - foi destruída posteriormente pelo próprio Bleuler, quando em 1913 mostrou o lado oposto de sua atitude para com a psicanálise no seu “Criticism of the Freudian Theory” (“Crítica da Teoria Freudiana”). Nesse artigo, ele abala tanto a estrutura da teoria psicanalítica que nossos adversários devem ter ficado satisfeitos com a ajuda que lhes foi dada por esse defensor da psicanálise. Esses julgamentos contrários de Bleuler, entretanto, não se baseiam em novos argumentos ou melhores observações e sim na insuficiência de seus próprios conhecimentos, a qual ele não mais admite, como o fez em suas primeiras obras. Parecia, portanto, que uma perda quase irreparável ameaçava a psicanálise. Mas em sua última publicação, “Criticisms of my Schizophrenia” (“Críticas ao meu livro Esquizofrenia”) (1914), Bleuler reúne suas forças em face dos ataques feitos contra ele por haver introduzido a psicanálise em seu livro sobre esquizofrenia, e faz o que ele próprio denomina de uma “afirmação pretensiosa”. “Mas agora farei uma afirmação pretensiosa: considero que até o momento as várias escolas de psicologia contribuíram muito pouco para a explicação da natureza das doenças e sintomas psicogênicos, mas que a psicologia profunda tem algo a oferecer a uma psicologia ainda por nascer, da qual precisam os médicos para poderem compreender seus pacientes e curá-los racionalmente; e creio mesmo que em minha Schizophrenia dei um passo, ainda que muito pequeno, no sentido dessa compreensão. As duas primeiras afirmações por certo são corretas; a última talvez esteja errada.”

Visto que por “psicologia profunda” ele não quer dizer outra coisa senão psicanálise, podemos por enquanto contentar-nos com esse reconhecimento.

Mattanó aponta que a partir da investigação dos sonhos, uma outra pista nos levou à análise de obras de imaginação e por fim à análise de seus criadores - os escritores e artistas. Ainda numa fase inicial, descobriu-se que os sonhos inventados por escritores muitas vezes prestam-se à análise da mesma forma que os sonhos verdadeiros (cf. Gradiva [1907a]). A concepção da atividade mental inconsciente possibilitou fazer-se uma idéia preliminar da natureza da atividade criadora na literatura de imaginação, e a compreensão, adquirida no estudo dos neuróticos, do papel desempenhado pelos impulsos instintivos nos permitiu descobrir as fontes da produção artística e nos colocou face a dois problemas: como o artista reage a essa instigação e quais os meios que ele emprega para disfarçar suas reações.  Entre as aplicações rigorosamente científicas da análise à literatura, o exaustivo trabalho de Rank sobre o tema do incesto [1912] é certamente o mais importante. O assunto está fadado a despertar a maior impopularidade. Até agora tem sido pouco o trabalho de aplicação da psicanálise às ciências da linguagem e da história. Eu próprio me aventurei a abordar pela primeira vez os problemas colocados pela psicologia da religião traçando um paralelo entre o ritual religioso e os cerimoniais dos neuróticos (1907b). O Dr. Pfister, pastor em Zurique, remontou a origem do fanatismo religioso às perversões eróticas, em seu livro sobre a devoção do Conde von Zinzendorf [1910], bem como em outras contribuições. Nas últimas obras da escola de Zurique, entretanto, constatamos a presença de idéias religiosas na análise em lugar do resultado oposto que estivera em vista. Vemos que a psicanálise a partir da investigação dos sonhos conseguiu analisar as obras da imaginação, dos seus criadores, escritores e artistas, pois fora percebido que os sonhos inventados por escritores tem as mesmas propriedades analíticas que os sonhos verdadeiros, assim a atividade criadora na literatura de imaginação abriu dois caminhos:  como o artista reage a essa instigação e quais os meios que ele emprega para disfarçar suas reações. Rank aplicou esse conhecimento ao tema do incesto e Freud traçou um paralelo entre a psicologia da religião e o ritual religioso e os cerimoniais dos neuróticos, gerando debates, pesquisas e discussões sobre o assunto, de modo a ampliar a cadeia de significados e de sentidos sobre o tema.

Nos quatro ensaios intitulados Totem e Tabu [1912-13] tentei examinar os problemas de antropologia social à luz da psicanálise; esta linha de investigação leva diretamente às origens das instituições mais importantes de nossa civilização - da estrutura do Estado, da moralidade e da religião - e, além disso, da proibição contra o incesto e da consciência. Vemos que Freud estudou a formação das instituições mais importantes de nossa civilização através da estrutura do Estado, da moralidade e da religião, em ensaios sobre totens e tabus, uma investigação científica, antropológica social à luz da psicanálise que assim gerou e aperfeiçoou um conjunto de significados e de sentidos que se relacionam se deslocando numa rede de relações onde prevalecem as fixações construídas a partir das condensações inconscientes, fenômeno que pode gerar o comportamento, o niilismo, as relações sociais, a Gestalt e os insights.

O primeiro exemplo de uma aplicação da modalidade analítica de pensamento aos problemas da estética estava contido em meu livro sobre chistes [1905c]. Vemos aqui como a análise do pensamento dirigida à estética pode selecionar o comportamento chistoso através do absurdo e do contraditório que numa abreviação produz uma mensagem.

.As descobertas revolucionárias da psicanálise no tocante à vida mental das crianças - o papel nela desempenhado pelos impulsos sexuais (von Hug-Hellmuth [1913]) e o destino daqueles componentes da sexualidade inúteis para a reprodução - necessariamente cedo fariam a atenção voltar-se para a educação e promoveriam tentativas de colocar os pontos de vista analíticos na vanguarda desse campo de trabalho. Deve-se ao Dr. Pfister ter iniciado, com verdadeiro entusiasmo, a aplicação da psicanálise nessa direção e ter chamado para ela as atenções de clérigos e de interessados em educação. (Cf. The Psycho-Analytic Method, 1913). Conseguiu granjear a simpatia e a participação de grande número de professores suíços. Vemos como a psicanálise motivou o estudo, as pesquisas e o tratamento de doentes sugerindo haver uma sexualidade infantil como motivo de suas neuroses, e como ela influenciou os clérigos interessados em educação, certamente em função de sua argumentação e linguagem, de sua produção de significados e de sentidos, por alcançar a vontade e o desejo do decodificador da sua mensagem.

Com este esboço incompleto tentei dar uma idéia da riqueza ainda incalculável de conexões que surgiram entre a psicanálise médica e outros campos da ciência. Existe aí material de trabalho para uma geração de pesquisadores, e não duvido de que ele será realizado tão logo as resistências contra a psicanálise sejam superadas em seu campo de origem. Vemos como Freud definiu o começo dos seus trabalhos e sonhos, dos seus projetos e serviços, de suas investigações e pesquisas e que ele nomeava de resistências a incapacidade do outro de aceitá-las, compreendê-las e tolerá-las, porém previa que num dado momento essas resistências seriam superadas como qualquer outra na vida psíquica de um indivíduo.

 Outra parte de sua influência - esta sobre os seguidores da psicanálise - foi destruída posteriormente pelo próprio Bleuler, quando em 1913 mostrou o lado oposto de sua atitude para com a psicanálise no seu “Criticism of the Freudian Theory” (“Crítica da Teoria Freudiana”). Nesse artigo, ele abala tanto a estrutura da teoria psicanalítica que nossos adversários devem ter ficado satisfeitos com a ajuda que lhes foi dada por esse defensor da psicanálise. Esses julgamentos contrários de Bleuler, entretanto, não se baseiam em novos argumentos ou melhores observações e sim na insuficiência de seus próprios conhecimentos, a qual ele não mais admite, como o fez em suas primeiras obras. Parecia, portanto, que uma perda quase irreparável ameaçava a psicanálise. Mas em sua última publicação, “Criticisms of my Schizophrenia” (“Críticas ao meu livro Esquizofrenia”) (1914), Bleuler reúne suas forças em face dos ataques feitos contra ele por haver introduzido a psicanálise em seu livro sobre esquizofrenia, e faz o que ele próprio denomina de uma “afirmação pretensiosa”. “Mas agora farei uma afirmação pretensiosa: considero que até o momento as várias escolas de psicologia contribuíram muito pouco para a explicação da natureza das doenças e sintomas psicogênicos, mas que a psicologia profunda tem algo a oferecer a uma psicologia ainda por nascer, da qual precisam os médicos para poderem compreender seus pacientes e curá-los racionalmente; e creio mesmo que em minha Schizophrenia dei um passo, ainda que muito pequeno, no sentido dessa compreensão. As duas primeiras afirmações por certo são corretas; a última talvez esteja errada.” Vemos também como surgiram desistências e novos adversários à psicanálise de Freud, como Bleuler, que através da sua resistência inconsciente acabou desistindo da psicanálise, por não ter repertório comportamental para acompanhá-la, ou seja, insuficiência de conhecimentos, que ele mesmo não admitia, causando uma perda quase irreparável que ameaçava a psicanálise, tanto por ser um colaborador e uma testemunha ocular de sua gênese e desenvolvimento como por ser um amigo pessoal de Freud que o instigou e o ajudou desde o começo da psicanálise.

Visto que por “psicologia profunda” ele não quer dizer outra coisa senão psicanálise, podemos por enquanto contentar-nos com esse reconhecimento. Vemos que a psicanálise começou a adquirir apelidos ou outros nomes substitutivos como este, ¨psicologia profunda¨, que tinha por função ampliar o seu interesse e reconhecimento, construindo uma constelação de significados e de sentidos que você poderia observar e se orientar se lembrando e se orientando diante da escuridão do seu inconsciente e da sua mente que pouco sabia nomear seu próprio repertório comportamental que ficava num céu escuro cheio de estrelas, das quais você tinha que se orientar por meio do seu interesse, motivação, habilidades, atenção e intenções, tempo e eternidade, ou seja, através da sua consciência que selecionava a estrela guia e formava um mapa para você seguir em seu cérebro com uma topografia visual e acústica virtuais, como se você tivesse um holofote que iluminasse o céu escuro cheio de estrelas até encontrá-las e produzir um significado e um sentido, ou uma resposta sensório-motora através da imitação, do controle, da atenção e da discriminação.

 

MATTANÓ

(12/07/2025)

 

 

 

 

 

                                                   lII

Mach es kurz!

Am Jüngsten Tag ist’s nur ein Furz!

GOETHE

Dois anos depois do primeiro Congresso privado de psicanálise, realizou-se o segundo, dessa vez em Nuremberg, em março de 1910. No intervalo entre os dois, influenciado em parte pela boa receptividade obtida nos Estados Unidos, pela hostilidade cada vez maior nos países de língua alemã e pelo inesperado apoio da escola de Zurique, fiz um projeto que, com a ajuda de meu amigo Ferenczi, realizei nesse segundo Congresso. O que tinha em mente era organizar o movimento psicanalítico, transferir o seu centro para Zurique e dotá-lo de um chefe que cuidasse de seu futuro. Como esse esquema encontrou muita oposição entre os partidários da psicanálise, apresentarei, em detalhes, os motivos que me levaram a formulá-lo. Espero que esses motivos me justifiquem, muito embora reconheça que o que fiz não foi, na verdade, muito prudente.

Achava que a localização do novo movimento em Viena longe de servir-lhe de recomendação, muito pelo contrário, o comprometia. Um lugar como Zurique, no coração da Europa, onde um professor universitário havia aberto as portas de sua instituição à psicanálise, parecia-me muito mais promissor. Via também uma segunda desvantagem em minha própria pessoa, sobre a qual era difícil formar uma opinião por causa das manifestações de admiração e de ódio provenientes das diferentes facções: ou era um comparado a Colombo Darwin e Kepler ou taxado de PGP (paralisia geral progressiva). Desejei, portanto, retirar para o segundo plano tanto a mim como à cidade onde nasceu a psicanálise. Além disso, eu já não era jovem; vi que havia uma longa estrada à frente, e me oprimia a idéia de que o dever de ser um líder tivesse recaído em mim tão tarde na vida. Sentia, porém, que deveria haver alguém na liderança. Conhecia muito bem as armadilhas que aguardam quem quer que comece a exercer a psicanálise e esperava poder evitá-las delegando poderes a uma autoridade que estivesse preparada para aconselhar e orientar. Essa posição, que fora de início ocupada por mim, dado o meu acerto de quinze anos de experiências, devia ser agora transferida para um homem mais jovem, que então, naturalmente, ocuparia meu lugar após a minha morte. Esse homem só poderia ser C. G. Jung, uma vez que Bleuler era de minha própria geração; tinha a seu favor dotes excepcionais, as contribuições que já prestara à psicanálise, sua posição independente e a impressão de firme energia que sua personalidade transmitia. Além disso, parecia estar disposto a entrar num bom relacionamento pessoal comigo e, em consideração a mim, a abrir mão de certos preconceitos raciais que alimentara anteriormente. Eu não tinha, na ocasião, a menor idéia de que apesar de todas essas vantagens a escolha era a mais infeliz possível, que eu havia escolhido uma pessoa incapaz de tolerar a autoridade de outra, mais incapaz ainda de exercê-la ele próprio, e cujas energias se voltavam inteiramente para a promoção de seus próprios interesses.

Julguei necessário formar uma associação oficial porque temia os abusos a que a psicanálise estaria sujeita logo que se tornasse popular. Deveria haver alguma sede cuja função seria declarar: “Todas essas tolices nada têm que ver com a análise; isto não é psicanálise”. Nas sessões dos grupos locais (que reunidos constituíram a associação internacional) seria ensinada a prática da psicanálise e seriam preparados médicos, cujas atividades recebiam assim uma espécie de garantia. Além disso, visto que a ciência oficial lançara um anátema solene contra a psicanálise e tinha declarado um boicote contra médicos e instituições que a praticassem, achei que seria conveniente os partidários da psicanálise se reunirem para uma troca de idéias amistosa, e para apoio mútuo.

Isso, e nada mais, foi o que esperava alcançar com a fundação da “Associação Psicanalítica Internacional”. Mas tudo leva a crer que era querer demais. Do mesmo modo que os meus adversários iriam descobrir que não era possível lutar contra a corrente do novo movimento, assim também eu acabaria percebendo que este não seguiria a direção que eu desejava vê-lo seguir. As propostas feitas por Ferenczi em Nuremberg foram adotadas, é verdade; Jung foi eleito presidente e escolheu Riklin para seu Secretário; concordou-se quanto à publicação de um boletim que devia ligar a Central Executiva com os grupos locais. Declarou-se que o objetivo da Associação era “promover e apoiar a ciência da psicanálise fundada por Freud, tanto como psicologia pura como em sua aplicação à medicina e às ciências mentais e cultivar o apoio mútuo entre os seus membros para que fossem desenvolvidos todos os esforços no sentido da aquisição e difusão de conhecimentos psicanalíticos”. Só o grupo de Viena opôs-se vivamente ao projeto. Adler afirmou, com grande agitação, temer que se pretendesse exercer a “censura e restrições sobre a liberdade científica”. Finalmente, os vienenses cederam, depois de se haverem assegurado de que a sede da Associação não seria sempre Zurique, e sim o local de residência do Presidente que seria eleito por dois anos.

Nesse Congresso, três grupos locais foram constituídos: um em Berlim, sob a presidência de Abraham; outro em Zurique, cujo chefe se tornara o Presidente de toda a Associação; e outro em Viena, cuja direção confiei a Adler. Um quarto grupo, em Budapeste, só pôde ser formado depois. Bleuler não participara do Congresso por motivo de doença, e depois mostrou certa hesitação em fazer parte da Associação, por motivos de ordem geral; deixou-se persuadir, depois de uma conversa pessoal comigo, mas logo afastou-se novamente em conseqüência de discordâncias havidas em Zurique. Isto cortou a ligação entre o grupo de Zurique e a Instituição de Burghölzli.

Um dos resultados do Congresso de Nuremberg foi a fundação da Zentralblatt für Psychoanalyse [Revista Central de Psicanálise], para a qual se uniram Adler e Stekel. O propósito original era, claramente, representar a Oposição: tinha como objetivo reconquistar para Viena a hegemonia ameaçada pela eleição de Jung. Mas quando os dois fundadores da revista, em meio às dificuldades de encontrar um editor, me garantiram suas intenções pacíficas, e como prova de sua sinceridade me deram o direito de veto, aceitei a direção da mesma e trabalhei com energia para o novo órgão, havendo o seu primeiro número aparecido em setembro de 1910.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que depois do primeiro Congresso privado de psicanálise, realizou-se o segundo, dessa vez em Nuremberg, em março de 1910. Freud fez um projeto que, com a ajuda de seu amigo Ferenczi, realizou nesse segundo Congresso.

Achava que a localização do novo movimento em Viena longe de servir-lhe de recomendação, muito pelo contrário, o comprometia. Um lugar como Zurique, no coração da Europa, onde um professor universitário havia aberto as portas de sua instituição à psicanálise, parecia-me muito mais promissor. Via também uma segunda desvantagem em minha própria pessoa, sobre a qual era difícil formar uma opinião por causa das manifestações de admiração e de ódio provenientes das diferentes facções: ou era um comparado a Colombo Darwin e Kepler ou taxado de PGP (paralisia geral progressiva). Desejei, portanto, retirar para o segundo plano tanto a mim como à cidade onde nasceu a psicanálise. Além disso, eu já não era jovem; vi que havia uma longa estrada à frente, e me oprimia a idéia de que o dever de ser um líder tivesse recaído em mim tão tarde na vida. Sentia, porém, que deveria haver alguém na liderança. Conhecia muito bem as armadilhas que aguardam quem quer que comece a exercer a psicanálise e esperava poder evitá-las delegando poderes a uma autoridade que estivesse preparada para aconselhar e orientar. Essa posição, que fora de início ocupada por mim, dado o meu acerto de quinze anos de experiências, devia ser agora transferida para um homem mais jovem, que então, naturalmente, ocuparia meu lugar após a minha morte. Esse homem só poderia ser C. G. Jung, uma vez que Bleuler era de minha própria geração; tinha a seu favor dotes excepcionais, as contribuições que já prestara à psicanálise, sua posição independente e a impressão de firme energia que sua personalidade transmitia. Além disso, parecia estar disposto a entrar num bom relacionamento pessoal comigo e, em consideração a mim, a abrir mão de certos preconceitos raciais que alimentara anteriormente. Eu não tinha, na ocasião, a menor idéia de que apesar de todas essas vantagens a escolha era a mais infeliz possível, que eu havia escolhido uma pessoa incapaz de tolerar a autoridade de outra, mais incapaz ainda de exercê-la ele próprio, e cujas energias se voltavam inteiramente para a promoção de seus próprios interesses.

Isso, e nada mais, foi o que esperava alcançar com a fundação da “Associação Psicanalítica Internacional”. Mas tudo leva a crer que era querer demais. Do mesmo modo que os meus adversários iriam descobrir que não era possível lutar contra a corrente do novo movimento, assim também eu acabaria percebendo que este não seguiria a direção que eu desejava vê-lo seguir. As propostas feitas por Ferenczi em Nuremberg foram adotadas, é verdade; Jung foi eleito presidente e escolheu Riklin para seu Secretário; concordou-se quanto à publicação de um boletim que devia ligar a Central Executiva com os grupos locais. Declarou-se que o objetivo da Associação era “promover e apoiar a ciência da psicanálise fundada por Freud, tanto como psicologia pura como em sua aplicação à medicina e às ciências mentais e cultivar o apoio mútuo entre os seus membros para que fossem desenvolvidos todos os esforços no sentido da aquisição e difusão de conhecimentos psicanalíticos”. Só o grupo de Viena opôs-se vivamente ao projeto. Adler afirmou, com grande agitação, temer que se pretendesse exercer a “censura e restrições sobre a liberdade científica”. Finalmente, os vienenses cederam, depois de se haverem assegurado de que a sede da Associação não seria sempre Zurique, e sim o local de residência do Presidente que seria eleito por dois anos.

Nesse Congresso, três grupos locais foram constituídos: um em Berlim, sob a presidência de Abraham; outro em Zurique, cujo chefe se tornara o Presidente de toda a Associação; e outro em Viena, cuja direção confiei a Adler. Um quarto grupo, em Budapeste, só pôde ser formado depois. Bleuler não participara do Congresso por motivo de doença, e depois mostrou certa hesitação em fazer parte da Associação, por motivos de ordem geral; deixou-se persuadir, depois de uma conversa pessoal comigo, mas logo afastou-se novamente em conseqüência de discordâncias havidas em Zurique. Isto cortou a ligação entre o grupo de Zurique e a Instituição de Burghölzli.

Um dos resultados do Congresso de Nuremberg foi a fundação da Zentralblatt für Psychoanalyse [Revista Central de Psicanálise], para a qual se uniram Adler e Stekel. O propósito original era, claramente, representar a Oposição: tinha como objetivo reconquistar para Viena a hegemonia ameaçada pela eleição de Jung. Mas quando os dois fundadores da revista, em meio às dificuldades de encontrar um editor, me garantiram suas intenções pacíficas, e como prova de sua sinceridade me deram o direito de veto, aceitei a direção da mesma e trabalhei com energia para o novo órgão, havendo o seu primeiro número aparecido em setembro de 1910.

Mattanó aponta que depois do primeiro Congresso privado de psicanálise, realizou-se o segundo, dessa vez em Nuremberg, em março de 1910. Freud fez um projeto que, com a ajuda de seu amigo Ferenczi, realizou nesse segundo Congresso. Vemos como a psicanálise se difundiu através de Congressos que foram resultado de muita luta, esforço, dedicação e empenho, de muito trabalho e de muitas pesquisas realizadas pelo movimento psicanalítico que crescia em sua comunidade verbal, de modo que aumentavam-se sua produção de significados e de sentidos, pois o meio ambiente colaborava com estímulos otimizados para a prática psicanalítica.

Achava que a localização do novo movimento em Viena longe de servir-lhe de recomendação, muito pelo contrário, o comprometia. Um lugar como Zurique, no coração da Europa, onde um professor universitário havia aberto as portas de sua instituição à psicanálise, parecia-me muito mais promissor. Via também uma segunda desvantagem em minha própria pessoa, sobre a qual era difícil formar uma opinião por causa das manifestações de admiração e de ódio provenientes das diferentes facções: ou era um comparado a Colombo Darwin e Kepler ou taxado de PGP (paralisia geral progressiva). Desejei, portanto, retirar para o segundo plano tanto a mim como à cidade onde nasceu a psicanálise. Além disso, eu já não era jovem; vi que havia uma longa estrada à frente, e me oprimia a idéia de que o dever de ser um líder tivesse recaído em mim tão tarde na vida. Sentia, porém, que deveria haver alguém na liderança. Conhecia muito bem as armadilhas que aguardam quem quer que comece a exercer a psicanálise e esperava poder evitá-las delegando poderes a uma autoridade que estivesse preparada para aconselhar e orientar. Essa posição, que fora de início ocupada por mim, dado o meu acerto de quinze anos de experiências, devia ser agora transferida para um homem mais jovem, que então, naturalmente, ocuparia meu lugar após a minha morte. Esse homem só poderia ser C. G. Jung, uma vez que Bleuler era de minha própria geração; tinha a seu favor dotes excepcionais, as contribuições que já prestara à psicanálise, sua posição independente e a impressão de firme energia que sua personalidade transmitia. Além disso, parecia estar disposto a entrar num bom relacionamento pessoal comigo e, em consideração a mim, a abrir mão de certos preconceitos raciais que alimentara anteriormente. Eu não tinha, na ocasião, a menor idéia de que apesar de todas essas vantagens a escolha era a mais infeliz possível, que eu havia escolhido uma pessoa incapaz de tolerar a autoridade de outra, mais incapaz ainda de exercê-la ele próprio, e cujas energias se voltavam inteiramente para a promoção de seus próprios interesses. Vemos como a vida e a obra de Freud foram tomando rumos durante sua trajetória de vida, e que ele teve obstáculos e provações, ajudas impossíveis e conselhos milagrosos, a colaboração de uma equipe e que houveram decepções, escolhas erradas e traições devido os próprios interesses de cada membro da sua equipe, causando sofrimento e frustração, até insensibilidade as contingências, pois poderia ter interpretado como uma tentação ou luta contra o monstro que tentava devorá-lo, luta da qual ele retornaria como o herói com uma mensagem para si mesmo e sua equipe ou comunidade psicanalítica.

Isso, e nada mais, foi o que esperava alcançar com a fundação da “Associação Psicanalítica Internacional”. Mas tudo leva a crer que era querer demais. Do mesmo modo que os meus adversários iriam descobrir que não era possível lutar contra a corrente do novo movimento, assim também eu acabaria percebendo que este não seguiria a direção que eu desejava vê-lo seguir. As propostas feitas por Ferenczi em Nuremberg foram adotadas, é verdade; Jung foi eleito presidente e escolheu Riklin para seu Secretário; concordou-se quanto à publicação de um boletim que devia ligar a Central Executiva com os grupos locais. Declarou-se que o objetivo da Associação era “promover e apoiar a ciência da psicanálise fundada por Freud, tanto como psicologia pura como em sua aplicação à medicina e às ciências mentais e cultivar o apoio mútuo entre os seus membros para que fossem desenvolvidos todos os esforços no sentido da aquisição e difusão de conhecimentos psicanalíticos”. Só o grupo de Viena opôs-se vivamente ao projeto. Adler afirmou, com grande agitação, temer que se pretendesse exercer a “censura e restrições sobre a liberdade científica”. Finalmente, os vienenses cederam, depois de se haverem assegurado de que a sede da Associação não seria sempre Zurique, e sim o local de residência do Presidente que seria eleito por dois anos. Vemos como a estrutura política e administrativa da psicanálise ou do movimento psicanalítico se configurou na sua gênese, cedendo espaço para alguns e tolhendo oportunidades de outros, contudo sempre indicando o caminho correto a ser seguido.

Nesse Congresso, três grupos locais foram constituídos: um em Berlim, sob a presidência de Abraham; outro em Zurique, cujo chefe se tornara o Presidente de toda a Associação; e outro em Viena, cuja direção confiei a Adler. Um quarto grupo, em Budapeste, só pôde ser formado depois. Bleuler não participara do Congresso por motivo de doença, e depois mostrou certa hesitação em fazer parte da Associação, por motivos de ordem geral; deixou-se persuadir, depois de uma conversa pessoal comigo, mas logo afastou-se novamente em conseqüência de discordâncias havidas em Zurique. Isto cortou a ligação entre o grupo de Zurique e a Instituição de Burghölzli. Vemos como foi a formação e como se deram as relações institucionais das comunidades psicanalíticas que seguiam e apoiavam Freud em sua gênese teórica e prática, inclusive quando se tratava de reforço e associações ou extinção de vínculos.

Um dos resultados do Congresso de Nuremberg foi a fundação da Zentralblatt für Psychoanalyse [Revista Central de Psicanálise], para a qual se uniram Adler e Stekel. O propósito original era, claramente, representar a Oposição: tinha como objetivo reconquistar para Viena a hegemonia ameaçada pela eleição de Jung. Mas quando os dois fundadores da revista, em meio às dificuldades de encontrar um editor, me garantiram suas intenções pacíficas, e como prova de sua sinceridade me deram o direito de veto, aceitei a direção da mesma e trabalhei com energia para o novo órgão, havendo o seu primeiro número aparecido em setembro de 1910. Vemos como se exerceu o desenvolvimento das publicações dos artigos e pesquisas dos movimentos psicanalíticos, que por sua vez, ficaram a encargo de Freud com a fundação da Zentralblatt für Psychoanalyse [Revista Central de Psicanálise], para a qual se uniram Adler e Stekel, com o objetivo de reconquistar o poder adquirido por Jung, através da nomeação de Freud como editor. Eis que a história da psicanálise nos revela disputa por poder e autonomia moral em suas relações pessoais e institucionais, não somente em suas pesquisas e trabalhos teóricos e práticos, ou intervenções, até mesmo em sua produção literária científica que pretende colecionar adeptos e resistentes a sua psicanálise ou metáfora freudiana.

 

MATTANÓ

(14/07/2025)

 

 

 

 

Prosseguirei agora com a história dos Congressos Psicanalíticos. O terceiro Congresso realizou-se em setembro de 1911, em Weimar, e foi ainda mais bem-sucedido do que os anteriores quanto à atmosfera geral e ao interesse científico. J. J. Putnam, que estava presente nessa ocasião, declarou depois nos Estados Unidos o grande prazer que a reunião lhe proporcionou e externou seu respeito pela “atitude mental” dos participantes, citando algumas palavras que, disseram, eu havia empregado com referência a eles: “Aprenderam a suportar um pouco de verdade.” (Putnam 1912). De fato, ninguém que já houvesse comparecido a outros congressos científicos poderia deixar de levar a uma impressão favorável da Associação Psicanalítica. Eu próprio tinha presidido os dois primeiros Congressos e permitira a cada orador tempo suficiente para expor seu trabalho, deixando que os debates se processassem depois em caráter particular entre os membros. Jung, como Presidente, assumiu a direção em Weimar e voltou a adotar debates formais depois de cada trabalho, o que, entretanto, não trouxe nenhum problema.

Mas as coisas se passaram de forma bem diferente no quarto Congresso realizado em Munique dois anos depois, em setembro de 1913. Todos os que a ele estiveram presentes ainda o trazem bem vivo na memória. Foi dirigido por Jung de maneira desagradável e incorreta; os oradores tiveram seu tempo de exposição limitado e os debates sufocaram os trabalhos apresentados. Por uma infeliz coincidência aconteceu que aquele gênio do mau, Hoche, se instalara no mesmo prédio onde se realizavam as sessões. Diante do comportamento dos analistas, Hoche não deve ter tido dificuldade em perceber quanto se enganara ao descrevê-los como membros de uma seita fanática que obedeciam cegamente ao seu líder. Os debates cansativos e nada construtivos terminaram com a reeleição de Jung para a Presidência da Associação Psicanalítica Internacional, que ele aceitou, embora dois quintos dos presentes lhe negassem apoio. Dispersamo-nos sem nenhuma vontade de nos reunirmos outra vez.

Mais ou menos na época desse Congresso o estado da Associação Psicanalítica Internacional era o seguinte: os grupos locais de Viena, Berlim e Zurique já estavam formados desde o Congresso de Nuremberg, em 1910. Em maio de 1911, surgiu o grupo de Munique, sob a presidência do Dr. L. Seif. No mesmo ano, formou-se o primeiro grupo local norte-americano sob a presidência de A. A. Brill, com o nome de “The New York Psychoanalytic Society”. No Congresso de Weimar foi autorizada a fundação de um segundo grupo norte-americano que começou a funcionar no ano seguinte sob a denominação de “The American Psychoanalytic Association”, e compreendia membros do Canadá e de todos os Estados Unidos; Putnam foi eleito Presidente e Ernest Jones, Secretário. Pouco antes do Congresso de Munique, de 1913, formou-se o grupo local de Budapeste sob a presidência de Ferenczi. Logo depois, foi constituído o primeiro grupo inglês por Ernest Jones, que havia retornado a Londres. O quadro social desses grupos locais, oito ao todo, não pode, naturalmente, servir de base para calcular-se o número de estudantes e adeptos não organizados da psicanálise.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que a história dos Congressos Psicanalíticos. O terceiro Congresso realizou-se em setembro de 1911, em Weimar, e foi ainda mais bem-sucedido do que os anteriores quanto à atmosfera geral e ao interesse científico. J. J. Putnam, que estava presente nessa ocasião, declarou depois nos Estados Unidos o grande prazer que a reunião lhe proporcionou e externou seu respeito pela “atitude mental” dos participantes, citando algumas palavras que, disseram, eu havia empregado com referência a eles: “Aprenderam a suportar um pouco de verdade.” (Putnam 1912). De fato, ninguém que já houvesse comparecido a outros congressos científicos poderia deixar de levar a uma impressão favorável da Associação Psicanalítica. Eu próprio tinha presidido os dois primeiros Congressos e permitira a cada orador tempo suficiente para expor seu trabalho, deixando que os debates se processassem depois em caráter particular entre os membros. Jung, como Presidente, assumiu a direção em Weimar e voltou a adotar debates formais depois de cada trabalho, o que, entretanto, não trouxe nenhum problema.

Mas as coisas se passaram de forma bem diferente no quarto Congresso realizado em Munique dois anos depois, em setembro de 1913. Todos os que a ele estiveram presentes ainda o trazem bem vivo na memória. Foi dirigido por Jung de maneira desagradável e incorreta; os oradores tiveram seu tempo de exposição limitado e os debates sufocaram os trabalhos apresentados. Por uma infeliz coincidência aconteceu que aquele gênio do mau, Hoche, se instalara no mesmo prédio onde se realizavam as sessões. Diante do comportamento dos analistas, Hoche não deve ter tido dificuldade em perceber quanto se enganara ao descrevê-los como membros de uma seita fanática que obedeciam cegamente ao seu líder. Os debates cansativos e nada construtivos terminaram com a reeleição de Jung para a Presidência da Associação Psicanalítica Internacional, que ele aceitou, embora dois quintos dos presentes lhe negassem apoio. Dispersamo-nos sem nenhuma vontade de nos reunirmos outra vez.

Mais ou menos na época desse Congresso o estado da Associação Psicanalítica Internacional era o seguinte: os grupos locais de Viena, Berlim e Zurique já estavam formados desde o Congresso de Nuremberg, em 1910. Em maio de 1911, surgiu o grupo de Munique, sob a presidência do Dr. L. Seif. No mesmo ano, formou-se o primeiro grupo local norte-americano sob a presidência de A. A. Brill, com o nome de “The New York Psychoanalytic Society”. No Congresso de Weimar foi autorizada a fundação de um segundo grupo norte-americano que começou a funcionar no ano seguinte sob a denominação de “The American Psychoanalytic Association”, e compreendia membros do Canadá e de todos os Estados Unidos; Putnam foi eleito Presidente e Ernest Jones, Secretário. Pouco antes do Congresso de Munique, de 1913, formou-se o grupo local de Budapeste sob a presidência de Ferenczi. Logo depois, foi constituído o primeiro grupo inglês por Ernest Jones, que havia retornado a Londres. O quadro social desses grupos locais, oito ao todo, não pode, naturalmente, servir de base para calcular-se o número de estudantes e adeptos não organizados da psicanálise.

Mattanó aponta a história dos Congressos Psicanalíticos. O terceiro Congresso realizou-se em setembro de 1911, em Weimar, e foi ainda mais bem-sucedido do que os anteriores quanto à atmosfera geral e ao interesse científico. J. J. Putnam, que estava presente nessa ocasião, declarou depois nos Estados Unidos o grande prazer que a reunião lhe proporcionou e externou seu respeito pela “atitude mental” dos participantes, citando algumas palavras que, disseram, eu havia empregado com referência a eles: “Aprenderam a suportar um pouco de verdade.” (Putnam 1912). De fato, ninguém que já houvesse comparecido a outros congressos científicos poderia deixar de levar a uma impressão favorável da Associação Psicanalítica. Eu próprio tinha presidido os dois primeiros Congressos e permitira a cada orador tempo suficiente para expor seu trabalho, deixando que os debates se processassem depois em caráter particular entre os membros. Jung, como Presidente, assumiu a direção em Weimar e voltou a adotar debates formais depois de cada trabalho, o que, entretanto, não trouxe nenhum problema. Vemos aqui como se deram as relações institucionais e de poder na história da psicanálise acerca dos Congressos que se desenrolaram e definiram suas funções e atividades políticas, administrativas e institucionais e de auto-gestão.

Mas as coisas se passaram de forma bem diferente no quarto Congresso realizado em Munique dois anos depois, em setembro de 1913. Todos os que a ele estiveram presentes ainda o trazem bem vivo na memória. Foi dirigido por Jung de maneira desagradável e incorreta; os oradores tiveram seu tempo de exposição limitado e os debates sufocaram os trabalhos apresentados. Por uma infeliz coincidência aconteceu que aquele gênio do mau, Hoche, se instalara no mesmo prédio onde se realizavam as sessões. Diante do comportamento dos analistas, Hoche não deve ter tido dificuldade em perceber quanto se enganara ao descrevê-los como membros de uma seita fanática que obedeciam cegamente ao seu líder. Os debates cansativos e nada construtivos terminaram com a reeleição de Jung para a Presidência da Associação Psicanalítica Internacional, que ele aceitou, embora dois quintos dos presentes lhe negassem apoio. Dispersamo-nos sem nenhuma vontade de nos reunirmos outra vez. Vemos aqui que o papel dos Congressos para a manutenção e desenvolvimento do movimento psicanalítico foi muito grande e importante, de modo até a aquecer e resfriar as relações políticas, administrativas e institucionais ou de trabalho entre os seus membros, que respondiam as condições do meio ambiente ou do cenário psicanalítico que necessariamente desenvolviam relações entrópicas e neguentrópicas.

Mais ou menos na época desse Congresso o estado da Associação Psicanalítica Internacional era o seguinte: os grupos locais de Viena, Berlim e Zurique já estavam formados desde o Congresso de Nuremberg, em 1910. Em maio de 1911, surgiu o grupo de Munique, sob a presidência do Dr. L. Seif. No mesmo ano, formou-se o primeiro grupo local norte-americano sob a presidência de A. A. Brill, com o nome de “The New York Psychoanalytic Society”. No Congresso de Weimar foi autorizada a fundação de um segundo grupo norte-americano que começou a funcionar no ano seguinte sob a denominação de “The American Psychoanalytic Association”, e compreendia membros do Canadá e de todos os Estados Unidos; Putnam foi eleito Presidente e Ernest Jones, Secretário. Pouco antes do Congresso de Munique, de 1913, formou-se o grupo local de Budapeste sob a presidência de Ferenczi. Logo depois, foi constituído o primeiro grupo inglês por Ernest Jones, que havia retornado a Londres. O quadro social desses grupos locais, oito ao todo, não pode, naturalmente, servir de base para calcular-se o número de estudantes e adeptos não organizados da psicanálise. Vemos aqui como o movimento psicanalítico se desenrolou na América e na Europa e manteve relações políticas, administrativas e institucionais ou de trabalho entre seus diferentes grupos que tinham vida própria, pois eram administrados por Presidente e Secretário calculados ou personalizados e que atendiam às necessidades políticas, administrativas e institucionais do movimento psicanalítico, porém, mesmo sendo em oito ao todo, os grupos organizados, não se podia calcular o número de estudantes e adeptos não organizados da psicanálise.

 

MATTANÓ

(15/07/2025)

 

 

 

ANATOMIA DA CRIAÇÃO (2025):

O Homo Sapiens é produto da sua consciência que é produto da sua cultura, conhecimento e realidade que são frutos do estímulo selecionado no meio ambiente pelo organismo, segundo as leis da evolução, seleção e competição entre espécies e indivíduos que formatam teorias e práticas comportamentais e inconscientes, inclusive subconscientes, sobrenaturais e paranormais para o repertório comportamental do indivíduo, que assim amplia sua consciência e reorganiza seus caminhos cognitivos, seu mapa cerebral e seu funcionamento corporal, através da homeostase e da interconectividade corporal, cerebral e ambiental, seja na vida anímica, na vida onírica ou na vida paranormal e/ou na vida sobrenatural.

 

MATTANÓ

(15/07/2025)

 

 

 

 

 

 

É necessário também dizer algumas palavras sobre o desenvolvimento dos periódicos a serviço da psicanálise. O primeiro deles foi uma série de monografias intitulada Schriften zur angewandsten Seelenkunde [“Artigos sobre Ciência Mental Aplicada”] que apareceram irregularmente desde 1907 e agora ai o número de quinze exemplares. (O editor pretendia começar com Heller em Viena e depois F. Deuticke.) Incluem obras de Freud (Nos. 1 e 7), Riklin, Jung, Abraham (Nos. 4 e 11), Rank (Nos. 5 e 13), Sadger, Pfister, Max Graf, Jones (Nos. 10 e 14), Storfer e von Hug-Hellmuth. Com a fundação da revista Imago, esse gênero de publicação perdeu parte de sua importância. Após a reunião de Salzburg, em 1908, fundou-se o Jahrbuch für psychoanalytische und psychopathologische Forschungen [Anuário de Pesquisas Psicanalíticas e Psicopatológicas], o qual veio a lume durante cinco anos sob a diretoria de Jung e que agora ressurgiu, com dois novos redatores e com ligeira alteração no título - passou a chamar-se Jahrbuch der Psyuchoanalyse [Anuário da Psicanálise.] Não mais se destina a ser, como o foi em anos recentes, um simples repositório para publicação de obras autônomas. Em vez disso, seus editores se empenharão em cumprir a finalidade de registrar todos os trabalhos realizados e todos os progressos alcançados no campo da psicanálise. A Zentrablatt für Psychoanalyse, que, como já disse, foi lançada por Adler e Stekel após a fundação da Associação Psicanalítica Internacional em Nuremberg, 1910, teve uma existência breve e tumultuada. Já no décimo número do primeiro volume [julho de 1911] apareceu um aviso na página de frontispício comunicando que, por motivo de divergências científicas de opinião com o diretor, o Dr. Alfred Adler resolvera afastar-se voluntariamente da editoria. Depois disso, o Dr. Stekel continuou o único redator (a partir do verão de 1911). No Congresso de Weimar [setembro de 1911] a Zentralblatt foi elevada à posição de órgão oficial da Associação Internacional e passou a ser remetida a todos os sócios mediante um aumento da contribuição anual. A partir do terceiro número do segundo volume (inverno [dezembro], 1912), Stekel tornou-se o único responsável pelo seu conteúdo. Seu comportamento, do qual é impossível publicar um relato, me obrigou a exonerar-me de sua direção e a criar, às pressas, um novo órgão para a psicanálise - a Internationale Zeitschrift für ärztliche Psychoanalyse [Revista International de Psicanálise Médica]. Os esforços conjuntos de quase todos os nossos colaboradores e de Hugo Heller, o novo editor, resultaram no surgimento do primeiro número, em janeiro de 1913, havendo logo tomado o lugar da Zentralblatt como órgão oficial da Associação Psicanalítica Internacional.

Enquanto isso, no início de 1912, um novo periódico, Imago (publicado por Heller), destinado exclusivamente à aplicação da psicanálise às ciências mentais, foi fundado pelo Dr. Hanns Sachs e pelo Dr. Otto Rank. Imago encontra-se agora na metade de seu terceiro volume, sendo lida com interesse por um número sempre crescente de assinantes, alguns deles com pouca ligação com a análise médica.

Afora essas quatro publicações periódicas (Schriften zur angewandten Seelenkunde, Jahrbuch, Zeitschrift e Imago), outros periódicos alemães e estrangeiros publicam trabalhos que merecem um lugar na literatura psicanalítica. The Journal of Abnormal Psychology, dirigido por Morton Prince, costuma publicar tantas e tão boas contribuições analíticas que deve ser considerado como o principal representante da literatura analítica nos Estados Unidos. No inverno de 1913, White e Jellife em Nova Iorque lançaram um novo periódico (The Psychoanalytic Review) dedicado exclusivamente à psicanálise, sem dúvida levando em conta o fato de que para a maioria dos médicos americanos interessados na psicanálise, a língua alemã é um obstáculo.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica o desenvolvimento dos periódicos a serviço da psicanálise. O primeiro deles foi uma série de monografias intitulada Schriften zur angewandsten Seelenkunde [“Artigos sobre Ciência Mental Aplicada”] que apareceram irregularmente desde 1907 e agora ai o número de quinze exemplares. (O editor pretendia começar com Heller em Viena e depois F. Deuticke.) Incluem obras de Freud (Nos. 1 e 7), Riklin, Jung, Abraham (Nos. 4 e 11), Rank (Nos. 5 e 13), Sadger, Pfister, Max Graf, Jones (Nos. 10 e 14), Storfer e von Hug-Hellmuth. Com a fundação da revista Imago, esse gênero de publicação perdeu parte de sua importância. Após a reunião de Salzburg, em 1908, fundou-se o Jahrbuch für psychoanalytische und psychopathologische Forschungen [Anuário de Pesquisas Psicanalíticas e Psicopatológicas], o qual veio a lume durante cinco anos sob a diretoria de Jung e que agora ressurgiu, com dois novos redatores e com ligeira alteração no título - passou a chamar-se Jahrbuch der Psyuchoanalyse [Anuário da Psicanálise.]  A Zentrablatt für Psychoanalyse, que, como já disse, foi lançada por Adler e Stekel após a fundação da Associação Psicanalítica Internacional em Nuremberg, 1910, teve uma existência breve e tumultuada. No Congresso de Weimar [setembro de 1911] a Zentralblatt foi elevada à posição de órgão oficial da Associação Internacional e passou a ser remetida a todos os sócios mediante um aumento da contribuição anual. A partir do terceiro número do segundo volume (inverno [dezembro], 1912), Stekel tornou-se o único responsável pelo seu conteúdo. Seu comportamento, do qual é impossível publicar um relato, me obrigou a exonerar-me de sua direção e a criar, às pressas, um novo órgão para a psicanálise - a Internationale Zeitschrift für ärztliche Psychoanalyse [Revista International de Psicanálise Médica]. Os esforços conjuntos de quase todos os nossos colaboradores e de Hugo Heller, o novo editor, resultaram no surgimento do primeiro número, em janeiro de 1913, havendo logo tomado o lugar da Zentralblatt como órgão oficial da Associação Psicanalítica Internacional.

Enquanto isso, no início de 1912, um novo periódico, Imago (publicado por Heller), destinado exclusivamente à aplicação da psicanálise às ciências mentais, foi fundado pelo Dr. Hanns Sachs e pelo Dr. Otto Rank. Imago encontra-se agora na metade de seu terceiro volume, sendo lida com interesse por um número sempre crescente de assinantes, alguns deles com pouca ligação com a análise médica.

Afora essas quatro publicações periódicas (Schriften zur angewandten Seelenkunde, Jahrbuch, Zeitschrift e Imago), outros periódicos alemães e estrangeiros publicam trabalhos que merecem um lugar na literatura psicanalítica. The Journal of Abnormal Psychology, dirigido por Morton Prince, costuma publicar tantas e tão boas contribuições analíticas que deve ser considerado como o principal representante da literatura analítica nos Estados Unidos. No inverno de 1913, White e Jellife em Nova Iorque lançaram um novo periódico (The Psychoanalytic Review) dedicado exclusivamente à psicanálise, sem dúvida levando em conta o fato de que para a maioria dos médicos americanos interessados na psicanálise, a língua alemã é um obstáculo.

Mattanó aponta o desenvolvimento dos periódicos a serviço da psicanálise. O primeiro deles foi uma série de monografias intitulada Schriften zur angewandsten Seelenkunde [“Artigos sobre Ciência Mental Aplicada”] que apareceram irregularmente desde 1907 e agora ai o número de quinze exemplares. (O editor pretendia começar com Heller em Viena e depois F. Deuticke.) Incluem obras de Freud (Nos. 1 e 7), Riklin, Jung, Abraham (Nos. 4 e 11), Rank (Nos. 5 e 13), Sadger, Pfister, Max Graf, Jones (Nos. 10 e 14), Storfer e von Hug-Hellmuth. Com a fundação da revista Imago, esse gênero de publicação perdeu parte de sua importância. Após a reunião de Salzburg, em 1908, fundou-se o Jahrbuch für psychoanalytische und psychopathologische Forschungen [Anuário de Pesquisas Psicanalíticas e Psicopatológicas], o qual veio a lume durante cinco anos sob a diretoria de Jung e que agora ressurgiu, com dois novos redatores e com ligeira alteração no título - passou a chamar-se Jahrbuch der Psyuchoanalyse [Anuário da Psicanálise.]  A Zentrablatt für Psychoanalyse, que, como já disse, foi lançada por Adler e Stekel após a fundação da Associação Psicanalítica Internacional em Nuremberg, 1910, teve uma existência breve e tumultuada. No Congresso de Weimar [setembro de 1911] a Zentralblatt foi elevada à posição de órgão oficial da Associação Internacional e passou a ser remetida a todos os sócios mediante um aumento da contribuição anual. A partir do terceiro número do segundo volume (inverno [dezembro], 1912), Stekel tornou-se o único responsável pelo seu conteúdo. Seu comportamento, do qual é impossível publicar um relato, me obrigou a exonerar-me de sua direção e a criar, às pressas, um novo órgão para a psicanálise - a Internationale Zeitschrift für ärztliche Psychoanalyse [Revista International de Psicanálise Médica]. Os esforços conjuntos de quase todos os nossos colaboradores e de Hugo Heller, o novo editor, resultaram no surgimento do primeiro número, em janeiro de 1913, havendo logo tomado o lugar da Zentralblatt como órgão oficial da Associação Psicanalítica Internacional. Vemos como se desenvolveram as publicações do movimento psicanalítico, que se efetivaram através de periódicos que foram sendo substituídos por outros cada vez mais abrangentes e mais interessantes para o seu movimento e para os seus leitores, contribuindo para difundir a psicanálise e os seus esforços conjuntos.

Enquanto isso, no início de 1912, um novo periódico, Imago (publicado por Heller), destinado exclusivamente à aplicação da psicanálise às ciências mentais, foi fundado pelo Dr. Hanns Sachs e pelo Dr. Otto Rank. Imago encontra-se agora na metade de seu terceiro volume, sendo lida com interesse por um número sempre crescente de assinantes, alguns deles com pouca ligação com a análise médica. Vemos que aqui temos um periódico destinado a psicanálise e às ciências mentais, um periódico que alcançou um crescente número de leitores, muitos deles sem ligação com a classe médica.

Afora essas quatro publicações periódicas (Schriften zur angewandten Seelenkunde, Jahrbuch, Zeitschrift e Imago), outros periódicos alemães e estrangeiros publicam trabalhos que merecem um lugar na literatura psicanalítica. The Journal of Abnormal Psychology, dirigido por Morton Prince, costuma publicar tantas e tão boas contribuições analíticas que deve ser considerado como o principal representante da literatura analítica nos Estados Unidos. No inverno de 1913, White e Jellife em Nova Iorque lançaram um novo periódico (The Psychoanalytic Review) dedicado exclusivamente à psicanálise, sem dúvida levando em conta o fato de que para a maioria dos médicos americanos interessados na psicanálise, a língua alemã é um obstáculo. Vemos como o movimento psicanalítico difundiu sua literatura no mundo e especificamente, aqui, na Europa e na América, nos Estados Unidos que se interessaram prontamente pela psicanálise de Freud, gerando a necessidade de leitura da sua literatura, sobretudo do seu movimento, que passou a ser traduzida para o inglês para atender a demanda, pois a língua alemã era uma pedra no seu caminho, dificultando o trabalho e a compreensão, a significação e a aprendizagem dessa obra pelos interessados.

 

MATTANÓ

(15/07/2025)

 

 

 

ANATOMIA DA CRIAÇÃO (2025):

O Homo Sapiens e suas tecnologias, ferramentas e instrumentos podem transformar a vida e o comportamento das pessoas, inclusive daquelas que sofrem de amnésia e demência, de perda da memória através da esquizofrenia ou do mal de Alzheimer, criando oportunidades de trabalho e de operações cognitivas mediante a aprendizagem proximal, que é aquela realizada com ajuda de outros instrumentos, pessoas ou objetos, como livros, textos, computadores, chips, cartões de memória, cartões usb, etc., a aprendizagem proximal é um conceito elaborado por Vigotsky em sua Psicologia sócio-interacionista e explica a aprendizagem realizada com a ajuda de terceiros. Já, agora, no caso da demência, da esquizofrenia e do mal de Alzheimer, podemos especular que nossos cientistas e profissionais da saúde poderiam ampliar a rede de associações psicológicas, inconscientes e comportamentais do paciente através de recursos que substituem a memória biológica pela memória tecnológica ou instrumental, mediada e mantida por instrumentos e ferramentas como livros, textos, computadores, chips, cartões de memória, cartões usb, etc., e também através de implantes que alcancem a interconectividade cerebral do paciente, seja através do SNP - Sistema Nervoso Periférico ou do SNC - Sistema Nervoso Central, quem sabe até mesmo da interconectividade do corpo com o cérebro através de implantes do corpo, e numa última hipótese através de implantes no meio ambiente que ativariam o SNC ou o SNP e assim o SNC do paciente que responderia com conteúdos que seu cérebro e seus neurônios, de outra forma, não conseguiriam obter e responder, com uma memória externa, como um HD - Hard Disc de um computador, uma memória externa que aumentaria a capacidade comportamental, inconsciente, subconsciente e social, até escolar e trabalhista desse paciente, melhorando sua autoestima e o seu prognóstico. Assim em casos considerados difíceis e insolúveis como os de hipererosia, ideias motivadas pela teoria da pulsão auditiva de Mattanó, pedofilia, voyeurismo, linguagem sexista, estupro virtual, lavagem cerebral e despersonalização onde o que ocorre inconscientemente é uma distorção. Trata-se, pois, de um jeito novo de se pensar, ainda não reconhecido, mas que ao ser assimilado e acomodado ou reconhecido e aprendido, internalizado, deixamos de vê-lo como algo diferente do nosso self e da nossa consciência, cultura, conhecimento e realidade, mas devemos saber que não nascemos com esse modo de viver e de se pensar, que isso foi aprendido e que não é parte de nós quando passamos a existir, trata-se apenas de uma forma de prazer que substitui a nossa realidade e a sua consciência, cultura e conhecimento, reorganizando o nosso self.

 

MATTANÓ

(16/07/2025)

 

 

 

 

 

Devo agora mencionar duas deserções que houve entre os partidários da psicanálise; a primeira ocorreu entre a fundação da Associação em 1910 e o Congresso de Weimar em 1911; a segunda verificou-se após esse Congresso e evidenciou-se em Munique em 1913. O desapontamento que me causaram talvez tivesse sido evitado se eu tivesse prestado mais atenção às reações de pacientes sob tratamento analítico. Sabia muito bem, naturalmente, que qualquer pessoa, ao primeiro contato com as realidades desagradáveis da análise, pode reagir fugindo; eu próprio sempre havia sustentado que na compreensão da análise, cada indivíduo é limitado por suas próprias repressões (ou antes, pelas resistências que as sustentam) de modo que não pode ir além de um certo ponto em sua relação com a análise. Mas eu não esperava que alguém que houvesse alcançado certa profundidade na compreensão da análise pudesse renunciar a essa compreensão e perdê-la. E, no entanto, a experiência cotidiana com pacientes havia demonstrado que a rejeição total do conhecimento analítico pode ocorrer sempre que surge uma resistência especialmente forte em qualquer profundidade da mente. Às vezes conseguimos, depois de muito trabalho, fazer com que um paciente aprenda algumas partes do conhecimento analítico e possa lidar com elas como posses suas, e mesmo assim podemos vê-lo, sob o domínio da própria resistência seguinte, lançar tudo o que aprendeu às urtigas e ficar na defensiva como o fez nos dias em que era um principiante despreocupado. Tive de aprender que a mesmíssima coisa pode acontecer tanto com psicanalistas como com pacientes em análise.

Não constitui tarefa fácil nem invejável escrever a história dessas duas deserções, em parte porque estou desprovido de qualquer motivo pessoal forte para fazê-lo - não esperava gratidão nem sou particularmente vingativo - e em parte porque sei que agindo assim ficarei ao sabor das ofensas de meus adversários, nada escrupulosos, e vou oferecer aos inimigos da psicanálise o espetáculo que eles tão ardentemente desejam - “os psicanalistas se degladiando entre si”. Depois de tanto autodomínio para não entrar em choque com adversários fora da análise, vejo-me agora forçado a pegar em armas contra os seus ex-seguidores ou pessoas que ainda denominam a si próprias de seguidores. Não tenho escolha, porém: se ficasse calado seria por indolência ou covardia, e o silêncio seria mais prejudicial à psicanálise do que uma exposição franca dos danos já causados. Quem quer que tenha acompanhado o desenvolvimento de outros movimentos científicos sabe que as mesmas convulsões e divergências ocorrem neles com freqüência. Pode ser que se tenham preocupado mais em ocultá-los; mas a psicanálise, que repudia tantas idéias convencionais, também nessa questão é mais honesta.

Outro problema muito sério é que não posso abster-me inteiramente de utilizar os conhecimentos psicanalíticos no exame desses dois movimentos de oposição. A análise, entretanto, não se presta a uso polêmico; pressupõe o consentimento da pessoa que está sendo analisada e uma situação na qual existam um superior e um subordinado. Daí, quem quer que empreenda uma análise com fins polêmicos pode esperar que a pessoa analisada utilize, por sua vez, a análise contra ela, de modo que a discussão atingirá um ponto que exclui inteiramente a possibilidade de convencer qualquer outra pessoa imparcial. Restringirei, portanto, a um mínimo o uso do conhecimento analítico, e, com ele, a indiscrição e a agressividade contra meus adversários; devo também ressaltar que não estou me baseando nesse terreno para nenhuma crítica de caráter científico. Não estou interessado na verdade que possa estar contida nas teorias que venho rejeitando, nem tentarei refutá-las. Deixarei essa tarefa a outros trabalhadores qualificados no campo da psicanálise, tendo sido ela, na verdade, já em parte realizada. Desejo apenas mostrar que essas teorias contrariam os princípios fundamentais da psicanálise (e em que pontos os contrariam) e que por essa razão não devem ser conhecidas pelo nome de psicanálise. Assim vou-me valer da psicanálise apenas para explicar como essas divergências dela podem surgir entre os analistas. Entretanto, quando toco os pontos nos quais as divergências ocorreram, não posso deixar de defender os justos direitos da psicanálise com algumas observações de natureza puramente crítica.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):
Freud explica que houve duas deserções entre os partidários da psicanálise; a primeira ocorreu entre a fundação da Associação em 1910 e o Congresso de Weimar em 1911; a segunda verificou-se após esse Congresso e evidenciou-se em Munique em 1913. O desapontamento que me causaram talvez tivesse sido evitado se eu tivesse prestado mais atenção às reações de pacientes sob tratamento analítico. Sabia muito bem, naturalmente, que qualquer pessoa, ao primeiro contato com as realidades desagradáveis da análise, pode reagir fugindo; eu próprio sempre havia sustentado que na compreensão da análise, cada indivíduo é limitado por suas próprias repressões (ou antes, pelas resistências que as sustentam) de modo que não pode ir além de um certo ponto em sua relação com a análise. Mas eu não esperava que alguém que houvesse alcançado certa profundidade na compreensão da análise pudesse renunciar a essa compreensão e perdê-la. E, no entanto, a experiência cotidiana com pacientes havia demonstrado que a rejeição total do conhecimento analítico pode ocorrer sempre que surge uma resistência especialmente forte em qualquer profundidade da mente. Às vezes conseguimos, depois de muito trabalho, fazer com que um paciente aprenda algumas partes do conhecimento analítico e possa lidar com elas como posses suas, e mesmo assim podemos vê-lo, sob o domínio da própria resistência seguinte, lançar tudo o que aprendeu às urtigas e ficar na defensiva como o fez nos dias em que era um principiante despreocupado. Tive de aprender que a mesmíssima coisa pode acontecer tanto com psicanalistas como com pacientes em análise.

Outro problema muito sério é que não posso abster-me inteiramente de utilizar os conhecimentos psicanalíticos no exame desses dois movimentos de oposição. A análise, entretanto, não se presta a uso polêmico; pressupõe o consentimento da pessoa que está sendo analisada e uma situação na qual existam um superior e um subordinado. Daí, quem quer que empreenda uma análise com fins polêmicos pode esperar que a pessoa analisada utilize, por sua vez, a análise contra ela, de modo que a discussão atingirá um ponto que exclui inteiramente a possibilidade de convencer qualquer outra pessoa imparcial.

Mattanó aponta que houve duas deserções entre os partidários da psicanálise; a primeira ocorreu entre a fundação da Associação em 1910 e o Congresso de Weimar em 1911; a segunda verificou-se após esse Congresso e evidenciou-se em Munique em 1913. O desapontamento que me causaram (a Freud) talvez tivesse sido evitado se eu tivesse prestado mais atenção às reações de pacientes sob tratamento analítico. Sabia muito bem, naturalmente, que qualquer pessoa, ao primeiro contato com as realidades desagradáveis da análise, pode reagir fugindo; eu próprio sempre havia sustentado que na compreensão da análise, cada indivíduo é limitado por suas próprias repressões (ou antes, pelas resistências que as sustentam) de modo que não pode ir além de um certo ponto em sua relação com a análise. Mas eu não esperava que alguém que houvesse alcançado certa profundidade na compreensão da análise pudesse renunciar a essa compreensão e perdê-la. E, no entanto, a experiência cotidiana com pacientes havia demonstrado que a rejeição total do conhecimento analítico pode ocorrer sempre que surge uma resistência especialmente forte em qualquer profundidade da mente. Às vezes conseguimos, depois de muito trabalho, fazer com que um paciente aprenda algumas partes do conhecimento analítico e possa lidar com elas como posses suas, e mesmo assim podemos vê-lo, sob o domínio da própria resistência seguinte, lançar tudo o que aprendeu às urtigas e ficar na defensiva como o fez nos dias em que era um principiante despreocupado. Tive de aprender que a mesmíssima coisa pode acontecer tanto com psicanalistas como com pacientes em análise. Vemos como a psicanálise de Freud foi sendo influenciada pelos Congressos que debatiam sobre ela e provocavam ideias e novas respostas para a continuidade do movimento psicanalítico, mesmo quando Freud parecia ficar desapontado, pois a frustração é sinal de resistência e de que algo está encoberto e escondido no inconsciente para ser descoberto, necessitando de uma resposta.

Outro problema muito sério é que não posso abster-me inteiramente de utilizar os conhecimentos psicanalíticos no exame desses dois movimentos de oposição. A análise, entretanto, não se presta a uso polêmico; pressupõe o consentimento da pessoa que está sendo analisada e uma situação na qual existam um superior e um subordinado. Daí, quem quer que empreenda uma análise com fins polêmicos pode esperar que a pessoa analisada utilize, por sua vez, a análise contra ela, de modo que a discussão atingirá um ponto que exclui inteiramente a possibilidade de convencer qualquer outra pessoa imparcial. Vemos como a psicanálise se organizou e se estruturou, impedindo o seu uso polêmico, pois invadiria a intimidade e a liberdade do paciente, constrangendo-o e permitindo que ele a utilize contra o seu psicanalista, deixando de haver uma relação de superior e subordinado ou de médico, psicanalista e paciente, rompendo a relação de análise.

 

MATTANÓ

(17/07/2025)

 

 

SOBRE AS DISTORÇÕES SEGUNDO MATTANÓ (2025):

Mattanó aponta que o inconsciente é uma forma de distorção, assim como a realidade e a consciência, a cultura, o conhecimento e o subconsciente, a paranormalidade e o pré-consciente e o mundo sobrenatural e o mundo e a realidade virtuais, pois para existirem dependem da interconectividade cerebral e corporal, dos sentimentos primordiais que são parte da contribuição fisiológica e morfológica que participam da formação dessas atividades psíquicas e comportamentais e que interagem com o meio ambiente externo mandando informações para o cérebro do indivíduo que responde ao estímulo e adquire as consequências que por sua vez mantêm o comportamento, seja ele qual for, pois é uma distorção ou uma adaptação fisiológica, comportamental e morfológica diante do estímulo como uma resposta, para adquirir as consequências que mantêm essa forma de adaptação do organismo ou do corpo e do cérebro ao meio ambiente.

 

MATTANÓ

(17/07/2025) 

 

 

HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DA PSICOLOGIA E DA PSICANÁLISE (2025):

Mattanó testemunha que sua relação com a estagiária de Psicologia de 1992 na Clínica Psicológica de UEL se organizou e se estruturou, com o seu uso polêmico, pois invadiu a intimidade e a liberdade do paciente, constrangendo-o e permitindo que ele a utilize contra o seu psicanalista, deixando de haver uma relação de superior e subordinado ou de psicoterapêuta e paciente, rompendo a relação de análise, para prevalecer uma relação de desconfiança e de roubo de dados e de informações, de constrangimento e de falsidade ideológica, de corrupção e de violência, de abuso de autoridade e de poder, de negligência, omissão e imperícia, rompendo mais do que a relação de análise, rompendo também a relação ética, moral e acadêmica ou universitária.

 

MATTANÓ

(17/07/2025)

 

 

 

HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DA PSICOLOGIA E DA PSICANÁLISE (2025):

Mattanó testemunha que sua relação de trabalho e de trabalhador na UEL - Universidade Estadual de Londrina, e no HURNPr - Hospital Universitário Regional Norte do Paraná, teve como desencadeante dos crimes e faltas administrativas do funcionário Osny Mattanó Júnior, já a partir da sua contratação em 1988 para o HURNPr o uso polêmcio da relação de autoridade da sua chefia e daquele que o contratou desrespeitando as normas e regras da contratação, de modo a invadir a minha intimidade e privacidade e colocar-me em perigo de contágio de doenças incuráveis e mortais no HURNPr em 1988, sendo que eu era menor de 16 anos de idade e isso era crime do Estado e da UEL, mas tentaram se omitir e destruir as provas da contratação ilegal já em 1988/1989 diante do meu testemunho ocular na CRH - Coordenadoria de Recursos Humanos da UEL, destruíram a relação de superior e subordinado, ainda mais com assédio moral e sexual, com tortura e tentativas de estupro, com humilhação, vergonha e medo psicológico e comportamental, com violação da minha intimidade e privacidade mediante tentativas de assalto e de sequestro de conteúdos históricos vividos e representados, para fins de extermínio da minha família ou de chacina, tortura e espancamento, envenenamento, maus-tratos, lavagem cerebral, despersonalização, extorsão, vingança, estupro virtual, tentativas de estupro e de sequestro, assassinato através de uma seita satânica criada por videntes de Medjugorje (conforme já testemunhei através de esquivas de minha família, do Papa Francisco que já fez breves declarações de que rezou para anular essa seita satânica, e da televisão Canção Nova que através da Terra Santa, da Procissão das Luzes, diz ser eu o ¨Diabo¨), eu já testemunhei o Papa Francisco nos dias próximos de sua morte com o conteúdo virtual de que queriam me crucificar e atear fogo em mim para chamarem a Jesus Cristo através de um rito (que ao meu ver não tem fundamento, pois o pão queimado não é a eucaristia, mas apenas a fome biológica e animal,instintiva, não é a fome espiritual do homem e da mulher e eu como deste pão queimado por fome e pobreza muito antes da Primeira Comunhão que eu comia por fome espiritual e por riqueza, pois sou Santo e o Amor de Deus, de Jesus e de Maria) e cárcere privado.

 

MATTANÓ

(17/07/2025)

 

 

 

 

 

A primeira tarefa com que se defrontou a psicanálise foi a de explicar as neuroses; utilizou a resistência e a transferência como pontos de partida e, levando em consideração a amnésia, explicou os três fatos com as teorias da repressão, das forças sexuais motivadoras da neurose e do inconsciente. A psicanálise jamais pretendeu oferecer uma teoria completa da atividade mental humana em geral, mas esperava apenas que o que ela oferecia pudesse ser aplicado para suplementar e corrigir o conhecimento adquirido por outros meios. A teoria de Adler, entretanto, vai muito além disso, procurando de um só golpe explicar o comportamento e o caráter dos seres humanos bem como de suas doenças neuróticas e psicóticas. Na realidade, presta-se mais a qualquer outro campo do que ao da neurose, embora por motivos ligados à história do seu desenvolvimento ainda situe isso no primeiro plano. Por muitos anos, tive oportunidade de estudar o Dr. Adler e jamais me recusei a reconhecer sua rara capacidade, associada a uma inclinação particularmente especulativa. Como exemplo da “perseguição” a que, ele afirma, eu o submeti, posso lembrar do fato de ter-lhe passado a liderança do grupo de Viena após a fundação da Associação. Só depois de insistentes reclamações feitas por todos os membros da sociedade é que me deixei persuadir a ocupar novamente a presidência nas suas reuniões científicas. Quando percebi quão pouco dotado era Adler para o julgamento de material inconsciente, mudei minha opinião para uma esperança de que ele conseguisse descobrir as ligações da psicanálise com a psicologia e com os fundamentos biológicos dos processos instintivos - esperança justificada, em certo sentido, pelo seu valioso trabalho sobre “a inferioridade dos órgãos”. E ele, na verdade, realizou algo nesse gênero, mas seu trabalho transmite uma impressão “como se” - para empregar seu próprio “jargão” - destinada a provar que a psicanálise estava errada em tudo e que atribuíra tanta importância às forças sexuais motivadoras, por causa de sua facilidade em acreditar nas afirmações dos neuróticos. Posso até mesmo falar publicamente da motivação de ordem pessoal do seu trabalho, desde que ele próprio a anunciou na presença de um pequeno círculo de membros do grupo de Viena: - “O Senhor pensa que é um grande prazer para mim ficar a vida inteira à sua sombra?” Naturalmente, não acho nada condenável que um homem mais jovem admita francamente sua ambição - o que já era evidente ser um dos incentivos do seu trabalho. Mas mesmo uma pessoa dominada por um motivo desses, deve saber evitar ser o que os ingleses, com seu requintado tato social, chamam de “unfair” (desleal) - que em alemão só pode ser dito com uma palavra muito mais grosseira. Quão pouco Adler foi bem-sucedido nisso é indicado pela profusão de mesquinhas explosões de malevolência que desfiguram suas obras e pelos indícios que refletem um anseio desenfreado de prioridade. Na Sociedade Psicanalítica de Viena ouvimo-lo uma vez reivindicar para si a prioridade do conceito da “unidade das neuroses” e do “ponto de vista dinâmico” delas. Isso foi para mim uma grande surpresa, pois sempre pensei que esses dois princípios tivessem sido por mim enunciados antes de ter conhecido Adler.

Essa luta de Adler por um lugar ao sol teve, no entanto, um resultado que está destinado a ser benéfico à psicanálise. Quando divergências científicas inconciliáveis me obrigaram a fazer Adler demitir-se da direção de Zentralblatt, ele abandonou também a sociedade de Viena, e fundou uma nova que, de início, teve o nome curioso de “Sociedade de Psicanálise Livre” [“Verein für freie Psychoanalyse”]. Mas pessoas de fora, que não estão ligadas à psicanálise, são tão incapazes de perceber as diferenças entre os pontos de vista de dois psicanalistas quanto os europeus de fazer distinção entre as caras de dois chineses. A psicanálise “livre” permaneceu à sombra da psicanálise “oficial”, “ortodoxa”, e foi tratada simplesmente como um apêndice dela. Adler então tomou uma atitude pela qual lhe somos gratos; cortou todas as ligações com a psicanálise, e deu a sua teoria o nome de “Psicologia Individual”. Há bastante espaço nesse mundo de Deus, e todos têm o direito de perambular nele sem serem impedidos; mas não é conveniente que pessoas que deixaram de se compreender e que se tornaram incompatíveis permaneçam sob o mesmo teto. A “Psicologia Individual” de Adler é agora uma das numerosas escolas de psicologia contrárias à psicanálise e o seu ulterior desenvolvimento já não nos diz respeito.

A teoria adleriana foi desde o começo um “sistema” - que a psicanálise teve o cuidado de evitar vir a ser. É também um exemplo notável de “revisão secundária”, tal como ocorre, por exemplo, no processo ao qual o pensamento desperto submete o material dos sonhos. No caso de Adler, substitui-se o material dos sonhos pelo novo material obtido através de estudos psicanalíticos; este é então encarado puramente do ponto de vista do ego, reduzido a categorias com as quais o ego está familiarizado, traduzido, distorcido e - exatamente como acontece na formação dos sonhos - mal compreendido. Além disso, a teoria adleriana caracteriza-se menos pelo que afirma do que pelo que nega, de modo que consiste em três espécies de elementos de valor bem desigual: contribuições úteis à psicologia do ego, traduções supérfluas, porém admissíveis, dos fatos analíticos para o novo “jargão”, e distorções e inversões desses fatos quando não obedecem às exigências do ego.

Os elementos do primeiro tipo nunca foram ignorados pela psicanálise, embora não merecessem dela nenhuma atenção especial; estava mais interessada em demonstrar que toda tendência do ego encerra componentes libidinais. A teoria adleriana dá ênfase à contrapartida disso, ou seja, o constituinte egoístico dos impulsos instintivos da libido. Isso teria sido uma aquisição apreciável se Adler não tivesse utilizado essa observação em todas as ocasiões para negar os impulsos libidinais em favor de seus componentes instintivos egoísticos. Sua teoria se comporta como todo paciente e como nosso pensamento consciente, ou seja, faz uso de uma racionalização, como Jones [1908] a denominou, para ocultar o motivo inconsciente. Adler é tão coerente nisso que chega a considerar que a força motivadora mais poderosa no ato sexual é a intenção do homem de afirmar-se como senhor da mulher - de estar “por cima“. Não sei se ele expressou essas idéias monstruosas em suas obras.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que a primeira tarefa com que se defrontou a psicanálise foi a de explicar as neuroses; utilizou a resistência e a transferência como pontos de partida e, levando em consideração a amnésia, explicou os três fatos com as teorias da repressão, das forças sexuais motivadoras da neurose e do inconsciente. A psicanálise jamais pretendeu oferecer uma teoria completa da atividade mental humana em geral, mas esperava apenas que o que ela oferecia pudesse ser aplicado para suplementar e corrigir o conhecimento adquirido por outros meios. A teoria de Adler, entretanto, vai muito além disso, procurando de um só golpe explicar o comportamento e o caráter dos seres humanos bem como de suas doenças neuróticas e psicóticas. Na realidade, presta-se mais a qualquer outro campo do que ao da neurose, embora por motivos ligados à história do seu desenvolvimento ainda situe isso no primeiro plano. Adler era pouco dotado para o material do inconsciente.  Seu trabalho transmite uma impressão “como se” - para empregar seu próprio “jargão” - destinada a provar que a psicanálise estava errada em tudo e que atribuíra tanta importância às forças sexuais motivadoras, por causa de sua facilidade em acreditar nas afirmações dos neuróticos. Posso até mesmo falar publicamente da motivação de ordem pessoal do seu trabalho, desde que ele próprio a anunciou na presença de um pequeno círculo de membros do grupo de Viena: - “O Senhor pensa que é um grande prazer para mim ficar a vida inteira à sua sombra?” Naturalmente, não acho nada condenável que um homem mais jovem admita francamente sua ambição - o que já era evidente ser um dos incentivos do seu trabalho.

Essa luta de Adler por um lugar ao sol teve, no entanto, um resultado que está destinado a ser benéfico à psicanálise. Quando divergências científicas inconciliáveis me obrigaram a fazer Adler demitir-se da direção de Zentralblatt, ele abandonou também a sociedade de Viena, e fundou uma nova que, de início, teve o nome curioso de “Sociedade de Psicanálise Livre” [“Verein für freie Psychoanalyse”]. Mas pessoas de fora, que não estão ligadas à psicanálise, são tão incapazes de perceber as diferenças entre os pontos de vista de dois psicanalistas quanto os europeus de fazer distinção entre as caras de dois chineses. A psicanálise “livre” permaneceu à sombra da psicanálise “oficial”, “ortodoxa”, e foi tratada simplesmente como um apêndice dela. Adler então tomou uma atitude pela qual lhe somos gratos; cortou todas as ligações com a psicanálise, e deu a sua teoria o nome de “Psicologia Individual”.

A teoria adleriana foi desde o começo um “sistema” - que a psicanálise teve o cuidado de evitar vir a ser. É também um exemplo notável de “revisão secundária”, tal como ocorre, por exemplo, no processo ao qual o pensamento desperto submete o material dos sonhos. No caso de Adler, substitui-se o material dos sonhos pelo novo material obtido através de estudos psicanalíticos; este é então encarado puramente do ponto de vista do ego, reduzido a categorias com as quais o ego está familiarizado, traduzido, distorcido e - exatamente como acontece na formação dos sonhos - mal compreendido. Além disso, a teoria adleriana caracteriza-se menos pelo que afirma do que pelo que nega, de modo que consiste em três espécies de elementos de valor bem desigual: contribuições úteis à psicologia do ego, traduções supérfluas, porém admissíveis, dos fatos analíticos para o novo “jargão”, e distorções e inversões desses fatos quando não obedecem às exigências do ego.

Os elementos do primeiro tipo nunca foram ignorados pela psicanálise, embora não merecessem dela nenhuma atenção especial; estava mais interessada em demonstrar que toda tendência do ego encerra componentes libidinais. A teoria adleriana dá ênfase à contrapartida disso, ou seja, o constituinte egoístico dos impulsos instintivos da libido. Isso teria sido uma aquisição apreciável se Adler não tivesse utilizado essa observação em todas as ocasiões para negar os impulsos libidinais em favor de seus componentes instintivos egoísticos. Sua teoria se comporta como todo paciente e como nosso pensamento consciente, ou seja, faz uso de uma racionalização, como Jones [1908] a denominou, para ocultar o motivo inconsciente. Adler é tão coerente nisso que chega a considerar que a força motivadora mais poderosa no ato sexual é a intenção do homem de afirmar-se como senhor da mulher - de estar “por cima“. Não sei se ele expressou essas idéias monstruosas em suas obras.

Mattanó aponta que a primeira tarefa com que se defrontou a psicanálise foi a de explicar as neuroses; utilizou a resistência e a transferência como pontos de partida e, levando em consideração a amnésia, explicou os três fatos com as teorias da repressão, das forças sexuais motivadoras da neurose e do inconsciente. A psicanálise jamais pretendeu oferecer uma teoria completa da atividade mental humana em geral, mas esperava apenas que o que ela oferecia pudesse ser aplicado para suplementar e corrigir o conhecimento adquirido por outros meios. A teoria de Adler, entretanto, vai muito além disso, procurando de um só golpe explicar o comportamento e o caráter dos seres humanos bem como de suas doenças neuróticas e psicóticas. Na realidade, presta-se mais a qualquer outro campo do que ao da neurose, embora por motivos ligados à história do seu desenvolvimento ainda situe isso no primeiro plano. Adler era pouco dotado para o material do inconsciente.  Seu trabalho transmite uma impressão “como se” - para empregar seu próprio “jargão” - destinada a provar que a psicanálise estava errada em tudo e que atribuíra tanta importância às forças sexuais motivadoras, por causa de sua facilidade em acreditar nas afirmações dos neuróticos. Posso até mesmo falar publicamente da motivação de ordem pessoal do seu trabalho, desde que ele próprio a anunciou na presença de um pequeno círculo de membros do grupo de Viena: - “O Senhor pensa que é um grande prazer para mim ficar a vida inteira à sua sombra?” Naturalmente, não acho nada condenável que um homem mais jovem admita francamente sua ambição - o que já era evidente ser um dos incentivos do seu trabalho. Vemos como se deram as relações interpessoais e institucionais, de trabalho entre os membros do movimento psicanalítico onde Freud encontrou resistências em seus aliados e discípulos, um deles, Adler que era ambicioso e queria algo maior do que as sombras de Sigmund Freud.

Essa luta de Adler por um lugar ao sol teve, no entanto, um resultado que está destinado a ser benéfico à psicanálise. Quando divergências científicas inconciliáveis me obrigaram a fazer Adler demitir-se da direção de Zentralblatt, ele abandonou também a sociedade de Viena, e fundou uma nova que, de início, teve o nome curioso de “Sociedade de Psicanálise Livre” [“Verein für freie Psychoanalyse”]. Mas pessoas de fora, que não estão ligadas à psicanálise, são tão incapazes de perceber as diferenças entre os pontos de vista de dois psicanalistas quanto os europeus de fazer distinção entre as caras de dois chineses. A psicanálise “livre” permaneceu à sombra da psicanálise “oficial”, “ortodoxa”, e foi tratada simplesmente como um apêndice dela. Adler então tomou uma atitude pela qual lhe somos gratos; cortou todas as ligações com a psicanálise, e deu a sua teoria o nome de “Psicologia Individual”. Vemos como as relações entre Adler e Freud levaram ao rompimento e saída de Adler do movimento psicanalítico de Freud, levando-o a criar a sua própria sociedade a ¨Sociedade de Psicanálise Livre¨ onde lançou sua teoria com o nome de ¨Psicologia Individual¨, eventos que geraram novas leituras e novas interpretações, novos contextos, significados e sentidos para a psicanálise que estava em desenvolvimento.

A teoria adleriana foi desde o começo um “sistema” - que a psicanálise teve o cuidado de evitar vir a ser. É também um exemplo notável de “revisão secundária”, tal como ocorre, por exemplo, no processo ao qual o pensamento desperto submete o material dos sonhos. No caso de Adler, substitui-se o material dos sonhos pelo novo material obtido através de estudos psicanalíticos; este é então encarado puramente do ponto de vista do ego, reduzido a categorias com as quais o ego está familiarizado, traduzido, distorcido e - exatamente como acontece na formação dos sonhos - mal compreendido. Além disso, a teoria adleriana caracteriza-se menos pelo que afirma do que pelo que nega, de modo que consiste em três espécies de elementos de valor bem desigual: contribuições úteis à psicologia do ego, traduções supérfluas, porém admissíveis, dos fatos analíticos para o novo “jargão”, e distorções e inversões desses fatos quando não obedecem às exigências do ego. Vemos como se difundiram as críticas direcionadas as teoria adleriana, como forma de proteger a teoria freudiana, que competia com a outra num ambiente evolutivo e seletivo, onde o mais forte ou mais adaptado sobreviveria ou permaneceria trabalhando e em atividade.

Os elementos do primeiro tipo nunca foram ignorados pela psicanálise, embora não merecessem dela nenhuma atenção especial; estava mais interessada em demonstrar que toda tendência do ego encerra componentes libidinais. A teoria adleriana dá ênfase à contrapartida disso, ou seja, o constituinte egoístico dos impulsos instintivos da libido. Isso teria sido uma aquisição apreciável se Adler não tivesse utilizado essa observação em todas as ocasiões para negar os impulsos libidinais em favor de seus componentes instintivos egoísticos. Sua teoria se comporta como todo paciente e como nosso pensamento consciente, ou seja, faz uso de uma racionalização, como Jones [1908] a denominou, para ocultar o motivo inconsciente. Adler é tão coerente nisso que chega a considerar que a força motivadora mais poderosa no ato sexual é a intenção do homem de afirmar-se como senhor da mulher - de estar “por cima“. Não sei se ele expressou essas idéias monstruosas em suas obras. Vemos como uma teoria é capaz de causar terror, horror e/ou repugnância entre diferentes cientistas e estudiosos, pois cada indivíduo possui uma história de vida e uma escolha que determina seu padrão de comportamento, seu repertório comportamental, sua linguagem e sua estruturação do inconsciente, mediante sua motivação, interesse e habilidades, é pois a escolha quem seleciona o estímulo no meio ambiente e assim desencadeia o processo funcional S - R - C, estímulo - resposta - consequência. Podemos dizer que uma pessoa sofre de esquizofrenia ao fazer um jogo de linguagem quando escuta uma frase em inglês e acaba ficando condicionada a esse padrão de resposta, visto que o comportamento esquizofrênico delirante se extingue quando segue-se de outro estímulo, podendo permanecer saudável continuamente até que reapareça o estímulo que desencadeie a resposta esquizofrênica delirante, saudável também em sua vida onírica que indica genialidade e não esquizofrenia, pois nunca tem sonhos cometendo crimes ou violentando pessoa alguma, nem mesmo moralmente ou sexualmente, tampouco fisicamente, mas tem sonhos inteligentes auto-atualizados e auto-realizados com Deus e com Nossa Senhora de forma interativa e realística, revelando que o indivíduo acredita em Deus e em Nossa Senhora, que tem uma educação religiosa, e moral, que tem uma espiritualidade e uma responsabilidade social, que respeita as pessoas, sua sexualidade e suas incolumidades, caso contrário sonharia com provações e com os infernos; sonha também com os portões do inferno fechados para ele mesmo, significado que não há espaço para o mal, a maldade, para o racismo, o ódio e a intolerância e a discriminação, a perseguição e a violência, lavagem cerebral, despersonalização, extorsão, vingança, estupro e estupro virtual, e pedofilia em sua vida e em suas relações mais íntimas e privadas, pois o sonho acontece num quarto de uma casa onde geralmente meu pai e minha mãe estão comigo na mesma casa e em outras ocasiões minha irmã e meu irmão. Da mesma forma Adler e Freud viveram suas realidades, mediante suas consciências, culturas e conhecimentos, eventos que desencadearam suas críticas e repertórios comportamentais acerca de seus trabalhos - a vida é uma distorção que aprendemos a interpretar e a analisar através de metáforas e metonímias!

 

MATTANÓ

(18/07/2025)

 

 

 

PSICOASTROFÍSICA UFOLÓGICA MATTANONIANA (2025):

Mattanó especula que para conseguir dilatar o tempo e o espaço e construir um ¨Portal do Tempo e do Espaço¨ para viagens no tempo e no espaço é necessário calor/fogo atuando sobre determinada região do tempo e do espaço, para que se dilate essa região, da mesma forma o viajante do tempo e do espaço que deve ter seu corpo e cérebro dilatado através do calor do fogo para que possa realizar a viagem no tempo e no espaço, se adaptando ao evento físico e paranormal - hipersensitivo, que possibilita a viagem no tempo e no espaço até que retorne a posição inicial ou estacionária, que é a posição normal mediante um ¨susto¨ ou ¨rompimento¨, ¨desligamento¨ do evento dilatador do tempo e do espaço que abre um Portal ou simplesmente dilata e/ou distorce a realidade do meio ambiente, voltando a responder a estimulação ambiental, evento que havia sido abruptamente extinguido pela força da dilatação do tempo e do espaço.

 

MATTANÓ

(21/07/2025)

 

 

 

SOBRE A PSICANÁLISE MITOLÓGICA E A PSICANÁLISE DO AMOR (2025):

Mattanó se pergunta de que maneira a mente e o comportamento dos evangelistas se organizou e se manifestou a oferecer a consciência desses homens somente as Palavras necessárias para a Eternidade? Certamente porquê se tratava do inconsciente e/ou do Espírito Santo se manifestando neles! A Psicanálise Mitológica estuda o inconsciente se organizando e se manifestando na vida psíquica e comportamental, de modo a estruturar-se como uma linguagem e deste modo determinando-a, a ponto de participar da produção dos evangelhos através dos seus recursos, como produção de significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, funcionalidades, linguagem, topografia, Gestalt e insight, atos falhos, esquecimentos, lapsos de linguagem e niilismos, fantasias, delírios, chistes, piadas e humor, charges e caricaturas, atos perlocucionários e atos ilocucionários, pressupostos e subentendidos, mostrar, dizer e fazer e o posto, parapraxias, folclore, contos de fadas, tesouros, deuses, reis e rainhas, totens e tabus, mágica, xamãs, feitiçaria e bruxaria, alquimia, guerras e batalhas, conflitos e disputas, invasões, desenvolvimento militar e político, econômico e científico, tecnológico, industrial, nas comunicações e nos transportes, no espaço aéreo e na conquista do universo, das estrelas e dos mundos, das riquezas e do poder, da fama e do egoísmo. E a Psicanálise do Amor estuda o Espírito Santo na vida espiritual, psicológica e comportamental do indivíduo, desde o batismo, quando a criança ou o batizado recebe o Espírito Santo no rito de batismo, de modo a operar transformações em sua libido, comunhão e segurança por meio do aprendizado, em todos os seus passos, guiando suas mãos, inteligência, memória, afetividade, consciência, cultura, conhecimento, realidade e comportamento verbal para escrever os evangelhos, levando o indivíduo e a sua sociedade a uma forma de organização social voltada para a fraternidade, solidariedade, compaixão, justiça, amor, misericórdia, trabalho, educação, convívio, perdão estruturado e promoção da paz e da humanidade ou da Santidade. O perdão estruturado é o perdão compreendido em sua natureza espiritual, biológica, psicológica, comportamental, política, econômica, histórica, social, religiosa, financeira, afetiva, vivida, representada, lúdica, moral, sexual, desenvolvimentista, comparativa: de saúde nos momentos em que ficou doente ou de socorro nos momentos em que necessitou de ajuda, humana e civilizada, enquanto direito, dever, obrigação e privilégio de todo cidadão e de todo batizado e de projeto para o hoje ou presente, sua realidade e o seu futuro (se você acha que tem o direito de negar ajuda a outras pessoas que só te deram amor e que agora estão doentes e com problemas graves em função da violência urbana e do egoísmo dos seus atores, que podem estar participando de parte de lavagem cerebral, tortura, despersonalização, roubo, assalto, invasão, extorsão, vingança, estupro e estupro virtual, curandeirismo, charlatanismo, trapaça em jogos esportivos e de loterias, trapaça em concursos, envenenamento, espancamento, falsidade ideológica, organização criminosa, corrupção, desvio de dinheiro público (para fins criminosos, de extermínio, acobertamento e de milícias) e tentativa de golpe de Estado. Já o perdão robotizado e automático faz parte da cultura daqueles que não tem uma consciência acerca dos seus próprios atos, conhecimento, cultura e realidade, que não param para pensar antes de agir, que acreditam que o cérebro acerta tudo e que ele se conecta com um corpo que nunca adoece e assim permanece acertando tudo pois trabalha em ritmo de prazer e reforço, nunca conheceu a dor e a punição, ora cérebros que estão sob dor e punição tendem a errar muito mais do que o normal e muito mais do que a acertar, pois estão doentes, por isso eventos estruturados, ricos em suas cadeias e associações podem trazer alívio e benefício a saúde-mental e comportamental de pacientes, como eu, Osny Mattanó Júnior, que estou muito doente e permaneço no esquema de dor e punição desde 1992 ou 1989 por causa de problemas no trabalho, onde tentavam me estuprar e me roubar direitos e deveres, obrigações e privilégios contra o Estado e a UEL (o empregador que cometeu crimes). O trabalho também pode ajudar nestes casos com a literatura, o trabalho profissional e a música, a composição e a interpretação musical.

 

MATTANÓ
(23/07/2025)

 

 

 

O PODER DO UNIVERSO (2025):

Os grandes homens da História do Mundo fizeram história se higienizando ou trabalhando muito, ou seja, se limpando ou se sujando e se tornado cada vez um pouco mais imundo, tanto psicológicamente, quanto comportamentalmente e socialmente, pois a consciência com o trabalho vai adquirindo camadas de conhecimento, cultura e distorção que chamamos de realidade, ou seja, sujeira e imundície que levamos para casa e para todos os lados em forma de transtornos mentais que somente profissionais da saúde são capazes de nos ajudar e de nos limpar, como no começo da psicanálise através da ¨limpeza de chaminé¨, somos, pois, como chaminés que representam o nosso inconsciente e que acumulam sujeira e imundície e precisam de trabalhadores para sua limpeza e manutenção - eis que os grandes atos e feitos dos grandes homens da humanidade e da História do Mundo estão envoltos de sujeira e imundície, de conteúdos recalcados e inconscientes, domésticos, infantis e familiares que os impulsionam a tomar decisões e a construir conhecimento e tecnologias, culturas e formas de investimentos que se ajustam a realidade ambiental como sons, ruídos, canções e músicas, transmissões televisivas e de rádio, informações de internet e livros dentre outras mídias como jornais, revistas, fotografias e mp3, pois isto tudo é consequência do investimento em trabalho e no desenvolvimento das sublimações, que por sua vez produzem sujeira e imundície, ora nos sentimos sujos e imundos todos os dias por puro prazer, pois acreditamos que temos que tomar banho todos os dias e não quando há necessidade por pura realidade. Somos obrigados a ter relações sexuais com nossas parceiras ou parceiros, por isso nos sentimos sujos e imundos, com nojo do nosso corpo, que perde a pureza e a mácula, por isso tomamos banho todos os dias e algumas vezes, mais de uma vez, mesmo que por consequência do trabalho que exige esforço físico e mental, gerando suor, cansaço e sujeira, imundície, que é uma forma de substituir o esforço físico e mental, o suor, o cansaço, a sujeira e a imundície do coito, as brigas e discussões no trabalho são uma substituição das brigas e discussões que envolvem a sua vida afetiva, sobretudo a sua vida matrimonial, mesmo quando exigem um esforço do inconsciente, permitindo-se ao conteúdo recalcado como forma de expressão, contudo infantil, doméstica e familiar, ainda sem malícia e sem desejo sexual, diferentemente do matrimônio e do trabalho que possuem a malícia e a maldade, construindo relações adultas ao invés de infantis, domésticas e familiares, relações que permitirão a intimidade, a privacidade, o amor e depois, a crise final com a demência, e a generosidade e a degeneração.

 

MATTANÓ

(24/07/2025)

 

 

 

A psicanálise cedo reconheceu que todo sintoma neurótico deve sua possibilidade de existência a uma transação. Todo sintoma deve, portanto, de alguma forma obedecer às exigências do ego, o qual manipula a repressão; deve oferecer alguma vantagem, ter alguma aplicação proveitosa, ou haveria de ter o mesmo destino que o próprio impulso instintivo original que foi desviado. A expressão “vantagem da doença” levou isso em conta; é até justificável que se queira fazer distinção entre a vantagem “primária” do ego, que deve estar atuante na ocasião da gênese do sintoma, e uma parte “secundária”, que sobrevém ligada a outras finalidades do ego, a fim de que o sintoma persista. De há muito se sabe que a eliminação dessa vantagem da doença, ou seu desaparecimento em conseqüência da modificação de circunstâncias externas reais, constitui um dos mecanismos da cura de um sintoma. Na doutrina adleriana, a ênfase principal recai sobre essas ligações facilmente verificáveis e claramente inteligíveis, enquanto se menospreza inteiramente o fato de que em inúmeras ocasiões o ego está apenas transformando em virtude a necessidade de submeter-se (por causa de sua utilidade) ao sintoma muito desagradável que lhe é imposto - por exemplo, ao aceitar a ansiedade como um meio de segurança. O ego está aí desempenhando o papel ridículo de um palhaço de circo que, pelos gestos, tenta convencer a platéia de que toda mudança no picadeiro está sendo executada por ordem sua. Mas só as crianças se deixam enganar por ele.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que todo sintoma neurótico deve sua possibilidade de existência a uma transação. Todo sintoma deve, portanto, de alguma forma obedecer às exigências do ego, o qual manipula a repressão; deve oferecer alguma vantagem, a expressão “vantagem da doença” levou isso em conta; é até justificável que se queira fazer distinção entre a vantagem “primária” do ego, que deve estar atuante na ocasião da gênese do sintoma, e uma parte “secundária”, que sobrevém ligada a outras finalidades do ego, a fim de que o sintoma persista. De há muito se sabe que a eliminação dessa vantagem da doença, ou seu desaparecimento em conseqüência da modificação de circunstâncias externas reais, constitui um dos mecanismos da cura de um sintoma. Na doutrina adleriana, a ênfase principal recai sobre essas ligações facilmente verificáveis e claramente inteligíveis, enquanto se menospreza inteiramente o fato de que em inúmeras ocasiões o ego está apenas transformando em virtude a necessidade de submeter-se (por causa de sua utilidade) ao sintoma muito desagradável que lhe é imposto - por exemplo, ao aceitar a ansiedade como um meio de segurança. O ego está aí desempenhando o papel ridículo de um palhaço de circo que, pelos gestos, tenta convencer a platéia de que toda mudança no picadeiro está sendo executada por ordem sua. Mas só as crianças se deixam enganar por ele.

Mattanó aponta que todo sintoma neurótico deve sua possibilidade de existência a uma transação. Todo sintoma deve, portanto, de alguma forma obedecer às exigências do ego, o qual manipula a repressão; deve oferecer alguma vantagem, a expressão “vantagem da doença” levou isso em conta; é até justificável que se queira fazer distinção entre a vantagem “primária” do ego, que deve estar atuante na ocasião da gênese do sintoma, e uma parte “secundária”, que sobrevém ligada a outras finalidades do ego, a fim de que o sintoma persista. De há muito se sabe que a eliminação dessa vantagem da doença, ou seu desaparecimento em conseqüência da modificação de circunstâncias externas reais, constitui um dos mecanismos da cura de um sintoma. Dentre as vantagens da doença temos a vantagem primária que se constitui de significados e sentidos, de uma funcionalidade e muitas vezes de uma aprendizagem por meio da consciência, cultura, conhecimento e realidade desse indivíduo, e temos a vantagem secundária que nos indica qual a finalidade do ego para que o sintoma persista, ou seja, qual ou quais são os mantenedores do comportamento. Na doutrina adleriana, a ênfase principal recai sobre essas ligações facilmente verificáveis e claramente inteligíveis, enquanto se menospreza inteiramente o fato de que em inúmeras ocasiões o ego está apenas transformando em virtude a necessidade de submeter-se (por causa de sua utilidade) ao sintoma muito desagradável que lhe é imposto - por exemplo, ao aceitar a ansiedade como um meio de segurança. O ego está aí desempenhando o papel ridículo de um palhaço de circo que, pelos gestos, tenta convencer a platéia de que toda mudança no picadeiro está sendo executada por ordem sua. Mas só as crianças se deixam enganar por ele. Vemos que com Adler o ego passa a aceitar o sintoma como um meio de segurança, mesmo quando desagradável, indicando que o ego está sendo enganado como a uma criança num circo diante de palhaços, ou seja, está fazendo um papel bobo e ridículo, infantil e sem autonomia alguma, aqui os palhaços são justamente os sintomas que escolhem perturbar a realidade, a cultura, o conhecimento e a consciência desse indivíduo através de contingências que levam o sujeito a seguir regras literalmente, por controle ou por influência de razões, ficando insensível a realidade.

 

MATTANÓ

(24/07/2025)

 

 

 

SOBRE OS SIGNIFICADOS E OS SENTIDOS (2025):

Podemos apontar que os significados e os sentidos das palavras, frases e enunciados de um indivíduo com comportamento verbal e uma história de vida dependem da sua intenção, isto é, da sua função, se foram projetados para desempenharem funções de significar e dar sentido ou se foram construídos para servirem a necessidade de fazer escolhas através das suas motivações, interesses e habilidades.

 

MATTANÓ

(25/07/2025)

 

 

 

 

 

 

 

A psicanálise vê-se obrigada a apoiar o segundo constituinte da teoria de Adler como o faria a algo seu que aquele autor extraiu de fontes abertas a todos durante dez anos de trabalho em comum e que agora rotulou como descoberta sua, através de uma simples mudança de nomenclatura. Eu mesmo considero “reasseguramento [Sicherung]”, por exemplo, um termo melhor do que “medida protetora [schutzmassregel]”, empregado por mim, mas não posso descobrir nenhuma diferença no significado de ambos. Além disso, encontramos um grande número de características familiares nas proposições de Adler quando ele restaura termos mais antigos como “fantasiado” e “fantasia” no lugar de “fingido” [fingiert], “fictício” e “ficção”. A psicanálise insistiria que esses termos são idênticos, mesmo se o seu autor não houvesse tomado parte em nosso trabalho comum por um período de muitos anos.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que a psicanálise apoiou a teoria de Adler considerando que ela apenas realizou uma mudança de nomenclatura. Por exemplo, Adler utilizou termos como  “reasseguramento [Sicherung]”, no lugar de “reasseguramento [Sicherung]”, empregado por Freud, e também restaura termos mais antigos como “fantasiado” e “fantasia” no lugar de “fingido” [fingiert], “fictício” e “ficção”.  A psicanálise insistiria que esses termos são idênticos, mesmo se o seu autor não houvesse tomado parte em nosso trabalho comum por um período de muitos anos.

Mattanó aponta que a psicanálise apoiou a teoria de Adler considerando que ela apenas realizou uma mudança de nomenclatura. Por exemplo, Adler utilizou termos como  “reasseguramento [Sicherung]”, no lugar de “reasseguramento [Sicherung]”, empregado por Freud, e também restaura termos mais antigos como “fantasiado” e “fantasia” no lugar de “fingido” [fingiert], “fictício” e “ficção”.  A psicanálise insistiria que esses termos são idênticos, mesmo se o seu autor não houvesse tomado parte em nosso trabalho comum por um período de muitos anos. Vemos como a Psicanálise e a Psicologia Individual se estruturaram em seu longo caminho de escolhas, interesses, motivações, habilidades, significados, sentidos, conceitos, contextos, comportamentos, topografias, linguagens, relações sociais, histórias de vida, Gestalt e insights, funcionalidades, argumentação e linguagem, trabalho, estudos e pesquisas, investimentos, ciclos circadianos, lapsos de linguagem, atos falhos, esquecimentos, niilismos, fantasias, chistes, piadas, humor, charges, caricaturas, folclore, contos de fadas, totens e tabus, feitiçaria e xamãnismo , Congressos e debates, discussões e publicações, viagens e alargamento das fronteiras do movimento psicanalítico mediante defesa dos seus interesses, objetos e objetivos.

 

MATTANÓ

(25/07/2025)

 

 

O PODER DO UNIVERSO (2025):

Podemos especular que a passagem Bíblica onde Eva é tentada pela serpente que representa o Demônio, induzindo-a a roubar o fruto da Árvore da Vida e a oferecê-lo a Adão que também peca, tendo como resultado a punição de Deus Pai dirigida para Adão e Eva que são expulsos do Paraíso e devem viver no mundo com o pecado, que é o Amor, este Amor representa o pecado de Eva quando foi seduzida pela serpente diante da Árvore da Vida, a serpente era justamente um pênis ereto, com poder de envolver a mulher e de enfeitiçá-la criando um desejo ou necessidade de pecado, o pênis ereto era o de Adão que acabou sendo levado pelo contexto e pelos seus hormônios sexuais, assim como Eva, que também tinha hormônios sexuais, e o Demônio era justamente o Amor ou a tentação, o desejo sexual despertado entre Adão e Eva. Eis que o Amor é motivo e causa dos nossos pecados, contudo o Amor sexual ou libidinoso que é diferente do Amor do Pai, de Jesus e de Maria que são puros e Santos, se manifestam em forma de comunhão e de segurança.

 

MATTANÓ

(25/07/2025)

 

 

 

 

 

A terceira parte da teoria adleriana, as interpretações deturpadas e as distorções dos fatos desagradáveis revelados pela análise, são o que separa definitivamente a “Psicologia Individual”, como agora deve ser denominada, da psicanálise. Como sabemos, o princípio do sistema de Adler é que o propósito de auto-afirmação do indivíduo, sua “vontade de poder”, é o que, sob a forma de um “protesto masculino”, desempenha papel dominante na sua conduta, na formação do caráter e na neurose. Entretanto, esse “protesto masculino”, a força motivadora adleriana, nada mais é senão a repressão desligada do seu mecanismo psicológico e, além do mais, sexualizada - o que está bem pouco de acordo com a tão apregoada expulsão da sexualidade do seu lugar na vida mental. O “protesto masculino” sem dúvida existe, mas se for transformado na [única] força motivadora da vida mental estamos menosprezando os fatos observados como se abandonássemos um trampolim depois de o havermos utilizado para o salto. Consideremos uma das situações fundamentais em que se sente desejo na infância: a de uma criança que observa o ato sexual entre adultos. A análise demonstra, no caso de pessoas cuja vida o médico estudará depois, que, nesses momentos, dois impulsos se apoderam do espectador imaturo. Nos meninos, um é o impulso de colocar-se no lugar do homem ativo, e o outro, a contracorrente, é o impulso de identificar-se com a mulher passiva. O conflito entre esses dois impulsos esgota as possibilidades de prazer da situação. Somente o primeiro pode ser classificado como protesto masculino, se quisermos dar um sentido a esse conceito. O segundo, entretanto, cujo curso ulterior Adler não leva na devida consideração ou desconhece inteiramente, é o que se tornará mais importante na neurose subseqüente. Adler foi absorvido de tal forma pela estreiteza ciumenta do ego que leva em conta apenas os impulsos instintivos agradáveis ao ego e por ele estimulados; a situação neurótica, na qual os impulsos se opõem ao ego, é precisamente aquela que fica além do horizonte de Adler.

É em relação à tentativa - que a psicanálise tornou necessária - de correlacionar o princípio fundamental de sua teoria com a vida mental das crianças, que Adler apresenta os desvios mais sérios da observação real e a confusão mais fundamental de seus conceitos. Os significados biológico, social e psicológico de “masculino” e “feminino” estão aqui irremediavelmente confundidos. É impossível, e negado pela observação, que uma criança, quer do sexo masculino, quer feminino, baseie seu plano de vida numa depreciação original do sexo feminino e faça do desejo de ser um homem verdadeiro sua “diretriz”. Para começar, as crianças não fazem nenhuma idéia da importância da distinção entre os sexos; pelo contrário, partem da suposição de que ambos possuem o mesmo órgão genital (o masculino); não iniciam suas pesquisas sexuais com o problema da distinção entre os sexos, e a depreciação social das mulheres lhes é completamente estranha. Há mulheres em cuja neurose o desejo de ser homem não desempenhou nenhum papel. O que houve de protesto masculino pode-se facilmente remontar a uma perturbação do narcisismo primário devido a ameaças de castração ou às primeiras coerções das atividades sexuais. Todas as controvérsias sobre a psicogênese das neuroses terminarão sempre por ser resolvidas no campo das neuroses da infância. A dissecção cuidadosa de uma neurose na mais tenra infância põe termo a todos os equívocos sobre a etiologia das neuroses e a todas as dúvidas sobre o papel que os instintos sexuais nela desempenham. Eis por que, em sua crítica ao trabalho de Jung, “Conflitos na Mente da Criança” [1910c], Adler [1911a] foi obrigado a recorrer ao argumento de que os fatos do caso haviam sido ordenados unilateralmente, “sem dúvida pelo pai” [da criança].

Não me estenderei mais sobre o aspecto biológico da teoria adleriana nem discutirei se é a “inferioridade do órgão” real [ver em [1]] ou o sentimento subjetivo do mesmo - não se sabe qual - que pode, na verdade, servir de fundamento ao sistema de Adler. Limitar-me-ei a comentar de passagem que, se fosse assim, a neurose seria um subproduto de toda espécie de decrepitude física, ao passo que a observação mostra que uma grande maioria de pessoas feias, deformadas, aleijadas e infelizes deixam de reagir a seus defeitos através da neurose. Tampouco abordarei a interessante afirmação segundo a qual a inferioridade deve ser remontada ao sentimento de ser um criança, que revela o disfarce sob o qual o fator do infantilismo, a que a psicanálise deu tanta ênfase, reaparece na “Psicologia Individual”. Por outro lado, devo frisar como todas as aquisições psicológicas da psicanálise foram jogadas fora por Adler. Em seu livro Über den nervösen Charakter [1912] o inconsciente ainda aparece como uma peculiaridade psicológica, sem, entretanto, qualquer relação com seu sistema. Posteriormente, ele declarou repetidas vezes que é uma questão indiferente para ele se uma idéia é consciente ou inconsciente. Para começar, Adler nunca deu o menor sinal de ter compreendido o que é a repressão. No resumo de um trabalho lido por ele na Sociedade de Viena (fevereiro de 1911) escreveu que se deve ressaltar que, num caso específico, ficou demonstrado que o paciente nunca havia reprimido sua libido, mas vinha continuamente “reassegurando-se” dela. Pouco depois, num debate na Sociedade de Viena, disse: “Se perguntarmos de onde vem a repressão, nos respondem, ‘da civilização’, mas se perguntarmos depois de onde vem a civilização, nos dizem, ‘da repressão’. Como vêem, é simplesmente um jogo de palavras.” Uma parte mínima da agudeza e engenhosidade que Adler usou para desmascarar os dispositivos defensivos do “caráter nervoso” teria sido suficiente para indicar-lhe a saída desse argumento capcioso. O que se quer dizer é simplesmente que a civilização se baseia nas repressões efetuadas por gerações anteriores, e que se exige de cada nova geração que mantenha essa civilização efetuando as mesmas repressões. Certa vez ouvi falar de uma criança que julgava que as pessoas zombavam dela, e começou a chorar, porque quando perguntou de onde vêm os ovos disseram-lhe que “das galinhas”, e quando perguntou novamente de onde vinham as galinhas responderam-lhe “dos ovos”. Mas não estavam fazendo um jogo de palavras; pelo contrário, estavam dizendo-lhe a verdade.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que a terceira parte da teoria adleriana, as interpretações deturpadas e as distorções dos fatos desagradáveis revelados pela análise, são o que separa definitivamente a “Psicologia Individual”, Como sabemos, o princípio do sistema de Adler é que o propósito de auto-afirmação do indivíduo, sua “vontade de poder”, é o que, sob a forma de um “protesto masculino”, desempenha papel dominante na sua conduta, na formação do caráter e na neurose. Entretanto, esse “protesto masculino”, a força motivadora adleriana, nada mais é senão a repressão desligada do seu mecanismo psicológico e, além do mais, sexualizada - o que está bem pouco de acordo com a tão apregoada expulsão da sexualidade do seu lugar na vida mental. O “protesto masculino” sem dúvida existe, mas se for transformado na [única] força motivadora da vida mental estamos menosprezando os fatos observados como se abandonássemos um trampolim depois de o havermos utilizado para o salto. Consideremos uma das situações fundamentais em que se sente desejo na infância: a de uma criança que observa o ato sexual entre adultos. A análise demonstra, no caso de pessoas cuja vida o médico estudará depois, que, nesses momentos, dois impulsos se apoderam do espectador imaturo. Nos meninos, um é o impulso de colocar-se no lugar do homem ativo, e o outro, a contracorrente, é o impulso de identificar-se com a mulher passiva. O conflito entre esses dois impulsos esgota as possibilidades de prazer da situação. Somente o primeiro pode ser classificado como protesto masculino, se quisermos dar um sentido a esse conceito. O segundo, entretanto, cujo curso ulterior Adler não leva na devida consideração ou desconhece inteiramente, é o que se tornará mais importante na neurose subseqüente. Adler foi absorvido de tal forma pela estreiteza ciumenta do ego que leva em conta apenas os impulsos instintivos agradáveis ao ego e por ele estimulados; a situação neurótica, na qual os impulsos se opõem ao ego, é precisamente aquela que fica além do horizonte de Adler.

 As crianças não fazem nenhuma idéia da importância da distinção entre os sexos; pelo contrário, partem da suposição de que ambos possuem o mesmo órgão genital (o masculino); não iniciam suas pesquisas sexuais com o problema da distinção entre os sexos, e a depreciação social das mulheres lhes é completamente estranha. Há mulheres em cuja neurose o desejo de ser homem não desempenhou nenhum papel. O que houve de protesto masculino pode-se facilmente remontar a uma perturbação do narcisismo primário devido a ameaças de castração ou às primeiras coerções das atividades sexuais. Todas as controvérsias sobre a psicogênese das neuroses terminarão sempre por ser resolvidas no campo das neuroses da infância. A dissecção cuidadosa de uma neurose na mais tenra infância põe termo a todos os equívocos sobre a etiologia das neuroses e a todas as dúvidas sobre o papel que os instintos sexuais nela desempenham.

 Limitar-me-ei a comentar de passagem que, se fosse assim, a neurose seria um subproduto de toda espécie de decrepitude física, ao passo que a observação mostra que uma grande maioria de pessoas feias, deformadas, aleijadas e infelizes deixam de reagir a seus defeitos através da neurose. Tampouco abordarei a interessante afirmação segundo a qual a inferioridade deve ser remontada ao sentimento de ser um criança, que revela o disfarce sob o qual o fator do infantilismo, a que a psicanálise deu tanta ênfase, reaparece na “Psicologia Individual”.  Para começar, Adler nunca deu o menor sinal de ter compreendido o que é a repressão. No resumo de um trabalho lido por ele na Sociedade de Viena (fevereiro de 1911) escreveu que se deve ressaltar que, num caso específico, ficou demonstrado que o paciente nunca havia reprimido sua libido, mas vinha continuamente “reassegurando-se” dela. Pouco depois, num debate na Sociedade de Viena, disse: “Se perguntarmos de onde vem a repressão, nos respondem, ‘da civilização’, mas se perguntarmos depois de onde vem a civilização, nos dizem, ‘da repressão’. Como vêem, é simplesmente um jogo de palavras.” Uma parte mínima da agudeza e engenhosidade que Adler usou para desmascarar os dispositivos defensivos do “caráter nervoso” teria sido suficiente para indicar-lhe a saída desse argumento capcioso. O que se quer dizer é simplesmente que a civilização se baseia nas repressões efetuadas por gerações anteriores, e que se exige de cada nova geração que mantenha essa civilização efetuando as mesmas repressões. Certa vez ouvi falar de uma criança que julgava que as pessoas zombavam dela, e começou a chorar, porque quando perguntou de onde vêm os ovos disseram-lhe que “das galinhas”, e quando perguntou novamente de onde vinham as galinhas responderam-lhe “dos ovos”. Mas não estavam fazendo um jogo de palavras; pelo contrário, estavam dizendo-lhe a verdade.

Mattanó aponta que a terceira parte da teoria adleriana, as interpretações deturpadas e as distorções dos fatos desagradáveis revelados pela análise, são o que separa definitivamente a “Psicologia Individual”, Como sabemos, o princípio do sistema de Adler é que o propósito de auto-afirmação do indivíduo, sua “vontade de poder”, é o que, sob a forma de um “protesto masculino”, desempenha papel dominante na sua conduta, na formação do caráter e na neurose. Entretanto, esse “protesto masculino”, a força motivadora adleriana, nada mais é senão a repressão desligada do seu mecanismo psicológico e, além do mais, sexualizada - o que está bem pouco de acordo com a tão apregoada expulsão da sexualidade do seu lugar na vida mental. O “protesto masculino” sem dúvida existe, mas se for transformado na [única] força motivadora da vida mental estamos menosprezando os fatos observados como se abandonássemos um trampolim depois de o havermos utilizado para o salto. Consideremos uma das situações fundamentais em que se sente desejo na infância: a de uma criança que observa o ato sexual entre adultos. A análise demonstra, no caso de pessoas cuja vida o médico estudará depois, que, nesses momentos, dois impulsos se apoderam do espectador imaturo. Nos meninos, um é o impulso de colocar-se no lugar do homem ativo, e o outro, a contracorrente, é o impulso de identificar-se com a mulher passiva. O conflito entre esses dois impulsos esgota as possibilidades de prazer da situação. Somente o primeiro pode ser classificado como protesto masculino, se quisermos dar um sentido a esse conceito. O segundo, entretanto, cujo curso ulterior Adler não leva na devida consideração ou desconhece inteiramente, é o que se tornará mais importante na neurose subseqüente. Adler foi absorvido de tal forma pela estreiteza ciumenta do ego que leva em conta apenas os impulsos instintivos agradáveis ao ego e por ele estimulados; a situação neurótica, na qual os impulsos se opõem ao ego, é precisamente aquela que fica além do horizonte de Adler. Vemos que Adler utiliza o ¨protesto maculino¨ como uma ¨vontade de poder¨ da criança, até mesmo quando observa o coito entre adultos, entre um homem e uma mulher, se identificando ativamente com o homem e passivamente com a mulher, porém como vítima de abuso sexual, exploração sexual, violência sexual, corrupção de menores de 14 anos de idade e até de pedofilia e estupro virtual, pois o ¨protesto masculino¨de uma criança é infantil, doméstico e familiar, sem malícia até os 14 anos de idade com a puberdade, que transforma o ¨protesto masculino¨ em adulto e recalcado, genital, uma forma de amor que se converte em ¨vontade de poder¨, indicando que a sexualidade em condições normais não faz parte da vida infantil, doméstica e familiar, mas sim a consciência, a cultura, o conhecimento e a realidade que se ajustam ao contexto e ao meio ambiente, pois dependem das condições do (S) estímulo.

 As crianças não fazem nenhuma idéia da importância da distinção entre os sexos; pelo contrário, partem da suposição de que ambos possuem o mesmo órgão genital (o masculino); não iniciam suas pesquisas sexuais com o problema da distinção entre os sexos, e a depreciação social das mulheres lhes é completamente estranha. Há mulheres em cuja neurose o desejo de ser homem não desempenhou nenhum papel. O que houve de protesto masculino pode-se facilmente remontar a uma perturbação do narcisismo primário devido a ameaças de castração ou às primeiras coerções das atividades sexuais. Todas as controvérsias sobre a psicogênese das neuroses terminarão sempre por ser resolvidas no campo das neuroses da infância. A dissecção cuidadosa de uma neurose na mais tenra infância põe termo a todos os equívocos sobre a etiologia das neuroses e a todas as dúvidas sobre o papel que os instintos sexuais nela desempenham. Vemos que as crianças tendem a não serem controladas pelos estímulos sexuais na infância, como a distinção dos sexos e a depreciação sexual das mulheres que lhes é completamente estranha, todas as controvérsias terminam por serem resolvidas no campo das neuroses da infância, sendo importante perceber que uma criança que não alcançou a puberdade é muito diferente de outra que está em crescimento e desenvolvimento, em amadurecimento, que tem menos de 14 anos de idade que não conhece a malícia comportamental, que muda completamente o cenário lúdico e operante de um adolescente, influenciando suas atitudes sociais e familiares, e novos processos cognitivos que adquirem a capacidade de realizar hipóteses e deduções através de meras especulações ou hipóteses.

 Limitar-me-ei a comentar de passagem que, se fosse assim, a neurose seria um subproduto de toda espécie de decrepitude física, ao passo que a observação mostra que uma grande maioria de pessoas feias, deformadas, aleijadas e infelizes deixam de reagir a seus defeitos através da neurose. Tampouco abordarei a interessante afirmação segundo a qual a inferioridade deve ser remontada ao sentimento de ser um criança, que revela o disfarce sob o qual o fator do infantilismo, a que a psicanálise deu tanta ênfase, reaparece na “Psicologia Individual”.  Para começar, Adler nunca deu o menor sinal de ter compreendido o que é a repressão. No resumo de um trabalho lido por ele na Sociedade de Viena (fevereiro de 1911) escreveu que se deve ressaltar que, num caso específico, ficou demonstrado que o paciente nunca havia reprimido sua libido, mas vinha continuamente “reassegurando-se” dela. Pouco depois, num debate na Sociedade de Viena, disse: “Se perguntarmos de onde vem a repressão, nos respondem, ‘da civilização’, mas se perguntarmos depois de onde vem a civilização, nos dizem, ‘da repressão’. Como vêem, é simplesmente um jogo de palavras.” Uma parte mínima da agudeza e engenhosidade que Adler usou para desmascarar os dispositivos defensivos do “caráter nervoso” teria sido suficiente para indicar-lhe a saída desse argumento capcioso. O que se quer dizer é simplesmente que a civilização se baseia nas repressões efetuadas por gerações anteriores, e que se exige de cada nova geração que mantenha essa civilização efetuando as mesmas repressões. Certa vez ouvi falar de uma criança que julgava que as pessoas zombavam dela, e começou a chorar, porque quando perguntou de onde vêm os ovos disseram-lhe que “das galinhas”, e quando perguntou novamente de onde vinham as galinhas responderam-lhe “dos ovos”. Mas não estavam fazendo um jogo de palavras; pelo contrário, estavam dizendo-lhe a verdade. Vemos que para Freud o sentimento de ser uma criança é quem produz e esclarece a ¨Psicologia Individual¨, para Freud o sentimento de inferioridade se devia a natureza infantil do seu gerador e era este sentimento quem concebia a ¨Psicologia Individual¨, e que a repressão vem da civilização, contudo a civilização também vem da repressão, de modo que repressões realizadas por gerações anteriores acabam exigindo de cada nova geração que se mantenha a civilização realizando as mesmas repressões, é como tentar explicar o ¨ovo¨ e a ¨galinha¨, quem veio primeiro e quem mantêm esta relação.

 

MATTANÓ

(28/07/2025)

 

 

 

Tudo que Adler tem a dizer sobre sonhos, a pedra de toque da psicanálise, é igualmente vazio e destituído de sentido. Inicialmente, ele considerava os sonhos como um desvio da linha feminina para a masculina - o que é simplesmente uma tradução da teoria da realização de desejos dos sonhos para a linguagem do “protesto masculino”. Depois descobriu que a essência dos sonhos está em permitir que os homens realizem inconscientemente o que lhes é negado conscientemente. Cabe também a Adler [1911b, 215n.] o mérito da prioridade no confundir sonhos com pensamentos oníricos latentes - confusão na qual se baseia a descoberta de sua “tendência prospectiva”. Maeder [1912] seguiu-lhe o exemplo em relação a isso posteriormente. Aqui se menospreza totalmente o fato de que toda interpretação de um sonho que é incompreensível em sua forma manifesta se baseia precisamente no próprio método de interpretação de sonhos cujas premissas e conclusões são objeto de controvérsia. No tocante à resistência, Adler nos informa que ela serve à finalidade de pôr um vigor a oposição do paciente ao médico. Isso por certo é verdade; vale tanto quanto dizer que ela serve à finalidade da resistência. De onde provém, contudo, ou como acontece que suas manifestações fiquem à disposição do paciente, não é objeto de ulterior indagação, como sendo de nenhum interesse para o ego. O mecanismo pormenorizado dos sintomas e manifestações de doenças, a explicação da múltipla variedade dessas doenças e suas formas de expressão, são negligenciados in toto; pois tudo é igualmente posto a serviço do protesto masculino, da auto-afirmação e do enaltecimento da personalidade. O sistema está completo; produzi-lo custou enorme volume de trabalho de reformulação de interpretação, ao passo que ele próprio não forneceu uma única observação nova. Creio ter deixado claro que ele nada tem que ver com a psicanálise.

A visão da vida refletida no sistema adleriano fundamenta-se exclusivamente no instinto agressivo; nele não há lugar para o amor. Talvez nos surpreenda que essa Weltanschauung tão melancólica tenha merecido alguma atenção, mas não devemos esquecer que os seres humanos, vergados sob o fardo de suas necessidades sexuais, estão prontos a aceitar qualquer coisa se pelo menos a “superação da sexualidade” lhes for oferecida como isca.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que o quê Adler tem a dizer sobre sonhos, é igualmente vazio e destituído de sentido. Inicialmente, ele considerava os sonhos como um desvio da linha feminina para a masculina - o que é simplesmente uma tradução da teoria da realização de desejos dos sonhos para a linguagem do “protesto masculino”. Depois descobriu que a essência dos sonhos está em permitir que os homens realizem inconscientemente o que lhes é negado conscientemente. Cabe também a Adler [1911b, 215n.] o mérito da prioridade no confundir sonhos com pensamentos oníricos latentes - confusão na qual se baseia a descoberta de sua “tendência prospectiva”.  No tocante à resistência, Adler nos informa que ela serve à finalidade de pôr um vigor a oposição do paciente ao médico. Isso por certo é verdade; vale tanto quanto dizer que ela serve à finalidade da resistência. De onde provém, contudo, ou como acontece que suas manifestações fiquem à disposição do paciente, não é objeto de ulterior indagação, como sendo de nenhum interesse para o ego. O mecanismo pormenorizado dos sintomas e manifestações de doenças, a explicação da múltipla variedade dessas doenças e suas formas de expressão, são negligenciados in toto; pois tudo é igualmente posto a serviço do protesto masculino, da auto-afirmação e do enaltecimento da personalidade. O sistema está completo; produzi-lo custou enorme volume de trabalho de reformulação de interpretação, ao passo que ele próprio não forneceu uma única observação nova. Creio ter deixado claro que ele nada tem que ver com a psicanálise.

A visão da vida refletida no sistema adleriano fundamenta-se exclusivamente no instinto agressivo; nele não há lugar para o amor. Talvez nos surpreenda que essa Weltanschauung tão melancólica tenha merecido alguma atenção, mas não devemos esquecer que os seres humanos, vergados sob o fardo de suas necessidades sexuais, estão prontos a aceitar qualquer coisa se pelo menos a “superação da sexualidade” lhes for oferecida como isca.

Mattanó aponta que o quê Adler tem a dizer sobre sonhos, é igualmente vazio e destituído de sentido. Inicialmente, ele considerava os sonhos como um desvio da linha feminina para a masculina - o que é simplesmente uma tradução da teoria da realização de desejos dos sonhos para a linguagem do “protesto masculino”. Depois descobriu que a essência dos sonhos está em permitir que os homens realizem inconscientemente o que lhes é negado conscientemente. Cabe também a Adler [1911b, 215n.] o mérito da prioridade no confundir sonhos com pensamentos oníricos latentes - confusão na qual se baseia a descoberta de sua “tendência prospectiva”.  No tocante à resistência, Adler nos informa que ela serve à finalidade de pôr um vigor a oposição do paciente ao médico. Isso por certo é verdade; vale tanto quanto dizer que ela serve à finalidade da resistência. De onde provém, contudo, ou como acontece que suas manifestações fiquem à disposição do paciente, não é objeto de ulterior indagação, como sendo de nenhum interesse para o ego. O mecanismo pormenorizado dos sintomas e manifestações de doenças, a explicação da múltipla variedade dessas doenças e suas formas de expressão, são negligenciados in toto; pois tudo é igualmente posto a serviço do protesto masculino, da auto-afirmação e do enaltecimento da personalidade. O sistema está completo; produzi-lo custou enorme volume de trabalho de reformulação de interpretação, ao passo que ele próprio não forneceu uma única observação nova. Creio ter deixado claro que ele nada tem que ver com a psicanálise. Vemos como Freud se defendeu das novas abordagens e escolas que surgiam em competição com a sua, a Psicanálise, seu comportamento foi de um verdadeiro pai da Psicanálise tentando ensinar as regras e o caminho correto para os seus discípulos que investiam no movimento psicanalítico.

A visão da vida refletida no sistema adleriano fundamenta-se exclusivamente no instinto agressivo; nele não há lugar para o amor. Talvez nos surpreenda que essa Weltanschauung tão melancólica tenha merecido alguma atenção, mas não devemos esquecer que os seres humanos, vergados sob o fardo de suas necessidades sexuais, estão prontos a aceitar qualquer coisa se pelo menos a “superação da sexualidade” lhes for oferecida como isca. Vemos como Freud justificou sua descredibilidade em relação ao sistema adleriano que fundamentava-se exclusivamente no instinto agressivo, excluindo o amor, como uma forma de ¨superação da sexualidade¨, de modo que se criavam redes de significados e de sentidos sobre o sistema adleriano e a descredibilidade freudiana.

 

MATTANÓ

(29/07/2025)

 

 

 

 

 

 

A deserção de Adler ocorreu antes do Congresso de Weimar em 1911; depois dessa data teve início a dos suíços. Os primeiros sinais dela, o que é bastante curioso, foram certas observações de Riklin em uns artigos populares aparecidos em publicações suíças, de modo que o grande público soube, antes do que aqueles mais intimamente ligados ao assunto, que a psicanálise havia superado alguns erros lamentáveis que anteriormente a haviam desacreditado. Em 1912, Jung vangloriou-se, numa carta procedente dos Estados Unidos, de que suas modificações da psicanálise haviam vencido as resistências de muitas pessoas que até então não queriam nada com ela. Repliquei que aquilo não constituía nenhum motivo de vanglória, e que quanto mais ele sacrificasse as verdades da psicanálise conquistadas arduamente, mais veria as resistências desaparecendo. Essa modificação, da qual os suíços tanto se orgulharam, mais uma vez nada mais era do que impelir para o segundo plano o fator sexual na teoria psicanalítica. Confesso que desde o começo considerei esse “avanço” como um ajustamento muito exagerado às exigências da realidade.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que Adler desertou antes do Congresso de Weimar em 1911 e que depois desta data teve início a dos suíços. Os primeiros sinais dela foram certas observações de Riklin em artigos populares. Em 1912 Jung se vangloriou numa carta procedente dos Estados Unidos, de que suas modificações da psicanálise haviam vencido as resistências de muitas pessoas que até então não queriam nada com ela. Repliquei que aquilo não constituía nenhum motivo de vanglória, e que quanto mais ele sacrificasse as verdades da psicanálise conquistadas arduamente, mais veria as resistências desaparecendo. Essa modificação, da qual os suíços tanto se orgulharam, mais uma vez nada mais era do que impelir para o segundo plano o fator sexual na teoria psicanalítica. Confesso que desde o começo considerei esse “avanço” como um ajustamento muito exagerado às exigências da realidade.

Mattanó aponta que Adler desertou antes do Congresso de Weimar em 1911 e que depois desta data teve início a dos suíços. Os primeiros sinais dela foram certas observações de Riklin em artigos populares. Em 1912 Jung se vangloriou numa carta procedente dos Estados Unidos, de que suas modificações da psicanálise haviam vencido as resistências de muitas pessoas que até então não queriam nada com ela. Freud replicou que aquilo não constituía nenhum motivo de vanglória, e que quanto mais ele sacrificasse as verdades da psicanálise conquistadas arduamente, mais veria as resistências desaparecendo. Essa modificação, da qual os suíços tanto se orgulharam, mais uma vez nada mais era do que impelir para o segundo plano o fator sexual na teoria psicanalítica. Confessa que desde o começo considerou esse “avanço” como um ajustamento muito exagerado às exigências da realidade. Vemos como ocorreram as deserções de Adler e dos suíços, como a de Jung que alcançou mais popularidade com suas modificações que não foram bem recebidas por Freud, que comentou que as modificações apenas levaram o fator sexual para o segundo plano e que esse ¨avanço¨ tratava-se de um ajustamento muito exagerado às exigências da realidade. Contudo Mattanó comenta que a realidade torna-se cada vez mais exigente na medida em que o Homo Sapiens cresce, se desenvolve e amadurece, cria instrumentos e tecnologias, cria culturas e religiões, cria modos de relação social e cria, gera e acumula riquezas para depois distribuí-las segundo suas escolhas, por exemplo, sem desperdícios e seguindo um modelo econômico, político e ideológico, de administração, ou seja, as necessidades mudam conforme o meio ambiente e os estímulos mudam, se os estímulos ficam mais exigentes as necessidades serão mais exigentes, assim como se os estímulos se tornam menos exigentes as necessidades se tornam menos exigentes, tudo depende dos significados e dos sentidos, e da funcionalidade dos estímulos.

 

MATTANÓ

(29/07/2025)

 

 

 

 

Esses dois movimentos de afastamento da psicanálise, que eu agora devo comparar um com o outro, assinalam outro ponto em comum: ambos cortejam uma opinião favorável mediante a formulação de certas idéias elevadas, que encaram as coisas, por assim dizer, sub specie aeternitatis. Em Adler, esse papel é desempenhado pela relatividade de todo conhecimento e pelo direito da personalidade de basear uma interpretação artificial nos dados de conhecimento de acordo com o gosto individual; em Jung, faz-se apelo ao direito histórico da juventude de romper os grilhões com os quais a tirania dos mais velhos e seus pontos de vista tacanhos procuram aprisioná-la. Algumas palavras devem ser dedicadas ao esclarecimento da falácia dessas idéias.

A relatividade do nosso conhecimento é uma consideração que pode ser formulada contra todas as outras ciências, do mesmo modo que contra a psicanálise. Origina-se de conhecidas correntes reacionárias do pensamento atual hostis à ciência, e pretende o surgimento de uma superioridade a que ninguém pode aspirar. Nenhum de nós pode adivinhar qual será o julgamento final da humanidade sobre nossos esforços teóricos. Existem exemplos em que a rejeição das três primeiras gerações foi corrigida pela seguinte e transformada em reconhecimento. Depois de se ter ouvido com cuidado a voz da autocrítica e de haver prestado certa atenção às críticas dos adversários, não resta mais nada a fazer senão sustentar, com todas as forças, as próprias convicções baseadas na experiência. A pessoa deve contentar-se em agir com o máximo de honestidade, não devendo assumir o papel de juiz, reservado ao futuro remoto. Dar ênfase a opiniões pessoais arbitrárias, em assuntos científicos, é mau; constitui claramente uma tentativa de questionar o direito da psicanálise de ser considerada uma ciência - aliás, depois de já ter sido esse valor depreciado pelo que foi dito antes [sobre a natureza relativa de todo o conhecimento]. Quem quer que dê grande valor ao pensamento científico procurará, antes, todos os meios e métodos possíveis para limitar o fator predileções pessoais fantasiosas tanto quanto possível, onde quer que ele desempenhe papel grande demais. Além disso, vale a pena lembrar que não tem cabimento o excessivo zelo em defendermos a nós mesmos. Esses argumentos de Adler não têm intenção séria. Destinam-se apenas a ser utilizados contra seus adversários; não se referem às suas próprias teorias, nem impediram seus seguidores de aclamá-lo como o Messias, para cujo advento a humanidade ansiosa foi preparada por grande número de precursores. O Messias certamente não é nenhum fenômeno relativo.

O argumento ad captandam benevolentiam de Jung repousa na suposição demasiado otimista de que o progresso da raça humana, da civilização e do conhecimento sempre seguiu uma linha ininterrupta, como se não tivesse havido períodos de decadência, reações e restaurações após cada revolução, e gerações não tivessem dado um passo para trás e abandonado as vantagens de seus antecessores. Sua abordagem do ponto de vista das massas, sua renúncia a uma inovação que foi mal recebida, tornam a priori pouco provável que a versão jungiana da psicanálise possa com justiça pretender ser uma atitude jovem de liberação. Afinal de contas, não é a idade do autor que decide isso, mas o caráter da ação.

Dos dois movimentos em discussão, o de Adler é, sem dúvida alguma, o mais importante; embora radicalmente falso, apresenta consistência e coerência. Além disso, se baseia, apesar de tudo, numa teoria dos instintos. A modificação de Jung, por outro lado, afrouxa a conexão dos fenômenos com a vida instintiva; e além disso, conforme seus críticos (p. ex. Abraham, Ferenczi e Jones) ressaltaram, é tão obscura, ininteligível e confusa a ponto de se tornar difícil assumir uma posição em relação a ela. Quando se pensa que se entendeu alguma coisa, pode-se ficar preparado para ouvir dizer que não se entendeu e não se pode saber como tirar uma conclusão correta. Tudo é formulado de uma maneira particularmente vacilante, ora como “uma divergência sutil que não justifica o escarcéu que se fez em torno dela” (Jung), ora como uma nova mensagem de salvação que irá iniciar uma nova era para a psicanálise, e mais ainda, uma nova Weltanschauung para todos.

Quando se pensa nas várias incoerências reveladas em diversos pronunciamentos públicos e privados feitos pelo movimento jungiano, somos levados a perguntar quanto disso se deve à falta de clareza e quanto à falta de sinceridade. Deve-se admitir, contudo, que os expoentes da nova teoria se encontram numa posição difícil. Combatem agora coisas que anteriormente defendiam, e o fazem, além disso, não baseados em novas observações que lhes poderiam ter ensinado algo mais, mas em conseqüência de novas interpretações que fazem com que as coisas que vêem lhes pareçam diferentes do que viam antes. Por esse motivo não estão dispostos a abrir mão da ligação com a psicanálise, como representantes da qual se tornaram conhecidos perante o mundo, e preferem anunciar que a psicanálise mudou. No Congresso de Munique achei necessário esclarecer essa confusão, e o fiz declarando que não reconhecia as inovações dos suíços como continuações legítimas e desenvolvimentos ulteriores da psicanálise que se originou comigo. Críticos alheios ao movimento psicanalítico (como Furtmüller) já haviam observado isso antes, e Abraham tem razão em dizer que Jung se afastou inteiramente da psicanálise. É claro que sou perfeitamente capaz de admitir que cada um tem o direito de pensar e escrever o que quiser, mas não tem o direito de apresentá-lo como uma coisa que não é.

Da mesma forma que a investigação de Adler trouxe algo de novo à psicanálise - uma contribuição à psicologia do ego - e cobrou por esse presente um preço demasiado alto jogando fora todas as teorias fundamentais da análise, assim também Jung e seus seguidores prepararam o caminho para a sua luta contra a psicanálise presenteando-a com uma nova aquisição. Investigaram em detalhes (como Pfister fizera antes deles) o caminho através do qual o material das idéias sexuais pertencentes ao complexo de família e à escolha de objeto incestuoso é utilizado na representação dos interesses éticos e religiosos mais elevados do homem, isto é, aclarando assim um importante exemplo de sublimação das forças eróticas instintivas e de sua transformação em tendências que não podem mais ser chamadas de eróticas. Isso concordava perfeitamente com todas as expectativas da psicanálise e poderia harmonizar-se muito bem com a idéia segundo a qual nos sonhos e neuroses uma dissolução regressiva dessa sublimação, como de todas as outras, se torna visível. Mas o mundo inteiro teria protestado indignado contra a sexualização da ética e da religião. Pelo menos dessa vez não consigo deixar de pensar teologicamente e concluir que esses descobridores não tinham condições de enfrentar essa tormenta de indignação, talvez mesmo presente no íntimo deles próprios.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que esses dois movimentos de afastamento da psicanálise, que eu agora ele deve comparar um com o outro em sua análise para a produção deste texto. Em Adler, esse papel é desempenhado pela relatividade de todo conhecimento e pelo direito da personalidade de basear uma interpretação artificial nos dados de conhecimento de acordo com o gosto individual; em Jung, faz-se apelo ao direito histórico da juventude de romper os grilhões com os quais a tirania dos mais velhos e seus pontos de vista tacanhos procuram aprisioná-la.

A relatividade do nosso conhecimento é uma consideração que pode ser formulada contra todas as outras ciências, do mesmo modo que contra a psicanálise. Origina-se de conhecidas correntes reacionárias do pensamento atual hostis à ciência, e pretende o surgimento de uma superioridade a que ninguém pode aspirar. Nenhum de nós pode adivinhar qual será o julgamento final da humanidade sobre nossos esforços teóricos. Existem exemplos em que a rejeição das três primeiras gerações foi corrigida pela seguinte e transformada em reconhecimento. Depois de se ter ouvido com cuidado a voz da autocrítica e de haver prestado certa atenção às críticas dos adversários, não resta mais nada a fazer senão sustentar, com todas as forças, as próprias convicções baseadas na experiência. A pessoa deve contentar-se em agir com o máximo de honestidade, não devendo assumir o papel de juiz, reservado ao futuro remoto. Dar ênfase a opiniões pessoais arbitrárias, em assuntos científicos, é mau; constitui claramente uma tentativa de questionar o direito da psicanálise de ser considerada uma ciência - aliás, depois de já ter sido esse valor depreciado pelo que foi dito antes [sobre a natureza relativa de todo o conhecimento]. Quem quer que dê grande valor ao pensamento científico procurará, antes, todos os meios e métodos possíveis para limitar o fator predileções pessoais fantasiosas tanto quanto possível, onde quer que ele desempenhe papel grande demais. Além disso, vale a pena lembrar que não tem cabimento o excessivo zelo em defendermos a nós mesmos. Esses argumentos de Adler não têm intenção séria. Destinam-se apenas a ser utilizados contra seus adversários; não se referem às suas próprias teorias, nem impediram seus seguidores de aclamá-lo como o Messias, para cujo advento a humanidade ansiosa foi preparada por grande número de precursores. O Messias certamente não é nenhum fenômeno relativo.

O argumento ad captandam benevolentiam de Jung repousa na suposição demasiado otimista de que o progresso da raça humana, da civilização e do conhecimento sempre seguiu uma linha ininterrupta, como se não tivesse havido períodos de decadência, reações e restaurações após cada revolução, e gerações não tivessem dado um passo para trás e abandonado as vantagens de seus antecessores. Sua abordagem do ponto de vista das massas, sua renúncia a uma inovação que foi mal recebida, tornam a priori pouco provável que a versão jungiana da psicanálise possa com justiça pretender ser uma atitude jovem de liberação. Afinal de contas, não é a idade do autor que decide isso, mas o caráter da ação.

Dos dois movimentos em discussão, o de Adler é, sem dúvida alguma, o mais importante; embora radicalmente falso, apresenta consistência e coerência. Além disso, se baseia, apesar de tudo, numa teoria dos instintos. A modificação de Jung, por outro lado, afrouxa a conexão dos fenômenos com a vida instintiva; e além disso, conforme seus críticos (p. ex. Abraham, Ferenczi e Jones) ressaltaram, é tão obscura, ininteligível e confusa a ponto de se tornar difícil assumir uma posição em relação a ela. Quando se pensa que se entendeu alguma coisa, pode-se ficar preparado para ouvir dizer que não se entendeu e não se pode saber como tirar uma conclusão correta.

Quando se pensa nas várias incoerências reveladas em diversos pronunciamentos públicos e privados feitos pelo movimento jungiano, somos levados a perguntar quanto disso se deve à falta de clareza e quanto à falta de sinceridade. Deve-se admitir, contudo, que os expoentes da nova teoria se encontram numa posição difícil. Combatem agora coisas que anteriormente defendiam, e o fazem, além disso, não baseados em novas observações que lhes poderiam ter ensinado algo mais, mas em conseqüência de novas interpretações que fazem com que as coisas que vêem lhes pareçam diferentes do que viam antes. Por esse motivo não estão dispostos a abrir mão da ligação com a psicanálise, como representantes da qual se tornaram conhecidos perante o mundo, e preferem anunciar que a psicanálise mudou. No Congresso de Munique achei necessário esclarecer essa confusão, e o fiz declarando que não reconhecia as inovações dos suíços como continuações legítimas e desenvolvimentos ulteriores da psicanálise que se originou comigo. Críticos alheios ao movimento psicanalítico (como Furtmüller) já haviam observado isso antes, e Abraham tem razão em dizer que Jung se afastou inteiramente da psicanálise.

Da mesma forma que a investigação de Adler trouxe algo de novo à psicanálise - uma contribuição à psicologia do ego - e cobrou por esse presente um preço demasiado alto jogando fora todas as teorias fundamentais da análise, assim também Jung e seus seguidores prepararam o caminho para a sua luta contra a psicanálise presenteando-a com uma nova aquisição. Investigaram em detalhes (como Pfister fizera antes deles) o caminho através do qual o material das idéias sexuais pertencentes ao complexo de família e à escolha de objeto incestuoso é utilizado na representação dos interesses éticos e religiosos mais elevados do homem, isto é, aclarando assim um importante exemplo de sublimação das forças eróticas instintivas e de sua transformação em tendências que não podem mais ser chamadas de eróticas. Isso concordava perfeitamente com todas as expectativas da psicanálise e poderia harmonizar-se muito bem com a idéia segundo a qual nos sonhos e neuroses uma dissolução regressiva dessa sublimação, como de todas as outras, se torna visível. Mas o mundo inteiro teria protestado indignado contra a sexualização da ética e da religião. Pelo menos dessa vez não consigo deixar de pensar teologicamente e concluir que esses descobridores não tinham condições de enfrentar essa tormenta de indignação, talvez mesmo presente no íntimo deles próprios.

Mattanó aponta que esses dois movimentos de afastamento da psicanálise, que eu agora Freud deve comparar um com o outro em sua análise para a produção deste texto. Em Adler, esse papel é desempenhado pela relatividade de todo conhecimento e pelo direito da personalidade de basear uma interpretação artificial nos dados de conhecimento de acordo com o gosto individual; em Jung, faz-se apelo ao direito histórico da juventude de romper os grilhões com os quais a tirania dos mais velhos e seus pontos de vista tacanhos procuram aprisioná-la. Vemos como se dirigiram os orgumentos e a linguagem de Freud contra os dois movimentos de afastamento da psicanálise, o de Adler e o de Jung, sendo criticados por Freud, o primeiro como uma relatividade de todo o conhecimento de acordo com o gosto individual e o segundo como o direito histórico da juventude de romper com a tirania dos mais velhos e seus pontos de vista que procuram aprisioná-la através dos seus significados e sentidos.

A relatividade do nosso conhecimento é uma consideração que pode ser formulada contra todas as outras ciências, do mesmo modo que contra a psicanálise. Origina-se de conhecidas correntes reacionárias do pensamento atual hostis à ciência, e pretende o surgimento de uma superioridade a que ninguém pode aspirar. Nenhum de nós pode adivinhar qual será o julgamento final da humanidade sobre nossos esforços teóricos. Existem exemplos em que a rejeição das três primeiras gerações foi corrigida pela seguinte e transformada em reconhecimento. Depois de se ter ouvido com cuidado a voz da autocrítica e de haver prestado certa atenção às críticas dos adversários, não resta mais nada a fazer senão sustentar, com todas as forças, as próprias convicções baseadas na experiência. A pessoa deve contentar-se em agir com o máximo de honestidade, não devendo assumir o papel de juiz, reservado ao futuro remoto. Dar ênfase a opiniões pessoais arbitrárias, em assuntos científicos, é mau; constitui claramente uma tentativa de questionar o direito da psicanálise de ser considerada uma ciência - aliás, depois de já ter sido esse valor depreciado pelo que foi dito antes [sobre a natureza relativa de todo o conhecimento]. Quem quer que dê grande valor ao pensamento científico procurará, antes, todos os meios e métodos possíveis para limitar o fator predileções pessoais fantasiosas tanto quanto possível, onde quer que ele desempenhe papel grande demais. Além disso, vale a pena lembrar que não tem cabimento o excessivo zelo em defendermos a nós mesmos. Esses argumentos de Adler não têm intenção séria. Destinam-se apenas a ser utilizados contra seus adversários; não se referem às suas próprias teorias, nem impediram seus seguidores de aclamá-lo como o Messias, para cujo advento a humanidade ansiosa foi preparada por grande número de precursores. O Messias certamente não é nenhum fenômeno relativo. Vemos quais eram os argumentos e a linguagem de Adler para defender seu ponto de vista que Freud tentava derrubar através de suas críticas sobre o pensamento científico, por exemplo.

O argumento ad captandam benevolentiam de Jung repousa na suposição demasiado otimista de que o progresso da raça humana, da civilização e do conhecimento sempre seguiu uma linha ininterrupta, como se não tivesse havido períodos de decadência, reações e restaurações após cada revolução, e gerações não tivessem dado um passo para trás e abandonado as vantagens de seus antecessores. Sua abordagem do ponto de vista das massas, sua renúncia a uma inovação que foi mal recebida, tornam a priori pouco provável que a versão jungiana da psicanálise possa com justiça pretender ser uma atitude jovem de liberação. Afinal de contas, não é a idade do autor que decide isso, mas o caráter da ação. Vemos aqui como foram os argumentos e a linguagem utilizada por Freud para rebater as ideias e teorias de Jung que era otimista em relação a raça humana, a civilização e o conhecimento, mas abandona as vantagens de seus antecessores no movimento psicanalítico.

Dos dois movimentos em discussão, o de Adler é, sem dúvida alguma, o mais importante; embora radicalmente falso, apresenta consistência e coerência. Além disso, se baseia, apesar de tudo, numa teoria dos instintos. A modificação de Jung, por outro lado, afrouxa a conexão dos fenômenos com a vida instintiva; e além disso, conforme seus críticos (p. ex. Abraham, Ferenczi e Jones) ressaltaram, é tão obscura, ininteligível e confusa a ponto de se tornar difícil assumir uma posição em relação a ela. Quando se pensa que se entendeu alguma coisa, pode-se ficar preparado para ouvir dizer que não se entendeu e não se pode saber como tirar uma conclusão correta. Vemos com se desenrolaram as críticas e perseguições contra os dois movimentos que se afastaram do movimento psicanalítico, o de Adler que era mais importante e o de Jung, considerado mais obscuro e incompreensível para Freud.

Quando se pensa nas várias incoerências reveladas em diversos pronunciamentos públicos e privados feitos pelo movimento jungiano, somos levados a perguntar quanto disso se deve à falta de clareza e quanto à falta de sinceridade. Deve-se admitir, contudo, que os expoentes da nova teoria se encontram numa posição difícil. Combatem agora coisas que anteriormente defendiam, e o fazem, além disso, não baseados em novas observações que lhes poderiam ter ensinado algo mais, mas em conseqüência de novas interpretações que fazem com que as coisas que vêem lhes pareçam diferentes do que viam antes. Por esse motivo não estão dispostos a abrir mão da ligação com a psicanálise, como representantes da qual se tornaram conhecidos perante o mundo, e preferem anunciar que a psicanálise mudou. No Congresso de Munique achei necessário esclarecer essa confusão, e o fiz declarando que não reconhecia as inovações dos suíços como continuações legítimas e desenvolvimentos ulteriores da psicanálise que se originou comigo. Críticos alheios ao movimento psicanalítico (como Furtmüller) já haviam observado isso antes, e Abraham tem razão em dizer que Jung se afastou inteiramente da psicanálise. Vemos como se continuaram as críticas ao sistema de Jung, que passou a estudar justamente o que no movimento psicanalítico se opunha, encontrando significado e sentido para sua investigação científica, gerando uma grande confusão entre os pesquisadores de sua época.

Da mesma forma que a investigação de Adler trouxe algo de novo à psicanálise - uma contribuição à psicologia do ego - e cobrou por esse presente um preço demasiado alto jogando fora todas as teorias fundamentais da análise, assim também Jung e seus seguidores prepararam o caminho para a sua luta contra a psicanálise presenteando-a com uma nova aquisição. Investigaram em detalhes (como Pfister fizera antes deles) o caminho através do qual o material das idéias sexuais pertencentes ao complexo de família e à escolha de objeto incestuoso é utilizado na representação dos interesses éticos e religiosos mais elevados do homem, isto é, aclarando assim um importante exemplo de sublimação das forças eróticas instintivas e de sua transformação em tendências que não podem mais ser chamadas de eróticas. Isso concordava perfeitamente com todas as expectativas da psicanálise e poderia harmonizar-se muito bem com a idéia segundo a qual nos sonhos e neuroses uma dissolução regressiva dessa sublimação, como de todas as outras, se torna visível. Mas o mundo inteiro teria protestado indignado contra a sexualização da ética e da religião. Pelo menos dessa vez não consigo deixar de pensar teologicamente e concluir que esses descobridores não tinham condições de enfrentar essa tormenta de indignação, talvez mesmo presente no íntimo deles próprios. Vemos como Freud trabalhou em seu íntimo as diferenças encontradas e geradas pelo processo de crescimento, desenvolvimento e amadurecimento do movimento psicanalítico, como vemos através de Adler e de Jung, que desertaram do movimento psicanalítico e trouxeram contribuições que por uns foram bem vindas e por outros foram mal recebidas, pois desafiavam o poder e a autonomia freudiana, indicando que Freud nunca alcançou o topo da pirâmide, segundo a análise mitológica que nos ensina que lá no topo a visão se abre e passamos a enxergar todos os lados e aspectos do problema ou do meio ambiente, que representava, aqui, o movimento psicanalítico e a sua consciência, cultura, conhecimento e realidade.

 

MATTANÓ

(30/07/2025)

 

 

O PODER DO UNIVERSO (2025):

¨A solução para o nosso povo eu vou dar!¨

O povo brasileiro deveria ver sua própria casa, local de trabalho e de estudo, até mesmo cidade como se fosse a própria Rede Globo de Televisão ou a Seleção Brasileira de Futebol, daí acabava a corrupção, a roubalheira, a violência, o tiroteio, o sequestro, o assassinato, os acidentes, os maus-tratos, o envenenamento, a loucura, a debilidade mental, a preguiça, a falta de vontade de estudar e de trabalhar, a falta de vontade de amar e de ser alguém, de ser alguém melhor nesta vida, de querer poupar dinheiro para o futuro, de querer ter um futuro melhor e construído com um passado honesto e limpo, parava de vender o seu voto e de ficar viciado em jogos e em bets, em vez de dar dinheiro para os clubes de futebol investia na própria casa e na própria família, pois o futebol tenta prejudicar o Brasil quando induz a população e o tráfico a sentirem ódio de mim e de outras pessoas de minha família, além de outras pessoas que também são testemunhas de crimes sexuais e de trapaça em jogos esportivos como Fórmula 1, Fórmula Indy, Copas do Mundo de Futebol, Olimpíadas, Libertadores, torneios de tênis, Campeonatos estaduais e nacionais de futebol e de outras modalidades e na São Silvestre, etc., eis que a Rede Globo de Televisão e a Seleção Brasileira de Futebol podem estar acima dos crimes que denuncio como instituições e organizações sérias, mas os criminosos que lá se instalaram não e devem ser punidos para que haja paz social neste país novamente.

 

MATTANÓ

(30/07/2025)

 

 

 

SOBRE O DESENVOLVIMENTO MORAL (2025):

O desenvolvimento moral de Piaget é uma teoria que descreve como as crianças evoluem em sua compreensão da moralidade. Segundo Piaget, a moralidade é formada por um sistema de regras que as crianças aprendem a respeitar. Ele identificou três fases principais no desenvolvimento moral:

Anomia: As crianças não têm uma compreensão clara das regras.

Heteronomia: As crianças seguem regras impostas por figuras de autoridade, sem questionar.

Autonomia: As crianças desenvolvem sua própria compreensão das regras e a moralidade se torna mais baseada na justiça e na reciprocidade.

Essas fases não são estágios fixos, mas sim um processo contínuo de desenvolvimento moral.

A teoria do desenvolvimento moral de Lawrence Kohlberg é estruturada em três níveis principais:

Nível Pré-convencional: O comportamento moral é guiado por consequências pessoais, como recompensas e punições.

Nível Convencional: O indivíduo adota normas sociais e expectativas, buscando aprovação e mantendo a ordem social.

Nível Pós-convencional: O raciocínio moral é baseado em princípios éticos universais, onde o indivíduo pode questionar normas sociais em busca de justiça e equidade.

Kohlberg baseou sua teoria na pesquisa de Piaget e propôs que o desenvolvimento moral está intimamente ligado ao desenvolvimento cognitivo.

Temos ainda a teoria do desenvolvimento moral de Osny Mattanó Júnior que é estruturada na análise do inconsciente e do comportamento.

Aqui a moral se desenvolve com a aprendizagem real e proximal das regras que a definem em seu contexto sócio-histórico, podendo haver distorções individuais, grupais, familiares e comunitárias, até entre nações e instituições, pois o que as definem são suas regras aprendidas com ou sem ajuda de terceiros, segundo sua realidade, cultura, conhecimento e consciência que realiza a análise do inconsciente e do comportamento, extraindo o significado e o sentido moral do evento analisado para a sua realidade.

E temos a teoria de Osny Mattanó Júnior que nos ensina que a moral se estutura através dos ritos e dos mitos com sua mitologia.

Aqui a moral se desenvolve e se estrutura através da iniciação e da passagem pelos ritos de uma comunidade que educa o aventureiro, herói ou indivíduo em desenvolvimento e formação moral para saber lidar e adquirir repertório comportamental diante dos mitos e da mitologia que domina sua vida ritualística, como por exemplo, os totens e os tabus que também tem essa função formadora e educativa, impondo limites e resistências, valores morais para a Trajetória da Vida do herói, do aventureiro ou do indivíduo em desenvolvimento e formação moral. A própria Trajetória da Vida ou do Herói acaba oferecendo um aprendizado moral para o herói, aventureiro ou indivíduo em desenvolvimento e formação moral que extrairá dele uma mensagem para si e para sua camunidade, como numa luta conta o monstro ou baleia que te devora e no momento seguinte, você tem que se libertar e superar esse estado de impotência para continuar sua vida, educando a si mesmo e a sua comunidade ou família, até mesmo nação ou planeta inteiro. Aqui a moral se renova e se desenvolve através dos ritos e dos mitos, muitas vezes os próprios heróis, aventureiros ou indivíduos que se formaram e se desenvolveram acabam se transformando em mitos e em outros eventos podem se transformar em totens e tabus, devido o investimento psicológico e comportamental dos seus seguidores que se tranformam em dependentes psicológicos, comportamentais e afetivos desses objetos que foram criados para impor regras e limites, valores morais numa sociedade em formação e em desenvolvimento.

 

MATTANÓ

(01/08/2025)

 

 

 

A pré-história teológica de tantos suíços não explica sua atitude para com a psicanálise mais do que a pré-história socialista de Adler explica o desenvolvimento de sua psicologia. Isso nos faz lembrar a famosa história de Mark Twain sobre as coisas que aconteceram a seu relógio, e suas palavras conclusivas: “E ele ficava imaginando que fim tinham levado os funileiros, e armeiros, e sapateiros, e ferreiros fracassados; mas ninguém sabia dizer.”

Suponhamos - para fazer uma comparação - que num determinado grupo social vive um parvenu (aventureiro) que se vangloria de ser descendente de uma família nobre que reside em outro lugar. Um dia se descobre que seus pais moram na vizinhança, e são pessoas muito modestas. Só há uma maneira de contornar essa dificuldade e ele se agarra a ela. Já não pode repudiar os pais, mas insiste em que são de linhagem nobre e que simplesmente perderam sua posição social  no mundo; e consegue uma árvore genealógica de alguma fonte oficial complacente. Parece-me que os suíços foram obrigados a se comportar da mesma maneira. Se não se permitiu que a ética e a religião fossem sexualizadas porque tinham de ser algo de origem mais “elevada” e se, não obstante, as idéias nelas contidas pareciam ter-se, inegavelmente, originado do complexo de Édipo e do complexo familiar, só podia haver uma saída; que esses complexos não tenham o sentido que aparentam, mas contenham um elevado sentido “anagógico” (como Silberer o denomina) que tenha tornado possível o seu emprego nas abstratas seqüências de pensamento da ética e do misticismo religioso.

Não será surpresa para mim ouvir dizer novamente que não compreendi a substância e objetivo da teoria neozuriquiana; mas o que me interessa é protestar antecipadamente contra pontos de vista contrários às minhas teorias que possam ser encontrados nas publicações daquela escola sendo atribuídos a mim e não a eles. Não vejo outro meio de tornar inteligível a mim próprio o conjunto de inovações de Jung, e de apreender todas as suas implicações. As modificações que Jung propôs que se fizessem na psicanálise decorrem todas de sua intenção de eliminar o lado reprovável dos complexos familiares para não voltar a encontrá-lo na religião e na ética. A libido sexual foi substituída por um conceito abstrato, sobre o qual se pode dizer com segurança que continua tão enigmático e incompreensível para os entendidos quanto para os leigos. O complexo de Édipo tem um significado meramente “simbólico”: a mãe, nele, representa o inacessível, a que se tem de renunciar no interesse da civilização; o pai que é assassinado no mito de Édipo é o pai “interior”, de quem nos devemos libertar a fim de nos tornarmos independentes. Outras partes do material das idéias sexuais serão, por certo, submetidas a reinterpretações semelhantes no decorrer do tempo. Em lugar de um conflito entre as tendências eróticas ego-distônicas e as autopreservadoras, surge um conflito entre as “tarefas da vida” e a “inércia psíquica”; o sentimento de culpa do neurótico corresponde a sua auto-recriminação por não cumprir adequadamente seu “trabalho de viver”. Dessa forma, criou-se um novo sistema ético-religioso, que, tal qual o sistema adleriano, estava destinado a reinterpretar, distorcer ou alijar os achados efetivos da análise. A verdade é que essas pessoas detectaram algumas nuanças culturais da sinfonia da vida e mais uma vez não deram ouvidos à poderosa e primordial melodia dos instintos.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que não compreendeu a substância e objetivo da teoria neozuriquiana; mas o que me interessa é protestar antecipadamente contra pontos de vista contrários às minhas teorias que possam ser encontrados nas publicações daquela escola sendo atribuídos a mim e não a eles. Não vejo outro meio de tornar inteligível a mim próprio o conjunto de inovações de Jung, e de apreender todas as suas implicações. As modificações que Jung propôs que se fizessem na psicanálise decorrem todas de sua intenção de eliminar o lado reprovável dos complexos familiares para não voltar a encontrá-lo na religião e na ética. A libido sexual foi substituída por um conceito abstrato, sobre o qual se pode dizer com segurança que continua tão enigmático e incompreensível para os entendidos quanto para os leigos. O complexo de Édipo tem um significado meramente “simbólico”: a mãe, nele, representa o inacessível, a que se tem de renunciar no interesse da civilização; o pai que é assassinado no mito de Édipo é o pai “interior”, de quem nos devemos libertar a fim de nos tornarmos independentes. Outras partes do material das idéias sexuais serão, por certo, submetidas a reinterpretações semelhantes no decorrer do tempo. Em lugar de um conflito entre as tendências eróticas ego-distônicas e as autopreservadoras, surge um conflito entre as “tarefas da vida” e a “inércia psíquica”; o sentimento de culpa do neurótico corresponde a sua auto-recriminação por não cumprir adequadamente seu “trabalho de viver”. Dessa forma, criou-se um novo sistema ético-religioso, que, tal qual o sistema adleriano, estava destinado a reinterpretar, distorcer ou alijar os achados efetivos da análise. A verdade é que essas pessoas detectaram algumas nuanças culturais da sinfonia da vida e mais uma vez não deram ouvidos à poderosa e primordial melodia dos instintos.

Mattanó aponta que Freud não compreendeu a substância e objetivo da teoria neozuriquiana; mas o que me interessa, a Freud, é protestar antecipadamente contra pontos de vista contrários às minhas teorias que possam ser encontrados nas publicações daquela escola sendo atribuídos a mim e não a eles. Não vejo outro meio de tornar inteligível a mim próprio o conjunto de inovações de Jung, e de apreender todas as suas implicações. As modificações que Jung propôs que se fizessem na psicanálise decorrem todas de sua intenção de eliminar o lado reprovável dos complexos familiares para não voltar a encontrá-lo na religião e na ética. A libido sexual foi substituída por um conceito abstrato, sobre o qual se pode dizer com segurança que continua tão enigmático e incompreensível para os entendidos quanto para os leigos. O complexo de Édipo tem um significado meramente “simbólico”: a mãe, nele, representa o inacessível, a que se tem de renunciar no interesse da civilização; o pai que é assassinado no mito de Édipo é o pai “interior”, de quem nos devemos libertar a fim de nos tornarmos independentes. Outras partes do material das idéias sexuais serão, por certo, submetidas a reinterpretações semelhantes no decorrer do tempo. Em lugar de um conflito entre as tendências eróticas ego-distônicas e as autopreservadoras, surge um conflito entre as “tarefas da vida” e a “inércia psíquica”; o sentimento de culpa do neurótico corresponde a sua auto-recriminação por não cumprir adequadamente seu “trabalho de viver”. Dessa forma, criou-se um novo sistema ético-religioso, que, tal qual o sistema adleriano, estava destinado a reinterpretar, distorcer ou alijar os achados efetivos da análise. A verdade é que essas pessoas detectaram algumas nuanças culturais da sinfonia da vida e mais uma vez não deram ouvidos à poderosa e primordial melodia dos instintos. Vemos como Frued encarou a substância e objetivo da teoria neozuriquiana, sobre tudo Jung que teve sua teoria ou sistema de Psicologia Analítica taxado de sistema ético-religioso, tal qual o sistema de Adler, com sua Psicologia Individual, que estava destinada a detectar algumas nuanças culturais dos caminhos da vida, mas se esquecendo que esses caminhos dependem de construtores ou de mão-de-obra que são os instintos, assim a luta contra a inferioridade e a luta pela superioridade tem diferenças culturais e ligações que as reúnem num único corpo psicológico e comportamental, através dos instintos.

 

MATTANÓ

(02/08/2025)

 

 

 

 

 

A fim de preservar intacto esse sistema, foi necessário afastar-se inteiramente da observação e da técnica da psicanálise. Vez por outra, o entusiasmo pela causa deu margem até mesmo à inobservância da lógica científica - quando Jung acha, por exemplo, que o complexo de Édipo não é bastante “específico” para a etiologia das neuroses, e passa a atribuir essa qualidade específica à inércia, a característica mais universal de toda matéria, animada e inanimada! Deve-se notar, a propósito, que o “complexo de Édipo” representa apenas um tópico com o qual as forças mentais do indivíduo têm de lidar, e não é, em si próprio, uma força, como a “inércia psíquica”. O estudo dos indivíduos tinha demonstrado (e sempre demonstrará) que os complexos sexuais em seu sentido original estão vivos neles. Em conseqüência disso, a investigação de indivíduos foi relegada a segundo plano [nas novas teorias] e substituída por conclusões baseadas em provas oriundas da pesquisa antropológica. O maior risco de defrontar-se com o sentido original e sem disfarces desses complexos reinterpretados seria na tenra infância de cada indivíduo; em conseqüência, na terapia estabeleceu-se a injunção de que essa história passada deve ser resolvida o mínimo possível e a ênfase principal posta no conflito do presente, no qual, além do mais, a coisa essencial de modo algum deveria ser o que era acidental e pessoal, mas o que era geral - de fato, a não-realização das tarefas da vida. Como sabemos, no entanto, o conflito de um neurótico torna-se compreensível e admite solução somente quando é remontado à sua pré-história, quando uma pessoa volta atrás ao longo do caminho que sua libido seguiu quando ela adoeceu.

A forma assumida pela terapêutica neozuriquiana sob essas influências pode ser expressa nas palavras de um paciente que vivenciou isso pessoalmente: “Dessa vez nenhum vestígio de atenção foi dado ao passado ou à transferência. Onde quer que eu pensava haver apreendido esta última, diziam-me tratar-se de um puro símbolo libidinal. Os ensinamentos morais eram muito bonitos e eu os seguia fielmente, mas não avancei um passo. Isso era, naturalmente, muito mais incômodo para mim do que para ele, mas como poderia evitá-lo?… Em vez de libertar-me pela análise, cada dia fazia-me novas e tremendas exigências, que tinham de ser cumpridas se se quisesse que a neurose fosse dominada - por exemplo: concentração interior através da introversão, meditação religiosa, nova vida em comum com uma mulher com amor e dedicação etc. Isso estava quase além das forças de qualquer um; visava a uma radical transformação de toda a minha natureza interna. Deixei a análise como um pobre pecador, com intensos sentimentos de arrependimento e as melhores intenções, mas ao mesmo tempo totalmente desanimado. Qualquer sacerdote teria aconselhado o que ele recomendava, mas onde iria eu encontrar forças para isso?” O paciente chegou mesmo a lembrar ter ouvido falar que a análise do passado e da transferência deveria ser compreendida primeiramente, mas lhe haviam dito que disso ele já tivera o bastante. Desde que essa primeira espécie de análise não o havia ajudado mais, parece-me justificada a conclusão de que o paciente não tivera dela o bastante. Por certo, o tratamento subseqüente, que já não podia pretender chamar-se de psicanálise, não melhorou as coisas. É impressionante que os membros da escola de Zurique tivessem de fazer uma volta tão longa e passar por Viena para chegar à vizinha cidade de Berna, onde Dubois cura as neuroses por meio de incentivos morais, de uma maneira mais sensata.

A incompatibilidade total desse novo movimento com a psicanálise também se revela na maneira de Jung encarar a repressão, que quase já não é mencionada em suas obras, na má compreensão dos sonhos - como Adler [ver em [1]], Jung confunde sonhos com pensamentos oníricos latentes, sem levar em consideração a psicologia dos sonhos - e na perda de toda a compreensão do inconsciente; em suma, em todos os pontos que devo considerar como a essência da psicanálise. Quando Jung nos diz que o complexo de incesto é meramente “simbólico”, que apesar de tudo não possui existência “real”, que afinal de contas um selvagem não sente nenhum desejo por uma mulher velha, prefere uma jovem e bonita, somos tentados a concluir que “simbólico” e “sem existência real” simplesmente significam algo que, em virtude de suas manifestações e efeitos patogênicos, é descrito pela psicanálise como “existindo inconscientemente” - descrição que elimina a contradição aparente.

Se se tiver em mente que os sonhos são algo diferente dos pensamentos oníricos latentes que eles elaboram, não há nada de surpreendente em que os pacientes sonhem com coisas com as quais suas mentes tenham estado repletas durante o tratamento, sejam elas as “tarefas da vida”, “ficar por cima” ou “por baixo”. Não há a menor dúvida de que os sonhos de pessoas em análise podem ser dirigidos, da mesma maneira que o são por estímulos produzidos com fins experimentais. Pode-se determinar uma parte do material que aparece num sonho; nada da essência ou do mecanismo dos sonhos é alterado por isso. Também não acredito que os sonhos “biográficos”, como são chamados, ocorram fora da análise. Se, por outro lado, se analisam sonhos tidos antes do tratamento, ou se se consideram os próprios acréscimos do sonhador ao que lhe tem sido sugerido no tratamento, ou se se evita atribuir-lhe qualquer tarefa dessa natureza, então é fácil convencer-se como está longe da finalidade de um sonho produzir tentativas de solução para as tarefas da vida. Os sonhos são apenas uma forma de pensar; jamais se pode alcançar uma compreensão dessa forma tomando como ponto de referência o conteúdo dos pensamentos; somente uma apreciação do trabalho dos sonhos nos levará a essa compreensão.

Não é difícil refutar com argumentos concretos as concepções errôneas de Jung sobre a psicanálise e os desvios dela. Toda análise conduzida de maneira adequada, e em particular toda análise de criança, fortalece as convicções sobre as quais se fundamenta a teoria da psicanálise, negando as reinterpretações feitas tanto pelos sistemas de Jung como de Adler. Nos dias que antecederam sua iluminação, o próprio Jung [1910b, v. pág. 40] levou a efeito e publicou uma análise dessa espécie, de uma criança; resta ver se ele empreenderá uma nova interpretação dos resultados dessa análise com a ajuda de um diferente “arranjo unilateral dos fatos”, para utilizar a expressão empregada por Adler nesse sentido (ver em [1] e [2]).

O ponto de vista de que a representação sexual de pensamentos “mais elevados” nos sonhos e na neurose nada mais é senão uma modalidade arcaica de expressão, é, naturalmente, inconciliável com o fato de que na neurose esses complexos sexuais provam ser os portadores das quantidades de libido subtraídas à utilização na vida real. Se isso fosse apenas uma questão de “jargão” sexual, não alteraria de maneira nenhuma a economia da libido. O próprio Jung admite isso no seu Darstellung der psychoanalytischen Theorie [1913] e formula a tarefa da terapia como o desligamento das catexias libidinais desses complexos. Entranto, isso jamais pode ser realizado desviando-se o paciente delas e concitando-o a sublimar, e sim através do exame exaustivo das mesmas que as torne plena e completamente conscientes. O primeiro item de realidade com o qual o paciente deve lidar é a sua doença. Esforços no sentido de poupar-lhe essa tarefa indicam incapacidade do médico em ajudá-lo a superar suas resistências, ou então o medo que tem o médico dos resultados do seu trabalho.

Por último, pode-se dizer que com sua “modificação” da psicanálise Jung nos oferece um equivalente da famosa faca de Lichtenberg. Mudou o cabo e botou uma lâmina nova, e porque gravou nela o mesmo nome espera que seja considerada como o instrumento original.

Creio ter deixado claro que, pelo contrário, a nova teoria que visa a substituir a psicanálise significa um abandono da análise e uma deserção da mesma. Algumas pessoas podem ser inclinadas a temer que essa deserção esteja fadada a ter conseqüências mais graves para a análise do que outras, devido ao fato de ter sido iniciada por homens que desempenharam um papel tão grande no movimento e contribuíram tanto para o seu avanço. Eu não compartilho dessa apreensão.

Os homens são fortes enquanto representam uma idéia forte; se enfraquecem quando se opõem a ela. A psicanálise sobreviverá a essa perda e a compensará com a conquista de novos partidários. Para concluir, quero expressar o desejo de que a sorte proporcione um caminho de elevação muito agradável a todos aqueles que acharam a estada no submundo da psicanálise desagradável demais para o seu gosto. E possamos nós, os que ficamos, desenvolver até o fim, sem atropelos, nosso trabalho nas profundezas.

Fevereiro de 1914.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que Jung acha, por exemplo, que o complexo de Édipo não é bastante “específico” para a etiologia das neuroses, e passa a atribuir essa qualidade específica à inércia, a característica mais universal de toda matéria, animada e inanimada! Deve-se notar, a propósito, que o “complexo de Édipo” representa apenas um tópico com o qual as forças mentais do indivíduo têm de lidar, e não é, em si próprio, uma força, como a “inércia psíquica”. O estudo dos indivíduos tinha demonstrado (e sempre demonstrará) que os complexos sexuais em seu sentido original estão vivos neles. Em conseqüência disso, a investigação de indivíduos foi relegada a segundo plano [nas novas teorias] e substituída por conclusões baseadas em provas oriundas da pesquisa antropológica.

A forma assumida pela terapêutica neozuriquiana sob essas influências pode ser expressa nas palavras de um paciente que vivenciou isso pessoalmente: “Dessa vez nenhum vestígio de atenção foi dado ao passado ou à transferência. Onde quer que eu pensava haver apreendido esta última, diziam-me tratar-se de um puro símbolo libidinal. Os ensinamentos morais eram muito bonitos e eu os seguia fielmente, mas não avancei um passo. Isso era, naturalmente, muito mais incômodo para mim do que para ele, mas como poderia evitá-lo?… Em vez de libertar-me pela análise, cada dia fazia-me novas e tremendas exigências, que tinham de ser cumpridas se se quisesse que a neurose fosse dominada - por exemplo: concentração interior através da introversão, meditação religiosa, nova vida em comum com uma mulher com amor e dedicação etc. Isso estava quase além das forças de qualquer um; visava a uma radical transformação de toda a minha natureza interna. Deixei a análise como um pobre pecador, com intensos sentimentos de arrependimento e as melhores intenções, mas ao mesmo tempo totalmente desanimado. Qualquer sacerdote teria aconselhado o que ele recomendava, mas onde iria eu encontrar forças para isso?” O paciente chegou mesmo a lembrar ter ouvido falar que a análise do passado e da transferência deveria ser compreendida primeiramente, mas lhe haviam dito que disso ele já tivera o bastante. Por certo, o tratamento subseqüente, que já não podia pretender chamar-se de psicanálise, não melhorou as coisas.

A incompatibilidade total desse novo movimento com a psicanálise também se revela na maneira de Jung encarar a repressão, que quase já não é mencionada em suas obras, na má compreensão dos sonhos - como Adler [ver em [1]], Jung confunde sonhos com pensamentos oníricos latentes, sem levar em consideração a psicologia dos sonhos - e na perda de toda a compreensão do inconsciente; em suma, em todos os pontos que devo considerar como a essência da psicanálise. Quando Jung nos diz que o complexo de incesto é meramente “simbólico”, que apesar de tudo não possui existência “real”, que afinal de contas um selvagem não sente nenhum desejo por uma mulher velha, prefere uma jovem e bonita, somos tentados a concluir que “simbólico” e “sem existência real” simplesmente significam algo que, em virtude de suas manifestações e efeitos patogênicos, é descrito pela psicanálise como “existindo inconscientemente” - descrição que elimina a contradição aparente.

Se se tiver em mente que os sonhos são algo diferente dos pensamentos oníricos latentes que eles elaboram, não há nada de surpreendente em que os pacientes sonhem com coisas com as quais suas mentes tenham estado repletas durante o tratamento, sejam elas as “tarefas da vida”, “ficar por cima” ou “por baixo”. Não há a menor dúvida de que os sonhos de pessoas em análise podem ser dirigidos, da mesma maneira que o são por estímulos produzidos com fins experimentais. Pode-se determinar uma parte do material que aparece num sonho; nada da essência ou do mecanismo dos sonhos é alterado por isso. Também não acredito que os sonhos “biográficos”, como são chamados, ocorram fora da análise.

 Os sonhos são apenas uma forma de pensar; jamais se pode alcançar uma compreensão dessa forma tomando como ponto de referência o conteúdo dos pensamentos; somente uma apreciação do trabalho dos sonhos nos levará a essa compreensão.

Não é difícil refutar com argumentos concretos as concepções errôneas de Jung sobre a psicanálise e os desvios dela. Toda análise conduzida de maneira adequada, e em particular toda análise de criança, fortalece as convicções sobre as quais se fundamenta a teoria da psicanálise, negando as reinterpretações feitas tanto pelos sistemas de Jung como de Adler.

O ponto de vista de que a representação sexual de pensamentos “mais elevados” nos sonhos e na neurose nada mais é senão uma modalidade arcaica de expressão, é, naturalmente, inconciliável com o fato de que na neurose esses complexos sexuais provam ser os portadores das quantidades de libido subtraídas à utilização na vida real. Se isso fosse apenas uma questão de “jargão” sexual, não alteraria de maneira nenhuma a economia da libido. O próprio Jung admite isso no seu Darstellung der psychoanalytischen Theorie [1913] e formula a tarefa da terapia como o desligamento das catexias libidinais desses complexos. Entranto, isso jamais pode ser realizado desviando-se o paciente delas e concitando-o a sublimar, e sim através do exame exaustivo das mesmas que as torne plena e completamente conscientes. O primeiro item de realidade com o qual o paciente deve lidar é a sua doença. Esforços no sentido de poupar-lhe essa tarefa indicam incapacidade do médico em ajudá-lo a superar suas resistências, ou então o medo que tem o médico dos resultados do seu trabalho.

Por último, pode-se dizer que com sua “modificação” da psicanálise Jung nos oferece um equivalente da famosa faca de Lichtenberg. Mudou o cabo e botou uma lâmina nova, e porque gravou nela o mesmo nome espera que seja considerada como o instrumento original.

Creio ter deixado claro que, pelo contrário, a nova teoria que visa a substituir a psicanálise significa um abandono da análise e uma deserção da mesma. Algumas pessoas podem ser inclinadas a temer que essa deserção esteja fadada a ter conseqüências mais graves para a análise do que outras, devido ao fato de ter sido iniciada por homens que desempenharam um papel tão grande no movimento e contribuíram tanto para o seu avanço. Eu não compartilho dessa apreensão.

Os homens são fortes enquanto representam uma idéia forte; se enfraquecem quando se opõem a ela. A psicanálise sobreviverá a essa perda e a compensará com a conquista de novos partidários. Para concluir, quero expressar o desejo de que a sorte proporcione um caminho de elevação muito agradável a todos aqueles que acharam a estada no submundo da psicanálise desagradável demais para o seu gosto. E possamos nós, os que ficamos, desenvolver até o fim, sem atropelos, nosso trabalho nas profundezas.

Mattanó aponta que Jung acha, por exemplo, que o complexo de Édipo não é bastante “específico” para a etiologia das neuroses, e passa a atribuir essa qualidade específica à inércia, a característica mais universal de toda matéria, animada e inanimada! Deve-se notar, a propósito, que o “complexo de Édipo” representa apenas um tópico com o qual as forças mentais do indivíduo têm de lidar, e não é, em si próprio, uma força, como a “inércia psíquica”. O estudo dos indivíduos tinha demonstrado (e sempre demonstrará) que os complexos sexuais em seu sentido original estão vivos neles. Em conseqüência disso, a investigação de indivíduos foi relegada a segundo plano [nas novas teorias] e substituída por conclusões baseadas em provas oriundas da pesquisa antropológica. Vemos aqui como se desenvolveram as críticas de Freud a respeito das teorias de Jung que diminuía a influência e o poder dos complexos sexuais sobre a vida psicológica dos seus pacientes, agregando poder a pesquisa antropológica, de modo a criar e desenvolver redes de significados e sentidos que seriam reproduzidos e reforçados pelos seus interlocutores no meio ambiente que é rico, complexo, adverso e exigente, seletivo e competitivo.

A forma assumida pela terapêutica neozuriquiana sob essas influências pode ser expressa nas palavras de um paciente que vivenciou isso pessoalmente: “Dessa vez nenhum vestígio de atenção foi dado ao passado ou à transferência. Onde quer que eu pensava haver apreendido esta última, diziam-me tratar-se de um puro símbolo libidinal. Os ensinamentos morais eram muito bonitos e eu os seguia fielmente, mas não avancei um passo. Isso era, naturalmente, muito mais incômodo para mim do que para ele, mas como poderia evitá-lo?… Em vez de libertar-me pela análise, cada dia fazia-me novas e tremendas exigências, que tinham de ser cumpridas se se quisesse que a neurose fosse dominada - por exemplo: concentração interior através da introversão, meditação religiosa, nova vida em comum com uma mulher com amor e dedicação etc. Isso estava quase além das forças de qualquer um; visava a uma radical transformação de toda a minha natureza interna. Deixei a análise como um pobre pecador, com intensos sentimentos de arrependimento e as melhores intenções, mas ao mesmo tempo totalmente desanimado. Qualquer sacerdote teria aconselhado o que ele recomendava, mas onde iria eu encontrar forças para isso?” O paciente chegou mesmo a lembrar ter ouvido falar que a análise do passado e da transferência deveria ser compreendida primeiramente, mas lhe haviam dito que disso ele já tivera o bastante. Por certo, o tratamento subseqüente, que já não podia pretender chamar-se de psicanálise, não melhorou as coisas. Vemos ainda as críticas de Freud aos argumentos e a linguagem dos neozuriquianos que reelaboravam seus conceitos, de modo a selecionar alguns e a excluir outros do seu repertório de trabalho, modificando o significado e o sentido de aplicação de conceitos como passado e transferência, de modo a gerar constrangimento em Freud que era consequência de sua resistência as novas ideias e as novas teorias criadas pelos seus ex-colaboradores.

A incompatibilidade total desse novo movimento com a psicanálise também se revela na maneira de Jung encarar a repressão, que quase já não é mencionada em suas obras, na má compreensão dos sonhos - como Adler [ver em [1]], Jung confunde sonhos com pensamentos oníricos latentes, sem levar em consideração a psicologia dos sonhos - e na perda de toda a compreensão do inconsciente; em suma, em todos os pontos que devo considerar como a essência da psicanálise. Quando Jung nos diz que o complexo de incesto é meramente “simbólico”, que apesar de tudo não possui existência “real”, que afinal de contas um selvagem não sente nenhum desejo por uma mulher velha, prefere uma jovem e bonita, somos tentados a concluir que “simbólico” e “sem existência real” simplesmente significam algo que, em virtude de suas manifestações e efeitos patogênicos, é descrito pela psicanálise como “existindo inconscientemente” - descrição que elimina a contradição aparente. Vemos como Freud mirou sua atenção para as alterações de seus ex-colaboradores que pudessem distorcer a psicanálise, mas toda teoria é uma distorção. Freud focou temas como repressão, os sonhos e o complexo do incesto para desestimular seus desertores em suas jornadas pessoais que competiam com o movimento psicanalítico.

Se se tiver em mente que os sonhos são algo diferente dos pensamentos oníricos latentes que eles elaboram, não há nada de surpreendente em que os pacientes sonhem com coisas com as quais suas mentes tenham estado repletas durante o tratamento, sejam elas as “tarefas da vida”, “ficar por cima” ou “por baixo”. Não há a menor dúvida de que os sonhos de pessoas em análise podem ser dirigidos, da mesma maneira que o são por estímulos produzidos com fins experimentais. Pode-se determinar uma parte do material que aparece num sonho; nada da essência ou do mecanismo dos sonhos é alterado por isso. Também não acredito que os sonhos “biográficos”, como são chamados, ocorram fora da análise. Vemos como Freud estudou os sonhos e definiu seus conceitos para defender suas ideias e valores, seus princípios e teorias, e como eles se manifestam e são elaborados, inclusive os sonhos manipulados para fins experimentais, como os sonhos das pessoas em análise que sonham com sua biografia.

 Os sonhos são apenas uma forma de pensar; jamais se pode alcançar uma compreensão dessa forma tomando como ponto de referência o conteúdo dos pensamentos; somente uma apreciação do trabalho dos sonhos nos levará a essa compreensão. Vemos como Freud defendia suas ideias e valores, suas teorias e formas de pensar os eventos psicológicos, sobretudo os inconscientes.

Não é difícil refutar com argumentos concretos as concepções errôneas de Jung sobre a psicanálise e os desvios dela. Toda análise conduzida de maneira adequada, e em particular toda análise de criança, fortalece as convicções sobre as quais se fundamenta a teoria da psicanálise, negando as reinterpretações feitas tanto pelos sistemas de Jung como de Adler. Vemos que Freud acreditava que a análise freudiana servia de prova para refutar as demais análises, sobretudo as dos sistemas de Jung e de Adler.

O ponto de vista de que a representação sexual de pensamentos “mais elevados” nos sonhos e na neurose nada mais é senão uma modalidade arcaica de expressão, é, naturalmente, inconciliável com o fato de que na neurose esses complexos sexuais provam ser os portadores das quantidades de libido subtraídas à utilização na vida real. Se isso fosse apenas uma questão de “jargão” sexual, não alteraria de maneira nenhuma a economia da libido. O próprio Jung admite isso no seu Darstellung der psychoanalytischen Theorie [1913] e formula a tarefa da terapia como o desligamento das catexias libidinais desses complexos. Entranto, isso jamais pode ser realizado desviando-se o paciente delas e concitando-o a sublimar, e sim através do exame exaustivo das mesmas que as torne plena e completamente conscientes. O primeiro item de realidade com o qual o paciente deve lidar é a sua doença. Esforços no sentido de poupar-lhe essa tarefa indicam incapacidade do médico em ajudá-lo a superar suas resistências, ou então o medo que tem o médico dos resultados do seu trabalho. Vemos que Freud acreditava que a terapia realizava o desligamento dos complexos através da sublimação e do exame exaustivo dos seus componentes conscientes, pois o primeiro ítem de realidade de um paciente é a sua doença, e o profissional de saúde ou psicanalista deve ajudá-lo a superar suas resistências ou o medo que esse profissional tem dos resultados do seu trabalho.

Por último, pode-se dizer que com sua “modificação” da psicanálise Jung nos oferece um equivalente da famosa faca de Lichtenberg. Mudou o cabo e botou uma lâmina nova, e porque gravou nela o mesmo nome espera que seja considerada como o instrumento original. Vemos que o sistema de Jung, segundo Freud, mudava a consciência e preservava a identidade do paciente que ja vinha gravada em seu inconsciente.

Creio ter deixado claro que, pelo contrário, a nova teoria que visa a substituir a psicanálise significa um abandono da análise e uma deserção da mesma. Algumas pessoas podem ser inclinadas a temer que essa deserção esteja fadada a ter conseqüências mais graves para a análise do que outras, devido ao fato de ter sido iniciada por homens que desempenharam um papel tão grande no movimento e contribuíram tanto para o seu avanço. Eu não compartilho dessa apreensão. Vemos que Freud repudiou extensivamente a nova teoria de Jung, como algo extremamente prejudicial a saúde, ao movimento e para a análise.

Os homens são fortes enquanto representam uma idéia forte; se enfraquecem quando se opõem a ela. A psicanálise sobreviverá a essa perda e a compensará com a conquista de novos partidários. Para concluir, quero expressar o desejo de que a sorte proporcione um caminho de elevação muito agradável a todos aqueles que acharam a estada no submundo da psicanálise desagradável demais para o seu gosto. E possamos nós, os que ficamos, desenvolver até o fim, sem atropelos, nosso trabalho nas profundezas. Vemos que Freud rompeu com seus desertores demonstrando ser a teoria deles um caminho desagradável demais, mas demonstrou interesse na conquista de novos partidários, revelando que continuará com seu trabalho até o fim, sem atropelos, indo até as profundezas, aumentando sua rede de significados e de sentidos que darão sustentabilidade a sua teoria psicanalítica, até as profundezas.

 

MATTANÓ

(05/08/2025)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SOBRE O NARCISISMO: UMA INTRODUÇÃO (1914)

 

 

NOTA DO EDITOR INGLÊS

 

ZUR EINFÜHRUNG DES NARIZSSMUS

(a)EDIÇÕES ALEMÃS:

1914 Jb. Psychoan., 6, 1-24.

1918 S.K.S.N., 4, 78-112. (1922, 2ª ed.)

1924 Leipzig, Viena e Zurique: Internationaler Psychoanalytischer Verlag. Pág. 35.

1925 G.S. 6, 155-187.

1931 Theoretische Schriften, 25-57.

1946 G.W., 10, 138-170.

(b)TRADUÇÃO INGLESA:

‘On Narcissism: an Introduction’

1925C.P., 4, 30-59. (Trad. C. M. Baines.)

 

A presente tradução inglesa baseia-se na que foi publicada em 1925.

A tradução mais literal do título deste artigo seria ‘Sobre a Introdução do Conceito de Narcisismo’. Freud já vinha empregando o termo há muitos anos. Sabemos por Ernest Jones (1955, 388) que numa reunião da Sociedade Psicanalítica de Viena, a 10 de novembro de 1909, Freud havia declarado que o narcisismo era uma fase intermediária necessária entre o auto-erotismo e o amor objetal. Mais ou menos na mesma época, ele preparava a segunda edição dos Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905d) para o prelo (o prefácio traz a data de ‘dezembro de 1909’), e parece provável que a primeira menção pública do novo termo se encontra numa nota de rodapé acrescentada àquela edição (Edição Standard Brasileira, Vol. VII, pág. 144-5 n, IMAGO Editora, 1972), presumindo-se, vale dizer, que a nova edição tenha aparecido no início de 1910, pois no fim de maio do mesmo ano apareceu o livro de Freud sobre Leonardo (1910c), no qual se faz referência consideravelmente mais extensa ao narcisismo (Edição Standard Brasileira, Vol. XI, pág. 92, IMAGO Editora, 1970). Um artigo de Rank sobre o assunto, mencionado por Freud no início do presente estudo, foi publicado em 1911, e outras referências do próprio Freud logo se seguiram: por exemplo, na Seção III da análise de Schreber (1911c) e em Totem e Tabu (1912-13), Edição Standard Brasileira, Vol. XIII, págs. 111-13, IMAGO Editora, 1974.

A idéia de escrever o presente artigo surgiu nas cartas de Freud pela primeira vez em junho de 1913, tendo ele concluído uma primeira minuta do mesmo no correr de umas férias que passara em Roma na terceira semana de setembro do mesmo ano. Somente no fim de fevereiro de 1914 é que foi começada a versão final, concluída um mês depois.

Trata-se de um dos mais importantes trabalhos de Freud, podendo ser considerado como um dos fatores centrais na evolução de seus conceitos. Resume suas primeiras discussões sobre o tema do narcisismo e considera o lugar ocupado pelo narcisismo no desenvolvimento sexual, indo, porém, além disso, pois penetra nos problemas mais profundos das relações entre o ego e os objetos externos, traçando a nova distinção entre ‘libido do ego’ e ‘libido objetal’. Outrossim - e talvez seja este o ponto mais importante -, introduz os conceitos do ‘ideal do ego’ e do agente auto-observador a ele relacionado, que constituíram a base do que, finalmente, veio a ser descrito como o ‘superego’ em The Ego and the Id (1923b). E, além disso tudo, em duas passagens do artigo - no final da primeira seção e no início da terceira - aborda as controvérsias com Adler e Jung, que foram o principal tema da ‘História do Movimento Psicanalítico’, escrita mais ou menos simultaneamente ao presente trabalho durante os primeiros meses de 1914. Na realidade, um dos motivos de Freud para escrever esse artigo foi, sem dúvida, demonstrar que o conceito de narcisismo oferece uma alternativa à ‘libido’ não-sexual de Jung e ao ‘protesto masculino’ de Adler.

Estes estão longe de ser os únicos tópicos levantados no artigo, e por isso mesmo não causa surpresa sua aparência inusitada de ser supercondensado - sua estrutura prestes a estourar pela quantidade de material que contém. O próprio Freud parece ter sentido algo semelhante. Conta-nos Ernest Jones (1955-340) que ‘ele ficou muito insatisfeito com o resultado’ e escreveu a Abraham: ‘O “Narcisismo” teve um parto difícil e traz todas as marcas de uma deformação correspondente’.

Por mais que isso possa ser assim, o artigo exige e recompensa um estudo prolongado, tendo sido o ponto de partida de muitas linhas de raciocínio ulteriores. Algumas destas, por exemplo, foram desenvolvidas em ‘Luto e Melancolia’ (1917e [1915]), pág. 249 mais adiante, e nos Capítulos VIII e XI de Group Psychology (1921c). O tema do narcisismo, pode-se acrescentar, ocupa a maior parte da Conferência XXVI das Introductory Lectures (1916-17). O ulterior desenvolvimento dos novos conceitos sobre a estrutura da mente, que já começam a se tornar evidentes no presente artigo, levou Freud a reavaliar algumas das afirmações feitas aqui, mormente no tocante ao funcionamento do ego. Nesse sentido, deve-se ressaltar que o significado que Freud atribuiu a ‘das Ich‘ (quase invariavelmente traduzido por o ‘ego’ nesta edição) passou por gradativas modificações. De início, ele empregou a expressão sem grande precisão, tal como poderíamos falar de ‘o eu’; mas em seus últimos escritos deu-lhe um significado muito mais definido e restrito. O presente artigo ocupa um ponto de transição nesse desenvolvimento. O tópico, em sua totalidade, é examinado mais amplamente na Introdução do Editor Inglês a The Ego and the Id (1923b).

Trechos da tradução desse artigo publicados em 1925 foram incluídos em A General Selection from the Works of Sigmund Freud, de Rickman (1937, 118-41).

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que numa reunião da Sociedade Psicanalítica de Viena, a 10 de novembro de 1909, Freud havia declarado que o narcisismo era uma fase intermediária necessária entre o auto-erotismo e o amor objetal. Mais ou menos na mesma época, ele preparava a segunda edição dos Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905d) para o prelo (o prefácio traz a data de ‘dezembro de 1909’), e parece provável que a primeira menção pública do novo termo se encontra numa nota de rodapé acrescentada àquela edição (Edição Standard Brasileira, Vol. VII, pág. 144-5 n, IMAGO Editora, 1972), presumindo-se, vale dizer, que a nova edição tenha aparecido no início de 1910, pois no fim de maio do mesmo ano apareceu o livro de Freud sobre Leonardo (1910c), no qual se faz referência consideravelmente mais extensa ao narcisismo (Edição Standard Brasileira, Vol. XI, pág. 92, IMAGO Editora, 1970). Um artigo de Rank sobre o assunto, mencionado por Freud no início do presente estudo, foi publicado em 1911, e outras referências do próprio Freud logo se seguiram: por exemplo, na Seção III da análise de Schreber (1911c) e em Totem e Tabu (1912-13), Edição Standard Brasileira, Vol. XIII, págs. 111-13, IMAGO Editora, 1974.

A idéia de escrever o presente artigo surgiu nas cartas de Freud pela primeira vez em junho de 1913, tendo ele concluído uma primeira minuta do mesmo no correr de umas férias que passara em Roma na terceira semana de setembro do mesmo ano. Somente no fim de fevereiro de 1914 é que foi começada a versão final, concluída um mês depois.

Trata-se de um dos mais importantes trabalhos de Freud, podendo ser considerado como um dos fatores centrais na evolução de seus conceitos. Resume suas primeiras discussões sobre o tema do narcisismo e considera o lugar ocupado pelo narcisismo no desenvolvimento sexual, indo, porém, além disso, pois penetra nos problemas mais profundos das relações entre o ego e os objetos externos, traçando a nova distinção entre ‘libido do ego’ e ‘libido objetal’. Outrossim - e talvez seja este o ponto mais importante -, introduz os conceitos do ‘ideal do ego’ e do agente auto-observador a ele relacionado, que constituíram a base do que, finalmente, veio a ser descrito como o ‘superego’ em The Ego and the Id (1923b). E, além disso tudo, em duas passagens do artigo - no final da primeira seção e no início da terceira - aborda as controvérsias com Adler e Jung, que foram o principal tema da ‘História do Movimento Psicanalítico’, escrita mais ou menos simultaneamente ao presente trabalho durante os primeiros meses de 1914. Na realidade, um dos motivos de Freud para escrever esse artigo foi, sem dúvida, demonstrar que o conceito de narcisismo oferece uma alternativa à ‘libido’ não-sexual de Jung e ao ‘protesto masculino’ de Adler.

Estes estão longe de ser os únicos tópicos levantados no artigo, e por isso mesmo não causa surpresa sua aparência inusitada de ser supercondensado - sua estrutura prestes a estourar pela quantidade de material que contém.

Por mais que isso possa ser assim, o artigo exige e recompensa um estudo prolongado, tendo sido o ponto de partida de muitas linhas de raciocínio ulteriores. Algumas destas, por exemplo, foram desenvolvidas em ‘Luto e Melancolia’ (1917e [1915]), pág. 249 mais adiante, e nos Capítulos VIII e XI de Group Psychology (1921c). O tema do narcisismo, pode-se acrescentar, ocupa a maior parte da Conferência XXVI das Introductory Lectures (1916-17). O ulterior desenvolvimento dos novos conceitos sobre a estrutura da mente, que já começam a se tornar evidentes no presente artigo, levou Freud a reavaliar algumas das afirmações feitas aqui, mormente no tocante ao funcionamento do ego. Nesse sentido, deve-se ressaltar que o significado que Freud atribuiu a ‘das Ich‘ (quase invariavelmente traduzido por o ‘ego’ nesta edição) passou por gradativas modificações. De início, ele empregou a expressão sem grande precisão, tal como poderíamos falar de ‘o eu’; mas em seus últimos escritos deu-lhe um significado muito mais definido e restrito. O presente artigo ocupa um ponto de transição nesse desenvolvimento. O tópico, em sua totalidade, é examinado mais amplamente na Introdução do Editor Inglês a The Ego and the Id (1923b).

Trechos da tradução desse artigo publicados em 1925 foram incluídos em A General Selection from the Works of Sigmund Freud, de Rickman (1937, 118-41).

Mattanó aponta que numa reunião da Sociedade Psicanalítica de Viena, a 10 de novembro de 1909, Freud havia declarado que o narcisismo era uma fase intermediária necessária entre o auto-erotismo e o amor objetal. Mais ou menos na mesma época, ele preparava a segunda edição dos Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade (1905d) para o prelo (o prefácio traz a data de ‘dezembro de 1909’), e parece provável que a primeira menção pública do novo termo se encontra numa nota de rodapé acrescentada àquela edição (Edição Standard Brasileira, Vol. VII, pág. 144-5 n, IMAGO Editora, 1972), presumindo-se, vale dizer, que a nova edição tenha aparecido no início de 1910, pois no fim de maio do mesmo ano apareceu o livro de Freud sobre Leonardo (1910c), no qual se faz referência consideravelmente mais extensa ao narcisismo (Edição Standard Brasileira, Vol. XI, pág. 92, IMAGO Editora, 1970). Um artigo de Rank sobre o assunto, mencionado por Freud no início do presente estudo, foi publicado em 1911, e outras referências do próprio Freud logo se seguiram: por exemplo, na Seção III da análise de Schreber (1911c) e em Totem e Tabu (1912-13), Edição Standard Brasileira, Vol. XIII, págs. 111-13, IMAGO Editora, 1974. Vemos aqui como a ideia sobre o narcisismo surgiu e se manifestou em Freud, contribuindo para seu movimento psicanalítico, para suas teorias e trabalho prático, que adquiriram novos significados e novos sentidos a partir desse novo conceito, o conceito de narcisismo.

A idéia de escrever o presente artigo surgiu nas cartas de Freud pela primeira vez em junho de 1913, tendo ele concluído uma primeira minuta do mesmo no correr de umas férias que passara em Roma na terceira semana de setembro do mesmo ano. Somente no fim de fevereiro de 1914 é que foi começada a versão final, concluída um mês depois. Vemos como se desenrolou o conceito de narcisismo, o seu conteúdo, os seus significados e sentidos que foram sendo desenvolvidos na medida em que Freud realizava suas descobertas e pesquisas, seus estudos nesta área.

Trata-se de um dos mais importantes trabalhos de Freud, podendo ser considerado como um dos fatores centrais na evolução de seus conceitos. Resume suas primeiras discussões sobre o tema do narcisismo e considera o lugar ocupado pelo narcisismo no desenvolvimento sexual, indo, porém, além disso, pois penetra nos problemas mais profundos das relações entre o ego e os objetos externos, traçando a nova distinção entre ‘libido do ego’ e ‘libido objetal’. Outrossim - e talvez seja este o ponto mais importante -, introduz os conceitos do ‘ideal do ego’ e do agente auto-observador a ele relacionado, que constituíram a base do que, finalmente, veio a ser descrito como o ‘superego’ em The Ego and the Id (1923b). E, além disso tudo, em duas passagens do artigo - no final da primeira seção e no início da terceira - aborda as controvérsias com Adler e Jung, que foram o principal tema da ‘História do Movimento Psicanalítico’, escrita mais ou menos simultaneamente ao presente trabalho durante os primeiros meses de 1914. Na realidade, um dos motivos de Freud para escrever esse artigo foi, sem dúvida, demonstrar que o conceito de narcisismo oferece uma alternativa à ‘libido’ não-sexual de Jung e ao ‘protesto masculino’ de Adler. Vemos que o conceito de narcisismo de Freud ofereceu a ele uma alternativa à libido não-sexual de Jung e ao ¨protesto masculino¨ de Adler que eram uma controvérsia ao movimento psicanalítico, pois explica os problemas mais profundos das relações entre o ego e os objetos externos, traçando uma nova distinção entre ¨libido de ego¨ e ¨libido objetal¨.

Estes estão longe de ser os únicos tópicos levantados no artigo, e por isso mesmo não causa surpresa sua aparência inusitada de ser supercondensado - sua estrutura prestes a estourar pela quantidade de material que contém. Vemos que essa estrutura é supercondensada devido a quantidade de material que contém, material sensório-motor e dos repertórios comportamentais básicos como imitação, atenção, discriminação e controle.

Por mais que isso possa ser assim, o artigo exige e recompensa um estudo prolongado, tendo sido o ponto de partida de muitas linhas de raciocínio ulteriores. Algumas destas, por exemplo, foram desenvolvidas em ‘Luto e Melancolia’ (1917e [1915]), pág. 249 mais adiante, e nos Capítulos VIII e XI de Group Psychology (1921c). O tema do narcisismo, pode-se acrescentar, ocupa a maior parte da Conferência XXVI das Introductory Lectures (1916-17). O ulterior desenvolvimento dos novos conceitos sobre a estrutura da mente, que já começam a se tornar evidentes no presente artigo, levou Freud a reavaliar algumas das afirmações feitas aqui, mormente no tocante ao funcionamento do ego. Nesse sentido, deve-se ressaltar que o significado que Freud atribuiu a ‘das Ich‘ (quase invariavelmente traduzido por o ‘ego’ nesta edição) passou por gradativas modificações. De início, ele empregou a expressão sem grande precisão, tal como poderíamos falar de ‘o eu’; mas em seus últimos escritos deu-lhe um significado muito mais definido e restrito. O presente artigo ocupa um ponto de transição nesse desenvolvimento. O tópico, em sua totalidade, é examinado mais amplamente na Introdução do Editor Inglês a The Ego and the Id (1923b). Vemos aqui como se desenvolveu a ideia de ego na teoria de Freud e o quanto ela foi relevante em sua obra durante seu trabalho.

Trechos da tradução desse artigo publicados em 1925 foram incluídos em A General Selection from the Works of Sigmund Freud, de Rickman (1937, 118-41). Vemos aqui um pouco mais sobre a tradução desse artigo publicados em outros trabalhos, indicando a influência, importância e relevância dos trabalhos de Sigmund Freud que geravam e aumentavam os significados e os sentidos que mantinham sua obra no cenário médico, científico e cultural, e psicanalítico.

 

MATTANÓ
(06/08/2025)

 

 

 

 

 

 

 

 

SOBRE O NARCISISMO: UMA INTRODUÇÃO

 

                                                I

O termo narcisismo deriva da descrição clínica e foi escolhido por Paul Näcke em 1899 para denotar a atitude de uma pessoa que trata seu próprio corpo da mesma forma pela qual o corpo de um objeto sexual é comumente tratado - que o contempla, vale dizer, o afaga e o acaricia até obter satisfação completa através dessas atividades. Desenvolvido até esse grau, o narcisismo passa a significar uma perversão que absorveu a totalidade da vida sexual do indivíduo, exibindo, conseqüentemente, as características que esperamos encontrar no estudo de todas as perversões.

Observadores psicanalíticos foram subseqüentemente surpreendidos pelo fato de que aspectos individuais da atitude narcisista são encontrados em muitas pessoas que sofrem de outras perturbações - por exemplo, conforme Sadger ressaltou, em homossexuais -, e finalmente afigurou-se provável que uma localização da libido que merecesse ser descrita como narcisismo talvez estivesse presente em muito maior extensão, podendo mesmo reivindicar um lugar no curso regular do desenvolvimento sexual humano. Dificuldades do trabalho psicanalítico em neuróticos conduziram à mesma suposição, pois parecia que, neles, essa espécie de atitude narcisista constituía um dos limites à sua susceptibilidade à influência. O narcisismo nesse sentido não seria uma perversão, mas o complemento libidinal do egoísmo do instinto de autopreservação, que, em certa medida, pode justificavelmente ser atribuído a toda criatura viva.

Um motivo premente para nos ocuparmos com a concepção de um narcisismo primário e normal surgiu quando se fez a tentativa de incluir o que conhecemos da demência precoce (Kraepelin) ou da esquizofrenia (Bleuler) na hipótese da teoria da libido. Esse tipo de pacientes, que eu propus fossem denominados de parafrênicos, exibem duas características fundamentais: megalomania e desvios de seu interesse do mundo externo - de pessoas e coisas. Em conseqüência da segunda modificação, tornam-se inacessíveis à influência da psicanálise e não podem ser curados por nossos esforços. Mas o afastamento do parafrênico do mundo externo necessita ser mais precisamente caracterizado. Um paciente que sofre de histeria ou de neurose obsessiva, enquanto sua doença persiste, também desiste de sua relação com a realidade. Mas a análise demonstra que ele de modo algum corta suas relações eróticas com as pessoas e as coisas. Ainda as retém na fantasia, isto é, ele substitui, por um lado, os objetos imaginários de sua memória por objetos reais, ou mistura os primeiros com os segundos, e, por outro, renuncia à iniciação das atividades motoras para a obtenção de seus objetivos relacionados àqueles objetos. Essa é a única condição da libido a que podemos legitimamente aplicar o termo ‘introversão’ da libido, empregado por Jung indiscriminadamente. Com o parafrênico a situação é diferente. Ele parece realmente ter retirado sua libido de pessoas e coisas do mundo externo, sem substituí-las por outras na fantasia. Quando realmente as substitui, o processo parece ser secundário e constituir parte de uma tentativa de recuperação, destinada a conduzir a libido de volta a objetos.

Surge a questão: Que acontece à libido que foi afastada dos objetos externos na esquizofrenia? A megalomania característica desses estados aponta o caminho. Essa megalomania, sem dúvida, surge a expensas da libido objetal. A libido afastada do mundo externo é dirigida para o ego e assim dá margem a uma atitude que pode ser denominada de narcisismo. Mas a própria megalomania não constitui uma criação nova; pelo contrário, é, como sabemos, ampliação e manifestação mais clara de uma condição que já existia previamente. Isso nos leva a considerar o narcisismo que surge através da indução de catexias objetais como sendo secundário, superposto a um narcisismo primário que é obscurecido por diversas influências diferentes.

Desejo ressaltar que não me proponho aqui explicar ou penetrar ainda mais no problema da esquizofrenia, limitando-me meramente a reunir o que já foi dito em outras ocasiões, a fim de justificar a introdução do conceito de narcisismo.

Essa extensão da teoria da libido - em minha opinião, legítima - recebe reforço de um terceiro setor, a saber, de nossas observações e conceitos sobre a vida mental das crianças e dos povos primitivos. Nos segundos, encontramos características que, se ocorressem isoladamente, poderiam ser atribuídas à megalomania: uma superestima do poder de seus desejos e atos mentais, a ‘onipotência de pensamentos’, uma crença na força taumatúrgica das palavras, e uma técnica para lidar com o mundo externo - ‘mágica’ - que parece ser uma aplicação lógica dessas premissas grandiosas. Nas crianças de hoje, cujo desenvolvimento é muito mais obscuro para nós, esperamos encontrar uma atitude exatamente análoga em relação ao mundo externo. Assim, formamos a idéia de que há uma catexia libidinal original do ego, parte da qual é posteriormente transmitida a objetos, mas que fundamentalmente persiste e está relacionada com as catexias objetais, assim como o corpo de uma ameba está relacionado com os pseudópodes que produz. Em nossas pesquisas, tomando, como se tomou, os sintomas neuróticos como ponto de partida, essa parte da localização da libido permaneceu necessariamente oculta para nós no início. Tudo que observamos foram emanações dessa libido - as catexias objetais, que podem ser transmitidas e retiradas novamente. Também vemos, em linhas gerais, um antítese entre a libido do ego e a libido objetal. Quanto mais uma é empregada, mais a outra se esvazia. A libido objetal atinge sua fase mais elevada de desenvolvimento no caso de uma pessoa apaixonada, quando o indivíduo parece desistir de sua própria personalidade em favor de uma catexia objetal, ao passo que temos a condição oposta na fantasia do paranóico (ou autopercepção) do ‘fim do mundo’. Finalmente, no tocante à diferenciação das energias psíquicas, somos levados à conclusão de que, para começar, durante o estado de narcisismo, elas existem em conjunto, sendo nossa análise demasiadamente tosca para estabelecer uma distinção entre elas. Somente quando há catexia objetal é que é possível discriminar uma energia sexual - a libido - de uma energia dos instintos do ego.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que o termo narcisismo deriva da descrição clínica e foi escolhido por Paul Näcke em 1899 para denotar a atitude de uma pessoa que trata seu próprio corpo da mesma forma pela qual o corpo de um objeto sexual é comumente tratado - que o contempla, vale dizer, o afaga e o acaricia até obter satisfação completa através dessas atividades. Desenvolvido até esse grau, o narcisismo passa a significar uma perversão que absorveu a totalidade da vida sexual do indivíduo, exibindo, conseqüentemente, as características que esperamos encontrar no estudo de todas as perversões.

Observadores psicanalíticos foram subseqüentemente surpreendidos pelo fato de que aspectos individuais da atitude narcisista são encontrados em muitas pessoas que sofrem de outras perturbações - por exemplo, conforme Sadger ressaltou, em homossexuais -, e finalmente afigurou-se provável que uma localização da libido que merecesse ser descrita como narcisismo talvez estivesse presente em muito maior extensão, podendo mesmo reivindicar um lugar no curso regular do desenvolvimento sexual humano. Dificuldades do trabalho psicanalítico em neuróticos conduziram à mesma suposição, pois parecia que, neles, essa espécie de atitude narcisista constituía um dos limites à sua susceptibilidade à influência. O narcisismo nesse sentido não seria uma perversão, mas o complemento libidinal do egoísmo do instinto de autopreservação, que, em certa medida, pode justificavelmente ser atribuído a toda criatura viva.

Um motivo premente para nos ocuparmos com a concepção de um narcisismo primário e normal surgiu quando se fez a tentativa de incluir o que conhecemos da demência precoce (Kraepelin) ou da esquizofrenia (Bleuler) na hipótese da teoria da libido. Esse tipo de pacientes, que eu propus fossem denominados de parafrênicos, exibem duas características fundamentais: megalomania e desvios de seu interesse do mundo externo - de pessoas e coisas. Em conseqüência da segunda modificação, tornam-se inacessíveis à influência da psicanálise e não podem ser curados por nossos esforços. Mas o afastamento do parafrênico do mundo externo necessita ser mais precisamente caracterizado. Um paciente que sofre de histeria ou de neurose obsessiva, enquanto sua doença persiste, também desiste de sua relação com a realidade. Mas a análise demonstra que ele de modo algum corta suas relações eróticas com as pessoas e as coisas. Ainda as retém na fantasia, isto é, ele substitui, por um lado, os objetos imaginários de sua memória por objetos reais, ou mistura os primeiros com os segundos, e, por outro, renuncia à iniciação das atividades motoras para a obtenção de seus objetivos relacionados àqueles objetos. Essa é a única condição da libido a que podemos legitimamente aplicar o termo ‘introversão’ da libido, empregado por Jung indiscriminadamente. Com o parafrênico a situação é diferente. Ele parece realmente ter retirado sua libido de pessoas e coisas do mundo externo, sem substituí-las por outras na fantasia. Quando realmente as substitui, o processo parece ser secundário e constituir parte de uma tentativa de recuperação, destinada a conduzir a libido de volta a objetos.

Surge a questão: Que acontece à libido que foi afastada dos objetos externos na esquizofrenia? A megalomania característica desses estados aponta o caminho. Essa megalomania, sem dúvida, surge a expensas da libido objetal. A libido afastada do mundo externo é dirigida para o ego e assim dá margem a uma atitude que pode ser denominada de narcisismo. Mas a própria megalomania não constitui uma criação nova; pelo contrário, é, como sabemos, ampliação e manifestação mais clara de uma condição que já existia previamente. Isso nos leva a considerar o narcisismo que surge através da indução de catexias objetais como sendo secundário, superposto a um narcisismo primário que é obscurecido por diversas influências diferentes.

Essa extensão da teoria da libido - em minha opinião, legítima - recebe reforço de um terceiro setor, a saber, de nossas observações e conceitos sobre a vida mental das crianças e dos povos primitivos. Nos segundos, encontramos características que, se ocorressem isoladamente, poderiam ser atribuídas à megalomania: uma superestima do poder de seus desejos e atos mentais, a ‘onipotência de pensamentos’, uma crença na força taumatúrgica das palavras, e uma técnica para lidar com o mundo externo - ‘mágica’ - que parece ser uma aplicação lógica dessas premissas grandiosas. Nas crianças de hoje, cujo desenvolvimento é muito mais obscuro para nós, esperamos encontrar uma atitude exatamente análoga em relação ao mundo externo. Assim, formamos a idéia de que há uma catexia libidinal original do ego, parte da qual é posteriormente transmitida a objetos, mas que fundamentalmente persiste e está relacionada com as catexias objetais, assim como o corpo de uma ameba está relacionado com os pseudópodes que produz. Também vemos, em linhas gerais, um antítese entre a libido do ego e a libido objetal. Quanto mais uma é empregada, mais a outra se esvazia. A libido objetal atinge sua fase mais elevada de desenvolvimento no caso de uma pessoa apaixonada, quando o indivíduo parece desistir de sua própria personalidade em favor de uma catexia objetal, ao passo que temos a condição oposta na fantasia do paranóico (ou autopercepção) do ‘fim do mundo’. Finalmente, no tocante à diferenciação das energias psíquicas, somos levados à conclusão de que, para começar, durante o estado de narcisismo, elas existem em conjunto, sendo nossa análise demasiadamente tosca para estabelecer uma distinção entre elas. Somente quando há catexia objetal é que é possível discriminar uma energia sexual - a libido - de uma energia dos instintos do ego.

Mattanó aponta que o termo narcisismo deriva da descrição clínica e foi escolhido por Paul Näcke em 1899 para denotar a atitude de uma pessoa que trata seu próprio corpo da mesma forma pela qual o corpo de um objeto sexual é comumente tratado - que o contempla, vale dizer, o afaga e o acaricia até obter satisfação completa através dessas atividades. Desenvolvido até esse grau, o narcisismo passa a significar uma perversão que absorveu a totalidade da vida sexual do indivíduo, exibindo, conseqüentemente, as características que esperamos encontrar no estudo de todas as perversões. Vemos que o narcisismo exibe o estudo das perversões, onde o indivíduo desenvolve pelo seu corpo contemplação, afago e carícias, uma forma de satisfação, porém comportamental e cognitiva, pois o indivíduo, enquanto menor de 14 anos de idade ainda não possui malícia, transformando o seu objeto sexual em objeto cognitivo-comportamental, mediado pelo prazer sensório-motor e depois pelo prazer pré-operacional que enriquecem o repertório comportamental da criança na medida em que ela cresce e se desenvolve, amadurece, por meio da atenção, da discriminação, do controle e da imitação comportamental, desenvolvendo sua consciência, cultura, conhecimento e realidade.

Observadores psicanalíticos foram subseqüentemente surpreendidos pelo fato de que aspectos individuais da atitude narcisista são encontrados em muitas pessoas que sofrem de outras perturbações - por exemplo, conforme Sadger ressaltou, em homossexuais -, e finalmente afigurou-se provável que uma localização da libido que merecesse ser descrita como narcisismo talvez estivesse presente em muito maior extensão, podendo mesmo reivindicar um lugar no curso regular do desenvolvimento sexual humano. Dificuldades do trabalho psicanalítico em neuróticos conduziram à mesma suposição, pois parecia que, neles, essa espécie de atitude narcisista constituía um dos limites à sua susceptibilidade à influência. O narcisismo nesse sentido não seria uma perversão, mas o complemento libidinal do egoísmo do instinto de autopreservação, que, em certa medida, pode justificavelmente ser atribuído a toda criatura viva. Vemos que o narcisismo faz parte do desenvolvimento sexual humano, porém devemos renomeá-lo de desenvolvimento cognitivo-comportamental, pois o indivíduo menor de 14 anos não possui sexualidade, mesmo possuindo uma libido primária ou sexualidade primária definida pela ocitocina que surge antes dos 14 anos de idade nas crianças. Por ser liberada durante o contato físico, como abraços e carícias, a ocitocina é importante para a formação de relacionamentos e da sensação de carinho. Ao alcançar o organismo, ela promove sentimentos de confiança, empatia e bem-estar. Assim, é a partir desta associação que o cérebro fortalece os vínculos sociais. Além disso, o hormônio do amor é responsável pelas contrações que antecedem o parto e também pelo estímulo à produção de leite materno. Ainda, estudos descobriram que a ocitocina é uma grande aliada da saúde mental porque ela diminui os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, e promove uma sensação de calma e relaxamento. Por seus efeitos, é importante para a redução da ansiedade e melhorar a qualidade de vida. A liberação da ocitocina fica ainda mais evidente nas mulheres durante a gravidez, o parto e a amamentação. Alguns processos em que ela influencia são:

Preparação do parto: o neurotransmissor ajuda a sensibilizar o útero às contrações e a torná-lo mais flexível. Além disso, age junto com outros hormônios, como a progesterona e o estrogênio, para garantir o equilíbrio de todas essas substâncias;

Vínculo materno: pelos sentimentos que desperta, ajuda a gestante a criar uma antecipação positiva em relação ao bebê;

Amamentação: é nesse momento em que a conexão entre mãe e filho se fortalece. Da mesma forma, o ato de amamentar faz com que o corpo da mulher libere ocitocina, o que influencia no bem-estar de ambos.

Para os homens, o efeito da ocitocina é similar ao das mulheres, com uma diferença mais notável em relação à sua função no comportamento e hábitos sexuais:

Vida sexual: o hormônio do amor é liberado durante o orgasmo e tem conexão direta com a sensação de prazer e satisfação. Além disso, pode facilitar a ejaculação e aumentar a sensibilidade durante o ato sexual;

Comportamento: o neurotransmissor influencia o comportamento social masculino, pois promove a cooperação, a generosidade e a redução da agressividade;

Regulação da testosterona: a ocitocina pode interagir com a testosterona, o que influencia na expressão de ações sociais e sexuais. Nesses casos, os homens têm um comportamento mais gentil e afetuoso.

Portanto, em linhas gerais, a principal função da ocitocina é influenciar na sensação de prazer e felicidade que acompanha as relações interpessoais. Apesar disso, ela pode influenciar mulheres e homens de formas diferentes, por motivos biológicos.

Para liberar a ocitocina, é preciso de um estímulo físico ou emocional. Alguns dos principais incentivos para esse hormônio ser liberado no corpo são:

Contato físico;

Experiências positivas;

Relações sexuais;

Parto;

Amamentação.

Existem algumas maneiras de colaborar com a produção da ocitocina no corpo. A indicação é praticar atividades que tragam prazer a você, como esportes, meditação e tempo em contato com a natureza.

Um motivo premente para nos ocuparmos com a concepção de um narcisismo primário e normal surgiu quando se fez a tentativa de incluir o que conhecemos da demência precoce (Kraepelin) ou da esquizofrenia (Bleuler) na hipótese da teoria da libido. Esse tipo de pacientes, que eu propus fossem denominados de parafrênicos, exibem duas características fundamentais: megalomania e desvios de seu interesse do mundo externo - de pessoas e coisas. Em conseqüência da segunda modificação, tornam-se inacessíveis à influência da psicanálise e não podem ser curados por nossos esforços. Mas o afastamento do parafrênico do mundo externo necessita ser mais precisamente caracterizado. Um paciente que sofre de histeria ou de neurose obsessiva, enquanto sua doença persiste, também desiste de sua relação com a realidade. Mas a análise demonstra que ele de modo algum corta suas relações eróticas com as pessoas e as coisas. Ainda as retém na fantasia, isto é, ele substitui, por um lado, os objetos imaginários de sua memória por objetos reais, ou mistura os primeiros com os segundos, e, por outro, renuncia à iniciação das atividades motoras para a obtenção de seus objetivos relacionados àqueles objetos. Essa é a única condição da libido a que podemos legitimamente aplicar o termo ‘introversão’ da libido, empregado por Jung indiscriminadamente. Com o parafrênico a situação é diferente. Ele parece realmente ter retirado sua libido de pessoas e coisas do mundo externo, sem substituí-las por outras na fantasia. Quando realmente as substitui, o processo parece ser secundário e constituir parte de uma tentativa de recuperação, destinada a conduzir a libido de volta a objetos. Vemos que o narcisismo pode ser entendido como primário quando focamos a esquizofrenia na teoria da libido, pois se tornam megalomaníacos e desviam o seu interesse do mundo externo, de pessoas e de coisas, devido a isto a psicanálise se torna inutilizável com esses pacientes, pois o esquizofrênico retira sua libido das coisas e das pessoas do mundo externo, sem substituí-las por outras na fantasia, ou seja, fica completamente fora da realidade, e quando as substitui em sua fantasia, destina de volta a sua libido para os objetos. Aqui a fantasia é a consequência da resposta do paciente para os seus estímulos, sejam eles pessoas ou coisas do mundo externo, de modo que se geram e se estruturam redes de significados e sentidos que vão substituindo a realidade pela loucura na vida psíquica e comportamental desse indivíduo.

Surge a questão: Que acontece à libido que foi afastada dos objetos externos na esquizofrenia? A megalomania característica desses estados aponta o caminho. Essa megalomania, sem dúvida, surge a expensas da libido objetal. A libido afastada do mundo externo é dirigida para o ego e assim dá margem a uma atitude que pode ser denominada de narcisismo. Mas a própria megalomania não constitui uma criação nova; pelo contrário, é, como sabemos, ampliação e manifestação mais clara de uma condição que já existia previamente. Isso nos leva a considerar o narcisismo que surge através da indução de catexias objetais como sendo secundário, superposto a um narcisismo primário que é obscurecido por diversas influências diferentes. Vemos que  a megalomania surge devido o trabalho da libido objetal. A libido afastada do mundo externo é dirigida para o ego e surge o narcisismo secundário, superposto a um narcisismo primário que é obscurecido no inconsciente por diversas influências como crescimento, desenvolvimento e amadurecimento que geram significados e sentidos.

Essa extensão da teoria da libido - em minha opinião, legítima - recebe reforço de um terceiro setor, a saber, de nossas observações e conceitos sobre a vida mental das crianças e dos povos primitivos. Nos segundos, encontramos características que, se ocorressem isoladamente, poderiam ser atribuídas à megalomania: uma superestima do poder de seus desejos e atos mentais, a ‘onipotência de pensamentos’, uma crença na força taumatúrgica das palavras, e uma técnica para lidar com o mundo externo - ‘mágica’ - que parece ser uma aplicação lógica dessas premissas grandiosas. Nas crianças de hoje, cujo desenvolvimento é muito mais obscuro para nós, esperamos encontrar uma atitude exatamente análoga em relação ao mundo externo. Assim, formamos a idéia de que há uma catexia libidinal original do ego, parte da qual é posteriormente transmitida a objetos, mas que fundamentalmente persiste e está relacionada com as catexias objetais, assim como o corpo de uma ameba está relacionado com os pseudópodes que produz. Também vemos, em linhas gerais, um antítese entre a libido do ego e a libido objetal. Quanto mais uma é empregada, mais a outra se esvazia. A libido objetal atinge sua fase mais elevada de desenvolvimento no caso de uma pessoa apaixonada, quando o indivíduo parece desistir de sua própria personalidade em favor de uma catexia objetal, ao passo que temos a condição oposta na fantasia do paranóico (ou autopercepção) do ‘fim do mundo’. Finalmente, no tocante à diferenciação das energias psíquicas, somos levados à conclusão de que, para começar, durante o estado de narcisismo, elas existem em conjunto, sendo nossa análise demasiadamente tosca para estabelecer uma distinção entre elas. Somente quando há catexia objetal é que é possível discriminar uma energia sexual - a libido - de uma energia dos instintos do ego. Vemos que a teoria da libido recebe reforço de um terceiro setor, a saber, de nossas observações e conceitos sobre a vida mental das crianças e dos povos primitivos. Nos segundos, encontramos características que, se ocorressem isoladamente, poderiam ser atribuídas à megalomania: uma superestima do poder de seus desejos e atos mentais, a ‘onipotência de pensamentos’, uma crença na força taumatúrgica das palavras, e uma técnica para lidar com o mundo externo - ‘mágica’ - que parece ser uma aplicação lógica dessas premissas grandiosas. Nas crianças de hoje, cujo desenvolvimento é mais claro pois temos o movimento cognitivo-comportamental que defende o desenvolvimento cognitivo e o comportamental e temos a psicanálise de Mattanó que defende a libido, a comunhão e a segurança como divisões de uma energia vital que leva o Homo Sapiens a sua Trajetória Evolutiva, Seletiva e Competitiva. Assim, formamos a idéia de que há uma catexia libidinal original do ego, parte da qual é posteriormente transmitida a objetos, mas que fundamentalmente persiste e está relacionada com as catexias objetais, assim como o corpo de uma ameba está relacionado com os pseudópodes que produz. Vemos que a catexia libidinal se estende a de comunhão e de segurança, que compõem a catexia da energia vital, responsável pelos passos e avanços do Homo Sapiens em sua Trajetória da Vida e dos Heróis que espelha a Trajetória Evolutiva, Seletiva e Competitiva do Homo Sapiens no mundo.

 

MATTANÓ

(07/08/2025)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Antes de prosseguir, devo tocar em duas questões que nos levam ao âmago das dificuldades de nosso assunto. Em primeiro lugar, qual a relação entre o narcisismo de que tratamos e o auto-erotismo, que descrevemos como um estado inicial da libido? Em segundo, se concedemos ao ego uma catexia primária da libido, por que há necessidade de distinguir ainda uma libido sexual de uma energia não-sexual dos instintos do ego? A postulação de uma única espécie de energia psíquica não nos pouparia de todas as dificuldades que residem em diferenciar uma energia dos instintos do ego da libido do ego, e a libido do ego da libido objetal?

No tocante à primeira questão, posso ressaltar que estamos destinados a supor que uma unidade comparável ao ego não pode existir no indivíduo desde o começo; o ego tem de ser desenvolvido. Os instintos auto-eróticos, contudo, ali se encontram desde o início, sendo, portanto, necessário que algo seja adicionado ao auto-erotismo - uma nova ação psíquica - a fim de provocar o narcisismo.

Provocaremos uma inquietação perceptível em qualquer analista de quem se exija uma resposta definitiva à segunda questão. Não é agradável a idéia de abandonar a observação pela controvérsia teórica estéril, mas nem por isso nos devemos esquivar de uma tentativa de elucidação. É verdade que noções tais como a de uma libido do ego, uma energia dos instintos do ego, e assim por diante, não são particularmente fáceis de apreender, nem suficientemente ricas de conteúdo; uma teoria especulativa das relações em questão deveria começar por buscar como base um conceito nitidamente definido. Mas sou da opinião de que é exatamente nisso que consiste a diferença entre uma teoria especulativa e uma ciência erigida a partir da interpretação empírica. Esta última não invejará a especulação por seu privilégio de ter um fundamento suave, logicamente inatacável, contentando-se, de bom grado, com conceitos básicos nebulosos mal imagináveis, que espera apreender mais claramente no decorrer de seu desenvolvimento, ou que está até mesmo preparada para substituir por outros, pois essas idéias não são o fundamento da ciência, no qual tudo repousa: esse fundamento é tão- somente a observação. Não são a base, mas o topo de toda a estrutura, e podem ser substituídas e eliminadas sem prejudicá-la. Em nossos dias, a mesma coisa vem acontecendo na ciência da física, cujas noções básicas no tocante a matéria, centros de força, atração etc. são quase tão discutíveis quanto as noções correspondentes em psicanálise.

O valor dos conceitos ‘libido do ego’ e ‘libido do objeto’ reside no fato de que se originam do estudo das características íntimas dos processos neuróticos e psicóticos. A diferenciação da libido numa espécie que é adequada ao ego e numa outra que está ligada a objetos é o corolário inevitável de uma hipótese original que estabelecia distinção entre os instintos sexuais e os instintos do ego. Seja como for, a análise das neuroses de pura transferência (neurose de histeria e obsessiva) compeliu-me a fazer essa distinção, e sei apenas que todas as tentativas para explicar esses fenômenos por outros meios foram inteiramente infrutíferas.

Na ausência total de qualquer teoria dos instintos que nos ajude a encontrar nossa orientação, podemos permitir-nos, ou antes, cabe-nos começar por elaborar alguma hipótese para a sua conclusão lógica, até que ela ou se desintegre ou seja confirmada. Existem vários pontos a favor da hipótese de ter havido desde o início uma separação entre os instintos sexuais e os outros instintos do ego, além da utilidade de tal hipótese na análise das neuroses de transferência. Admito que somente essa segunda consideração não seria destituída de ambigüidade, porquanto poderia tratar-se de uma energia psíquica indiferente que só se torna libido através do ato de catexização de um objeto. Mas, em primeiro lugar, a distinção feita nesse conceito corresponde à distinção popular comum entre a fome e o amor. Em segundo lugar, há considerações biológicas a seu favor. O indivíduo leva realmente uma existência dúplice: uma para servir as suas próprias finalidades e a outra como um elo numa corrente, que ele serve contra sua vontade ou pelo menos involuntariamente. O indivíduo considera a sexualidade como um dos seus próprios fins, ao passo que, de outro ponto de vista, ele é um apêndice de seu germoplasma, a cuja disposição põe suas energias em troca de uma retribuição de prazer. Ele é o veículo mortal de uma substância (possivelmente) imortal - como o herdeiro de uma propriedade inalienável, que é o único dono temporário de um patrimônio que lhe sobrevive. A separação dos instintos sexuais dos instintos do ego simplesmente refletiria essa função dúplice do indivíduo. Em terceiro lugar, devemos recordar que todas as nossas idéias provisórias em psicologia presumivelmente algum dia se basearão numa subestrutura orgânica. Isso torna provável que as substâncias especiais e os processos químicos sejam os responsáveis pela realização das operações da sexualidade, garantindo a extensão da vida individual na da espécie. Estamos levando essa probabilidade em conta ao substituirmos as substâncias químicas especiais por forças psíquicas especiais.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que há duas questões que nos levam ao âmago das dificuldades de nosso assunto. Em primeiro lugar, qual a relação entre o narcisismo de que tratamos e o auto-erotismo, que descrevemos como um estado inicial da libido? Em segundo, se concedemos ao ego uma catexia primária da libido, por que há necessidade de distinguir ainda uma libido sexual de uma energia não-sexual dos instintos do ego? A postulação de uma única espécie de energia psíquica não nos pouparia de todas as dificuldades que residem em diferenciar uma energia dos instintos do ego da libido do ego, e a libido do ego da libido objetal?

No tocante à primeira questão, posso ressaltar que estamos destinados a supor que uma unidade comparável ao ego não pode existir no indivíduo desde o começo; o ego tem de ser desenvolvido. Os instintos auto-eróticos, contudo, ali se encontram desde o início, sendo, portanto, necessário que algo seja adicionado ao auto-erotismo - uma nova ação psíquica - a fim de provocar o narcisismo.

O valor dos conceitos ‘libido do ego’ e ‘libido do objeto’ reside no fato de que se originam do estudo das características íntimas dos processos neuróticos e psicóticos. A diferenciação da libido numa espécie que é adequada ao ego e numa outra que está ligada a objetos é o corolário inevitável de uma hipótese original que estabelecia distinção entre os instintos sexuais e os instintos do ego.

Existem vários pontos a favor da hipótese de ter havido desde o início uma separação entre os instintos sexuais e os outros instintos do ego, poderia tratar-se de uma energia psíquica indiferente que só se torna libido através do ato de catexização de um objeto. Mas, em primeiro lugar, a distinção feita nesse conceito corresponde à distinção popular comum entre a fome e o amor. Em segundo lugar, há considerações biológicas a seu favor. O indivíduo leva realmente uma existência dúplice: uma para servir as suas próprias finalidades e a outra como um elo numa corrente, que ele serve contra sua vontade ou pelo menos involuntariamente. O indivíduo considera a sexualidade como um dos seus próprios fins, ao passo que, de outro ponto de vista, ele é um apêndice de suas energias em troca de uma retribuição de prazer. Ele é o veículo mortal de uma substância (possivelmente) imortal - como o herdeiro de uma propriedade inalienável, que é o único dono temporário de um patrimônio que lhe sobrevive. A separação dos instintos sexuais dos instintos do ego simplesmente refletiria essa função dúplice do indivíduo. Em terceiro lugar, devemos recordar que todas as nossas idéias provisórias em psicologia presumivelmente algum dia se basearão numa subestrutura orgânica. Isso torna provável que as substâncias especiais e os processos químicos sejam os responsáveis pela realização das operações da sexualidade, garantindo a extensão da vida individual na da espécie. Estamos levando essa probabilidade em conta ao substituirmos as substâncias químicas especiais por forças psíquicas especiais.

Mattanó aponta que há duas questões que nos levam ao âmago das dificuldades de nosso assunto. Em primeiro lugar, qual a relação entre o narcisismo de que tratamos e o auto-erotismo, que descrevemos como um estado inicial da libido? Em segundo, se concedemos ao ego uma catexia primária da libido, por que há necessidade de distinguir ainda uma libido sexual de uma energia não-sexual dos instintos do ego? A postulação de uma única espécie de energia psíquica não nos pouparia de todas as dificuldades que residem em diferenciar uma energia dos instintos do ego da libido do ego, e a libido do ego da libido objetal? Vemos que a energia psíquica pode ter dois caminhos, o ego e os objetos, seja ela libido, comunhão ou segurança.

No tocante à primeira questão, posso ressaltar que estamos destinados a supor que uma unidade comparável ao ego não pode existir no indivíduo desde o começo; o ego tem de ser desenvolvido. Os instintos auto-eróticos, contudo, ali se encontram desde o início, sendo, portanto, necessário que algo seja adicionado ao auto-erotismo - uma nova ação psíquica - a fim de provocar o narcisismo. Vemos que os instintos auto-eróticos existem desde o início da vida psíquica do indivíduo, indicando que daí se provoca o narcisismo.

O valor dos conceitos ‘libido do ego’ e ‘libido do objeto’ reside no fato de que se originam do estudo das características íntimas dos processos neuróticos e psicóticos. A diferenciação da libido numa espécie que é adequada ao ego e numa outra que está ligada a objetos é o corolário inevitável de uma hipótese original que estabelecia distinção entre os instintos sexuais e os instintos do ego. Vemos que os conceitos ¨libido do ego¨ e ¨libido do objeto¨ se aplicam a processos neuróticos e psicóticos onde a libido se dirige ao ego, no caso dos psicóticos, ou a um objeto de amor, no caso dos neuróticos.

Existem vários pontos a favor da hipótese de ter havido desde o início uma separação entre os instintos sexuais e os outros instintos do ego, poderia tratar-se de uma energia psíquica indiferente que só se torna libido através do ato de catexização de um objeto. Mas, em primeiro lugar, a distinção feita nesse conceito corresponde à distinção popular comum entre a fome e o amor. Em segundo lugar, há considerações biológicas a seu favor. O indivíduo leva realmente uma existência dúplice: uma para servir as suas próprias finalidades e a outra como um elo numa corrente, que ele serve contra sua vontade ou pelo menos involuntariamente. O indivíduo considera a sexualidade como um dos seus próprios fins, ao passo que, de outro ponto de vista, ele é um apêndice de suas energias em troca de uma retribuição de prazer. Ele é o veículo mortal de uma substância (possivelmente) imortal - como o herdeiro de uma propriedade inalienável, que é o único dono temporário de um patrimônio que lhe sobrevive. A separação dos instintos sexuais dos instintos do ego simplesmente refletiria essa função dúplice do indivíduo. Em terceiro lugar, devemos recordar que todas as nossas idéias provisórias em psicologia presumivelmente algum dia se basearão numa subestrutura orgânica. Isso torna provável que as substâncias especiais e os processos químicos sejam os responsáveis pela realização das operações da sexualidade, garantindo a extensão da vida individual na da espécie. Estamos levando essa probabilidade em conta ao substituirmos as substâncias químicas especiais por forças psíquicas especiais. Vemos que a catexização de um objeto define se haverá fome ou amor, define também se a sexualidade serve as suas vontades ou próprios fins como meio em troca de prazer, ele torna-se o veículo mortal da sua substância imortal, ou seja, da sua reprodução, e define também resposta as substâncias químicas que operam transformações na sexualidade como medicamentos e drogas, pois a consciência tem sua base orgânica, ou seja, biológica e cerebral, sediada no tronco cerebral, no tálamo e no córtex cerebral que ao se interconectarem aumentam a sua resposta e a sua funcionalidade, otimizando sua adaptação comportamental, fisiológica e morfológica.

 

MATTANÓ
(08/08/2025)

 

 

 

Tento em geral manter a psicologia isenta de tudo que lhe seja diferente em natureza, inclusive das linhas biológicas de pensamento. Por essa mesma razão, gostaria, nessa altura, de admitir expressamente que a hipótese de instintos do ego e instintos sexuais separados (isto é, a teoria da libido) está longe de repousar, inteiramente, numa base psicológica, extraindo seu principal apoio da biologia. Mas serei suficientemente coerente [com minha norma geral] para abandonar essa hipótese, se o próprio trabalho psicanalítico vier a produzir alguma outra hipótese mais útil sobre os instintos. Até agora, isso não aconteceu. Pode ocorrer que, com mais fundamento e numa visão de maior alcance, a energia sexual - a libido - seja apenas o produto de uma diferenciação na energia que atua generalizadamente na mente. Mas tal assertiva não tem qualquer relevância. Relaciona-se com assuntos que se acham tão afastados dos problemas de nossa observação, e a respeito dos quais conhecemos tão pouco, que é igualmente ocioso contestá-la ou afirmá-la; essa identidade primordial talvez tenha tão pouco que ver com nossos interesses analíticos quanto o parentesco primordial de todas as raças da humanidade tem que ver com a prova de parentesco exigida a fim de se estabelecer um direito legal de herança. Todas essas especulações não nos levam a parte alguma. Visto não podermos esperar que outra ciência nos apresente as conclusões finais sobre a teoria dos instintos, é muito mais objetivo tentar ver que luz pode ser lançada sobre esse problema básico da biologia por uma síntese dos fenômenos psicológicos. Enfrentemos a possibilidade de erro, mas não nos deixemos dissuadir de buscar as implicações lógicas da hipótese, que em primeiro lugar adotamos, de uma antítese entre os instintos do ego e os instintos sexuais (hipótese à qual fomos forçosamente conduzidos pela análise das neuroses de transferência), e de verificar se ela se mostra destituída de contradições e se é profícua, e se pode ser aplicada também a outras perturbações, como a esquizofrenia.

Seria, naturalmente, uma questão diferente se se provasse que a teoria da libido já fracassou na tentativa de explicar essa segunda doença. Isso foi asseverado por C. G. Jung (1912) e é por causa disso que me vi obrigado a entrar nessa última discussão, da qual gostaria de ter sido poupado. Teria preferido seguir até o fim o caminho trilhado na análise do caso Schreber sem qualquer discussão de suas premissas. Mas a asserção de Jung é, para dizer o mínimo, prematura. Os fundamentos que apresenta para ela são deficientes. Em primeiro lugar, recorre a uma confissão, que eu teria feito, de que fora obrigado, devido às dificuldades da análise de Schreber, a estender o conceito de libido (isto é, a desistir de seu conteúdo sexual) e a identificar a libido com o interesse psíquico em geral. Ferenczi (1913b), numa crítica exaustiva à obra de Jung, já disse tudo o que é necessário a título de correção dessa interpretação errônea. Posso apenas corroborar sua crítica e repetir que jamais fiz tal retratação no tocante à teoria da libido. Outro argumento de Jung, a saber, que não podemos supor que a retirada da libido seja em si mesma suficiente para acarretar a perda da função normal da realidade, não é um argumento, mas um ditame. ‘Incorre em petição de princípio’ e poupa discussão, pois se e como isso é possível era precisamente o ponto que devia estar sob investigação. Em sua grande obra seguinte, Jung (1913 [339-40]) simplesmente falha na solução que eu havia indicado: ‘Ao mesmo tempo’, escreve, ‘ainda há o seguinte a ser levado em consideração (um ponto ao qual, incidentalmente, Freud se refere em sua obra sobre o caso Schreber [1911c]) - que a introversão da libido sexualis conduz a uma catexia do “ego”, e que possivelmente é isso que produz o resultado de uma perda da realidade. É realmente uma possibilidade tentadora explicar a psicologia da perda da realidade dessa maneira’. Mas Jung não vai muito além no exame dessa possibilidade. Algumas linhas adiante ele a põe de lado com a observação de que essa determinante ‘resultaria na psicologia de um anacoreta ascético, não em demência precoce’. Quão pouco essa analogia inadequada pode ajudar-nos a resolver a questão fica claro pela consideração de que um anacoreta dessa espécie, que ‘tenta erradicar todos os traços de interesse sexual’ (mas só no sentido popular da palavra ‘sexual’), nem sequer necessariamente exibe qualquer localização patogênica da libido. Ele pode ter desviado inteiramente seu interesse sexual dos seres humanos; contudo, pode tê-lo sublimado num interesse elevado pelo divino, pela natureza, ou pelo reino animal, sem que sua libido tenha sofrido introversão até suas fantasias ou retorno a seu ego. Essa analogia pareceria excluir por antecipação a possibilidade de se estabelecer uma diferenciação entre o interesse que emana de fontes eróticas e os outros. Recordemos, além disso, que as pesquisas da escola suíça, por mais valiosas que sejam, elucidaram apenas duas facetas do quadro da demência precoce - a presença nele de complexos que conhecemos tanto em indivíduos saudáveis como em neuróticos e a similaridade das fantasias que nele ocorrem com mitos populares -, mas não puderam lançar mais luz alguma sobre o mecanismo da doença. Podemos, então, repudiar a asserção de Jung, segundo a qual a teoria da libido não só malogrou na tentativa de explicar a demência precoce, como também, portanto, é eliminada em relação às outras neuroses.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que admitir expressamente que a hipótese de instintos do ego e instintos sexuais separados (isto é, a teoria da libido) está longe de repousar, inteiramente, numa base psicológica, extraindo seu principal apoio da biologia. Visto não podermos esperar que outra ciência nos apresente as conclusões finais sobre a teoria dos instintos, é muito mais objetivo tentar ver que luz pode ser lançada sobre esse problema básico da biologia por uma síntese dos fenômenos psicológicos. Enfrentemos a possibilidade de erro, mas não nos deixemos dissuadir de buscar as implicações lógicas da hipótese, que em primeiro lugar adotamos, de uma antítese entre os instintos do ego e os instintos sexuais, e de verificar se ela se mostra destituída de contradições e se é profícua, e se pode ser aplicada também a outras perturbações, como a esquizofrenia.

Seria, naturalmente, uma questão diferente se se provasse que a teoria da libido já fracassou na tentativa de explicar essa segunda doença. Teria preferido seguir até o fim o caminho trilhado na análise do caso Schreber sem qualquer discussão de suas premissas. Mas a asserção de Jung é, para dizer o mínimo, prematura. Os fundamentos que apresenta para ela são deficientes. Em primeiro lugar, recorre a uma confissão, que eu teria feito, de que fora obrigado, devido às dificuldades da análise de Schreber, a estender o conceito de libido (isto é, a desistir de seu conteúdo sexual) e a identificar a libido com o interesse psíquico em geral. Ferenczi (1913b), numa crítica exaustiva à obra de Jung, já disse tudo o que é necessário a título de correção dessa interpretação errônea. Posso apenas corroborar sua crítica e repetir que jamais fiz tal retratação no tocante à teoria da libido. Outro argumento de Jung, a saber, que não podemos supor que a retirada da libido seja em si mesma suficiente para acarretar a perda da função normal da realidade, não é um argumento, mas um ditame. Em sua grande obra seguinte, Jung (1913 [339-40]) simplesmente falha na solução que eu havia indicado: ‘Ao mesmo tempo’, escreve, ‘ainda há o seguinte a ser levado em consideração (um ponto ao qual, incidentalmente, Freud se refere em sua obra sobre o caso Schreber [1911c]) - que a introversão da libido sexualis conduz a uma catexia do “ego”, e que possivelmente é isso que produz o resultado de uma perda da realidade. É realmente uma possibilidade tentadora explicar a psicologia da perda da realidade dessa maneira’. Mas Jung não vai muito além no exame dessa possibilidade. Algumas linhas adiante ele a põe de lado com a observação de que essa determinante ‘resultaria na psicologia de um anacoreta ascético, não em demência precoce’. Quão pouco essa analogia inadequada pode ajudar-nos a resolver a questão fica claro pela consideração de que um anacoreta dessa espécie, que ‘tenta erradicar todos os traços de interesse sexual’ (mas só no sentido popular da palavra ‘sexual’), nem sequer necessariamente exibe qualquer localização patogênica da libido. Ele pode ter desviado inteiramente seu interesse sexual dos seres humanos; contudo, pode tê-lo sublimado num interesse elevado pelo divino, pela natureza, ou pelo reino animal, sem que sua libido tenha sofrido introversão até suas fantasias ou retorno a seu ego. Essa analogia pareceria excluir por antecipação a possibilidade de se estabelecer uma diferenciação entre o interesse que emana de fontes eróticas e os outros. Recordemos, além disso, que as pesquisas da escola suíça, por mais valiosas que sejam, elucidaram apenas duas facetas do quadro da demência precoce - a presença nele de complexos que conhecemos tanto em indivíduos saudáveis como em neuróticos e a similaridade das fantasias que nele ocorrem com mitos populares -, mas não puderam lançar mais luz alguma sobre o mecanismo da doença.
Mattanó aponta que admitir expressamente que a hipótese de instintos do ego e instintos sexuais separados (isto é, a teoria da libido) está longe de repousar, inteiramente, numa base psicológica, extraindo seu principal apoio da biologia. Visto não podermos esperar que outra ciência nos apresente as conclusões finais sobre a teoria dos instintos, é muito mais objetivo tentar ver que luz pode ser lançada sobre esse problema básico da biologia por uma síntese dos fenômenos psicológicos. Enfrentemos a possibilidade de erro, mas não nos deixemos dissuadir de buscar as implicações lógicas da hipótese, que em primeiro lugar adotamos, de uma antítese entre os instintos do ego e os instintos sexuais, e de verificar se ela se mostra destituída de contradições e se é profícua, e se pode ser aplicada também a outras perturbações, como a esquizofrenia. Vemos como Freud lidou com suas teorias a respeito dos instintos do ego e dos instintos sexuais em sua longa jornada de trabalho científico e epistemológico, tentando lidar com mais de um caminho para elas, tamanha sua complexidade, dificuldade e obscuridade causada pelos seus instintos e pelo seu ego que se defendia criando resistências inconscientes ao seu próprio trabalho, de modo a distorcê-lo.

Seria, naturalmente, uma questão diferente se se provasse que a teoria da libido já fracassou na tentativa de explicar essa segunda doença. Teria preferido seguir até o fim o caminho trilhado na análise do caso Schreber sem qualquer discussão de suas premissas. Mas a asserção de Jung é, para dizer o mínimo, prematura. Os fundamentos que apresenta para ela são deficientes. Em primeiro lugar, recorre a uma confissão, que eu teria feito, de que fora obrigado, devido às dificuldades da análise de Schreber, a estender o conceito de libido (isto é, a desistir de seu conteúdo sexual) e a identificar a libido com o interesse psíquico em geral. Ferenczi (1913b), numa crítica exaustiva à obra de Jung, já disse tudo o que é necessário a título de correção dessa interpretação errônea. Posso apenas corroborar sua crítica e repetir que jamais fiz tal retratação no tocante à teoria da libido. Outro argumento de Jung, a saber, que não podemos supor que a retirada da libido seja em si mesma suficiente para acarretar a perda da função normal da realidade, não é um argumento, mas um ditame. Em sua grande obra seguinte, Jung (1913 [339-40]) simplesmente falha na solução que eu havia indicado: ‘Ao mesmo tempo’, escreve, ‘ainda há o seguinte a ser levado em consideração (um ponto ao qual, incidentalmente, Freud se refere em sua obra sobre o caso Schreber [1911c]) - que a introversão da libido sexualis conduz a uma catexia do “ego”, e que possivelmente é isso que produz o resultado de uma perda da realidade. Vemos como Freud combateu criticando seus desertores, utilizando como exemplo, Jung e a análise do caso Schreber, da qual criticou seus fundamentos, discussões, dificuldades da análise e interpretação errônea que levaram a uma falha na solução, contudo acerta quando se refere a introversão da libido sexualis conduzindo a uma catexia do ego, que possivelmente produz a perda da realidade. Para Mattanó essa libido sexualis compreende a comunhão e a segurança, e a orgone em seu conjunto de energias vitais.

 

MATTANÓ
(11/08/2025)

 

 

 

É realmente uma possibilidade tentadora explicar a psicologia da perda da realidade dessa maneira’. Mas Jung não vai muito além no exame dessa possibilidade. Algumas linhas adiante ele a põe de lado com a observação de que essa determinante ‘resultaria na psicologia de um anacoreta ascético, não em demência precoce’. Quão pouco essa analogia inadequada pode ajudar-nos a resolver a questão fica claro pela consideração de que um anacoreta dessa espécie, que ‘tenta erradicar todos os traços de interesse sexual’ (mas só no sentido popular da palavra ‘sexual’), nem sequer necessariamente exibe qualquer localização patogênica da libido. Ele pode ter desviado inteiramente seu interesse sexual dos seres humanos; contudo, pode tê-lo sublimado num interesse elevado pelo divino, pela natureza, ou pelo reino animal, sem que sua libido tenha sofrido introversão até suas fantasias ou retorno a seu ego. Essa analogia pareceria excluir por antecipação a possibilidade de se estabelecer uma diferenciação entre o interesse que emana de fontes eróticas e os outros. Recordemos, além disso, que as pesquisas da escola suíça, por mais valiosas que sejam, elucidaram apenas duas facetas do quadro da demência precoce - a presença nele de complexos que conhecemos tanto em indivíduos saudáveis como em neuróticos e a similaridade das fantasias que nele ocorrem com mitos populares -, mas não puderam lançar mais luz alguma sobre o mecanismo da doença.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que Jung desviou o seu interesse por meio de sua teoria do interesse sexual dos seres humanos, podendo tê-lo sublimado e elevado pelo divino, pela natureza, pelo reino animal, sem que sua libido tenha sofrido introversão até suas fantasias ou retorno a seu ego. As pesquisas da escola suíça, por mais valiosas que sejam, elucidaram apenas duas facetas do quadro da demência precoce - a presença nele de complexos que conhecemos tanto em indivíduos saudáveis como em neuróticos e a similaridade das fantasias que nele ocorrem com mitos populares -, mas não puderam lançar mais luz alguma sobre o mecanismo da doença.

Mattanó aponta que Jung desviou o seu interesse por meio de sua teoria do interesse sexual dos seres humanos, podendo tê-lo sublimado e elevado pelo divino, pela natureza, pelo reino animal, sem que sua libido tenha sofrido introversão até suas fantasias ou retorno a seu ego. As pesquisas da escola suíça, por mais valiosas que sejam, elucidaram apenas duas facetas do quadro da demência precoce - a presença nele de complexos que conhecemos tanto em indivíduos saudáveis como em neuróticos e a similaridade das fantasias que nele ocorrem com mitos populares -, mas não puderam lançar mais luz alguma sobre o mecanismo da doença. Vemos como Freud exultou e combateu os avanços e os erros ou distorções que ele nomeou de deserções do movimento psicanalítico, para fortalecer o seu ponto de vista, suas descobertas e a sua teoria, vida e obra, todo o seu trabalho.

 

MATTANÓ

(12/08/2025)

 

 

 

 

 

                                                 II

Parece-me que certas dificuldades especiais perturbam o estudo direto do narcisismo. Nosso principal meio de acesso a ele continuará a ser provavelmente a análise das parafrenias. Assim como as neuroses de transferência nos permitiram traçar os impulsos instintuais libidinais, também a demência precoce e a paranóia nos fornecerão uma compreensão interna (insight) da psicologia do ego. Mais uma vez, a fim de chegar à compreensão do que parece tão simples em fenômenos normais, teremos de recorrer ao campo da patologia com suas distorções e exageros. Ao mesmo tempo, outros meios de abordagem nos permanecem acessíveis, e através deles podemos obter um conhecimento melhor do narcisismo. Passarei a examiná-los agora, na seguinte ordem: o estudo da doença orgânica, da hipocondria e da vida erótica dos sexos.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que o narcisismo pode ser estudado através do estudo da doença orgânica, da hipocondria e da vida erótica dos sexos.

Mattanó aponta que o narcisismo pode ser estudado através do estudo do inconsciente e dos significados e dos sentidos, do subconsciente através da fé e da crença, bem como da funcionalidade e do comportamento, da consciência, cultura, conhecimento e realidade através da doença orgânica, da hipocondria e da vida erótica dos sexos.

 

MATTANÓ

(12/08/2025)

 

 

 

 

 

Ao avaliar a influência da doença orgânica sobre a distribuição da libido, sigo uma sugestão que me foi feita verbalmente por Sándor Ferenczi. É do conhecimento de todos, e eu o aceito como coisa natural, que uma pessoa atormentada por dor e mal-estar orgânico deixa de se interessar pelas coisas do mundo externo, na medida em que não dizem respeito a seu sofrimento. Uma observação mais detida nos ensina que ela também retira o interesse libidinal de seus objetos amorosos: enquanto sofre, deixa de amar. A banalidade desse fato não justifica que deixemos de traduzi-lo nos termos da teoria da libido. Devemos então dizer: o homem enfermo retira suas catexias libidinais de volta para seu próprio ego, e as põe para fora novamente quando se recupera. ‘Concentrada está a sua alma’, diz Wilhelm Busch a respeito do poeta que sofre de dor de dentes, ‘no estreito orifício do molar’.

Aqui a libido e o interesse do ego partilham do mesmo destino e são mais uma vez indistiguíveis entre si. O egoísmo familiar do enfermo abrange os dois. Achamos isso tão natural porque estamos certos de que, na mesma situação, nosso comportamento seria idêntico. A maneira pela qual os sentimentos de quem ama, por mais fortes que sejam, são banidos pelos males corpóreos, e de súbito substituídos por uma indiferença completa, constitui um tema que tem sido consideravelmente explorado por escritores humorísticos.

A condição do sono também se assemelha à doença, por acarretar uma retirada narcisista das posições da libido até o próprio eu do indivíduo, ou, mais precisamente, até o desejo único de dormir. O egoísmo dos sonhos ajusta-se muito bem nesse contexto. [ver em [1]]. Em ambos os estados temos, pelo menos, exemplos de alterações na distribuição da libido que são resultantes de uma modificação no ego.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que uma pessoa atormentada por dor e mal-estar orgânico deixa de se interessar pelas coisas do mundo externo. Uma observação mais detida nos ensina que ela também retira o interesse libidinal de seus objetos amorosos: enquanto sofre, deixa de amar. A banalidade desse fato não justifica que deixemos de traduzi-lo nos termos da teoria da libido. Devemos então dizer: o homem enfermo retira suas catexias libidinais de volta para seu próprio ego, e as põe para fora novamente quando se recupera.

Aqui a libido e o interesse do ego partilham do mesmo destino e são mais uma vez indistiguíveis entre si. O egoísmo familiar do enfermo abrange os dois. Achamos isso tão natural porque estamos certos de que, na mesma situação, nosso comportamento seria idêntico. A maneira pela qual os sentimentos de quem ama, por mais fortes que sejam, são banidos pelos males corpóreos, e de súbito substituídos por uma indiferença completa, constitui um tema que tem sido consideravelmente explorado por escritores humorísticos.

A condição do sono também se assemelha à doença, por acarretar uma retirada narcisista das posições da libido até o próprio eu do indivíduo, ou, mais precisamente, até o desejo único de dormir. O egoísmo dos sonhos ajusta-se muito bem nesse contexto. [ver em [1]]. Em ambos os estados temos, pelo menos, exemplos de alterações na distribuição da libido que são resultantes de uma modificação no ego.

Mattanó aponta que uma pessoa atormentada por dor e mal-estar orgânico deixa de se interessar pelas coisas do mundo externo. Uma observação mais detida nos ensina que ela também retira o interesse libidinal de seus objetos amorosos: enquanto sofre, deixa de amar. A banalidade desse fato não justifica que deixemos de traduzi-lo nos termos da teoria da libido. Devemos então dizer: o homem enfermo retira suas catexias libidinais de volta para seu próprio ego, e as põe para fora novamente quando se recupera. Vemos que no caso da doença orgânica o indivíduo retira suas catexias libidinais de volta para seu próprio ego, e as põe novamente quando se recupera, ou seja, perde o interesse libidinal de seus objetos amorosos enquanto sofre e deixa de amar. Seus significados e sentidos também indicam este processo de retirada da libido dos objetos externos para o seu próprio ego, até que se recupere, vemos isto acontecer na esquizofrenia e na lavagem cerebral, na extorsão, na vingança e no estupro ou no estupro virtual e nos atentados contra a vida, a saúde, a liberdade, a justiça, a família e o patrimônio como uma nova doença mental, um transtorno globalizado.

Aqui a libido e o interesse do ego partilham do mesmo destino e são mais uma vez indistiguíveis entre si. O egoísmo familiar do enfermo abrange os dois. Achamos isso tão natural porque estamos certos de que, na mesma situação, nosso comportamento seria idêntico. A maneira pela qual os sentimentos de quem ama, por mais fortes que sejam, são banidos pelos males corpóreos, e de súbito substituídos por uma indiferença completa, constitui um tema que tem sido consideravelmente explorado por escritores humorísticos. Vemos que a libido e o interesse do ego acabam partilhando do mesmo destino, determinando um egoísmo familiar, pelo qual os sentimentos se transformam em indiferença completa, se ajustando a doença ou ao transtorno globalizado.

A condição do sono também se assemelha à doença, por acarretar uma retirada narcisista das posições da libido até o próprio eu do indivíduo, ou, mais precisamente, até o desejo único de dormir. O egoísmo dos sonhos ajusta-se muito bem nesse contexto. [ver em [1]]. Em ambos os estados temos, pelo menos, exemplos de alterações na distribuição da libido que são resultantes de uma modificação no ego. Vemos que o sono do indivíduo sofre alterações narcisistas através das posições da libido até o próprio eu do indivíduo com o seu desejo de dormir, sendo que o egoísmo dos sonhos também se ajusta a esse contexto sofrendo alterações que são promovidas por alterações na distribuição da libido que são resultantes de uma modificação no ego, ou seja, de uma modificação no seu processo de escolhas ou de seleção, que se mantêm através dos seus significados e sentidos quando são reforçados e/ou reorganizados.

 

MATTANÓ
(12/08/2025)

 

 

 

A hipocondria, da mesma forma que a doença orgânica, manifesta-se em sensações corpóreas aflitivas e penosas, tendo sobre a distribuição da libido o mesmo efeito que a doença orgânica. O hipocondríaco retira tanto o interesse quanto a libido - a segunda de forma especialmente acentuada - dos objetos do mundo externo, concentrando ambos no órgão que lhe prende a atenção. Torna-se agora evidente uma diferença entre a hipocondria e a doença orgânica: na segunda, as sensações aflitivas baseiam-se em mudanças demonstráveis [orgânicas]; na primeira, isso não ocorre. Mas estaria inteiramente de acordo com nossa concepção geral dos processos de neurose, se resolvêssemos dizer que a hipocondria deve estar certa: deve-se supor que as modificações orgânicas também estão presentes nela.

Mas o que seriam essas mudanças? Deixar-nos-emos guiar, nessa altura, por nossa experiência, a qual mostra que as sensações corpóreas de natureza desagradável, comparáveis às da hipocondria, ocorrem também nas outras neuroses. Já tive ocasião de dizer que me inclino a classificar a hipocondria, juntamente com a neurastenia e a neurose de angústia, como uma terceira neurose ‘real’ Provavelmente não seria ir muito longe supor que, no caso das outras neuroses, uma pequena dose de hipocondria também se forma regularmente ao mesmo tempo. Temos o melhor exemplo disso, creio eu, na neurose de angústia com sua superestrutura de histeria. Ora, o protótipo familiar de um órgão que é dolorosamente delicado, que de alguma forma é alterado e que, contudo, não está doente no sentido comum do termo, é o órgão genital em seus estados de excitação. Nessa condição, ele fica congestionado de sangue, intumescido e umectado, sendo a sede de uma multiplicidade de sensações. Descrevamos agora, tomando qualquer parte do corpo, sua atividade de enviar estímulos sexualmente excitantes à mente, como sendo sua ‘erogenicidade’, e reflitamos, ainda, que as considerações nas quais se baseou nossa teoria da sexualidade de há muito nos habituou à idéia de que certas outras partes do corpo - as zonas ‘erógenas’ - podem atuar como substitutos dos órgãos genitais e se comportarem analogamente a eles. Temos então apenas mais um passo a dar. Podemos decidir considerar a erogenicidade como uma característica geral de todos os órgãos e, então, podemos falar de um aumento ou diminuição dela numa parte específica do corpo. Para cada uma das modificações na erogenicidade dos órgãos poderia, então, verificar-se uma modificação paralela da catexia libidinal no ego. Tais fatores constituíram aquilo que acreditamos estar subjacente à hipocondria e aquilo que pode exercer o mesmo efeito sobre a distribuição da libido tal como produzida por uma doença material dos órgãos.

Vemos que, se acompanharmos essa linha de raciocínio, nos defrontaremos não só com o problema da hipocondria, mas também com o das outras neuroses ‘reais’ - a neurastenia e a neurose de angústia. Paremos, portanto, nesse ponto. Não pertence ao âmbito de uma indagação puramente psicológica penetrar tanto nas fronteiras da pesquisa fisiológica. Mencionarei simplesmente que, a partir desse ponto de vista, podemos suspeitar que a relação da hipocondria com a parafrenia é semelhante à das outras neuroses ‘reais’ com a histeria e a neurose obsessiva: podemos desconfiar, vale dizer, que ela está na dependência da libido do ego, assim como as outras estão na da libido objetal, e que a ansiedade hipocondríaca é a contrapartida, enquanto provém da libido do ego, da ansiedade neurótica. Além disso, visto já estarmos familiarizados com a idéia de que o mecanismo do adoecer e da formação de sintomas nas neuroses de transferência - o caminho da introversão para a regressão - deve ficar vinculado a um represamento da libido objetal, podemos também ficar mais perto da idéia de um represamento da libido do ego, e podemos estabelecer uma relação dessa idéia com os fenômenos da hipocondria e da parafrenia.

Nesse ponto, nossa curiosidade naturalmente perguntará por que esse represamento da libido no ego teria de ser experimentado como desagradável. Contentar-me-ei com a reposta de que o desprazer é sempre a expressão de um grau mais elevado de tensão, e que, portanto, o que ocorre é que uma quantidade no campo dos acontecimentos materiais é transformada, aqui como em outros lugares, na qualidade psíquica do desprazer. Não obstante, talvez o fator decisivo para a geração do desprazer não seja a magnitude absoluta do acontecimento material, mas antes alguma função específica dessa magnitude absoluta. Aqui podemos até mesmo aventurar-nos a abordar a questão de saber o que torna absolutamente necessário para a nossa vida mental ultrapassar os limites do narcisismo e ligar a libido a objetos. A resposta decorrente de nossa linha de raciocínio mais uma vez seria a de que essa necessidade surge quando a catexia do ego com a libido excede certa quantidade. Um egoísmo forte constitui uma proteção contra o adoecer, mas, num último recurso, devemos começar a amar a fim de não adoecermos, e estamos destinados a cair doentes se, em conseqüência da frustração, formos incapazes de amar. Isso acompanha mais ou menos os versos do quadro que Heine traça sobre a psicogênese da Criação:

Krankheit ist wohl der letzte GrundDes ganzen Schöpferdrangs gewesen;Erschaffend konnte ich genesen,Erschaffend wurde ich gesund.

Reconhecemos nosso aparelho mental como sendo, acima de tudo, um dispositivo destinado a dominar as excitações que de outra forma seriam sentidas como aflitivas ou teriam efeitos patogênicos. Sua elaboração na mente auxilia de forma marcante um escoamento das excitações que são incapazes de descarga direta para fora, ou para as quais tal descarga é, no momento, indesejável. No primeiro caso, contudo, é indiferente que esse processo interno de elaboração seja efetuado em objetos reais ou imaginários. A diferença não surge senão depois - caso a transferência da libido para objetos irreais (introversão) tenha ocasionado seu represamento. Nos parafrênicos, a megalomania permite uma semelhante elaboração interna da libido que voltou ao ego; talvez apenas quando a megalomania falhe, o represamento da libido no ego se torne patogênico e inicie o processo de recuperação que nos dá a impressão de ser uma doença.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que a hipocondria, da mesma forma que a doença orgânica, manifesta-se em sensações corpóreas aflitivas e penosas, tendo sobre a distribuição da libido o mesmo efeito que a doença orgânica. O hipocondríaco retira tanto o interesse quanto a libido - a segunda de forma especialmente acentuada - dos objetos do mundo externo, concentrando ambos no órgão que lhe prende a atenção. Torna-se agora evidente uma diferença entre a hipocondria e a doença orgânica: na segunda, as sensações aflitivas baseiam-se em mudanças demonstráveis [orgânicas]; na primeira, isso não ocorre. Mas estaria inteiramente de acordo com nossa concepção geral dos processos de neurose, se resolvêssemos dizer que a hipocondria deve estar certa: deve-se supor que as modificações orgânicas também estão presentes nela.

Mas o que seriam essas mudanças? Deixar-nos-emos guiar, nessa altura, por nossa experiência, a qual mostra que as sensações corpóreas de natureza desagradável, comparáveis às da hipocondria, ocorrem também nas outras neuroses. Provavelmente não seria ir muito longe supor que, no caso das outras neuroses, uma pequena dose de hipocondria também se forma regularmente ao mesmo tempo. Temos o melhor exemplo disso, creio eu, na neurose de angústia com sua superestrutura de histeria. Descrevamos agora, tomando qualquer parte do corpo, sua atividade de enviar estímulos sexualmente excitantes à mente, como sendo sua ‘erogenicidade’, e reflitamos, ainda, que as considerações nas quais se baseou nossa teoria da sexualidade de há muito nos habituou à idéia de que certas outras partes do corpo - as zonas ‘erógenas’ - podem atuar como substitutos dos órgãos genitais e se comportarem analogamente a eles. Temos então apenas mais um passo a dar. Podemos decidir considerar a erogenicidade como uma característica geral de todos os órgãos e, então, podemos falar de um aumento ou diminuição dela numa parte específica do corpo. Para cada uma das modificações na erogenicidade dos órgãos poderia, então, verificar-se uma modificação paralela da catexia libidinal no ego. Tais fatores constituíram aquilo que acreditamos estar subjacente à hipocondria e aquilo que pode exercer o mesmo efeito sobre a distribuição da libido tal como produzida por uma doença material dos órgãos.

Vemos que, se acompanharmos essa linha de raciocínio, nos defrontaremos não só com o problema da hipocondria, mas também com o das outras neuroses ‘reais’ - a neurastenia e a neurose de angústia. Mencionarei simplesmente que, a partir desse ponto de vista, podemos suspeitar que a relação da hipocondria com a parafrenia é semelhante à das outras neuroses ‘reais’ com a histeria e a neurose obsessiva: podemos desconfiar, vale dizer, que ela está na dependência da libido do ego, assim como as outras estão na da libido objetal, e que a ansiedade hipocondríaca é a contrapartida, enquanto provém da libido do ego, da ansiedade neurótica. Além disso, visto já estarmos familiarizados com a idéia de que o mecanismo do adoecer e da formação de sintomas nas neuroses de transferência - o caminho da introversão para a regressão - deve ficar vinculado a um represamento da libido objetal, podemos também ficar mais perto da idéia de um represamento da libido do ego, e podemos estabelecer uma relação dessa idéia com os fenômenos da hipocondria e da parafrenia.

Nesse ponto, nossa curiosidade naturalmente perguntará por que esse represamento da libido no ego teria de ser experimentado como desagradável. Contentar-me-ei com a reposta de que o desprazer é sempre a expressão de um grau mais elevado de tensão, e que, portanto, o que ocorre é que uma quantidade no campo dos acontecimentos materiais é transformada, aqui como em outros lugares, na qualidade psíquica do desprazer. Aqui podemos até mesmo aventurar-nos a abordar a questão de saber o que torna absolutamente necessário para a nossa vida mental ultrapassar os limites do narcisismo e ligar a libido a objetos. A resposta decorrente de nossa linha de raciocínio mais uma vez seria a de que essa necessidade surge quando a catexia do ego com a libido excede certa quantidade. Um egoísmo forte constitui uma proteção contra o adoecer, mas, num último recurso, devemos começar a amar a fim de não adoecermos, e estamos destinados a cair doentes se, em conseqüência da frustração, formos incapazes de amar.

Reconhecemos nosso aparelho mental como sendo, acima de tudo, um dispositivo destinado a dominar as excitações que de outra forma seriam sentidas como aflitivas ou teriam efeitos patogênicos. Sua elaboração na mente auxilia de forma marcante um escoamento das excitações que são incapazes de descarga direta para fora, ou para as quais tal descarga é, no momento, indesejável. No primeiro caso, contudo, é indiferente que esse processo interno de elaboração seja efetuado em objetos reais ou imaginários. A diferença não surge senão depois - caso a transferência da libido para objetos irreais (introversão) tenha ocasionado seu represamento. Nos parafrênicos, a megalomania permite uma semelhante elaboração interna da libido que voltou ao ego; talvez apenas quando a megalomania falhe, o represamento da libido no ego se torne patogênico e inicie o processo de recuperação que nos dá a impressão de ser uma doença.

Mattanó aponta que a hipocondria, da mesma forma que a doença orgânica, manifesta-se em sensações corpóreas aflitivas e penosas, tendo sobre a distribuição da libido o mesmo efeito que a doença orgânica. O hipocondríaco retira tanto o interesse quanto a libido - a segunda de forma especialmente acentuada - dos objetos do mundo externo, concentrando ambos no órgão que lhe prende a atenção. Torna-se agora evidente uma diferença entre a hipocondria e a doença orgânica: na segunda, as sensações aflitivas baseiam-se em mudanças demonstráveis [orgânicas]; na primeira, isso não ocorre. Mas estaria inteiramente de acordo com nossa concepção geral dos processos de neurose, se resolvêssemos dizer que a hipocondria deve estar certa: deve-se supor que as modificações orgânicas também estão presentes nela. Vemos como se processa o mecanismo da hipocondria e da doença orgânica em relação a libido, o hipocondríaco retira o interesse da libido enquanto que a doença orgânica baseia-se em mudanças orgânicas demonstráveis, evento indemonstrável no caso da hipocondria, que sugere apenas significados e sentidos, que por sua vez também participam das doenças orgânicas.

Mas o que seriam essas mudanças? Deixar-nos-emos guiar, nessa altura, por nossa experiência, a qual mostra que as sensações corpóreas de natureza desagradável, comparáveis às da hipocondria, ocorrem também nas outras neuroses. Provavelmente não seria ir muito longe supor que, no caso das outras neuroses, uma pequena dose de hipocondria também se forma regularmente ao mesmo tempo. Temos o melhor exemplo disso, creio eu, na neurose de angústia com sua superestrutura de histeria. Descrevamos agora, tomando qualquer parte do corpo, sua atividade de enviar estímulos sexualmente excitantes à mente, como sendo sua ‘erogenicidade’, e reflitamos, ainda, que as considerações nas quais se baseou nossa teoria da sexualidade de há muito nos habituou à idéia de que certas outras partes do corpo - as zonas ‘erógenas’ - podem atuar como substitutos dos órgãos genitais e se comportarem analogamente a eles. Temos então apenas mais um passo a dar. Podemos decidir considerar a erogenicidade como uma característica geral de todos os órgãos e, então, podemos falar de um aumento ou diminuição dela numa parte específica do corpo. Para cada uma das modificações na erogenicidade dos órgãos poderia, então, verificar-se uma modificação paralela da catexia libidinal no ego. Tais fatores constituíram aquilo que acreditamos estar subjacente à hipocondria e aquilo que pode exercer o mesmo efeito sobre a distribuição da libido tal como produzida por uma doença material dos órgãos. Vemos que as mudanças orgânicas que ocorrem nesses pacientes com doença orgânica comparável às da hipocondria, ocorrem em outras neuroses, como na neurose de angústia, na histeria, devido sua erogenicidade, onde temos certas zonas erógenas do corpo que podem ser substitutos dos órgãos sexuais, porém após a puberdade com a aquisição da malícia comportamental. Podemos falar de variações dessa erogenicidade e a partir daí acreditarmos numa hipocondria construída nessas variações de energia libidinal, bem como de comunhão e de segurança, produzida por uma doença orgânica dos órgãos que, por sua vez, constróem significados e sentidos através da interconectividade cerebral e corporal desse corpo individual, gerando uma consciência, cultura, conhecimento e realidade.

Vemos que, se acompanharmos essa linha de raciocínio, nos defrontaremos não só com o problema da hipocondria, mas também com o das outras neuroses ‘reais’ - a neurastenia e a neurose de angústia. Mencionarei simplesmente que, a partir desse ponto de vista, podemos suspeitar que a relação da hipocondria com a parafrenia é semelhante à das outras neuroses ‘reais’ com a histeria e a neurose obsessiva: podemos desconfiar, vale dizer, que ela está na dependência da libido do ego, assim como as outras estão na da libido objetal, e que a ansiedade hipocondríaca é a contrapartida, enquanto provém da libido do ego, da ansiedade neurótica. Além disso, visto já estarmos familiarizados com a idéia de que o mecanismo do adoecer e da formação de sintomas nas neuroses de transferência - o caminho da introversão para a regressão - deve ficar vinculado a um represamento da libido objetal, podemos também ficar mais perto da idéia de um represamento da libido do ego, e podemos estabelecer uma relação dessa idéia com os fenômenos da hipocondria e da parafrenia. Vemos que a hipocondria tem relação com outras neuroses, como a neurastenia e a neurose de angústia, e também com a parafrenia que se assemelha a histeria e a neurose obsessiva, pois depende de uma conversão que pode se transformar em ritos ou em totens e tabus, em superstições, levando a uma introversão e a um represamento da libido objetal, talvez da comunhão e da segurança objetal, pois esses fenômenos tem relação com a hipocondria e a parafrenia.

Nesse ponto, nossa curiosidade naturalmente perguntará por que esse represamento da libido no ego teria de ser experimentado como desagradável. Contentar-me-ei com a reposta de que o desprazer é sempre a expressão de um grau mais elevado de tensão, e que, portanto, o que ocorre é que uma quantidade no campo dos acontecimentos materiais é transformada, aqui como em outros lugares, na qualidade psíquica do desprazer. Aqui podemos até mesmo aventurar-nos a abordar a questão de saber o que torna absolutamente necessário para a nossa vida mental ultrapassar os limites do narcisismo e ligar a libido a objetos. A resposta decorrente de nossa linha de raciocínio mais uma vez seria a de que essa necessidade surge quando a catexia do ego com a libido excede certa quantidade. Um egoísmo forte constitui uma proteção contra o adoecer, mas, num último recurso, devemos começar a amar a fim de não adoecermos, e estamos destinados a cair doentes se, em conseqüência da frustração, formos incapazes de amar. Vemos que o represamento da libido, da comunhão e da segurança no ego é experimentada, muito provavelmente, como desagradável, devido a tensão e ao desprazer, aqui nossa vida psíquica vence o narcisismo e se liga a objetos, devemos amar para não adoecermos, porém estamos fadados a cair doentes e frustrados, devido a incapacidade de amar, pois amar envolve construção de significados e de sentidos.

Reconhecemos nosso aparelho mental como sendo, acima de tudo, um dispositivo destinado a dominar as excitações que de outra forma seriam sentidas como aflitivas ou teriam efeitos patogênicos. Sua elaboração na mente auxilia de forma marcante um escoamento das excitações que são incapazes de descarga direta para fora, ou para as quais tal descarga é, no momento, indesejável. No primeiro caso, contudo, é indiferente que esse processo interno de elaboração seja efetuado em objetos reais ou imaginários. A diferença não surge senão depois - caso a transferência da libido para objetos irreais (introversão) tenha ocasionado seu represamento. Nos parafrênicos, a megalomania permite uma semelhante elaboração interna da libido que voltou ao ego; talvez apenas quando a megalomania falhe, o represamento da libido no ego se torne patogênico e inicie o processo de recuperação que nos dá a impressão de ser uma doença. Vemos que o aparelho psíquico é produto de uma história evolutiva, seletiva e competitiva da qual herdou a capacidade de dominar as excitações que de outra forma nos destruiriam através da descarga direta ou indireta, substitutiva, para fora, num momento indesejável, tanto com objetos reais quanto com objetos imaginários. Nos esquizofrênicos os sintomas e os comportamentos domésticos, inclusive de trabalho e de educação, acabam fazendo uma elaboração interna da libido, da comunhão e da segurança que voltam para o ego, que por sua vez represa esse energia dando a impressão de ser uma doença.

 

MATTANÓ

(13/08/2025)

 

 

 

 

Tentarei aqui penetrar um pouco mais no mecanismo da parafrenia e reunirei os conceitos que já me pareçam merecedores de consideração. A diferença entre as afecções parafrênicas e as neuroses de transferência parecem-me estar na circunstância de que, nas primeiras, a libido liberada pela frustração não permanece ligada a objetos na fantasia, mas se retira para o ego. A megalomania corresponderia, por conseguinte, ao domínio psíquico dessa última quantidade de libido, e seria assim a contrapartida da introversão para as fantasias que é encontrada nas neuroses de transferência; uma falha dessa função psíquica dá margem à hipocondria da parafrenia, e isso é homólogo à ansiedade das neuroses de transferência. Sabemos que essa ansiedade pode ser transformada por uma elaboração psíquica ulterior, isto é, por conversão, formação de reação ou construção de proteções (fobias). O processo correspondente nos parafrênicos consiste numa tentativa de restauração, à qual se devem as surpreendentes manifestações da doença. De uma vez que a parafrenia com freqüência, se não geralmente, acarreta apenas um desligamento parcial da libido dos objetos, podemos distinguir três grupos de fenômenos no quadro clínico: (1) os que representam o que resta de um estado normal de neurose (fenômenos residuais); (2) os que representam o processo mórbido (afastamento da libido dos seus objetos e, além disso, megalomania, hipocondria, perturbações afetivas e todo tipo de regressão); (3) os que representam a restauração, nos quais a libido é mais uma vez ligada a objetos, como uma histeria (na demência precoce ou na parafrenia propriamente dita), ou como numa neurose obsessiva (na paranóia). Essa nova catexia libidinal difere da primária por partir de outro nível e sob outras condições. A diferença entre as neuroses de transferência que ocorrem no caso de nova espécie de catexia libidinal e as formações correspondentes onde o ego é normal devem ser capazes de nos proporcionar a compreensão interna (insight) mais profunda da estrutura de nosso aparelho mental.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que está tentando entrar um pouco mais no mecanismo da parafrenia. A diferença entre as afecções parafrênicas e as neuroses de transferência parecem-me estar na circunstância de que, nas primeiras, a libido liberada pela frustração não permanece ligada a objetos na fantasia, mas se retira para o ego. A megalomania corresponderia, por conseguinte, ao domínio psíquico dessa última quantidade de libido, e seria assim a contrapartida da introversão para as fantasias que é encontrada nas neuroses de transferência; uma falha dessa função psíquica dá margem à hipocondria da parafrenia, e isso é homólogo à ansiedade das neuroses de transferência. Sabemos que essa ansiedade pode ser transformada por uma elaboração psíquica ulterior, isto é, por conversão, formação de reação ou construção de proteções (fobias). O processo correspondente nos parafrênicos consiste numa tentativa de restauração, à qual se devem as surpreendentes manifestações da doença. De uma vez que a parafrenia com freqüência, se não geralmente, acarreta apenas um desligamento parcial da libido dos objetos, podemos distinguir três grupos de fenômenos no quadro clínico: (1) os que representam o que resta de um estado normal de neurose (fenômenos residuais); (2) os que representam o processo mórbido (afastamento da libido dos seus objetos e, além disso, megalomania, hipocondria, perturbações afetivas e todo tipo de regressão); (3) os que representam a restauração, nos quais a libido é mais uma vez ligada a objetos, como uma histeria (na demência precoce ou na parafrenia propriamente dita), ou como numa neurose obsessiva (na paranóia). Essa nova catexia libidinal difere da primária por partir de outro nível e sob outras condições. A diferença entre as neuroses de transferência que ocorrem no caso de nova espécie de catexia libidinal e as formações correspondentes onde o ego é normal devem ser capazes de nos proporcionar a compreensão interna (insight) mais profunda da estrutura de nosso aparelho mental. 

Mattanó aponta que está tentando entrar um pouco mais no mecanismo da parafrenia. A diferença entre as afecções parafrênicas e as neuroses de transferência parecem-me estar na circunstância de que, nas primeiras, a libido liberada pela frustração não permanece ligada a objetos na fantasia, mas se retira para o ego. A megalomania corresponderia, por conseguinte, ao domínio psíquico dessa última quantidade de libido, e seria assim a contrapartida da introversão para as fantasias que é encontrada nas neuroses de transferência; uma falha dessa função psíquica dá margem à hipocondria da parafrenia, e isso é homólogo à ansiedade das neuroses de transferência. Sabemos que essa ansiedade pode ser transformada por uma elaboração psíquica ulterior, isto é, por conversão, formação de reação ou construção de proteções (fobias). O processo correspondente nos parafrênicos consiste numa tentativa de restauração, à qual se devem as surpreendentes manifestações da doença. De uma vez que a parafrenia com freqüência, se não geralmente, acarreta apenas um desligamento parcial da libido dos objetos, podemos distinguir três grupos de fenômenos no quadro clínico: (1) os que representam o que resta de um estado normal de neurose (fenômenos residuais); (2) os que representam o processo mórbido (afastamento da libido dos seus objetos e, além disso, megalomania, hipocondria, perturbações afetivas e todo tipo de regressão); (3) os que representam a restauração, nos quais a libido é mais uma vez ligada a objetos, como uma histeria (na demência precoce ou na parafrenia propriamente dita), ou como numa neurose obsessiva (na paranóia). Essa nova catexia libidinal difere da primária por partir de outro nível e sob outras condições. A diferença entre as neuroses de transferência que ocorrem no caso de nova espécie de catexia libidinal e as formações correspondentes onde o ego é normal devem ser capazes de nos proporcionar a compreensão interna (insight) mais profunda da estrutura de nosso aparelho mental. Vemos que os objetos na fantasia, no mecansimo da parafrenia, se retiram para o ego, dando margem à hipocondria da parafrenia e que na parafrenia ocorre com frequência um desligamento parcial da libido dos objetos que pode ser distinguindo em três grupos de fenômenos no quadro clínico:(1) os que representam o que resta de um estado normal de neurose (fenômenos residuais); (2) os que representam o processo mórbido (afastamento da libido dos seus objetos e, além disso, megalomania, hipocondria, perturbações afetivas e todo tipo de regressão); (3) os que representam a restauração, nos quais a libido é mais uma vez ligada a objetos, como uma histeria (na demência precoce ou na parafrenia propriamente dita), ou como numa neurose obsessiva (na paranóia). Essa nova catexia libidinal difere da primária por partir de outro nível e sob outras condições. A diferença entre as neuroses de transferência que ocorrem no caso de nova espécie de catexia libidinal e as formações correspondentes onde o ego é normal devem ser capazes de nos proporcionar a compreensão interna (insight) mais profunda da estrutura de nosso aparelho mental. Isto pois as fantasias tem este poder de reorganizar a nossa catexia libidinal e as nossas formações correspondentes onde o ego deve proporcionar a compreensão interna (insight) da estrutura de nosso aparelho mental através dos significados e sentidos por elas proporcionados.

 

MATTANÓ

(14/08/2025)

 

 

 

 

Uma terceira maneira pela qual podemos abordar o estudo do narcisismo é através da observação da vida erótica dos seres humanos, com suas várias espécies de diferenciação no homem e na mulher. Assim como a libido objetal inicialmente ocultava de nossa observação a libido do ego, também em relação à escolha de objeto nas crianças de tenra idade (e nas crianças em crescimento) o que primeiro notamos foi que elas derivavam seus objetos sexuais de suas experiências de satisfação. As primeiras satisfações sexuais auto-eróticas são experimentadas em relação com funções vitais que servem à finalidade de autopreservação. Os instintos sexuais estão, de início, ligados à satisfação dos instintos do ego; somente depois é que eles se tornam independentes destes, e mesmo então encontramos uma indicação dessa vinculação original no fato de que os primeiros objetos sexuais de uma criança são as pessoas que se preocupam com sua alimentação, cuidados e proteção: isto é, no primeiro caso, sua mãe ou quem quer que a substitua. Lado a lado, contudo, com esse tipo e fonte de escolha objetal, que pode ser denominado o tipo ‘anaclítico’, ou de ‘ligação’, a pesquisa da psicanálise revelou um segundo tipo, que não estávamos preparados para encontrar. Descobrimos, de modo especialmente claro, em pessoas cujo desenvolvimento libidinal sofreu alguma perturbação, tais como pervertidos e homossexuais, que em sua escolha ulterior dos objetos amorosos elas adotaram como modelo não sua mãe mas seus próprios eus. Procuram inequivocamente a si mesmas como um objeto amoroso, e exibem um tipo de escolha objetal que deve ser denominado ‘narcisista’. Nessa observação, temos o mais forte dos motivos que nos levaram a adotar a hipótese do narcisismo.

Não concluímos, contudo, que os seres humanos se acham divididos em dois grupos acentuadamente diferenciados, conforme sua escolha objetal se coadune com o tipo anaclítico ou o narcisista; pelo contrário, presumimos que ambos os tipos de escolha objetal estão abertos a cada indivíduo, embora ele possa mostrar preferência por um ou por outro. Dizemos que um ser humano tem originalmente dois objetos sexuais - ele próprio e a mulher que cuida dele - e ao fazê-lo estamos postulando a existência de um narcisismo primário em todos, o qual, em alguns casos, pode manifestar-se de forma dominante em sua escolha objetal.

Uma comparação entre os sexos masculino e feminino indica então que existem diferenças fundamentais entre eles no tocante a seu tipo de escolha objetal, embora essas diferenças naturalmente não sejam universais. O amor objetal completo do tipo de ligação é, propriamente falando, característico do indivíduo do sexo masculino. Ele exibe a acentuada supervalorização sexual que se origina, sem dúvida, do narcisismo original da criança, correspondendo assim a uma transferência desse narcisismo para o objeto sexual. Essa supervalorização sexual é a origem do estado peculiar de uma pessoa apaixonada, um estado que sugere uma compulsão neurótica, cuja origem pode, portanto, ser encontrada num empobrecimento do ego em relação à libido em favor do objeto amoroso. Já com o tipo feminino mais freqüentemente encontrado, provavelmente o mais puro e o mais verdadeiro, o mesmo não ocorre. Com o começo da puberdade, o amadurecimento dos órgãos sexuais femininos, até então em estado de latência, parece ocasionar a intensificação do narcisismo original, e isso é desfavorável para o desenvolvimento de uma verdadeira escolha objetal com a concomitante supervalorização sexual. As mulheres, especialmente se forem belas ao crescerem, desenvolvem certo autocontentamento que as compensa pelas restrições sociais que lhes são impostas em sua escolha objetal. Rigorosamente falando, tais mulheres amam apenas a si mesmas, com uma intensidade comparável à do amor do homem por elas. Sua necessidade não se acha na direção de amar, mas de serem amadas; e o homem que preencher essa condição cairá em suas boas graças. A importância desse tipo de mulher para a vida erótica da humanidade deve ser levada em grande consideração. Tais mulheres exercem o maior fascínio sobre os homens, não apenas por motivos estéticos, visto que em geral são as mais belas, mas também por uma combinação de interessantes fatores psicológicos, pois parece muito evidente que o narcisismo de outra pessoa exerce grande atração sobre aqueles que renunciaram a uma parte de seu próprio narcisismo e estão em busca do amor objetal. O encanto de uma criança reside em grande medida em seu narcisismo, seu autocontentamento e inacessibilidade, assim como também o encanto de certos animais que parecem não se preocupar conosco, tais como os gatos e os grandes animais carniceiros. Realmente, mesmo os grandes criminosos e os humoristas, conforme representados na literatura, atraem nosso interesse pela coerência narcisista com que conseguem afastar do ego qualquer coisa que o diminua. É como se os invejássemos por manterem um bem-aventurado estado de espírito - uma posição libidinal inatacável que nós próprios já abandonamos. O grande encanto das mulheres narcisistas tem, contudo, o seu reverso; grande parte da insatisfação daquele que ama, de suas dúvidas quanto ao amor da mulher, de suas queixas quanto à natureza enigmática da mulher, tem suas raízes nessa incongruência entre os tipos de escolha de objeto.

Talvez não seja fora de propósito apresentar aqui a certeza de que essa descrição da forma feminina de vida erótica não se deve a qualquer desejo tendencioso de minha parte no sentido de depreciar as mulheres. Afora o fato de essa tendenciosidade ser inteiramente estranha a mim, sei que essas diferentes linhas de desenvolvimento correspondem à diferenciação de funções num todo biológico altamente complicado; além disso, estou pronto a admitir que existe um número bem grande de mulheres que amam de acordo com os moldes do tipo masculino e que também desenvolvem a supervalorização sexual própria àquele tipo.

Mesmo para as mulheres narcisistas, cuja atitude para com os homens permanece fria, há um caminho que eleva ao amor objetal completo. Na criança que geram, uma parte de seu próprio corpo as confronta como um objeto estranho, ao qual, partindo de seu próprio narcisismo, podem então dar um amor objetal completo. Existem ainda outras mulheres que não têm de esperar por um filho a fim de darem um passo no desenvolvimento do narcisismo (secundário) para o amor objetal. Antes da puberdade, sentem-se masculinas e se desenvolvem de alguma forma ao longo de linhas masculinas; depois de essa tendência ter sido interrompida de repente ao alcançarem a maturidade feminina, ainda retêm a capacidade de anseio por um ideal masculino - ideal que é de fato uma sobrevivência da natureza de menino que outrora possuíram.

O que eu disse até agora à guisa de indicação pode ser concluído por um breve sumário dos caminhos que levam à escolha de um objeto.

Uma pessoa pode amar:

(1)Em conformidade com o tipo narcisista:

(a) o que ela própria é (isto é, ela mesma),

(b) o que ela própria foi,

(c) o que ela própria gostaria de ser,

(d) alguém que foi uma vez parte dela mesma.

(2)Em conformidade com o tipo anaclítico (de ligação):

(a) a mulher que a alimenta,

(b) o homem que a protege,

e a sucessão de substitutos que tomam o seu lugar. A inclusão do caso (c) do primeiro tipo não pode ser justificada até uma etapa posterior deste exame. [ver em [1]]

A significância da escolha objetal narcisista para a homossexualidade nos homens deve ser considerada em relação a outra coisa.

O narcisismo primário das crianças por nós pressuposto e que forma um dos postulados de nossas teorias da libido é menos fácil de apreender pela observação direta do que de confirmar por alguma outra inferência. Se prestarmos atenção à atitude de pais afetuosos para com os filhos, temos de reconhecer que ela é uma revivescência e reprodução de seu próprio narcisismo, que de há muito abandonaram. O indicador digno de confiança constituído pela supervalorização, que já reconhecemos como um estigma narcisista no caso da escolha objetal, domina, como todos nós sabemos, sua atitude emocional. Assim eles se acham sob a compulsão de atribuir todas as perfeições ao filho - o que uma observação sóbria não permitiria - e de ocultar e esquecer todas as deficiências dele. (Incidentalmente, a negação da sexualidade nas crianças está relacionada a isso.) Além disso, sentem-se inclinados a suspender, em favor da criança, o funcionamento de todas as aquisições culturais que seu próprio narcisismo foi forçado a respeitar, e a renovar em nome dela as reivindicações aos privilégios de há muito por eles próprios abandonados. A criança terá mais divertimentos que seus pais; ela não ficará sujeita às necessidades que eles reconheceram como supremas na vida. A doença, a morte, a renúncia ao prazer, restrições à sua vontade própria não a atingirão; as leis da natureza e da sociedade serão ab-rogadas em seu favor; ela será mais uma vez realmente o centro e o âmago da criação - ‘Sua Majestade o Bebê’, como outrora nós mesmos nos imaginávamos. A criança concretizará os sonhos dourados que os pais jamais realizaram - o menino se tornará um grande homem e um herói em lugar do pai, e a menina se casará com um príncipe como compensação para sua mãe. No ponto mais sensível do sistema narcisista, a imortalidade do ego, tão oprimida pela realidade, a segurança é alcançada por meio do refúgio na criança. O amor dos pais, tão comovedor e no fundo tão infantil, nada mais é senão o narcisismo dos pais renascido, o qual, transformado em amor objetal, inequivocamente revela sua natureza anterior.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que uma terceira maneira pela qual podemos abordar o estudo do narcisismo é através da observação da vida erótica dos seres humanos, com suas várias espécies de diferenciação no homem e na mulher. Assim como a libido objetal inicialmente ocultava de nossa observação a libido do ego, também em relação à escolha de objeto nas crianças de tenra idade (e nas crianças em crescimento) o que primeiro notamos foi que elas derivavam seus objetos sexuais de suas experiências de satisfação. As primeiras satisfações sexuais auto-eróticas são experimentadas em relação com funções vitais que servem à finalidade de autopreservação. Os instintos sexuais estão, de início, ligados à satisfação dos instintos do ego; somente depois é que eles se tornam independentes destes, e mesmo então encontramos uma indicação dessa vinculação original no fato de que os primeiros objetos sexuais de uma criança são as pessoas que se preocupam com sua alimentação, cuidados e proteção: isto é, no primeiro caso, sua mãe ou quem quer que a substitua. Lado a lado, contudo, com esse tipo e fonte de escolha objetal, que pode ser denominado o tipo ‘anaclítico’, ou de ‘ligação’, a pesquisa da psicanálise revelou um segundo tipo, que não estávamos preparados para encontrar. Descobrimos, de modo especialmente claro, em pessoas cujo desenvolvimento libidinal sofreu alguma perturbação, tais como pervertidos e homossexuais, que em sua escolha ulterior dos objetos amorosos elas adotaram como modelo não sua mãe mas seus próprios eus. Procuram inequivocamente a si mesmas como um objeto amoroso, e exibem um tipo de escolha objetal que deve ser denominado ‘narcisista’.

. Dizemos que um ser humano tem originalmente dois objetos sexuais - ele próprio e a mulher que cuida dele - e ao fazê-lo estamos postulando a existência de um narcisismo primário em todos, o qual, em alguns casos, pode manifestar-se de forma dominante em sua escolha objetal.

Uma comparação entre os sexos masculino e feminino indica então que existem diferenças fundamentais entre eles no tocante a seu tipo de escolha objetal, embora essas diferenças naturalmente não sejam universais. O amor objetal completo do tipo de ligação é, propriamente falando, característico do indivíduo do sexo masculino. Ele exibe a acentuada supervalorização sexual que se origina, sem dúvida, do narcisismo original da criança, correspondendo assim a uma transferência desse narcisismo para o objeto sexual. Essa supervalorização sexual é a origem do estado peculiar de uma pessoa apaixonada, um estado que sugere uma compulsão neurótica, cuja origem pode, portanto, ser encontrada num empobrecimento do ego em relação à libido em favor do objeto amoroso. Já com o tipo feminino mais freqüentemente encontrado, provavelmente o mais puro e o mais verdadeiro, o mesmo não ocorre. Com o começo da puberdade, o amadurecimento dos órgãos sexuais femininos, até então em estado de latência, parece ocasionar a intensificação do narcisismo original, e isso é desfavorável para o desenvolvimento de uma verdadeira escolha objetal com a concomitante supervalorização sexual. As mulheres, especialmente se forem belas ao crescerem, desenvolvem certo autocontentamento que as compensa pelas restrições sociais que lhes são impostas em sua escolha objetal. Rigorosamente falando, tais mulheres amam apenas a si mesmas, com uma intensidade comparável à do amor do homem por elas. Sua necessidade não se acha na direção de amar, mas de serem amadas; e o homem que preencher essa condição cairá em suas boas graças. A importância desse tipo de mulher para a vida erótica da humanidade deve ser levada em grande consideração. Tais mulheres exercem o maior fascínio sobre os homens, não apenas por motivos estéticos, visto que em geral são as mais belas, mas também por uma combinação de interessantes fatores psicológicos, pois parece muito evidente que o narcisismo de outra pessoa exerce grande atração sobre aqueles que renunciaram a uma parte de seu próprio narcisismo e estão em busca do amor objetal. O encanto de uma criança reside em grande medida em seu narcisismo, seu autocontentamento e inacessibilidade, assim como também o encanto de certos animais que parecem não se preocupar conosco, tais como os gatos e os grandes animais carniceiros. Realmente, mesmo os grandes criminosos e os humoristas, conforme representados na literatura, atraem nosso interesse pela coerência narcisista com que conseguem afastar do ego qualquer coisa que o diminua. É como se os invejássemos por manterem um bem-aventurado estado de espírito - uma posição libidinal inatacável que nós próprios já abandonamos. O grande encanto das mulheres narcisistas tem, contudo, o seu reverso; grande parte da insatisfação daquele que ama, de suas dúvidas quanto ao amor da mulher, de suas queixas quanto à natureza enigmática da mulher, tem suas raízes nessa incongruência entre os tipos de escolha de objeto.

 Afora o fato de essa tendenciosidade ser inteiramente estranha a mim, sei que essas diferentes linhas de desenvolvimento correspondem à diferenciação de funções num todo biológico altamente complicado; além disso, estou pronto a admitir que existe um número bem grande de mulheres que amam de acordo com os moldes do tipo masculino e que também desenvolvem a supervalorização sexual própria àquele tipo.

 Existem ainda outras mulheres que não têm de esperar por um filho a fim de darem um passo no desenvolvimento do narcisismo (secundário) para o amor objetal. Antes da puberdade, sentem-se masculinas e se desenvolvem de alguma forma ao longo de linhas masculinas; depois de essa tendência ter sido interrompida de repente ao alcançarem a maturidade feminina, ainda retêm a capacidade de anseio por um ideal masculino - ideal que é de fato uma sobrevivência da natureza de menino que outrora possuíram.

O que eu disse até agora à guisa de indicação pode ser concluído por um breve sumário dos caminhos que levam à escolha de um objeto.

Uma pessoa pode amar:

(1)Em conformidade com o tipo narcisista:

(a) o que ela própria é (isto é, ela mesma),

(b) o que ela própria foi,

(c) o que ela própria gostaria de ser,

(d) alguém que foi uma vez parte dela mesma.

(2)Em conformidade com o tipo anaclítico (de ligação):

(a) a mulher que a alimenta,

(b) o homem que a protege,

e a sucessão de substitutos que tomam o seu lugar. A inclusão do caso (c) do primeiro tipo não pode ser justificada até uma etapa posterior deste exame. [ver em [1]]

A significância da escolha objetal narcisista para a homossexualidade nos homens deve ser considerada em relação a outra coisa.

Se prestarmos atenção à atitude de pais afetuosos para com os filhos, temos de reconhecer que ela é uma revivescência e reprodução de seu próprio narcisismo, que de há muito abandonaram. O indicador digno de confiança constituído pela supervalorização, que já reconhecemos como um estigma narcisista no caso da escolha objetal, domina, como todos nós sabemos, sua atitude emocional. Assim eles se acham sob a compulsão de atribuir todas as perfeições ao filho - o que uma observação sóbria não permitiria - e de ocultar e esquecer todas as deficiências dele. (Incidentalmente, a negação da sexualidade nas crianças está relacionada a isso.) Além disso, sentem-se inclinados a suspender, em favor da criança, o funcionamento de todas as aquisições culturais que seu próprio narcisismo foi forçado a respeitar, e a renovar em nome dela as reivindicações aos privilégios de há muito por eles próprios abandonados. A criança terá mais divertimentos que seus pais; ela não ficará sujeita às necessidades que eles reconheceram como supremas na vida. A doença, a morte, a renúncia ao prazer, restrições à sua vontade própria não a atingirão; as leis da natureza e da sociedade serão ab-rogadas em seu favor; ela será mais uma vez realmente o centro e o âmago da criação - ‘Sua Majestade o Bebê’, como outrora nós mesmos nos imaginávamos. A criança concretizará os sonhos dourados que os pais jamais realizaram - o menino se tornará um grande homem e um herói em lugar do pai, e a menina se casará com um príncipe como compensação para sua mãe. No ponto mais sensível do sistema narcisista, a imortalidade do ego, tão oprimida pela realidade, a segurança é alcançada por meio do refúgio na criança. O amor dos pais, tão comovedor e no fundo tão infantil, nada mais é senão o narcisismo dos pais renascido, o qual, transformado em amor objetal, inequivocamente revela sua natureza anterior.

Mattanó aponta que uma terceira maneira pela qual podemos abordar o estudo do narcisismo é através da observação da vida erótica dos seres humanos, com suas várias espécies de diferenciação no homem e na mulher. Assim como a libido objetal inicialmente ocultava de nossa observação a libido do ego, também em relação à escolha de objeto nas crianças de tenra idade (e nas crianças em crescimento) o que primeiro notamos foi que elas derivavam seus objetos sexuais de suas experiências de satisfação. As primeiras satisfações sexuais auto-eróticas são experimentadas em relação com funções vitais que servem à finalidade de autopreservação. Os instintos sexuais estão, de início, ligados à satisfação dos instintos do ego; somente depois é que eles se tornam independentes destes, e mesmo então encontramos uma indicação dessa vinculação original no fato de que os primeiros objetos sexuais de uma criança são as pessoas que se preocupam com sua alimentação, cuidados e proteção: isto é, no primeiro caso, sua mãe ou quem quer que a substitua. Lado a lado, contudo, com esse tipo e fonte de escolha objetal, que pode ser denominado o tipo ‘anaclítico’, ou de ‘ligação’, a pesquisa da psicanálise revelou um segundo tipo, que não estávamos preparados para encontrar. Descobrimos, de modo especialmente claro, em pessoas cujo desenvolvimento libidinal sofreu alguma perturbação, tais como pervertidos e homossexuais, que em sua escolha ulterior dos objetos amorosos elas adotaram como modelo não sua mãe mas seus próprios eus. Procuram inequivocamente a si mesmas como um objeto amoroso, e exibem um tipo de escolha objetal que deve ser denominado ‘narcisista’. Para Mattanó a escolha do objeto amoroso é comportamental e nunca libidinoso, pois a criança ainda não produz libido através dos seus hormônios sexuais adquiridos na puberdade, após os 14 anos de idade quando a libido começa a produzir não somente energia sexual, mas também desejo sexual. Nota-se que antes dos 14 anos de idade a criança dispõe de libido através da ocitocina que lhe garante a energia sexual.

Dizemos que um ser humano tem originalmente dois objetos sexuais - ele próprio e a mulher que cuida dele - e ao fazê-lo estamos postulando a existência de um narcisismo primário em todos, o qual, em alguns casos, pode manifestar-se de forma dominante em sua escolha objetal. Vemos que o ser humano tem originariamente dois objetos sexuais, de energia sexual, ele mesmo e a mulher que cuida dele, de modo que existe aqui um narcisismo primário gerando comportamentos e significados, sentidos, através da sua habilidade sensório-motora, da imitação, da atenção, da discriminação e do controle, bem como do seu inconsciente e da sua cognição.

Uma comparação entre os sexos masculino e feminino indica então que existem diferenças fundamentais entre eles no tocante a seu tipo de escolha objetal, embora essas diferenças naturalmente não sejam universais. O amor objetal completo do tipo de ligação é, propriamente falando, característico do indivíduo do sexo masculino. Ele exibe a acentuada supervalorização sexual que se origina, sem dúvida, do narcisismo original da criança, correspondendo assim a uma transferência desse narcisismo para o objeto sexual. Essa supervalorização sexual é a origem do estado peculiar de uma pessoa apaixonada, um estado que sugere uma compulsão neurótica, cuja origem pode, portanto, ser encontrada num empobrecimento do ego em relação à libido em favor do objeto amoroso. Já com o tipo feminino mais freqüentemente encontrado, provavelmente o mais puro e o mais verdadeiro, o mesmo não ocorre. Com o começo da puberdade, o amadurecimento dos órgãos sexuais femininos, até então em estado de latência, parece ocasionar a intensificação do narcisismo original, e isso é desfavorável para o desenvolvimento de uma verdadeira escolha objetal com a concomitante supervalorização sexual. As mulheres, especialmente se forem belas ao crescerem, desenvolvem certo autocontentamento que as compensa pelas restrições sociais que lhes são impostas em sua escolha objetal. Rigorosamente falando, tais mulheres amam apenas a si mesmas, com uma intensidade comparável à do amor do homem por elas. Sua necessidade não se acha na direção de amar, mas de serem amadas; e o homem que preencher essa condição cairá em suas boas graças. A importância desse tipo de mulher para a vida erótica da humanidade deve ser levada em grande consideração. Tais mulheres exercem o maior fascínio sobre os homens, não apenas por motivos estéticos, visto que em geral são as mais belas, mas também por uma combinação de interessantes fatores psicológicos, pois parece muito evidente que o narcisismo de outra pessoa exerce grande atração sobre aqueles que renunciaram a uma parte de seu próprio narcisismo e estão em busca do amor objetal. O encanto de uma criança reside em grande medida em seu narcisismo, seu autocontentamento e inacessibilidade, assim como também o encanto de certos animais que parecem não se preocupar conosco, tais como os gatos e os grandes animais carniceiros. Realmente, mesmo os grandes criminosos e os humoristas, conforme representados na literatura, atraem nosso interesse pela coerência narcisista com que conseguem afastar do ego qualquer coisa que o diminua. É como se os invejássemos por manterem um bem-aventurado estado de espírito - uma posição libidinal inatacável que nós próprios já abandonamos. O grande encanto das mulheres narcisistas tem, contudo, o seu reverso; grande parte da insatisfação daquele que ama, de suas dúvidas quanto ao amor da mulher, de suas queixas quanto à natureza enigmática da mulher, tem suas raízes nessa incongruência entre os tipos de escolha de objeto. Vemos que a escolha do objeto pelo homem é completa, com um empobrecimento do ego em relação à libido em favor do objeto amoroso e a escolha do objeto pela mulher é feita com a intensificação do narcisismo original, e isso é desfavorável para o desenvolvimento de uma verdadeira escolha objetal com a concomitante supervalorização sexual. As mulheres, especialmente se forem belas ao crescerem, desenvolvem certo autocontentamento que as compensa pelas restrições sociais que lhes são impostas em sua escolha objetal. Rigorosamente falando, tais mulheres amam apenas a si mesmas, com uma intensidade comparável à do amor do homem por elas. Sua necessidade não se acha na direção de amar, mas de serem amadas; e o homem que preencher essa condição cairá em suas boas graças.O encanto de uma criança reside em grande medida em seu narcisismo, seu autocontentamento e inacessibilidade, assim como também o encanto de certos animais que parecem não se preocupar conosco, tais como os gatos e os grandes animais carniceiros. Realmente, mesmo os grandes criminosos e os humoristas, conforme representados na literatura, atraem nosso interesse pela coerência narcisista com que conseguem afastar do ego qualquer coisa que o diminua. É como se os invejássemos por manterem um bem-aventurado estado de espírito - uma posição libidinal inatacável que nós próprios já abandonamos. O grande encanto das mulheres narcisistas tem, contudo, o seu reverso; grande parte da insatisfação daquele que ama, de suas dúvidas quanto ao amor da mulher, de suas queixas quanto à natureza enigmática da mulher, tem suas raízes nessa incongruência entre os tipos de escolha de objeto, através dos seus significados e sentidos operados mediante uma funcionalidade comportamental que reforça estas relações através das suas consequências reforçadoras.

 Afora o fato de essa tendenciosidade ser inteiramente estranha a mim, sei que essas diferentes linhas de desenvolvimento correspondem à diferenciação de funções num todo biológico altamente complicado; além disso, estou pronto a admitir que existe um número bem grande de mulheres que amam de acordo com os moldes do tipo masculino e que também desenvolvem a supervalorização sexual própria àquele tipo. Cada tipo de escolha depende do tipo de marca e de história de vida, de significados e de sentidos adquiridos, construídos elaborados e reelaborados pelo indivíduo, neste caso a mulher que também depende do estímulo e do meio ambiente, do contexto, para responder e adquirir repertório comportamental e marcas no seu inconsciente.

 Existem ainda outras mulheres que não têm de esperar por um filho a fim de darem um passo no desenvolvimento do narcisismo (secundário) para o amor objetal. Antes da puberdade, sentem-se masculinas e se desenvolvem de alguma forma ao longo de linhas masculinas; depois de essa tendência ter sido interrompida de repente ao alcançarem a maturidade feminina, ainda retêm a capacidade de anseio por um ideal masculino - ideal que é de fato uma sobrevivência da natureza de menino que outrora possuíram. Vemos que existem mulheres que podem seguir outras linhas de comportamentos, mesmo masculinos, pois tiverem em seu conteúdo recalcado e infantil um ideal masculino e agora tentam manter vivas o menino que outrora possuíram através dos seus significados e sentidos, através dos seus comportamentos e da sua funcionalidade comportamental.

O que eu disse até agora à guisa de indicação pode ser concluído por um breve sumário dos caminhos que levam à escolha de um objeto.

Uma pessoa pode amar:

(1)Em conformidade com o tipo narcisista:

(a) o que ela própria é (isto é, ela mesma),

(b) o que ela própria foi,

(c) o que ela própria gostaria de ser,

(d) alguém que foi uma vez parte dela mesma.

(2)Em conformidade com o tipo anaclítico (de ligação):

(a) a mulher que a alimenta,

(b) o homem que a protege,

e a sucessão de substitutos que tomam o seu lugar. A inclusão do caso (c) do primeiro tipo não pode ser justificada até uma etapa posterior deste exame. [ver em [1]]

A significância da escolha objetal narcisista para a homossexualidade nos homens deve ser considerada em relação a outra coisa.

Se prestarmos atenção à atitude de pais afetuosos para com os filhos, temos de reconhecer que ela é uma revivescência e reprodução de seu próprio narcisismo, que de há muito abandonaram. O indicador digno de confiança constituído pela supervalorização, que já reconhecemos como um estigma narcisista no caso da escolha objetal, domina, como todos nós sabemos, sua atitude emocional. Assim eles se acham sob a compulsão de atribuir todas as perfeições ao filho - o que uma observação sóbria não permitiria - e de ocultar e esquecer todas as deficiências dele. (Incidentalmente, a negação da sexualidade nas crianças está relacionada a isso.) Além disso, sentem-se inclinados a suspender, em favor da criança, o funcionamento de todas as aquisições culturais que seu próprio narcisismo foi forçado a respeitar, e a renovar em nome dela as reivindicações aos privilégios de há muito por eles próprios abandonados. A criança terá mais divertimentos que seus pais; ela não ficará sujeita às necessidades que eles reconheceram como supremas na vida. A doença, a morte, a renúncia ao prazer, restrições à sua vontade própria não a atingirão; as leis da natureza e da sociedade serão ab-rogadas em seu favor; ela será mais uma vez realmente o centro e o âmago da criação - ‘Sua Majestade o Bebê’, como outrora nós mesmos nos imaginávamos. A criança concretizará os sonhos dourados que os pais jamais realizaram - o menino se tornará um grande homem e um herói em lugar do pai, e a menina se casará com um príncipe como compensação para sua mãe. No ponto mais sensível do sistema narcisista, a imortalidade do ego, tão oprimida pela realidade, a segurança é alcançada por meio do refúgio na criança. O amor dos pais, tão comovedor e no fundo tão infantil, nada mais é senão o narcisismo dos pais renascido, o qual, transformado em amor objetal, inequivocamente revela sua natureza anterior. Vemos que a identificação da criança com seu pai ou sua mãe do mesmo sexo pode causar uma revivescência e reprodução de seu próprio narcisismo, que de há muito abandonaram. O indicador digno de confiança constituído pela supervalorização, que já reconhecemos como um estigma narcisista no caso da escolha objetal, domina, como todos nós sabemos, sua atitude emocional. Assim eles se acham sob a compulsão de atribuir todas as perfeições ao filho - o que uma observação sóbria não permitiria - e de ocultar e esquecer todas as deficiências dele, como a sexualidade, a liberdade, o lúdico, as necessidades fisiológicas, de garantia, de estabilidade, de amor, de pertinência, a moralidade, a linguagem e a fala, e o desenvolvimento motor e social. (Incidentalmente, a negação da sexualidade nas crianças está relacionada a isso.) Além disso, sentem-se inclinados a suspender, em favor da criança, o funcionamento de todas as aquisições culturais que seu próprio narcisismo foi forçado a respeitar, e a renovar em nome dela as reivindicações aos privilégios de há muito por eles próprios abandonados, de modo a oferecer os direitos básicos dela enquanto criança. A criança terá mais divertimentos que seus pais; ela não ficará sujeita às necessidades que eles reconheceram como supremas na vida. A doença, a morte, a renúncia ao prazer, restrições à sua vontade própria não a atingirão; as leis da natureza e da sociedade serão ab-rogadas em seu favor; ela será mais uma vez realmente o centro e o âmago da criação - ‘Sua Majestade o Bebê’, como outrora nós mesmos nos imaginávamos. A criança concretizará os sonhos dourados que os pais jamais realizaram - o menino se tornará um grande homem e um herói em lugar do pai, e a menina se casará com um príncipe como compensação para sua mãe. No ponto mais sensível do sistema narcisista, a imortalidade do ego, tão oprimida pela realidade, a segurança é alcançada por meio do refúgio na criança. O amor dos pais, tão comovedor e no fundo tão infantil, nada mais é senão o narcisismo dos pais renascido, o qual, transformado em amor objetal, inequivocamente revela sua natureza anterior. Vemos como o narcisismo se reproduz socialmente através da família e do conteúdo recalcado infantil dos seus pais que sonham com uma criança interior, um herói ou uma Princesinha, alcançando as maiores honrarias deste mundo, graças ao narcisismo dos pais renascido e transformado em amor objetal. Da mesma forma os significados, os sentidos, os conceitos, os contextos, os comportamentos, as relações sociais, a Gestalt e os insights, a linguagem, a funcionalidade, a topografia virtual coclear e do lobo occipital, a argumentação e a linguagem, os atos falhos, os esquecimentos e os lapsos de linguagem, o niilismo, as fantasias, os delírios, as alucinações, os chistes, as piadas, o humor, as charges, as caricaturas, as parapraxias, a magia, o folclore, a alquimia, os contos de fadas, os tabus e os totens, a vida onírica, a vida anímica, a vida paranormal, a vida sobrenatural, o comportamento etológico, o comportamento naturalístico, as psicopatologias, o conteúdo manifesto e o conteúdo latente dos sonhos, a análise e a interpretação do inconsciente, do comportamento, do subconsciente, da consciência, da cultura, do conhecimento e da realidade, dos ciclos circadianos e da homeostase do organismo, da sua relação com o prazer e o reforço e a dor e a punição, da sua relação com a alimentação, com a higiene, com a segurança, com limpeza, com os auto-cuidados, com a autopreservação e a autodestruição, com a arte e a televisão, que tipo de coisa você gosta de escutar? E de fazer? Porquê? Que tipo de roupa você gosta de vestir? E qual o seu sonho de consumo? Através destas perguntas e questionamentos analíticos, interpretativos, levantamos um breve perfil do paciente sobre sua consciência, cultura, conhecimento e realidade, inclusive seu desvio-padrão que pode nos fornecer indicativos de ser ou não ser mais ou menos consciente e ajustado a realidade, de ter ou não ter mais ou menos cultura e conhecimento.

 

MATTANÓ
(15/08/2025) 

 

 

 

 

 

                                                  III

Os distúrbios aos quais o narcisismo original de uma criança se acha exposto, as reações com que ela procura proteger-se deles e os caminhos aos quais fica sujeita ao fazê-lo - tais são os temas que proponho deixar de lado, como importante campo de trabalho ainda por explorar. Sua parte mais importante, contudo, pode ser isolada sob a forma do ‘complexo de castração’ (nos meninos, a ansiedade em relação ao pênis; nas meninas, a inveja do pênis) e tratada em conexão com o efeito da coerção inicial da atividade sexual. A pesquisa psicanalítica em geral nos permite reconstituir as vicissitudes sofridas pelos instintos libidinais quando estes, isolados dos instintos do ego, ficam em oposição a eles; mas no campo específico do complexo de castração, ela nos permite inferir a existência de uma época e de uma situação psíquica nas quais os dois grupos de instintos, ainda atuando em uníssono e inseparavelmente mesclados, surgem como interesses narcisistas. Foi desse contexto que Adler [1910] extraiu seu conceito de ‘protesto masculino’, quase elevando-o à posição de única força motora na formação tanto do caráter quanto da neurose, e baseando-o não numa tendência narcisista, e portanto ainda libidinal, mas numa valorização social. A pesquisa psicanalítica reconheceu, desde o início, a existência e a importância do ‘protesto masculino’ mas o tem considerado, contrariamente a Adler, como sendo narcisista em sua natureza e oriundo do complexo de castração. O ‘protesto masculino’ está relacionado à formação do caráter, em cuja gênese penetra juntamente com muitos outros fatores, sendo, contudo, inteiramente inadequado para explicar os problemas das neuroses, no tocante às quais Adler nada leva em conta, a não ser a maneira pela qual elas servem aos instintos do ego. Acho inteiramente impossível situar a gênese da neurose na estreita base do complexo de castração, por mais poderosamente que, nos homens, esse complexo ocupe o primeiro plano entre suas resistências à cura de uma neurose. Incidentalmente, conheço casos de neuroses em que o ‘protesto masculino’ ou, como o encaramos, o complexo de castração, não desempenha qualquer papel patogênico, nem sequer chegando a aparecer.

A observação de adultos normais revela que sua megalomania antiga foi arrefecida e que as características psíquicas a partir das quais inferimos seu narcisismo infantil foram apagadas. Que aconteceu à libido do ego? Devemos supor que toda ela se converteu em catexias objetais? Essa possibilidade é claramente contrária ao encaminhamento de nossa argumentação; podemos, porém, encontrar uma sugestão em outra resposta para a pergunta na psicologia da repressão.

Sabemos que os impulsos instintuais libidinais sofrem a vicissitude da repressão patogênica se entram em conflito com as idéias culturais e éticas do indivíduo. Com isso, nunca queremos dizer que o indivíduo em questão dispõe de um conhecimento meramente intelectual da existência de tais idéias; sempre queremos dizer que ele as reconhece como um padrão para si próprio, submetendo-se às exigências que elas lhe fazem. A repressão, como dissemos, provém do ego; poderíamos dizer com maior exatidão que provém do amor-próprio do ego. As mesmas impressões, experiências, impulsos e desejos aos quais um homem se entrega, ou que pelo menos elabora conscientemente, serão rejeitados com a maior indignação por outro, ou mesmo abafados antes que entrem na consciência. A diferença entre os dois, que encerra o fator condicionante da repressão, pode ser facilmente expressa em termos que permitem seja ela explicada pela teoria da libido. Podemos dizer que o primeiro homem fixou um ideal em si mesmo, pelo qual mede seu ego real, ao passo que o outro não formou qualquer ideal desse tipo. Para o ego, a formação de um ideal seria o fator condicionante da repressão.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que o narcisismo forma o complexo de castração na criança  (nos meninos, a ansiedade em relação ao pênis; nas meninas, a inveja do pênis) e tratada em conexão com o efeito da coerção inicial da atividade sexual. A pesquisa psicanalítica reconheceu, desde o início, a existência e a importância do ‘protesto masculino’ mas o tem considerado, contrariamente a Adler, como sendo narcisista em sua natureza e oriundo do complexo de castração. O ‘protesto masculino’ está relacionado à formação do caráter, em cuja gênese penetra juntamente com muitos outros fatores, sendo, contudo, inteiramente inadequado para explicar os problemas das neuroses, no tocante às quais Adler nada leva em conta, a não ser a maneira pela qual elas servem aos instintos do ego. Acho inteiramente impossível situar a gênese da neurose na estreita base do complexo de castração, por mais poderosamente que, nos homens, esse complexo ocupe o primeiro plano entre suas resistências à cura de uma neurose. Incidentalmente, conheço casos de neuroses em que o ‘protesto masculino’ ou, como o encaramos, o complexo de castração, não desempenha qualquer papel patogênico, nem sequer chegando a aparecer.

Sabemos que os impulsos instintuais libidinais sofrem a vicissitude da repressão patogênica se entram em conflito com as idéias culturais e éticas do indivíduo. Com isso, nunca queremos dizer que o indivíduo em questão dispõe de um conhecimento meramente intelectual da existência de tais idéias; sempre queremos dizer que ele as reconhece como um padrão para si próprio, submetendo-se às exigências que elas lhe fazem. A repressão, como dissemos, provém do ego; poderíamos dizer com maior exatidão que provém do amor-próprio do ego. As mesmas impressões, experiências, impulsos e desejos aos quais um homem se entrega, ou que pelo menos elabora conscientemente, serão rejeitados com a maior indignação por outro, ou mesmo abafados antes que entrem na consciência. A diferença entre os dois, que encerra o fator condicionante da repressão, pode ser facilmente expressa em termos que permitem seja ela explicada pela teoria da libido. Podemos dizer que o primeiro homem fixou um ideal em si mesmo, pelo qual mede seu ego real, ao passo que o outro não formou qualquer ideal desse tipo. Para o ego, a formação de um ideal seria o fator condicionante da repressão.

Mattanó aponta que o narcisismo forma o complexo de castração na criança  (nos meninos, a ansiedade em relação ao pênis; nas meninas, a inveja do pênis) e tratada em conexão com o efeito da coerção inicial da atividade sexual - contudo para Mattanó não existe atividade sexual, mas apenas libidinal promovida pelo hormônio ocitocina que produz prazer e uma direção para a sua vida infantil até a puberdade quando adquirirá a malícia comportamental e os hormônios sexuais, inclusive o desenvolvimento dos caracteres sexuais, modificado seu processo de significação e de atribuir sentido a sua vida instintiva, agora sexual. A pesquisa psicanalítica reconheceu, desde o início, a existência e a importância do ‘protesto masculino’ mas o tem considerado, contrariamente a Adler, como sendo narcisista em sua natureza e oriundo do complexo de castração. O ‘protesto masculino’ está relacionado à formação do caráter, em cuja gênese penetra juntamente com muitos outros fatores, sendo, contudo, inteiramente inadequado para explicar os problemas das neuroses, no tocante às quais Adler nada leva em conta, a não ser a maneira pela qual elas servem aos instintos do ego. Acho inteiramente impossível situar a gênese da neurose na estreita base do complexo de castração, por mais poderosamente que, nos homens, esse complexo ocupe o primeiro plano entre suas resistências à cura de uma neurose. Incidentalmente, conheço casos de neuroses em que o ‘protesto masculino’ ou, como o encaramos, o complexo de castração, não desempenha qualquer papel patogênico, nem sequer chegando a aparecer. Vemos que o complexo de castração é bastante diferente do discriminado por Freud e que ele apenas leva a escolha e identificação da criança com seu genitor, de modo a adquirir uma identidade, orientação e papel sexual que começa com o narcisismo.

Sabemos que os impulsos instintuais libidinais sofrem a vicissitude da repressão patogênica se entram em conflito com as idéias culturais e éticas do indivíduo. Com isso, nunca queremos dizer que o indivíduo em questão dispõe de um conhecimento meramente intelectual da existência de tais idéias; sempre queremos dizer que ele as reconhece como um padrão para si próprio, submetendo-se às exigências que elas lhe fazem. A repressão, como dissemos, provém do ego; poderíamos dizer com maior exatidão que provém do amor-próprio do ego. As mesmas impressões, experiências, impulsos e desejos aos quais um homem se entrega, ou que pelo menos elabora conscientemente, serão rejeitados com a maior indignação por outro, ou mesmo abafados antes que entrem na consciência. A diferença entre os dois, que encerra o fator condicionante da repressão, pode ser facilmente expressa em termos que permitem seja ela explicada pela teoria da libido. Podemos dizer que o primeiro homem fixou um ideal em si mesmo, pelo qual mede seu ego real, ao passo que o outro não formou qualquer ideal desse tipo. Para o ego, a formação de um ideal seria o fator condicionante da repressão. Vemos que o fenômeno ou evento da repressão está condicionado as idéias culturais e a ética desse indivíduo, de modo a reconhecer esse padrão de comportamentos e de funcionalidades do tipo S - R - C, ou seja, estímulo - resposta - consequência, e que a repressão vem do seu ego que controla os eventos ambientais através do amor próprio do ego. As relações sociais incentivam trocas que levam a diferenças que se tornam fator desencadeante da repressão. Para o ego formar um ideal torna-se necessário a repressão, e assim as diferenças culturais e éticas entre os indivíduos são fundamentais para este processo inconsciente.

 

MATTANÓ

(18/08/2025)

 

 

 

 

Esse ego ideal é agora o alvo do amor de si mesmo (self-love) desfrutado na infância pelo ego real. O narcisismo do indivíduo surge deslocado em direção a esse novo ego ideal, o qual, como o ego infantil, se acha possuído de toda perfeição de valor. Como acontece sempre que a libido está envolvida, mais uma vez aqui o homem se mostra incapaz de abrir mão de uma satisfação de que outrora desfrutou. Ele não está disposto a renunciar à perfeição narcisista de sua infância; e quando, ao crescer, se vê perturbado pelas admoestações de terceiros e pelo despertar de seu próprio julgamento crítico, de modo a não mais poder reter aquela perfeição, procura recuperá-la sob a nova forma de um ego ideal. O que ele projeta diante de si como sendo seu ideal é o substituto do narcisismo perdido de sua infância na qual ele era o seu próprio ideal.

 

O RELEITOR (MATTANÓ):

Freud explica que o ego ideal torna-se alvo do amor de si mesmo (self-love) que é desfrutado na infância pelo ego real. Então o narcisismo do indivíduo surge deslocado e em direção a esse novo ego ideal, que como o ego infantil, acha-se perfeito. A libido torna o processo mais difícil, pois não abre mão do que já havia desfrutado através da resistência, mesmo que seja sua perfeição narcisista e infantil, de modo que quando crescer testemunhará admoestações de terceiros e seu próprio julgamento através de uma nova forma, ela, o ego ideal, que substitui a antiga perfeição, ou seja, o seu narcisismo perdido de sua infância na qual ele era o seu próprio ideal.

Mattanó aponta que o ego ideal torna-se alvo do amor de si mesmo (self-love) que é desfrutado na infância pelo ego real. Então o narcisismo do indivíduo surge deslocado e em direção a esse novo ego ideal, que como o ego infantil, acha-se perfeito. A libido torna o processo mais difícil, pois não abre mão do que já havia desfrutado através da resistência, mesmo que seja sua perfeição narcisista e infantil, de modo que quando crescer testemunhará admoestações de terceiros e seu próprio julgamento através de uma nova forma, ela, o ego ideal, que substitui a antiga perfeição, ou seja, o seu narcisismo perdido de sua infância na qual ele era o seu próprio ideal. Vemos com o ego do indivíduo vai se formando e se estruturando, desde o começo com o narcisismo até se transformar em ego real e ego ideal, tendo seus primórdios com um ego infantil que acha-se perfeito, condição derivada da perfeição narcisista e infantil que se desenrola através de histórias e provações, testemunhos de adversidades que levarão a um julgamento assumido em sua nova forma, o ego ideal que passa a organizar sua inteligência sensório-motora e seus repertórios comportamentais básicos como atenção, discriminação, controle e ordem para que possa atribuir significados e sentidos comportamentais, ou seja, verbais, sensoriais, motores e imitativos, para que se desenvolva sua cognição e deste modo passe a atribuir significados e sentidos por meio de uma inteligência que realiza operações cognitivas.

 

MATTANÓ

(19/08/2025)